terça-feira, 4 de dezembro de 2018


Guardei a fé – 2 Tm 4.6-8.


Introdução:
Estamos findando a Segunda Epístola de Timóteo, caminhando nos seus últimos versículos. Começamos com o jovem Timóteo, natural de Listra. Um jovem tímido, filho de mãe judia e pai grego e com sérios problemas de saúde. Quando Paulo passou por lá, na primeira Viagem Missionária, ele se converteu ao cristianismo e, desde então, se tornou um verdadeiro discípulo de Cristo Jesus. Na segunda Viagem Missionária, quando Paulo passa com Silas, Timóteo então, com 17 anos, acompanha os dois missionários. E aqui, começa a saga de Timóteo; agora Paulo está em seus últimos dias de vida, e solicita algo muitíssimo importante a Timóteo: “Pregue o evangelho, no tempo e fora do tempo... Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas tendo coceira nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”. Ou, na versão A Mensagem: “...O povo não vai ter estomago para ensino sólido, no entanto vão se encher de alimento espiritual estragado – mensagens cativantes que combinam com suas fantasias. Eles vão virar as costas para a verdade, vão trocá-la por ilusão”.

1)    O velho apostolo (vs. 6-8)
Parafraseando os versículos 5 e 6: “Tu, porém, Timóteo, tu deves cumprir o teu ministério porque eu já estou às da morte”. Assim, como Josué sucedeu Moisés, Salomão sucedeu a Davi e Eliseu a Elias, assim também agora Timóteo deve suceder a Paulo. 


Em primeiro lugar, “estou sendo já oferecido por libação”, ou “minha vida já está sendo colocada no altar”. A Biblia King James explicita: “... já estou sendo derramado como vinho na oferta de libação”. E, na versão A Mensagem, é mais realística: “Assuma o comando, porque estou para morrer. Minha vida é uma oferta no altar de Deus”. Na Biblia Linguagem de hoje, lemos: “Quanto a mim, a hora já chegou de eu ser sacrificado, e já é o tempo de deixar esta vida”. 


E Paulo prossegue: “o tempo da minha partida é chegado”. “Partida” é um termo que se tornou usual para expressar “morte”; significa “desatar”, “desamarrar”, podendo tanto ser usado no sentido de “levantar acampamento”. A ancora já foi levantada, as amarras estão soltas e o barco está prestes a fazer-se à vela, rumo a outra praia. Paulo se volta a contemplar o seu ministério de aproximadamente 30 anos. Ele o descreve com três expressões concisas: 


COMBATI O BOM COMBATE”. Ou, “corri a grande corrida”; a palavra para combate é agon e denota qualquer contexto envolvendo esforço, seja uma corrida ou uma luta. É quando um atleta pode dizer realmente que fez o melhor possível, quando sai do campo consciente de que pôs até o ultimo grama de energia na competência, quando foi uma boa luta e uma competição justa.

COMPLETEI A CARREIRA”. Alguns anos antes, falando aos anciãos, Paulo expressara o desejo de fazer exatamente isto: “Em nada considero a minha vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus” (Atos 20.24). Essa é precisamente a dificuldade na vida. É fácil começar; é duro terminar. Um homem muito famoso foi solicitado a deixar que escrevessem sua biografia enquanto estava vivo. Não quis absolutamente dar a permissão, e a razão para isso foi: “Vi muitos homens falharem na ultima hora”. 



GUARDEI A FÉ”, OU, “guardei a fé no meu mestre”. No contexto desta carta, contudo, que enfatiza tão fortemente a importância de guardar o deposito da verdade revelada, é mais provável que Paulo esteja afirmando sua fidelidade neste sentido: “Guardei com toda segurança, como bom guardião ou despenseiro, o tesouro do evangelho confiando aos meus cuidados”

Enquanto Demas, abandonou a Paulo e amou o presente século. O nome Demas, significa popular; ele é citado em Cl 4.14 e Fm 1.24 e no texto em questão (v.10). No livro de Colossenses, Paulo cita vários obreiros e são qualificados: Tíquico – fiel ministro; Onésimo – amado e fiel irmão; Epafras – servo de Cristo; Lucas – médico amado e.... Demas, somente.

Demas desertou. Crente que deserta, prejudica o reino. É como se Paulo expressasse: na hora que eu precisei eu fiquei na mão. Não era de ponta, como Lucas, Barnabé, mas recebeu espaço.  Recebeu a confiança do ministério, da igreja e de Deus.

Demas amou o mundo – mundo – é o sistema de valores. A vida lá fora é melhor do que a vida na igreja. Posso viver a minha vida, não tenho que dar satisfação a ninguém. Tem muitos que justificam sua saída da igreja: Não fui mais na igreja porque a irmã não me cumprimentou; muitas provações, me sucumbi. É as provações. Deixou de trabalhar por causa das provações?  1 Joao 2.15,17. Tem gente que, infelizmente ama mais o time de futebol que a Cristo, etc. 



Prejudica mais a si mesmo do que o reino. V.9, procura vir ter comigo depressa. V.10,11. O reino não vai a falência por causa da nossa deserção! Ainda tem João Marcos, tem Lucas – o médico amado, tem Timóteo; ainda tem muita gente boa batalhando no reino de Deus.

Crentes que se afastam perdem a oportunidade de serem uteis, de serem instrumentos no reino de Deus; de encontrarem significado para a vida cristã e de escreverem a história do reino; perdem o privilégio de ser ferramentas que Deus usa para esculpir a sua igreja; perdem a oportunidade de receberem um galardão. Porque Deus galardoa os fiéis ( Hb 6.10)

2)    A coroa da justiça
Agora nada lhe resta, senão o premio por ele chamado “A COROA DA JUSTIÇA” (ou melhor, “a grinalda”); que lhe “está guardada” e que lhe será dada no dia da vitória, “naquele dia”.

“Muitos vilarejos daqueles dias derrubavam uma parte do seu muro branco a fim de que um seu filho, coroado com a coroa de louros ou do Olímpia, adentrasse por um portão ainda não usando antes”.

“Coroa de justiça” é para “todos quanto amam a sua vinda”. O descrente não justificado, tem a volta de Cristo, Não estando preparado para ela, temerá de vergonha perante Cristo, na sua vinda. O crente, por outro lado, tendo sido justificado, aguarda  volta de Cristo, e se afeiçoou a ela. Achando-se preparado, o cristão tem confiança quando Cristo aparecer (1 Joao 2.28; Hb 9.28). 



Conclusão:

“O carrasco recebe um pedaço de couro com o nome de um prisioneiro. Munido de uma tocha de fogo e com um pesado molho de chaves, atravessa longos corredores escuros e gelados. Abre uma pesada porta de ferro e grita com voz cavernosa: “Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo! Prisioneiro Paulo!”. Do fundo da cela, o velho apóstolo, que trazia marcas de Cristo no corpo e uma paz transcendente na alma, responde com firmeza: “Sou eu, estou aqui”. Paulo é acorrentado e sai da masmorra, atravessando o corredor da morte. Depois de uma longa caminhada, chegam ao patíbulo. Antes de colocar a cabeça de Paulo num tosco cepo de madeira para decepá-la com a guilhotina romana, o capataz da morte lhe dá a chance de proferir suas ultimas palavras. Esperando que o velho prisioneiro soltasse algum gemido de dor ou algum grito de revolta ou desespero, Paulo, de forma impertubável, com alegria na alma, ergue ao céu sua ultima doxologia: “A ele, (O Senhor Jesus Cristo) glória pelos séculos dos séculos. Amém” (2 Tm 4.18b). A guilhotina afiada, impiedosa e implacável faz tombar na terra esse príncipe de Deus. Sua morte, entretanto, não calou sua voz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário