terça-feira, 12 de abril de 2022

 O Escudo da fé – Efésios 6.10-16

Introdução

Estamos numa luta renhida, numa luta que enquanto estivermos nessa vida, o inimigo nos atacará sem pestanejar. Por isso que precisamos “nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder e vestir toda armadura de Deus par podermos ficar firmes contra as ciladas do diabo”. Por que o apostolo Pedro, diz: “...o diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando alguém a quem possa devorar” (1 Pe 5.8).

Aqui, há uma espécie de ruptura. “Tomando” ou “usem” o “escudo da fé”. Por quê? Até aqui o apostolo tinha feito uso da palavra “tendo”. “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e (tendo) vestido a couraça da justiça; e (tendo) calçados os pés na preparação do evangelho da paz. E agora ele muda a palavra “tomando”, não “tendo”, “sobretudo o escudo da fé com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”. “Tomai também o capacete da salvação e (tomai) a espada do Espírito que é a Palavra de Deus”. 


Portanto, as três primeiras peças da armadura são armas que se prendem ao corpo e assim ficam imóveis no corpo. Mas, no caso das três armas subsequentes, a diferença é óbvia. Voce não fixa o escudo no corpo, é algo que fica separado de você. Aplica-se o mesmo ao capacete e, evidentemente a espada do Espírito, pois são armas que empunhavam quando fosse necessário. Isto é, você “tem” aquelas outras armas colocadas sempre; entretanto, “toma” o escudo, a espada e o capacete e os ultizam. Essas armas estão ligadas a questão da atividade do soldado.

Por exemplo, as três primeiras armas o soldado as vestes e as mantém no corpo. No entanto, as demais vêm a ideia de atividade. O soldado está sentado no seu alojamento no quartel, aproveitando um período de repouso, mas continuava com o seu cinto da verdade, a sua couraça da justiça e as suas sandálias. Então de repente soa o alarme, avisando que o inimigo já está atacando e ele imediatamente toma o seu escudo, a sua espada e o seu capacete, e sai correndo à peleja. Então, as três armas têm a idéia de atividade, luta real, campo de batalha...armagedom.

 1)     O escudo do soldado

O escudo utilizado pelo soldado romano, a quem Paulo está tomando como exemplo, era muito grande. O escudo do soldado romano tinha cerca de um metro e vinte centímetros de comprimento por oitenta centímetros de largura. A idéia original era de uma porta que você segurava em sua frente, e atrás da qual podia ficar oculto. 

Mais importante ainda, porém, é o fato que este escudo tinha uma cobertura de metal à prova de fogo. O escudo era de madeira, mas tinha um forro de metal à prova de fogo sobre a sua superfície, para que quando você o segurasse para enfrentar o inimigo que jogasse dardos em chamas sobre você, o forro de metal lhe protegesse, então o escudo era à prova de fogo.

2)     Os dardos inflamados

Diz o apostolo Paulo que o escudo é necessário para “apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Os dardos eram de madeira ou de metal, mas a sua característica principal era que tinham ponta aguda e perigosa. Eram como flechas ou setas. Esse material era impregnado em uma substancia inflamável, era enrolada na ponta do dardo. Se esses dardos penetrasse as chamas aumentariam, queimando o corpo do soldado e colocando-o para fora do combate. Os dardos eram jogados em grande profusão para que a infantaria em seguida.

“Os dardos inflamados do maligno”. Somos confrontados pelas “astutas ciladas do diabo”, e não somente pelo diabo, mas também “pelos principados, pelas potestades, pelos príncipes das trevas deste século, pelas hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. Tudo o que se propõe a dizer é que estamos lutando contra pessoas, poderes, seres espirituais. Esses seres são instrumentos pessoais em ação, inteligências pessoais.

Então, o que temos de combater, não é meramente o homem e o seu pecado e o mal que nele há. Por trás do homem estão estes poderes infernais, estes agentes demoníacos, estes entes espirituais. Todo o ensino da Bíblia é que o mal é manipulado e propagado por estes seres, estes entes, estas pessoas. O nosso Senhor teve que enfrentar o diabo, uma pessoa, na tentação no deserto. O apostolo João, afirma: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” (1 Jo 5.19). 

“Os dardos inflamados do maligno”. Na história da igreja temos homens como Martinho Lutero e John Bunyan que experenciaram “os dados inflamados do maligno”. Lutero foi acusado pelo diabo de vários pecados, aliás o diabo fez uma lista. Então Lutero, como um bom sanguíneo, jogou o tinteiro em cima dele. Ele estava sentindo intensamente a presença do diabo em seu quarto, e não conseguia livrar-se dele. Fizesse o que fizesse, o diabo continuava lançando seus dardos inflamados...

Mas, o que dizer das nossas experiencias? Acordar de manhã cedo e ver que, antes de termos tempo de fazer alguma coisa, nos vem pensamentos, pensamentos maus, talvez até pensamentos blasfemos? Voce não estava pensando, não estava fazendo nada, tinha acabado de acordar, no entanto, de repente, os dardos o atingem...te desestabilizando, te esmorecendo, tirando toda esperança do seu coração para aquele dia...Cuidado com os “dardos inflamados do maligno”. 

Ou quando oramos, vamos no culto de oração. Tentamos orar, nessa hora, o diabo lança seus dardos, nos faltando palavras, estímulos, fervor, a mente fica sem conteúdo...Ou quando estamos no culto e na adoração, vem um monte de pensamento, vontade de sair da igreja, sono terrível, olhar para o celular, crise de ansiedade, ideias, incredulidade para distrair nossas mentes “são os dardos inflamados do maligno”.

Porventura, não experimentamos também quando lemos a Bíblia? Podemos ler uma revista, um livro, um jornal; mas quando começamos a ler a Bíblia, pensamentos, ideias vem de todas as direções, e fica impossível de se concentrar. De onde vem isso? “São os dardos inflamados do maligno”. O ponto que devemos captar e que, evidentemente, eles vem de fora de nós mesmos. Não são gerados por nós; vem a nós. Eles nos antigem. Damos prova de alguma percepção disso com expressões como “de repente me atingiu”, ou “o pensamento me veio”, e assim por diante. 

O diabo nos atira dúvidas, horríveis pensamentos, sugestões, interrogações; sua engenhosidade é ilimitada, aliás, ele se transforma em “anjo de luz”. Incita desejos, paixões, com a intenção de inflamar. Também pensamentos de blasfêmias, acerca de Deus, acerca de Jesus Cristo, ou do Espirito Santo. Até mesmo pensamentos para você duvidar da sua fé, da sua salvação, da sua confiança em Deus. Nas nenhuma delas procede do crente, vem do diabo, que tenta abalá-lo, confundi-lo, persuadi-lo de que não é cristão, ou de que nunca foi cristão.

 Conclusão: usando o escudo da fé

“Usem o escudo da fé”. Lembre-se de que os seus pés têm que estar calçados com a preparação do evangelho da paz. Nós precisamos de mobilidade, segurança, firmeza e agilidade, segurando, o escudo em todas as direções. 

Pedro nos exortou: “Se sóbrios, vigiai; porque o diabo anda em derredor... ao qual resistir firmes na fé” (1 Pe 5.8). Fé é a capacidade de aplicar rapidamente o que cremos, de modo a repelir tudo o que o diabo faz ou tenta fazer conosco. A fé nunca aponta para si mesmo, mas para Jesus, autor e consumador da nossa fé.

Olha o caso de Abraão:Abraão, contra toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como foi dito a seu respeito: "Assim será a sua descendência". Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade. Mesmo assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi fortalecido em sua fé e deu glória a Deus,
estando plenamente convencido de que ele era poderoso para cumprir o que havia prometido”. (Rm 4.18-21). A fé salvou Abraão, “dando glória a Deus”

A fé sempre aponta para Deus, para o caráter de Deus. Ele é o único em que podemos confiar. A fé sempre aponta para as suas promessas – temos uma promessa para cada dia das nossas vidas. Tome-as, aproprie-se delas! Então você será capaz de empunhar o escudo da fé. Quando o diabo lança os dardos inflamos contra você, então é somente usar o escudo da fé, embasado em que Deus é e em suas promessas pra a sua vida! 


  

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