terça-feira, 5 de abril de 2022

 “Calçados os pés na preparação do evangelho da paz” 

Introdução:

Estamos numa luta renhida contra os principados e potestades que atuam nas regiões celestiais. O que fazer? “Fortalecer no Senhor e na força do seu Poder e, vestir toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo isso, ficar firmes”. Vimos a importância do “cinto da verdade” em um mundo relativizado, liquido, onde temos que defender nossas crenças, nossas convicções. Também, a necessidade de vestirmos “a couraça da justiça”, sede dos sentimentos, dos desejos, das emoções; e a couraça é a justiça de Cristo em nós, sua graça infinita de nos amar, de nos acolher em seus braços e nos chamar de filhos, seus amados. Hoje, vamos esposar sobre a necessidade de vestirmos os “calçados do evangelho da paz”.

1)     Sandálias do soldado romano

“Tende os vossos pés calçados com a preparação do evangelho da paz”. O apostolo Paulo estava pensando no soldado romano. A provisão feita para os pés do soldado romano era de certo tipo de sandália. Não uma bota, mas uma sandália. Era feita de couro, deixava os dedos dos pés livre, tinha sola pesadamente cravejadas e era fixa nos calcanhares e nas canelas com tiras de couro. O mais importante, é que a sandália do soldado era sua sola pesadamente cravejada e sua fixação no soldado. 

A sandália dava ao soldado romano adesão firme, para impedi-lo de deslizar, escorregar e cair; dai o uso de solas cravejadas. Em alguns campos de batalha era comum colocar armadilha no terreno. Pegava um pedaço de madeira ou uma vara e a afinavam, de modo que se tornava uma vara pontuda, e enterravam no solo deixando a ponta mais fina ligeiramente acima da superfície, quase invisível. Quando o inimigo vinha correndo sem sandálias, de repente aqueles espetos enfiavam na sola do seu pé. Isso não somente causava grande dor, também fazia sangrar, e podia infeccionar e pôr o soldado inteiramente fora da ação. 


2)     “Calçados os pés na preparação...”

“Os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz”.  O termo “prontidão” ou “preparação” (ACA) é a chave para o entendimento da terceira armadura do soldado. Todas elas fixas ao corpo do soldado. Sabemos que “evangelho da paz” são as boas novas  que  Jesus Salva e nos dá a verdadeira paz.

Mas qual será o significado da palavra “preparação, ou “prontidão”? A primeira idéia que costumamos arrazoar é a nossa prontidão para levar aos outros a mensagem de Cristo. Contudo, a proposição está enfocada ou objetivada em nos habilitar a “estar firmes contra as ciladas do diabo”.

Portanto, se você estiver empenhado num conflito mortal com um adversário poderoso “Tomem cuidado com o seu grande inimigo, o diabo, que anda como um leão rugindo à sua volta, á procura de alguém para devorar” (1 Pe 5.8). Ele é astuto, esperto, então, devemos estar sempre alertas, para não deslizarmos, escorregarmos, certificando-se de que os nossos pés estão bem calçados. 


Se estamos, portanto, em Cristo Jesus, não há lugar para coração dividido “coxeando entre dois pensamentos”, ou estando meio dentro e meio fora, desejando benefícios espirituais mas se opondo a deveres, compromisso, discipulado; queremos privilégios mas rejeitamos responsabilidades. Hoje, vemos muitos cujos pés não estão calçados com a preparação do evangelho da paz. Não são firmes, não são resolutos, não sabem em que creem. As concessões são muito comuns.

3)     Quando os pés não estão calçados...

Não devemos ter os pés pesados, que não haja nada que faça os pés se arrastarem. Porque não há nada que seja tão fatal para um progresso vitorioso como um cristão sem vida, inerte. Perguntem para alguém do mundo por que ele não vai à igreja. Ele dirá que não há coisa alguma na igreja, não há vida, não há celebração, não há quebrantamento, não há alegria, etc... 

Agora, meus amados, vejam o entusiasmo dos que assistem ao futebol domingo à tarde. Ouçam os gritos, observem a agitação. As pessoas pagam caro o ingresso para estar ali, querem os melhores assentos, querem que a partida continue sem parar, e ficam decepcionadas quando o jogo terminar no final do segundo tempo.

Quando vamos ao culto, será que estamos fazendo a coisa mais maravilhosa do mundo? O Salmista diz: “Celebrai com jubilo ao Senhor todos os habitantes da terra. Servi ao Senhor com alegria, apresentem-se diante dele com cânticos” (Sl 100.1-2). Agora, vejam o que diz o verso 4: “Entrem por suas portas com ações de graças e, em seus pátios, com cânticos de louvor deem-lhe graça o louvem o seu Nome”. Olhem agora o Salmo 122: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (v.1). 

Estamos vivos e alegres como o salmista? Mostramos regozijo em nosso culto? Mostramos confiança em Deus? Como estamos na hora do combate, que acontece nos cultos? Se não estamos agindo assim nos cultos, isso é uma negação do evangelho. Temos os pés pesados, movemos lentamente como lesma, mostramos letargia, indiferença no culto. As vezes temos que ser constrangidos, mandados, incentivados para glorificar e exaltar no Nome de Jesus. Ao invés de ser uma atitude espontânea, verdadeira, do adorador para o seu Deus.

Existem pessoas na igreja que não tem idéia da razão pela qual estão ali, exceto pelo fato de que foram habituados a frequentar os cultos. Existem pessoas que não pensam, pessoas sem entendimento, que não tem a mínima idéia da crucial importância da igreja numa hora como esta. Tais cristãos, já estão derrotados, são inúteis na batalha. Não tem valor nenhum no exército de Deus.

Deus está a procura dos que permanecerão firmes! Deus está a procura de pessoas “calçadas com o evangelho da paz”. Ele está fazendo nos dias atuais o que ele fez nos dias de Gideão. O exercito midianita tinha quase 135.000 e havia subido para lutar contra o exercito de Gideão, com 32.000. No entanto, dos 32.000 Deus falou a Gideão: “Anuncie, pois, ao povo que todo aquele que estiver tremendo de medo poderá ir embora ...”(Jz 7.3). Dos 32.000, restaram 10.000; mas dez mil fracos ainda, temeroso e, por fim, somente 300 em que Deus pode confiar. Com esses 300 homens Deus derrotou o exercito midianita. Deus quer homens e mulheres que estejam em prontidão para “ficar firmes” e “cujos pés estejam calçados com a prontidão do evangelho da paz” 


4)     “Calçando os pés...”

A igreja atual tem muita semelhança com Davi, vestido com a armadura de Saul. Golias desafia Israel com sua armadura, sua lança, seu escudo e sua espada. Israel se abala e treme, e não sabe o que fazer. Todos estão morrendo de medo, e não sabe o que fazer. Então Davi, jovem, simples pastor, apresenta-se para responder ao desafio de Golias. Saul e seus homens, sem os pés “calçados com a preparação do evangelho”, dizem: “Vamos buscar a armadura de Saul e coloca-la nele...”

Eles acreditavam que a única maneira para vencer o gigante Golias era com a armadura de Saul. Por isso a colocaram nele. Mas Davi percebeu logo que se fosse vestido com aquela armadura, seria morto. Mal podia mover-se, a armadura era pesada demais e grande demais para ele. Então Davi livrou-se dela: “Não vou conseguir lutar usando a armadura de Saul”, disse ele. 

“Tenho que usar o meu método de combate e, em nome do Deus vivo, é o que vou fazer”. Davi estava “calçado com a preparação do evangelho da paz”. Precisamos de mobilidade no confronto com o adversário, precisamos de liberdade de ação. Davi se ajoelhou no riacho próximo ao vale de Elá, escolhendo 5 pedras lisas para a sua funda. De repente, Davi não está mais ajoelhado, mas correndo: “Davi correu para a linha de batalha para enfrenta-lo” (1 Sm 17.48). Deu duas ou três voltas ao ar, e uma das cinco pedras se projeta da funda de Davi, acertando em cheio a testa de Golias.

Conclusão:

Quando será que vamos acordar e compreender que a força não está na quantidade, na nossa capacidade, muito menos na quantidade de cavalos e de armamentos? Quando será que vamos acordar e compreender que a força não está no holofote, no instagram, twiter, facebook, etc., ou nas canções ou nas cor da parede, nos jogos de luzes...

Mas, nossa força está em nossa relação com Deus e em sua capacidade de responder a cada sugestão do Senhor, a cada estimulo que dEle venha, a cada um dos seus movimentos. Josué estava “calçados os pés...” e Deus lhe mostrou como que Jericó seria derrubada. O apostolo Pedro, depois de uma noite pescando em aguas fundas, contudo sem resultado nenhum. Jesus, pela manhã, lhe diz: “Vá as aguas fundas e lança sua rede”. Pedro indagou: “Mestre trabalhamos duro a noite toda e nada pegamos nada”, mas Pedro estava “calçado os pés”, e disse: “Mas sobre a tua Palavra lançarei a rede”. 


 

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