O capacete da salvação – Efésios 6-10-17
Introdução: Estamos numa guerra, em um confronto militar
intenso. Na guerra temos dois conceitos: estratégia e tática de guerra. A
estratégia da guerra é feita pelo general do exército, organizando a
infantaria, flecheiros, cavaleiros, etc. Mas, a tática de guerra, ocorre no
lugar do combate, por exemplo, se o local é um vale, ou um campo aberto, ou em
meio a floresta... tudo que diz respeito ao local, tem haver com a tática da
guerra. E, temos que vigiar porque o diabo ele é um grande estrategista de
guerra, tanto no sentido geral da guerra, como também no sentido onde a guerra
vai acontecer; ele conhece todos os buracos, todos os morros, cavernas, planícies,
etc. Nenhum lugar é desprezado pelo adversário. Três coisas sobre o adversário:
são poderosos, dominadores deste mundo (Jo 5.19); são malignos, odeiam a luz;
são astutos, tem estratégia que é uma junção de sagacidade com engano
engenhoso.
1)
O
capacete da salvação
Vimos que o soldado tem seis peças, três peças vestidas em seu corpo e três peças usadas por ele no combate, em atividade. Primeiro, “vestindo com o cinto da verdade”, depois, “vestindo a couraça da justiça”, por fim, “vestindo as sandálias do evangelho da paz”. Depois, o apostolo diz: “além disso”, ou “sobretudo”, “usem o escudo da fé” para apagar todos os dardos inflamados do maligno. E “usem o capacete da salvação”. Aqui, percebe-se, que todas as partes do corpo tinham que ser protegidas e cobertas.
O capacete utilizado pelo soldado romano era uma espécie de quepe, feito de couro; mas esse couro tinha sido fortalecido, adornado, com placas ou pedaços de metal para dar-lhe proteção. Por cima de tudo vinha uma espécie de pluma, cujo principal proposito era a ornamentação. Então, quando o soldado romano sabia que o inimigo se aproximava, pegava o seu escudo, punha seu capacete, e então empunhava a sua espada e corria para a batalha.
A aplicação espiritual do capacete é evidente, o apostolo
Paulo está chamando a atenção para a cabeça, para a mente, para o cérebro, para
o entendimento, o pensamento do cristão. Enquanto que a couraça está ligada aos
sentimentos, desejos vontades; enquanto que o cinto é o apego à verdade;
enquanto que as sandálias é firmeza, resolução. O capacete da salvação está
relacionado a nossa atitude diante da vida cristã.
2)
Tomai
o capacete...
Quando olhamos para a epistola aos hebreus, sabemos que eles haviam sido moldados na fé de Moisés; depois ouviram a mensagem cristã, a mensagem da cruz “que é loucura para os gregos e escândalo para os judeus”, nela creram e confessaram sua fé em Cristo Jesus. Tornando-se membros do corpo de Cristo. No começo era uma fé vivida, auspiciosa, contagiante, toda comunidade fora tocada pela fé deles.
Todavia, com o passar dos anos, eles se viram perseguidos pelos judeus, que os consideravam traidores da sua longa história. Lemos que “Algumas vezes foram expostos a insultos e tribulações...voces compadeceram dos que estavam na prisão e aceitaram alegremente o confisco dos próprios bens...”(Hb 10.33-34). O resultado fora que alguns cristãos hebreus tinham ficado completamente desanimados, e alguns começaram a olhar de novo para a velha religião, e estavam perguntando a si mesmos se não tinham sido precipitados em assumir a fé cristã! Eles estavam começando a pensar, e a perguntar-se diante de tanta injustiça e perseguição que vinham sofrendo... Diante dessa situação que temos que colocar o “capacete da salvação”.
Na segunda epístola do apostolo Pedro, o apostolo responde
aos escarnecedores que vinham à igreja primitiva e indagavam: “O que houve com
a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua desde
o principio da criação” (2 Pe 3.4). Ou seja, vocês cristãos, que afirmam que
Jesus vai voltar, cadê a sua vinda? Tudo permanece como sempre, desde a
fundação do mundo? Esses escarnecedores diziam aos irmãos: vocês cometeram um
erro, acreditaram numa mentiram, a sua doutrina não é verdadeira. Voces podiam
muito bem desistir dela, porque está provado que ela é falsa. Eis a necessidade
do “capacete da salvação” e responder com sabedoria: “Não esqueçam disto,
amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe
3.8).
Em outras palavras, todas essas dificuldades, que os cristãos
estavam se defrontando não era uma questão de tática, e sim, a de abandono de toda
campanha. Eles estavam aborrecidos, estavam cansados, eram perseguidos, eram
tentados; tudo parecia estar contra eles, e ficaram em condições tais que foram
tentados diabo a desafiar, a largar tudo, a retirar-se da companha de guerra e
a voltar à sua antiga posição.
O salmista Asafe, no salmo 73, inicia o Salmo: “Quanto a mim, meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei” (v.2). Ele era um homem temente a Deus, mas cheio de problemas e provações; tudo parecia estar contra ele. Então, ele olha para os ímpios, e diz: “Não há aperto na sua morte. Os olhos deles estão cheios de gordura, nada dá errado para eles”. “Na verdade”, ele está pronto a dizer, “em vão lavei minhas mãos na inocência. Estou tentando ter uma vida piedosa e agradar a Deus, porém tudo dá errado comigo”. A tentação que lhe veio foi que renunciasse a sua fé. “Bem que eu podia render-me e desistir”. Foi essa a tentação, e é dessa tentação que o apostolo está falando quando nos diz que ponhamos este “capacete da salvação”.
3)
Da
salvação
Que é que significa “salvação” neste contexto? Não é novo
nascimento, ou regeneração. O apostolo Paulo nos dá a resposta certa: “Mas nós, que somos do dia, sejamos
sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança
da salvação” (1 Ts 5.8). Olhem: “a esperança da salvação”. Em outro lugar
Paulo nos fala dessa esperança: “Chegou
a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima
do que quando cremos” (Rm 13.11).
Portanto, temos “os tempos verbais da salvação”, ou seja, há tempos na salvação: passado, presente, futuro. O cristão é alguém que foi salvo. Ele foi justificado pela fé. Não está mais “sob a lei”. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Rm 3.22). Todavia, o cristão é alguém que está sendo salvo. Ele não é perfeito, há uma obra sendo levada a efeito nele. O presente da salvação é o “presente contínuo”. Mas, também a salvação tem um tempo futuro. O cristão ainda terá que experimentar a salvação final. Virá o dia em que ele será absolutamente perfeito.
O Nosso Senhor Jesus nos fala dessa salvação em Mateus 24, em lucas 21 e em Marcos 13. Nos advertindo das grandes provações “guerras e rumores de guerra”, “numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos”. Mas, adverte: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13). Então Jesus engrossa o caldo e nos fala do fim: “Porque haverá grande tribulação, como nunca houve desde o principio do mundo até agora” (Mt 24.21). Ele continua descrevendo os últimos dias: “O sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados” (Mt 24.29). Quando parece que tudo é só desespero, nos diz o texto: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mt 24.30). É isso que quer dizer “capacete da salvação”.
E quanto ao livro de Apocalipse, escrito pelo apostolo João na Ilha de Patmos. João recebe uma visão a fim de que ele pudesse preparar os cristãos: “Escreve, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que estão por vir” (Ap 1.11). Ele vê “bestas” levantando do mar e da terra, ou seja poder político/militar e poder religioso. Elas atacarão os santos: “Foi lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los...” (Ap 13.7). A morte será de cativeiro, a morte será pela espada. Mas, quando não havia mais esperança, eis a visão: “Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro...seus olhos são como chama de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais. Está vestido com uma manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus...De sua boca saiu uma espada afiada...ele governará com cetro de ferro...”(Ap 19.11-16).
Conclusão: quem nos separará do amor de Cristo?
Ele nos justificou, agora vivemos no Espírito não mais carne.
Quem vive no Espirito, vive para Deus; quem vive na carne, tem a mente voltada
para a carne.
Então, meus amados se fomos justificados, agora, o Espirito
Santo vive em nós, o mesmo Espirito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, ELE
VIVE EM VOCE! Aleluia. Somos filhos de
Deus, e o chamamos de “Aba Pai”. Aliás, o próprio Espirito Santo testifica com
o nosso espírito que somos filhos de Deus. Agora, somos herdeiros de Deus e
co-herdeiros com Cristo Jesus!
E, Paulo diz no versículo 28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus...” Agora, quem nos separará desse amor? Tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Nem a morte, nem os anjos, nem demônios, nem presente nem futuro, nem quaisquer poderes nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus.
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