terça-feira, 28 de junho de 2022

 OS NOMES DE DEUS – Sl 54.1-7 

Introdução: a importância do nome

O vocábulo NOME aparece mais de mil vezes nas escrituras sagradas e literalmente significa “NOME, CHAMAR”. No grego a palavra é “Onoma” e é traduzida corretamente como “pessoas” “...tem em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes...”(Ap. 3.4). Frequentemente significa “reputação”, olha a reputação da igreja de Sardes “...fama de estar vivo... estás morto”, Ap. 3.1). “Autoridade”, “poder” (...em teu nome não expulsamos demônios...”, Mt 7.22). “Caráter” (“Pai nosso que estás nos céus...”, Mc 6.9). No Antigo Testamento acha-se em paralelismo com “memória, lembrança” (“Yahweh...esse, pois, é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração”).

A maneira como os escritores referem ao Nome, seja de Deus, seja das criaturas, chama a atenção ao caráter inerente do nome. O nome não é como nos dias atuais que importa a sonoridade ou se o nome está na moda. Mas, para distinguir uma pessoa das outras, para mostrar o caráter e a índole da pessoa. Por exemplo, “...Nabal, porque tal é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele...” (I Sm 25.25). “Em seguida saiu o seu irmão, com a mão agarrada no calcanhar de Esaú; razão pela qual foi chamado de Jacó...” (Gn 25.26).

Contudo, a mudança do “nome” significava assinalar um novo destino de vida. “Abrão” Pai elevado torna-se Abraão “Pai de uma multidão” (Gn 17.5). Jacó “suplantador” torna-se Israel “aquele que luta com Deus” (Gn 32.28). Nos tempos bíblicos ter o nome apagado, riscado é sinônimo de morte, repúdio ou desprezo, enquanto conhecer o nome de um individuo revela intimidade, comunhão e conhecimento do caráter de tal pessoa.

O Nome de Deus, portanto, revela sua natureza e seus atributos. Os nomes de Deus são veículos da revelação divina. Quando a Bíblia refere-se ao “nome de Deus”, ela está revelando o poder, a grandeza e a glória do Deus Todo-Poderoso, além de mostrar os atributos dele.

2) os nomes genéricos de Deus

“EL” – significa “Deus” ou “deus”. É o nome genérico para Deus. Tem  alguns nomes que terminam com el (Daniel, Misael, Ezequiel, etc) e,  nomes de anjos, como Gabriel e  Miguel que significa “quem é como Deus”.

“EL” significa que Deus é um “ser forte e poderoso”, ou “aquele que vai adiante de todas as coisas”. Resumindo, Deus é forte e o criador de todas as coisas. Esse nome aparece em face aos atributos de Deus, e aos aspectos de sua revelação: “El B´rit” – Deus da aliança (Gn 31.13); “El Olam” – Deus Eterno (Gn 21.33); “El Roi” Deus da vista, ou que vê (Gn 16.13). “El Eloe Yisrael” Deus, o Deus de Israel (Gn 33.20). “El Betel”, Deus de betel (Gn 31.13). 

“EL ELYON”. É O Deus altíssimo, possuidor dos céus e da terra, a quem Abraão pagou o dizimo de tudo “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que criou os céus e a terra” (Gn 14.20). “El Elyon” fala que Deus é alto e excelente, o Deus glorioso. Em Isaias lemos: “Subirei mais alto que as mais altas nuvens; tornar-me-ei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14).

“Elohim” é o nome mais usado no Antigo Testamento para expressar o conceito de divindade, aparece 2500 vezes. Usa-se Elohim como o nome do criador de todas as coisas “Bereshit bará Elohim” ou seja, “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O sufixo “im” apresenta um único Deus expresso em pluralidade.  A pluralidade da divindade é também evidente na criação, pois Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gm 1.26). Quando o Senhor estava para destruir a torre de Babel, ele disse: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda a linguagem do outro” (Gn 11.7)

3) Os nomes específicos de Deus

“El Shadday”

O nome hebraico “shadday” é derivado de “shadad” que significa “Deus da Montanha”, “Todo-Poderoso”, “Ser Poderoso”, “forte e potente”. É empregado 57 vezes no Antigo Testamento e na maioria das vezes aparece no livro de Jó (31 vezes). Nos lábios de Elifaz “...não despreze a disciplina do Todo-Poderoso” (Jó 5.17); nos lábios de Jó: “As flechas do Todo-Poderoso estão cravadas em mim...”(Jó 6.9). Nos lábios de Bildade: “...Será que o Todo-Poderoso torce o que é direito”? (Jó 8.3), etc. Mas, em Exôdo Deus disse a Moisés: Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó, como El Shaddai, mas pelo meu nome Yahweh não me fiz conhecido” (Ex 6.3). 


 “Adonay”

Nas versões normais todos os nomes genéricos terminados em El, traduz como Deus. Agora, quando é Adonay a tradução em nossas versões é Senhor, sendo que somente o S tem letra maiúscula e as demais é minúscula. No hebraico literalmente a tradução é “Senhor”, “mestre”, “dono”. É um nome que denota carinho e comunhão. Adonay expressa a soberania de Deus no universo, Senhor dos Senhores “Pois o Senhor, o seu Deus, é o Deus dos deuses e o soberano dos soberano, o grande Deus, poderoso e temível...”(Dt 10.17).

“YHWH”, ou YAWEH” aparece 5.300 vezes no AT

Moisés pastoreava o rebanho do seu sogro em Midiã. Certo dia estava próximo ao Monte Sinai e percebe uma cena diferente “uma sarça que não se consumia”. Então, ele se aproxima para ver o que era aquilo, de repente, saiu uma voz no meio da sarça: Moisés, Moises ...não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa” (Ex 3.5). Depois desse encontro, dessa experiencia, Moisés é comissionado para libertar os israelitas da escravidão; de inicio Moisés reluta, mas depois ele indaga ao Senhor qual era o seu nome, Deus responde: “Eu sou o que sou”. Esse nome produz um efeito impressionante de passado, presente e futuro ao mesmo tempo, indicando que Ele é o Senhor do tempo e da história, ou seja, o Eterno, o Imutável e o criador de todas as coisas. 

Conclusão: as manifestações de YAHWEH

Yahweh Jiré – O Senhor proverá – Gn 22

Em Genesis 22 Deus pediu que Abraão sacrificasse seu único filho, ou o filho da promessa, um filho pelo qual esperou 25 anos. Abraão, não titubeou, prontamente obedeceu ao Senhor. “Abraão levou em conta em que Deus pode ressuscitar os mortos” (Hb 11.19). O termo Jeová Jiré indica uma confiança inabalável na pessoa de Deus, provedor de todas as coisas. Quando Abraão ia baixar o cutelo Deus proveu o cordeiro para o sacrifício no lugar de Isaque. 

YAHWEH ROPHEKA – O SENHOR TEU MÉDICO

Se ouvires atentos a voz do SENHOR...nenhuma das enfermidades virá sobre ti... Pois eu sou Yahweh, aquele que te cura” (Ex 15.26). Deus não permitiria que nenhuma das enfermidades ou pragas que lançou sobre os egípcios chegasse sobre o seu povo.

YAHWEH SHALOM – O SENHOR É A MINHA PAZ. JZ 6.24

Deus se revela a Gideão como “O SENHOR é a paz”, no momento em que os israelitas estavam angustiados e vivendo em tribulação , servindo dos midianistas. A palavra Paz, denota muito mais do que ausência de guerra ou conflito, mas o significado básico para Shalom é harmonia, plenitude, firmeza, em estar e êxito em todas as áreas da vida. Jesus disse: “Deixo-vos a Paz, a minha Paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize” (Jo 16.27). 

YAHWEH RAAH – O SENHOR É O MEU PASTOR – SL 23

O SENHOR É O MEU PASTOR” (Sl 23.1). “Em verdes pastagens me faz repousar”, nele encontramos abrigo, segurança, paz e repouso. “Refrigera a minha alma” é a conversão de todo o ser, é a ovelha desgarrada que é trazida de volta. “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra e da morte”, em todos os momentos Deus está conosco, até mesmo nos lutos da vida. “Sei que a sua bondade e a felicidade me acompanharão todos os dias da minha vida”, todos os dias, sua bondade e felicidade nos acompanham. “E habitarei em seu casa, todos os dias’. 

YAHWEH TSIDKENU  - O SENHOR É A NOSSA JUSTIÇA  Jr 23.6

O Messias será um rei justo que haverá de julgar com justiça. Um dia virá para arrebatar a sua igreja e com justiça haverá de julgar todas as injustiças do mundo.

YAHWEH NISSI – O SENHOR É A MINHA BANDEIRA – Ex 17.16

Esse foi o nome usado por Moisés para comemorar a derrota dos amalequitas no deserto de Refidim. O nome de Deus foi exibido como uma bandeira de vitória. “Deus levantou sua bandeira de guerra e jurou, sobre seu trono, que o Eterno lutará contra os amalequitas...” (Ex 17.16).

YAHWEH SHAMMAH – O SENHOR ESTÁ ALI. EZ. 48.35.

O contexto do capitulo 48 fala da Jerusalém celestial restaurada em que a presença do Senhor estará para sempre conosco, será permanente e real. Mas, agora, o Senhor está conosco, neste momento: “Para onde irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face” (Sl 139). 

JEOVÁ SABAOTH – “Senhor dos Exércitos”. Essa expressão aparece 247 vezes no Antigo Testamento e apenas duas vezes no Novo Testamento. “Exércitos” se refere principalmente aos exércitos celestiais de anjos que servem ao Deus Todo Poderoso. O Salmo 24 menciona que Deus é “forte e poderoso...poderoso nas batalhas”.  O Senhor sempre foi o comandante supremo de todo o poder militar em Israel. Voce se lembra do que Davi disse a Golias: “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exercitos, o Deus dos Exercitos, a quem tens afrontado” (1 Sm 17.45). Em outras palavras, o segredo das vitórias de Israel nas batalhas sempre foi este: Seu comandante é muito bom!


terça-feira, 21 de junho de 2022

 O Deus trino Mt 3.13-17 

Introdução

Alguém disse: “Trindade é um absurdo matemático. Qualquer um que tenha feito pelo menos a primeira série do ensino fundamental certamente sabe que 1+1+1 NÃO É IGUAL A 1”. Mas uma pergunta: Será que Deus cabe numa conta de matemática? Muitos erros na igreja surgiram da tentativa de entender pela lógica Deus Pai, Deus Filho e Deus Espirito Santo. Assim, como é complexo tentar explicar que Jesus tem duas naturezas: uma divina e uma humana.

Alguns tentam ilustrar a trindade com conceitos terrenos, dando uma lógica ao Deus trino. Deus trino é como um bolo cortado em três fatias, mas apenas um bolo. Deus trino é como o ovo, que tem três elementos: a casca, a clara e a gema. Ou, Deus trino é como à água, que pode ser liquida, sólida e gasosa. Ou, o Deus trino é como uma pessoa que exerce diferentes papeis ao mesmo tempo, eu sou marido, pai e pastor. Sou tudo isso ao mesmo tempo e desempenho papéis diferentes. Então, para eles, Deus é criador, Deus é redentor e Deus é consolador.

Uma das principais heresias que a igreja enfrentou foi o Sabelianismo ou monarquianismo modalistico. Seus defensores ensinavam que Deus criou o mundo, depois despojou do papel de criador e assumiu a forma humana. Na ascensão, despojou desse papel e tornou-se o Espirito Santo. Como se Deus fosse um ator que se apresenta no palco, depois corre aos bastidores, muda as roupas e assume outro papel. Mas, Deus é Pai, Filho e Espirito Santo – plenamente, e ao mesmo tempo. Deus faz isso em perfeita unidade, enquanto as três naturezas permanecem distintas e funcionando separadas. 

Voce não entende esses conceitos? Nem eu. Deus não é semelhante a nada mais. Não se pode achar nada que se compara a Deus. Por isso que a exortação é: “Não terás outros deuses além de mim” (Ex 20.3). “...Nenhuma imagem de qualquer coisa no céu, na terra, ou nas aguas debaixo da terra” (Ex 20.4). Deus é o que é e pronto! Ele não precisava nos criar, nos amar, revelar-se a nós, morrer por nós. Não precisava fazer nada por nós. O fato de fazer todas essas coisas é puramente “para louvor da sua gloriosa graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado” (Ef 1.6).

 Felizmente, Deus usa ilustrações para se revelar a nós. Os conceitos de Pai, Filho e Espirito Santo são palavras dele, e revelam aspectos do Deus trino. Jesus não é filho no mesmo sentido de uma família humana. Mas, a figura de filiação fala muito sobre o relacionamento entre Pai e o Filho. João Calvino descreve a figura de Deus com o tipo de linguagem que utilizamos com um bebê. O pequenino, ainda não entende a linguagem, por isso fazemos sons, para servirem de modelo em seus primeiros esforços para aprender a falar. Deus se descreve como metáforas: Pai, uma águia, um pastor, uma rocha, um rei  - tais figuras são ideias que podemos entender. Mas, quando Moisés perguntou o nome de Deus, o nome dado foi: “Eu sou o que sou” (Ex 3.14). 


1)     Deus é um ser pessoal, Deus é espirito e Deus é um.

Deus é pessoal. Albert Einstein admitiu a existência de uma força cósmica no universo, mas conclui que ela é incognoscível “Deus não joga dados”. Ele estava lamentavelmente enganado. Deus é cognoscível (é conhecível), pois ele disse: Buscar-me-ei e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13). O apostolo Pedro disse aos crentes: “Crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).

Deus é pessoal e Deus é espírito. Jesus disse para a mulher samaritana: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). O que significa “espírito”? Deus é imaterial. Ele não é ampliável, ou divisível, ou composto, ou visível, ou tangível. Não tem volume nem forma. Embora Deus não seja material, a Bíblia o descreve de uma forma material: “São os olhos do Senhor, que percorrem toda a terra” (Zc 4.10). “Acaso, se encolheu tanto a minha mão, que já não pode remir” (Is 50.2). Isso é antropomorfismo (antropo = homem e morfés = forma), que é uma forma, uma linguagem para que possamos entende-lo. 

Deus é pessoal, Deus é espírito e Deus é uno. Há um, somente um, Deus verdadeiro não muitos. Moisés deixou isso claro ao dizer: “Ouve, Israel, o Senhor, Nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4). Deus disse: “Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6). Deus é um Deus zeloso (Ex 20.5), o que significa que somente ele deve ser adorado. Jesus citou o principal mandamento: “Ouve, Ó Israel, o Senhor, Nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu entendimento e de toda a sua força”. É um compromisso absoluto. Jesus alegava ser esse mesmo Deus.

 O apostolo Paulo enfatizou a unicidade de Deus: “Não há senão um só Deus. Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pela qual são todas as coisas, e nós também, por ele” (1 Co 8.4-6). Ou seja, recebemos todas as coisas do Pai como de Cristo. Como isso pode ser assim? Porque, em essência, eles são um e a mesma pessoa. Deus é um.

2)     Deus trino no Antigo Testamento

Desde o principio da Bíblia, já dá para suspeitar de algo, porque as formas singular e plural da palavra hebraica para Deus às vezes aparecem juntas. Deus é plural – Elohim -, Deus é singular – El-. A palavra usada no hebraico para “deus” é ELOHIM (plural) e não EL (singular). O texto diz literalmente “No principio, criou Deus (es) os céus e a terra” (Gn 1.1). O sufixo plural “Im” apresenta um único Deus expresso com uma pluralidade. 

A pluralidade da divindade é também evidente na criação, pois Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gm 1.26). Quando o Senhor estava para destruir a torre de Babel, ele disse: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda a linguagem do outro” (Gn 11.7). Agora, no Salmo temos uma Deus Pai falando ao Deus filho: “O teu trono, ó Deus, é para todo sempre... por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros” (Sl 45.6.7).

O próprio Jesus e o livro de Hebreus citaram o Salmo 110.1 como indicador da divindade de Cristo: “Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”. Em Genesis 19, lemos: “Então, fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra” (v.24). Aqui, temos a presença do Anjo do Senhor, ou chamado de Anjo de Jeová, Adonai ou Elohim. Ele reivindica a autoridade divina para si, exerce as prerrogativas divinas e recebe reverencia divina. 


3)     Deus trino no Novo Testamento.

O evangelho de Lucas revela que todos os membros do Deus trino estavam envolvidos na encarnação de Cristo. “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altissimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo há de nascer será chamado filho de Deus” (Lc 1.35).

Vemos, também, o Deus trino no batismo de Jesus: “Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré e foi batizado por João no Jordão. E logo que saiu da água, Jesus viu os céus se abrirem, e o Espírito Santo descendo como pomba sobre ele. E uma voz disse dos céus: Tu és o meu filho amado; em ti me agrado” (Mc 1.9-11).  A expressão “O Espírito descendo como pomba” é uma equivalência do que aconteceu em Genesis 1.2 que diz o Espírito de Deus pairava sobra a face do abismo; o verbo no hebraico significa “bater asas”. O Espírito Santo sobrevoava a face das aguas .  Há três participantes na criação do mundo: Deus, O Espírito Santo e a Palavra de Deus... 

Portanto, quando Jesus saiu da água, o Pai o envolveu e o cobriu com palavras de amor: “Tú es o meu filho amado; em ti me agrado”. Nesse mesmo instante, o Espírito o revestiu de poder. Segundo a Bíblia, o Pai, o Filho e o Espirito Santo glorificam um ao outro. Jesus disse na sua oração intercessória: “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra da qual me encarregaste. Agora, pois, glorifica-me, ó Pai; junto de ti mesmo com a glória que eu tinha consigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.4-5). Há três participantes no batismo de João: O Pai, que é a voz; o Filho, que é a Palavra; e o Espirito Santo descendo como pomba.

Nós temos cerca de 200 passagens nos evangelhos nas quais Jesus afirma sua divindade, vejam algumas: “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18). “Jesus disse a mulher: perdoados são os teus pecados. Os que estavam ali com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é esse que até perdoa pecados” (Lc 7.48,49). “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58). “No principio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus” (Jo 1.1).

Vemos também passagens que ressaltam a divindade do Espírito Santo: “Não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós” (Mt 10.20). “Quando, porém, vier o consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim” (Jo 15.26). “Disse Pedro: Ananias, porque encheu Satanas teu coração, para que mentisses ao Espirito Santo. Não mentistes aos homens, mas a Deus” (Atos 5.3,4). “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós” (1 Co 6.19).

Conclusão: o que o Deus trino faz?

O Deus Pai assume para si três tarefas: a criação do universo e o governo de todas as coisas no universo. Autoria do plano da salvação eterna “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho ao mundo....”(Jo 3.16). E, a graça constante sobre os salvos, bondade, amor, misericórdia, etc.

O Filho assume a tarefa da redenção, abrindo mão de sua glória para se tornar homem; sofrer morrer no lugar daqueles que merecem morrer; ressuscitar vitorioso dentre os mortos, ascender ao céu e enviar o Espírito Santo.

O Espírito Santo atrai os pecadores para Deus “convencendo do pecado, da justiça e do juízo”; aplica a santidade de Cristo àqueles que creem e nos guia a maturidade cristã e nos conforta na tristeza e fala por nós diante de Deus Pai. 


terça-feira, 14 de junho de 2022

 Orando no Espírito Ef 6:10-18 

Introdução: O fato de sermos cristãos significa que estamos inevitavelmente envolvidos numa luta espiritual. E, o Novo Testamento, dá a impressão de que, visto que somos cristãos, devemos esperar ataque contra nós de um modo que nunca conhecemos ou percebemos antes. É-nos dito em Efesios que temos que lutar contra “principados e potestades nas regiões celestiais”. Então, o viver cristão diário é uma luta constante, uma batalha renhida, por isso que não devemos desfalecer.

1)    “Orando em todo o tempo”

Quando o apostolo Paulo escreveu sobre a armadura, ele tinha em mente o soldado romano, e tomou as várias peças da armadura. Mencionou o cinto, a couraça, as sandálias, o escudo, o capacete e a espada. Parafraseando: “TOMEM ESTAS VÁRIAS PARTES DA ARMADURA E VISTAM-NAS, VISTAM-NAS CUIDADOSAMENTE, E FAÇAM USO DELAS DA MANEIRA DESCRITA...PORÉM, EM ACRÉSCIMO A TUDO ISSO, SEMPRE, EM TODO O TEMPO E EM TODAS AS CIRCUNSTANCIAS, CONTINUEM ORANDO”. Veste a armadura de Deus. Veste cada peça em oração.

Por que? Cada peça, isoladamente, por excelente que seja, não nos será suficiente e não terá proveito para nós, a não ser que sempre e o tempo todo estejamos em viva relação com Deus, dele recebendo força e poder. “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”

“Tendo cingido os lombos com a verdade”: é a salvação que temos em Cristo Jesus, é a certeza da salvação(Jo 5.24). “A couraça da justiça”: é a justificação pela fé (Rm 8.1-2). “Calçados os pés na preparação do evangelho da paz”: é caminhar, andando, todos os dias, levando a semente do evangelho ao perdido (Mt 28.19-20). “O capacete da salvação”: é a certeza, é a convicção, é a mente, é a razão que Deus nos deu para usar em instrumento para o reino. “O escudo da fé”: nos defende dos dardos inflamados do maligno, ou seja, pensamentos, duvidas, desanimo, contendas, etc. E, a “espada do Espírito”: a palavra de Deus.  

De acordo com o apostolo Paulo, mesmo tendo todas estas coisas, podemos falhar e ser derrotados completamente. Tendo vestido cuidadosa e completamente cada uma das peças da armadura, não podemos esquecer da injunção: “ORANDO EM TODO O TEMPO”. Pois, conhecemos cristãos que conhecem bem a teologia da Bíblia, porém não acreditam em reuniões de oração, que parecem não ver a total e absoluta necessidade de “ORAR SEMPRE”, “O TEMPO TODO”. 

 Em 2 Co 3.6, lemos: “Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não de letra, mas do Espírito; PORQUANTO A LETRA MATA, MAS O ESPÍRITO VIVIFICA”. Em Efésios 6:10, encontramos essa exortação: “fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder”. Portanto, NUNCA PODEMOS ESQUECER QUE NA VIDA CRISTÃ A ORAÇÃO É ESSENCIAL.

Veja o exemplo de Jesus. Ele era filho de Deus, sem pecado algum. Possuía um conhecimento maravilhoso; e, todavia, notem a frequência com que ele se isolava para orar a Deus. Ele costumava passar a noite inteira em oração, costumava levantar-se muito antes do alvorecer, a fim de orar a Deus e manter esta comunhão. E por isso não é surpreendente que ele ensinasse os seus discípulos “sobre o dever de orar, e nunca desfalecer” (Lc 18.1). “Jesus teve completa vitória, Porque sempre viveu em oração, Muitos santos chegaram a glória, Sob o manto da doce oração” (hino 294 HC)

PERGUNTA. Qual o lugar da oração em sua vida? Que proeminência tem a oração em nossas vidas? Acaso compreendemos que sem ela ficamos desanimados? A NOSSA POSIÇÃO FUNDAMENTAL COMO CRISTÃO É PROVADA PELO CARÁTER DA NOSSA VIDA EM ORAÇÃO. A oração é mais importante que conhecimento e entendimento. Se todo o meu conhecimento não me leva à oração, há algo de errado nalgum lugar.

2)    Oração:  "Orando em todo o tempo com toda oração e suplica no Espírito, e vigiando nisto com toda perseverança e súplica” (v.18)

Oração é um termo geral, e o apostolo subdivide em duas partes – em primeiro lugar – “toda oração”, e, em segundo lugar, “súplica”. O que entendemos é que devemos orar com todas as formas ou espécies de oração. Devemos orar em particular, devemos orar em público. “TODA ORAÇÃO”. Existe oração secreta ou reservada (Mt 6.6). Há também a oração pública (2 Cro 20.5-6), a oração da igreja (Atos 2, 4), a oração em comum, a oração que fazemos juntos.

No entanto, há outra espécie de oração. Às vezes se faz oração com palavras – oração oral! Mas, pode-se orar sem de fato proferir palavras; a oração pode ser impronunciada. Paulo diz: entregue-se a todos os tipos de oração. As vezes estamos andando pela rua, pode vir a tentação, e começamos a orar em pensamento, em seu coração e em seu espírito. 

 Há outro tipo de oração que pode ser igualmente proveitosa. Às vezes é apenas uma exclamação, às vezes um gemido, um brado do coração: “O mesmo Espírito intercede por nós”, diz Paulo, “com gemidos inexprimíveis”. São os nossos gemidos. O Espírito não precisa gemer; nós é que gememos. E às vezes essa é toda a oração que fazemos; apenas um suspiro, apenas um gemido , um “Oh!” Leiam as orações de gente como Isaias “Oh, se fendesse os céus...” (Is 64.1).

     3)    Súplica

Refere-se àquela parte bem definida da oração que chamamos “petição”; é oração referente a pedidos e desejos especiais. Devemos dedicar-nos à oração em geral, em todas as suas formas e tipos – adoração, serviço, louvor e ação de graças. Mas depois passar aos “pedidos”. Paulo faz isso quando escreve aos filipenses, onde ele diz: “Não estejais inquieto por coisa alguma, antes as vossas petições sejam conhecidas diante de Deus pela oração e suplica, com ação de graças” (Fl 4.6). 


        “...No Espírito”

“Orando em todo o tempo com toda oração e suplica no Espírito”. Em Efesios capitulo 2.18: “Pois por meio dele tanto nós como vós temos pleno acesso ao Pai por um só Espírito”. Em Romanos 8.26: “Do mesmo modo o Espírito nos auxilia em nossa fraqueza, porque não sabemos como orar, no entanto, o próprio Espírito intercede por nós com gemidos impossíveis de serem expressos por meio de palavras”. Em Filipenses 3.3: “A circuncisão somos nós, que servimos a Deus em Espírito”, ou pelo Espírito. “E nos gloriamos em Cristo Jesus e não confiamos na carne”. Diferentemente dos judeus ou judaizantes, adoramos a Deus “em Espírito”.

Em Judas 20,21, lemos: “Mas, vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia do nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna”  

Por que orar no Espírito? Orar de várias maneiras, oração secreta, oração pública, oração audível ou inaudível, de pé, de joelhos ou em qualquer posição, não é fundamentalmente o elemento vital da oração. Naturalmente, essas coisas tem o seu lugar, acima de tudo, toda a oração deve ser “no Espírito”.

 Portanto, “vãs repetições” não é oração. Muito falarem! Os fariseus pensavam que por isso seriam ouvidos. Ele julgavam uma oração pelo seu cumprimento e pela sua publicidade. PODEMOS ORAR POR MERO HÁBITO, OU COSTUME, simplesmente porque acreditamos que é certo dizer as nossas orações de manhã e à noite. Mas muitas vezes isso não é orar! A VERDADEIRA ORAÇÃO É FEITA “NO ESPÍRITO”.

O Espírito Santo dirige a oração, cria a oração dentro de nós, e nos capacita a elevá-la a Deus. “Não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós”. Ele faz isso em nós, cria petições em nós, Ele ordena a nossa mente, Ele nos dá a oração, Ele a dirige, Ele a reveste de poder. 

Conclusão:

“Orai sem cessar”, diz ele aos tessalonicenses. “Orando em todo o tempo”. Não somente quando as coisas não vão bem, mas em “todo o tempo”, é um hábito, é uma disciplina cristã. Vigiando sempre! Não caia no sono, fique acordado, esteja bem atento, esteja vigilante, nunca seja negligente a oração, ponha mãos à obra. Faça isto : vigiando nisto com toda perseverança..., nunca desista e nunca cesse de orar. 


 

terça-feira, 7 de junho de 2022

 Graça e posteridade – Rute 4.13-22 

Introdução

A família é uma instituição divina. Deus formou o homem e a mulher para serem uma carne somente e para que tivessem filhos. A família é um laço de sangue, de DNA, de temperamentos, de rostos parecidos (ora com o pai, ora com a mãe), ou como os avós. Todos nós temos uma arvore genealógica. Talvez você seja descendente de um escritor, de um imperador (família Bragança), de um general, ou até mesmo de serial killer. Neste ultimo comentário de Rute, veremos como o Senhor dirige todas as coisas, até mesmo nossa arvore genealógica.

1)  Considere Noemi

Saiu de Belém cheia de Bens e cheia de rebelião. Foi com o marido para uma terra pagã tentar a vida. Por lá perdeu tudo; inclusive marido e filhos. Voltou vazia e amarga, ou melhor, voltou com Rute, mas era incapaz de perceber o bem que tinha ao seu lado. Ela, que começou vazia e amarga, termina uma nova mulher, cuidando de um bebê, seu descendente.  Agora, sua velhice estará protegida por Boaz, por Rute e por Obede (seu neto). 

Em 1 Timoteo 5.3-4, fala da responsabilidade que a família tem de cuidar das viúvas, em particular as idosas: “Mas se uma viúva tem filhos ou netos, que estes... cuidando de sua própria família e retribuindo o bem recebido de seus pais e avós...”. O Salmo 146.9 nos lembra de que “O Senhor guarda o peregrino, ampara o órfão e a viúva”. O Senhor é soberano na vida de Noemi. Se não tivesse perdido os dois filhos, não teria conhecido a benção de voltar e a benção de ter Rute cuidando dela, alguém melhor que sete filhos.

Deus não é distante que cuida apenas das coisas grandes. Às vezes vemos pessoas serem reprimidas por orar acerca de coisas aparentemente pequenas. Contudo, Deus cuida de gente simples buscando espigas nos cantos de plantações em Belém de Efrata bem como mantém o planeta em órbita. Ele cuida de coisas pequenas como uma simples viúva de coração amargo. O Senhor vai em busca do seu povo. Como na parábola da ovelha perdida, ele busca os seus. Caso de Noemi, literal e fisicamente. Ele a trouxe de volta e colocou seu coração no eixo.  

 Ela está amarga aqui no final? Não mais. Ela foi resgatada da situação difícil. O Senhor fere, o Senhor sara as feridas. Mais do que isso: ela foi resgatada de seu estado espiritual deplorável. Ela agora é reconhecida como avó, carrega o neto, pelo jeito, para cima e para baixo. “O Senhor fez coisas grandiosas por este povo. Sim, coisas grandiosas fez o Senhor por nós, por isso estamos alegres” (Sl 126.3).

2)  Considere Rute

Começou fora da família do pacto, vivendo no paganismo e longe do Deus verdadeiro. Uma família de Belém foi parar em sua terra, por causa da falta de fé de Elimeleque. Rute casou-se com Malom, porém, antes de ter filhos, ficou viúva. Deus abriu o coração de Rute para que cresse, se tornando uma verdadeira israelita de fé. Rute foi com a sua sogra para Belém, deixando família e queimando pontes atrás de si. Ficou por um tempo assim, como viúva, pobre e forasteira na terra de Judá. 

ortanto, Deus utilizou uma fome em Belém, o pecado de Elimeleque e a morte de Malom para atrair Rute para Belém e para si mesmo, para casar-se com Boaz e ser parte da linhagem de Davi. A história poderia ser diferente: outra jovem moabita poderia ter conhecido Malom.  Rute poderia ter sido Orfa (que voltou para Moabe). Rute poderia ter ido colher espigas no qualquer de outro israelita. Pela soberania, ela termina casada com um homem piedoso, com um filho dado pelo Senhor. Agora, ela tem um filho. QUEM IMAGINARIA TAL NASCIMENTO? Um solteirão belemita e uma jovem viúva moabita tendo um filho juntos.

3)  Considere Boaz

Um homem rico, mas sem esposa. Ele termina casado com uma mulher virtuosa, com um filho e com o nome na história da redenção humana. Vejam a arvore genealógica de Boaz, descrita por Mateus 1: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou Isaque; Isaque gerou a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos; Judá gerou de Tamar a Perez e a Zera; Perez gerou a Esrom, a Arão. Arão gerou Aminadabe, a Nassom; Nassom, a Salmom; Salmon gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé; Jessé gerou o rei Davi, a Salomão, da que fora mulher de Urias”. 

 Note quem era mãe de Boaz: Raabe! Aquela que escondera os espias em Jericó (Js 2). Aquela prostituta pagã. Quem creu e foi salva por Yahweh. Raabe se casou com um israelita chamado Salmon. E o que dizer de Abraão? Duas vezes mentiu a respeito de sua esposa, colocando-a em risco. E, Jacó? Enganoso seu irmão Esaú, era mentiroso! Judá, filho de Jacó era um homem violento que, pelo visto, tinha o hábito de dormir com prostitutas. E, Tamar que se vestiu de prostituta para enganar Judá? E, Davi que cometeu adultério com Bate-Seba. E Salomão que teve quase mil mulheres? E, para finalizar, Rute, uma moabita, uma estrangeira, pagã, com toda carga histórica e cultural envolvida nisso!

Por que o Senhor Jesus iria escolher uma família como esta? Um bando de impuros. Um grupo de imorais, de enganadores, de tolos, de pecadores? Diferente de nós, ele escolheu a família em que nascer! Por causa do pecado, não existe família desprovida de pecado. Todas são manchadas. Além disso, serve para vermos que a Biblia não é um livro de como ser bom para agradar a Deus, de como ter mérito para ser aceito. Deus sabe muito bem que não há um justo, nem um sequer.

Alguém que acredita que o passado de uma pessoa não pode ser alterado diante do poder de Deus? Que o Senhor opera em gente quebrada? Que o Senhor pega pecadores vis e os deixa mais alvos que a neve? Como diz o profeta: “Embora o seu pecado seja vermelho como o carmesim, ele se tornará branco como a neve, embora seja rubro como a purpura, como a lã se tornará” (Is 1.18).

Agora, se você não acredita no evangelho. Se não acredita que uma mulher de passado pagão e promiscuo pode se tornar verdadeiramente uma mulher virtuosa, talvez você ainda não tenha entendido bem o que a Biblia chama de boas novas de salvação. Se você não acredita que Deus pode pegar um mentiroso como Jacó e transformá-lo em Israel, talvez você não tenha entendido o evangelho de Jesus Cristo. JESUS VEIO EM CARNE PARA QUE O EVANGELHO SE ENCARNASSE EM NOSSA NATUREZA PECAMINOSA

Talvez você se pergunte por que o Senhor permitiu que você vivesse em pecado e andasse longe dele e o converteu somente agora, depois de ter feito tanta bobagem. Talvez seja para que você possa ser útil em cuidar de outras pessoas quebradas, como você estava sem Cristo. Ajudando seus filhos a crescer sabendo exponencialmente que pessoas quebradas podem ser refeitas e ser benção.

4)  Soberania divina

Sem fome não haveria imigração para Moabe, sem imigração não haveria Rute sendo atraída para o Deus de Israel. Sem Rute não haveria casamento com Boaz, sem este casamento não haveria Obede, não haveria Davi.  DEUS ESTÁ AGINDO! Parece, de nosso ponto de vista, que a vida é cheia de pontas soltas, que muita coisa não faz sentido. Mas , há frutos que aparecem bem depois. 

Será que nós como seres bidimensionais conseguimos entender o tridimensional? Deus é capaz de ver todas as coisas. Ele sabe passado, presente e futuro, ele não é limitado pelo tempo. Precisamos lembrar que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito.

Pense no nome de seus pais. Agora no nome de seus avós. São quatro pessoas. Você sabe o nome de seus bisavós? E dos pais deles? Estamos falando de dezesseis pessoas? E dos pais desses dezesseis? Já são trinta e dois nomes a mais. E se for subindo na arvore genealógica, esse numero cresce assustadoramente. Depois de trinta e dois, são sessenta e quatro, depois centro e vinte e oito....uma nuvem de antepassados, nossos antecedentes.  Os nomes dos meus antepassados são: Agostinho Sabbion e Giovanna Massi (tataravós); Attilio Giuseppe Sabbion (1891) e Candida Marconatta (bisavós); João Sabbion e Philomenna Bistaffa Sabbion; por fim, Luiza Antonia Sabion e Pedro Vicente Pereira (pais)...

Apesar das guerras; das pestes: bubônica, varíola, caxumba, gripe espanhosa, coronavirus; com todos os acidentes e desatres naturais, nenhuma dessas pessoas morreu na infância. Você é a prova disso. Se qualquer um desses tivesse morrido na infância, não existiria você. Deus vem planejando sua história por gerações. Você é parte de um plano magnânimo.

Conclusão:

Deus age ordinariamente para com o seu povo. Em Rute não vemos mar se abrindo, multiplicação de pães, aparições angelicais. Não! Em Rute Deus cuida de seu povo todos os dias. Abrindo espaço para ela trabalhar. Fazendo com vá ao campo certo. Protegendo sua integridade física. Direcionando o encontro com Boaz. Moldando os corações e ações de todos os envolvidos. 


Bibliografia: As boas Novas em Rute - Emilio Garofalo Neto - Editora Monergismo
Comentário de Rute - Hernandes dias Lopes - editora Hagnos
Biblia Nova Versão Internacional
Biblia King James
Biblia A Mensagem - Eugene Petersen