terça-feira, 26 de abril de 2022

 A espada do Espírito – Efésios 6.10-17

Introdução

“Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder!”. Uma ordem, está na forma imperativa. Depois “revesti-vos de toda armadura de Deus”. Portanto, primeiro, temos que nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder; depois, tomai toda armadura de Deus. Para quê? “Poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo”. Temos duas coisas importantes no combate cristão: fortalecer no Senhor e se revestir de toda armadura de Deus.

1)     A espada do Espírito

A espada do Espírito difere de todas as outras peças em três aspectos principais. Primeiro, todas as outras armas examinadas dão proteção ao corpo como um todo ou a partes particulares do corpo (a couraça protege o abdome do soldado, o capacete protege a cabeça, as sandálias protegem os pés). Mas não é o que se dá com a espada do Espírito.

Segundo a espada do Espírito é uma arma defensiva. É defensiva no sentido de que mantém afastado o inimigo como um todo, antes que algum aspecto particular do seu ataque ou de algum método particular do seu ataque. Portanto, a espada do Espírito nos ajuda a manter afastado o inimigo, em vez de alguma ação particular da parte dele.

Terceiro, a espada do Espírito é “defensiva”, mas também uma arma “ofensiva”. Isto constitui a sua singularidade, sua importância. Não havia nenhum elemento do caráter ofensivo em nenhuma das outras cinco partes de toda armadura, porém aqui há. A espada do Espírito serve a um duplo proposito, defensivo e ofensivo. É algo com que não somente podemos repelir o inimigo, mas também ataca-lo. 

Isso lança uma luz sobre a exortação de Tiago: “Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês” (Tg 4.7). Então, o apostolo está dizendo que não devemos apenas repelir o inimigo, ou resistir a ele e aos seus nefandos ataques num sentindo negativo. O inimigo tem que ser vencido e tem que ser obrigado a bater em retirada.

O diabo é engenhoso, é astuto e tende a atemorizar o cristão. Produzindo em nós um espírito covarde e um sentimento de desesperança. E se ele consegue fazer isso conosco, já estamos derrotados. 

Contudo, embora ele seja tão grande e poderoso, e embora tudo o que temos visto a respeito dele e suas forças seja real, não é uma batalha perdida. O diabo para o mundo é motivo de zombaria, de escárnio e até mesmo de incredulidade. Também vemos em muitas igrejas, pessoas subestimando o poder e a sagacidade de Satanás. Lembrem-se das advertências do apostolo Pedro: “Não devemos difamar autoridades superiores”, não devemos “fazer acusação injuriosa contra o diabo” (2 Pe 2.12). De um lado, sobriedade, sabendo onde estamos pisando, do outro lado, não nos atemoriza “Porque maior é que está conosco...”(2 Rs 6.16). 

2)     A espada do Espirito que é a Palavra de Deus

“Usem a espada do Espirito que é a Palavra de Deus”. O Senhor Jesus foi tentado pelo diabo no deserto, durante quarenta dias e quarenta noites. Primeiro, ele foi batizado por João Batista no Jordão, e quando saiu da água o Espirito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba. Ele ficou cheio do Espirito Santo. Agora, notem o que vem a seguir: “Então foi conduzido Jesus pelo Espirito ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1).

No deserto Jesus foi tentado pelo diabo e resistiu bravamente às tentações do diabo. “Se és filho de Deus faça essas pedras transformar em pães”. Jesus respondeu “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem mais de toda Palavra que procede da boca de Deus”. Ele citou as escrituras, ele citou a Palavra de Deus. A arma utilizada pelo Nosso Senhor foi a Palavra de Deus. E eu e você devemos combater o diabo e todos os seus poderes com a mesma arma “a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus”. 

Então, surge uma pergunta: “Por que as Escrituras são descritas dessa maneira e definidas como a espada providenciada pelo Espírito?” Porque a palavra de Deus vem do próprio Deus. Foi o Espirito Santo que inspirou os homens que a escreveram; assim, ela é “a espada do Espírito”. Paulo consubstancia: “Toda escritura é inspirada por Deus...” (2 Tm 3.16), Toda escritura é soprada por Deus. “Toda escritura”, ou seja, “cada um dos textos”, incluindo cada palavra dos originais em hebraico, aramaico e grego. A palavra inspirada vem de um termo único que aparece apenas uma vez no Novo Testamento. O adjetivo grego “Theopneustos” é uma palavra composta por “Theos” – Deus, e “pneustos” espírito ou folego.

 Pastor Billy Graham, afirmou: “Pai vou aceitar esse livro como a tua Palavra – pela fé! Permitirei que a fé ultrapasse minhas duvidas e meus questionamentos intelectuais, e acreditarei neste livro como sua palavra inspirada”.

O apostolo Pedro, semelhante, testifica da inspiração das Escrituras, primeiro ele a compara como uma candeia num lugar escuro: “Assim, temos ainda mais firme a palavra dos profetas, e vocês farão bem se a ela prestarem atenção, como a uma candeia que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em seus corações”. Em seguida, testifica da sua inspiração: “Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espirito Santo”. Ou seja, o apostolo está nos dizendo que nenhuma profecia do Velho Testamento, não é opinião privada de profeta, não representa o seu entendimento ou sua interpretação dos tempos e do futuro. 

Mas, afirma o apostolo Pedro: “A profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum” – aliás o homem é finito e não tem capacidade para produzir isto -, “mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espirito Santo”. Imagina pegarmos 40 homens e distribuirmos cada um em parte do mundo para escrever o que quisessem, depois juntarmos esses homens para analisarmos escrito por escrito. Veríamos todos os tipos de assuntos, todos os tipos de conteúdos, etc.

Então, as escrituras é a “espada do espírito”. O Espirito Santo a produziu. Ele deu a revelação a homens escolhidos. Ele os guiou no registro da revelação. Portanto, a Bíblia  não é mero documento humano, palavra humana. É verdadeiramente a palavra soprada, inspirada por Deus – “Theopneustos”.

3)     Discernimento

Somente o Espírito Santo nos capacita a entender esta Palavra. Uma das claras afirmações neste sentido acha-se em 1 Co 2.12: “Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espirito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente”.  Depois que o acontece?

 “...Olho nenhum viu, ouvindo o nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam, mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus”. (1 Co 2.9-10). E mais: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente ...o que é espiritual discernem bem tudo, e ele de ninguém é discernido. É unicamente o Espírito que nos habilita a entender e receber esta Palavra.

Portanto, a relação entre Espírito e a Palavra é da maior importância. Contudo, a tendência geral é sempre dar ênfase exclusivamente a um ou ao outro lado. Há alguns que dizem que, tendo a iluminação do Espírito, você não tem nenhuma necessidade da Palavra. Mas, existe a outra tendência, de desacreditar o Espirito e dizer que, desde que tenhamos a Bíblia aberta e a Palavra de Deus diante de nós, não precisaremos de mais nada. Assim o Espírito é esquecido, e temos um conhecimento intelectual e mecânico, que não capacita ninguém a pelejar no combate contra o diabo, os principados e potestades. 


Conclusão: Usando a espada do Espírito

“Eis que se levantou um certo doutor da lei” – um homem inteligente, instruído, um perito na lei judaica – tentando e dizendo: mestre que farei para herdar a vida eterna?” certamente o doutor esperava que Jesus lhe desse uma opinão pessoal. Mas o Senhor replicou-lhe perguntando: “Que está escrito na lei?” ou “Como você a lê?” (Lc 10.25-26). Noutras palavras, ele tomou a espada do Espirito, que é a Palavra de Deus.

Vejam o exemplo de Paulo em Tessalonica enfrentando a oposição dos judeus “disputou com eles sobre as escrituras, expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos. É este Jesus, que vos anuncio, é o Cristo”. Diante da pregação de Paulo, nos diz o texto: “alguns judeus foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas, bem como muitos gregos tementes a Deus, e não poucas mulheres de alta posição” (Atos 17.4).

E o que dizer de Martinho Lutero? Preso nas trevas pelo diabo, ele tentava salvar-se pelas obras. Jejuava, suava, orava intensamente; e, contudo, sentia-se miserável. Mas ele foi libertado pela Palavra de Deus, quando se deparou com o texto de Romanos 1.17: “O justo viverá pela fé”. 


terça-feira, 19 de abril de 2022

 O capacete da salvação – Efésios 6-10-17 


Introdução: Estamos numa guerra, em um confronto militar intenso. Na guerra temos dois conceitos: estratégia e tática de guerra. A estratégia da guerra é feita pelo general do exército, organizando a infantaria, flecheiros, cavaleiros, etc. Mas, a tática de guerra, ocorre no lugar do combate, por exemplo, se o local é um vale, ou um campo aberto, ou em meio a floresta... tudo que diz respeito ao local, tem haver com a tática da guerra. E, temos que vigiar porque o diabo ele é um grande estrategista de guerra, tanto no sentido geral da guerra, como também no sentido onde a guerra vai acontecer; ele conhece todos os buracos, todos os morros, cavernas, planícies, etc. Nenhum lugar é desprezado pelo adversário. Três coisas sobre o adversário: são poderosos, dominadores deste mundo (Jo 5.19); são malignos, odeiam a luz; são astutos, tem estratégia que é uma junção de sagacidade com engano engenhoso.

1)     O capacete da salvação

Vimos que o soldado tem seis peças, três peças vestidas em seu corpo e três peças usadas por ele no combate, em atividade. Primeiro, “vestindo com o cinto da verdade”, depois, “vestindo a couraça da justiça”, por fim,  “vestindo as sandálias do evangelho da paz”. Depois, o apostolo diz: “além disso”, ou “sobretudo”, “usem o escudo da fé” para apagar todos os dardos inflamados do maligno. E “usem o capacete da salvação”. Aqui, percebe-se, que todas as partes do corpo tinham que ser protegidas e cobertas. 

O capacete utilizado pelo soldado romano era uma espécie de quepe, feito de couro; mas esse couro tinha sido fortalecido, adornado, com placas ou pedaços de metal para dar-lhe proteção. Por cima de tudo vinha uma espécie de pluma, cujo principal proposito era a ornamentação. Então, quando o soldado romano sabia que o inimigo se aproximava, pegava o seu escudo, punha seu capacete, e então empunhava a sua espada e corria para a batalha. 

A aplicação espiritual do capacete é evidente, o apostolo Paulo está chamando a atenção para a cabeça, para a mente, para o cérebro, para o entendimento, o pensamento do cristão. Enquanto que a couraça está ligada aos sentimentos, desejos vontades; enquanto que o cinto é o apego à verdade; enquanto que as sandálias é firmeza, resolução. O capacete da salvação está relacionado a nossa atitude diante da vida cristã.

2)     Tomai o capacete...

Quando olhamos para a epistola aos hebreus, sabemos que eles haviam sido moldados na fé de Moisés; depois ouviram a mensagem cristã, a mensagem da cruz “que é loucura para os gregos e escândalo para os judeus”, nela creram e confessaram sua fé em Cristo Jesus. Tornando-se membros do corpo de Cristo. No começo era uma fé vivida, auspiciosa, contagiante, toda comunidade fora tocada pela fé deles. 

Todavia, com o passar dos anos, eles se viram perseguidos pelos judeus, que os consideravam traidores da sua longa história. Lemos que “Algumas vezes foram expostos a insultos e tribulações...voces compadeceram dos que estavam na prisão e aceitaram alegremente o confisco dos próprios bens...”(Hb 10.33-34). O resultado fora que alguns cristãos hebreus tinham ficado completamente desanimados, e  alguns começaram a olhar de novo para a velha religião, e estavam perguntando a si mesmos se não tinham sido precipitados em assumir a fé cristã! Eles estavam começando a pensar, e a perguntar-se diante de tanta injustiça e perseguição que vinham sofrendo... Diante dessa situação que temos que colocar o “capacete da salvação”. 

Na segunda epístola do apostolo Pedro, o apostolo responde aos escarnecedores que vinham à igreja primitiva e indagavam: “O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua desde o principio da criação” (2 Pe 3.4). Ou seja, vocês cristãos, que afirmam que Jesus vai voltar, cadê a sua vinda? Tudo permanece como sempre, desde a fundação do mundo? Esses escarnecedores diziam aos irmãos: vocês cometeram um erro, acreditaram numa mentiram, a sua doutrina não é verdadeira. Voces podiam muito bem desistir dela, porque está provado que ela é falsa. Eis a necessidade do “capacete da salvação” e responder com sabedoria: “Não esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe 3.8).

Em outras palavras, todas essas dificuldades, que os cristãos estavam se defrontando não era uma questão de tática, e sim, a de abandono de toda campanha. Eles estavam aborrecidos, estavam cansados, eram perseguidos, eram tentados; tudo parecia estar contra eles, e ficaram em condições tais que foram tentados diabo a desafiar, a largar tudo, a retirar-se da companha de guerra e a voltar à sua antiga posição.

O salmista Asafe, no salmo 73, inicia o Salmo: “Quanto a mim, meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei” (v.2). Ele era um homem temente a Deus, mas cheio de problemas e provações; tudo parecia estar contra ele. Então, ele olha para os ímpios, e diz: “Não há aperto na sua morte. Os olhos deles estão cheios de gordura, nada dá errado para eles”. “Na verdade”, ele está pronto a dizer, “em vão lavei minhas mãos na inocência. Estou tentando ter uma vida piedosa e agradar a Deus, porém tudo dá errado comigo”. A tentação que lhe veio foi que renunciasse a sua fé. “Bem que eu podia render-me e desistir”. Foi essa a tentação, e é dessa tentação que o apostolo está falando quando nos diz que ponhamos este “capacete da salvação”. 

3)     Da salvação

Que é que significa “salvação” neste contexto? Não é novo nascimento, ou regeneração. O apostolo Paulo nos dá a resposta certa: “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação” (1 Ts 5.8). Olhem: “a esperança da salvação”. Em outro lugar Paulo nos fala dessa esperança: “Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos” (Rm 13.11).

Portanto, temos “os tempos verbais da salvação”, ou seja, há tempos na salvação: passado, presente, futuro. O cristão é alguém que foi salvo. Ele foi justificado pela fé. Não está mais “sob a lei”. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Rm 3.22). Todavia, o cristão é alguém que está sendo salvo. Ele não é perfeito, há uma obra sendo levada a efeito nele. O presente da salvação é o “presente contínuo”. Mas, também a salvação tem um tempo futuro. O cristão ainda terá que experimentar a salvação final. Virá o dia em que ele será absolutamente perfeito. 

O Nosso Senhor Jesus nos fala dessa salvação em Mateus 24, em lucas 21 e em Marcos 13. Nos advertindo das grandes provações “guerras e rumores de guerra”, “numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos”. Mas, adverte: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13). Então Jesus engrossa o caldo e nos fala do fim: “Porque haverá grande tribulação, como nunca houve desde o principio do mundo até agora” (Mt 24.21). Ele continua descrevendo os últimos dias: “O sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados” (Mt 24.29). Quando parece que tudo é só desespero, nos diz o texto: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mt 24.30). É isso que quer dizer “capacete da salvação”. 


E quanto ao livro de Apocalipse, escrito pelo apostolo João na Ilha de Patmos. João recebe uma visão a fim de que ele pudesse preparar os cristãos: “Escreve, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que estão por vir” (Ap 1.11). Ele vê “bestas” levantando do mar e da terra, ou seja poder político/militar e poder religioso. Elas atacarão os santos: “Foi lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los...” (Ap 13.7). A morte será de cativeiro, a morte será pela espada. Mas, quando não havia mais esperança, eis a visão: “Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro...seus olhos são como chama de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais. Está vestido com uma manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus...De sua boca saiu uma espada afiada...ele governará com cetro de ferro...”(Ap 19.11-16). 

Conclusão: quem nos separará do amor de Cristo?

Ele nos justificou, agora vivemos no Espírito não mais carne. Quem vive no Espirito, vive para Deus; quem vive na carne, tem a mente voltada para a carne.

Então, meus amados se fomos justificados, agora, o Espirito Santo vive em nós, o mesmo Espirito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, ELE VIVE EM VOCE! Aleluia.  Somos filhos de Deus, e o chamamos de “Aba Pai”. Aliás, o próprio Espirito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Agora, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo Jesus!

E, Paulo diz no versículo 28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus...” Agora, quem nos separará desse amor? Tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Nem a morte, nem os anjos, nem demônios, nem presente nem futuro, nem quaisquer poderes nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus. 


terça-feira, 12 de abril de 2022

 O Escudo da fé – Efésios 6.10-16

Introdução

Estamos numa luta renhida, numa luta que enquanto estivermos nessa vida, o inimigo nos atacará sem pestanejar. Por isso que precisamos “nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder e vestir toda armadura de Deus par podermos ficar firmes contra as ciladas do diabo”. Por que o apostolo Pedro, diz: “...o diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando alguém a quem possa devorar” (1 Pe 5.8).

Aqui, há uma espécie de ruptura. “Tomando” ou “usem” o “escudo da fé”. Por quê? Até aqui o apostolo tinha feito uso da palavra “tendo”. “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e (tendo) vestido a couraça da justiça; e (tendo) calçados os pés na preparação do evangelho da paz. E agora ele muda a palavra “tomando”, não “tendo”, “sobretudo o escudo da fé com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”. “Tomai também o capacete da salvação e (tomai) a espada do Espírito que é a Palavra de Deus”. 


Portanto, as três primeiras peças da armadura são armas que se prendem ao corpo e assim ficam imóveis no corpo. Mas, no caso das três armas subsequentes, a diferença é óbvia. Voce não fixa o escudo no corpo, é algo que fica separado de você. Aplica-se o mesmo ao capacete e, evidentemente a espada do Espírito, pois são armas que empunhavam quando fosse necessário. Isto é, você “tem” aquelas outras armas colocadas sempre; entretanto, “toma” o escudo, a espada e o capacete e os ultizam. Essas armas estão ligadas a questão da atividade do soldado.

Por exemplo, as três primeiras armas o soldado as vestes e as mantém no corpo. No entanto, as demais vêm a ideia de atividade. O soldado está sentado no seu alojamento no quartel, aproveitando um período de repouso, mas continuava com o seu cinto da verdade, a sua couraça da justiça e as suas sandálias. Então de repente soa o alarme, avisando que o inimigo já está atacando e ele imediatamente toma o seu escudo, a sua espada e o seu capacete, e sai correndo à peleja. Então, as três armas têm a idéia de atividade, luta real, campo de batalha...armagedom.

 1)     O escudo do soldado

O escudo utilizado pelo soldado romano, a quem Paulo está tomando como exemplo, era muito grande. O escudo do soldado romano tinha cerca de um metro e vinte centímetros de comprimento por oitenta centímetros de largura. A idéia original era de uma porta que você segurava em sua frente, e atrás da qual podia ficar oculto. 

Mais importante ainda, porém, é o fato que este escudo tinha uma cobertura de metal à prova de fogo. O escudo era de madeira, mas tinha um forro de metal à prova de fogo sobre a sua superfície, para que quando você o segurasse para enfrentar o inimigo que jogasse dardos em chamas sobre você, o forro de metal lhe protegesse, então o escudo era à prova de fogo.

2)     Os dardos inflamados

Diz o apostolo Paulo que o escudo é necessário para “apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Os dardos eram de madeira ou de metal, mas a sua característica principal era que tinham ponta aguda e perigosa. Eram como flechas ou setas. Esse material era impregnado em uma substancia inflamável, era enrolada na ponta do dardo. Se esses dardos penetrasse as chamas aumentariam, queimando o corpo do soldado e colocando-o para fora do combate. Os dardos eram jogados em grande profusão para que a infantaria em seguida.

“Os dardos inflamados do maligno”. Somos confrontados pelas “astutas ciladas do diabo”, e não somente pelo diabo, mas também “pelos principados, pelas potestades, pelos príncipes das trevas deste século, pelas hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. Tudo o que se propõe a dizer é que estamos lutando contra pessoas, poderes, seres espirituais. Esses seres são instrumentos pessoais em ação, inteligências pessoais.

Então, o que temos de combater, não é meramente o homem e o seu pecado e o mal que nele há. Por trás do homem estão estes poderes infernais, estes agentes demoníacos, estes entes espirituais. Todo o ensino da Bíblia é que o mal é manipulado e propagado por estes seres, estes entes, estas pessoas. O nosso Senhor teve que enfrentar o diabo, uma pessoa, na tentação no deserto. O apostolo João, afirma: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). 

“Os dardos inflamados do maligno”. Na história da igreja temos homens como Martinho Lutero e John Bunyan que experenciaram “os dados inflamados do maligno”. Lutero foi acusado pelo diabo de vários pecados, aliás o diabo fez uma lista. Então Lutero, como um bom sanguíneo, jogou o tinteiro em cima dele. Ele estava sentindo intensamente a presença do diabo em seu quarto, e não conseguia livrar-se dele. Fizesse o que fizesse, o diabo continuava lançando seus dardos inflamados...

Mas, o que dizer das nossas experiencias? Acordar de manhã cedo e ver que, antes de termos tempo de fazer alguma coisa, nos vem pensamentos, pensamentos maus, talvez até pensamentos blasfemos? Voce não estava pensando, não estava fazendo nada, tinha acabado de acordar, no entanto, de repente, os dardos o atingem...te desestabilizando, te esmorecendo, tirando toda esperança do seu coração para aquele dia...Cuidado com os “dardos inflamados do maligno”. 

Ou quando oramos, vamos no culto de oração. Tentamos orar, nessa hora, o diabo lança seus dardos, nos faltando palavras, estímulos, fervor, a mente fica sem conteúdo...Ou quando estamos no culto e na adoração, vem um monte de pensamento, vontade de sair da igreja, sono terrível, olhar para o celular, crise de ansiedade, ideias, incredulidade para distrair nossas mentes “são os dardos inflamados do maligno”.

Porventura, não experimentamos também quando lemos a Bíblia? Podemos ler uma revista, um livro, um jornal; mas quando começamos a ler a Bíblia, pensamentos, ideias vem de todas as direções, e fica impossível de se concentrar. De onde vem isso? “São os dardos inflamados do maligno”. O ponto que devemos captar e que, evidentemente, eles vem de fora de nós mesmos. Não são gerados por nós; vem a nós. Eles nos antigem. Damos prova de alguma percepção disso com expressões como “de repente me atingiu”, ou “o pensamento me veio”, e assim por diante. 

O diabo nos atira dúvidas, horríveis pensamentos, sugestões, interrogações; sua engenhosidade é ilimitada, aliás, ele se transforma em “anjo de luz”. Incita desejos, paixões, com a intenção de inflamar. Também pensamentos de blasfêmias, acerca de Deus, acerca de Jesus Cristo, ou do Espirito Santo. Até mesmo pensamentos para você duvidar da sua fé, da sua salvação, da sua confiança em Deus. Nas nenhuma delas procede do crente, vem do diabo, que tenta abalá-lo, confundi-lo, persuadi-lo de que não é cristão, ou de que nunca foi cristão.

 Conclusão: usando o escudo da fé

“Usem o escudo da fé”. Lembre-se de que os seus pés têm que estar calçados com a preparação do evangelho da paz. Nós precisamos de mobilidade, segurança, firmeza e agilidade, segurando, o escudo em todas as direções. 

Pedro nos exortou: “Se sóbrios, vigiai; porque o diabo anda em derredor... ao qual resistir firmes na fé” (1 Pe 5.8). Fé é a capacidade de aplicar rapidamente o que cremos, de modo a repelir tudo o que o diabo faz ou tenta fazer conosco. A fé nunca aponta para si mesmo, mas para Jesus, autor e consumador da nossa fé.

Olha o caso de Abraão:Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: "Assim será a sua descendência". Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade. Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus,
estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido”. (Rm 4.18-21). A fé salvou Abraão, “dando glória a Deus”

A fé sempre aponta para Deus, para o caráter de Deus. Ele é o único em que podemos confiar. A fé sempre aponta para as suas promessas – temos uma promessa para cada dia das nossas vidas. Tome-as, aproprie-se delas! Então você será capaz de empunhar o escudo da fé. Quando o diabo lança os dardos inflamos contra você, então é somente usar o escudo da fé, embasado em que Deus é e em suas promessas pra a sua vida! 


  

terça-feira, 5 de abril de 2022

 “Calçados os pés na preparação do evangelho da paz” 

Introdução:

Estamos numa luta renhida contra os principados e potestades que atuam nas regiões celestiais. O que fazer? “Fortalecer no Senhor e na força do seu Poder e, vestir toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo isso, ficar firmes”. Vimos a importância do “cinto da verdade” em um mundo relativizado, liquido, onde temos que defender nossas crenças, nossas convicções. Também, a necessidade de vestirmos “a couraça da justiça”, sede dos sentimentos, dos desejos, das emoções; e a couraça é a justiça de Cristo em nós, sua graça infinita de nos amar, de nos acolher em seus braços e nos chamar de filhos, seus amados. Hoje, vamos esposar sobre a necessidade de vestirmos os “calçados do evangelho da paz”.

1)     Sandálias do soldado romano

“Tende os vossos pés calçados com a preparação do evangelho da paz”. O apostolo Paulo estava pensando no soldado romano. A provisão feita para os pés do soldado romano era de certo tipo de sandália. Não uma bota, mas uma sandália. Era feita de couro, deixava os dedos dos pés livre, tinha sola pesadamente cravejadas e era fixa nos calcanhares e nas canelas com tiras de couro. O mais importante, é que a sandália do soldado era sua sola pesadamente cravejada e sua fixação no soldado. 

A sandália dava ao soldado romano adesão firme, para impedi-lo de deslizar, escorregar e cair; dai o uso de solas cravejadas. Em alguns campos de batalha era comum colocar armadilha no terreno. Pegava um pedaço de madeira ou uma vara e a afinavam, de modo que se tornava uma vara pontuda, e enterravam no solo deixando a ponta mais fina ligeiramente acima da superfície, quase invisível. Quando o inimigo vinha correndo sem sandálias, de repente aqueles espetos enfiavam na sola do seu pé. Isso não somente causava grande dor, também fazia sangrar, e podia infeccionar e pôr o soldado inteiramente fora da ação. 


2)     “Calçados os pés na preparação...”

“Os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz”.  O termo “prontidão” ou “preparação” (ACA) é a chave para o entendimento da terceira armadura do soldado. Todas elas fixas ao corpo do soldado. Sabemos que “evangelho da paz” são as boas novas  que  Jesus Salva e nos dá a verdadeira paz.

Mas qual será o significado da palavra “preparação, ou “prontidão”? A primeira idéia que costumamos arrazoar é a nossa prontidão para levar aos outros a mensagem de Cristo. Contudo, a proposição está enfocada ou objetivada em nos habilitar a “estar firmes contra as ciladas do diabo”.

Portanto, se você estiver empenhado num conflito mortal com um adversário poderoso “Tomem cuidado com o seu grande inimigo, o diabo, que anda como um leão rugindo à sua volta, á procura de alguém para devorar” (1 Pe 5.8). Ele é astuto, esperto, então, devemos estar sempre alertas, para não deslizarmos, escorregarmos, certificando-se de que os nossos pés estão bem calçados. 


Se estamos, portanto, em Cristo Jesus, não há lugar para coração dividido “coxeando entre dois pensamentos”, ou estando meio dentro e meio fora, desejando benefícios espirituais mas se opondo a deveres, compromisso, discipulado; queremos privilégios mas rejeitamos responsabilidades. Hoje, vemos muitos cujos pés não estão calçados com a preparação do evangelho da paz. Não são firmes, não são resolutos, não sabem em que creem. As concessões são muito comuns.

3)     Quando os pés não estão calçados...

Não devemos ter os pés pesados, que não haja nada que faça os pés se arrastarem. Porque não há nada que seja tão fatal para um progresso vitorioso como um cristão sem vida, inerte. Perguntem para alguém do mundo por que ele não vai à igreja. Ele dirá que não há coisa alguma na igreja, não há vida, não há celebração, não há quebrantamento, não há alegria, etc... 

Agora, meus amados, vejam o entusiasmo dos que assistem ao futebol domingo à tarde. Ouçam os gritos, observem a agitação. As pessoas pagam caro o ingresso para estar ali, querem os melhores assentos, querem que a partida continue sem parar, e ficam decepcionadas quando o jogo terminar no final do segundo tempo.

Quando vamos ao culto, será que estamos fazendo a coisa mais maravilhosa do mundo? O Salmista diz: “Celebrai com jubilo ao Senhor todos os habitantes da terra. Servi ao Senhor com alegria, apresentem-se diante dele com cânticos” (Sl 100.1-2). Agora, vejam o que diz o verso 4: “Entrem por suas portas com ações de graças e, em seus pátios, com cânticos de louvor deem-lhe graça o louvem o seu Nome”. Olhem agora o Salmo 122: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (v.1). 

Estamos vivos e alegres como o salmista? Mostramos regozijo em nosso culto? Mostramos confiança em Deus? Como estamos na hora do combate, que acontece nos cultos? Se não estamos agindo assim nos cultos, isso é uma negação do evangelho. Temos os pés pesados, movemos lentamente como lesma, mostramos letargia, indiferença no culto. As vezes temos que ser constrangidos, mandados, incentivados para glorificar e exaltar no Nome de Jesus. Ao invés de ser uma atitude espontânea, verdadeira, do adorador para o seu Deus.

Existem pessoas na igreja que não tem idéia da razão pela qual estão ali, exceto pelo fato de que foram habituados a frequentar os cultos. Existem pessoas que não pensam, pessoas sem entendimento, que não tem a mínima idéia da crucial importância da igreja numa hora como esta. Tais cristãos, já estão derrotados, são inúteis na batalha. Não tem valor nenhum no exército de Deus.

Deus está a procura dos que permanecerão firmes! Deus está a procura de pessoas “calçadas com o evangelho da paz”. Ele está fazendo nos dias atuais o que ele fez nos dias de Gideão. O exercito midianita tinha quase 135.000 e havia subido para lutar contra o exercito de Gideão, com 32.000. No entanto, dos 32.000 Deus falou a Gideão: “Anuncie, pois, ao povo que todo aquele que estiver tremendo de medo poderá ir embora ...”(Jz 7.3). Dos 32.000, restaram 10.000; mas dez mil fracos ainda, temeroso e, por fim, somente 300 em que Deus pode confiar. Com esses 300 homens Deus derrotou o exercito midianita. Deus quer homens e mulheres que estejam em prontidão para “ficar firmes” e “cujos pés estejam calçados com a prontidão do evangelho da paz” 


4)     “Calçando os pés...”

A igreja atual tem muita semelhança com Davi, vestido com a armadura de Saul. Golias desafia Israel com sua armadura, sua lança, seu escudo e sua espada. Israel se abala e treme, e não sabe o que fazer. Todos estão morrendo de medo, e não sabe o que fazer. Então Davi, jovem, simples pastor, apresenta-se para responder ao desafio de Golias. Saul e seus homens, sem os pés “calçados com a preparação do evangelho”, dizem: “Vamos buscar a armadura de Saul e coloca-la nele...”

Eles acreditavam que a única maneira para vencer o gigante Golias era com a armadura de Saul. Por isso a colocaram nele. Mas Davi percebeu logo que se fosse vestido com aquela armadura, seria morto. Mal podia mover-se, a armadura era pesada demais e grande demais para ele. Então Davi livrou-se dela: “Não vou conseguir lutar usando a armadura de Saul”, disse ele. 

“Tenho que usar o meu método de combate e, em nome do Deus vivo, é o que vou fazer”. Davi estava “calçado com a preparação do evangelho da paz”. Precisamos de mobilidade no confronto com o adversário, precisamos de liberdade de ação. Davi se ajoelhou no riacho próximo ao vale de Elá, escolhendo 5 pedras lisas para a sua funda. De repente, Davi não está mais ajoelhado, mas correndo: “Davi correu para a linha de batalha para enfrenta-lo” (1 Sm 17.48). Deu duas ou três voltas ao ar, e uma das cinco pedras se projeta da funda de Davi, acertando em cheio a testa de Golias.

Conclusão:

Quando será que vamos acordar e compreender que a força não está na quantidade, na nossa capacidade, muito menos na quantidade de cavalos e de armamentos? Quando será que vamos acordar e compreender que a força não está no holofote, no instagram, twiter, facebook, etc., ou nas canções ou nas cor da parede, nos jogos de luzes...

Mas, nossa força está em nossa relação com Deus e em sua capacidade de responder a cada sugestão do Senhor, a cada estimulo que dEle venha, a cada um dos seus movimentos. Josué estava “calçados os pés...” e Deus lhe mostrou como que Jericó seria derrubada. O apostolo Pedro, depois de uma noite pescando em aguas fundas, contudo sem resultado nenhum. Jesus, pela manhã, lhe diz: “Vá as aguas fundas e lança sua rede”. Pedro indagou: “Mestre trabalhamos duro a noite toda e nada pegamos nada”, mas Pedro estava “calçado os pés”, e disse: “Mas sobre a tua Palavra lançarei a rede”.