terça-feira, 19 de abril de 2022

 O capacete da salvação – Efésios 6-10-17 


Introdução: Estamos numa guerra, em um confronto militar intenso. Na guerra temos dois conceitos: estratégia e tática de guerra. A estratégia da guerra é feita pelo general do exército, organizando a infantaria, flecheiros, cavaleiros, etc. Mas, a tática de guerra, ocorre no lugar do combate, por exemplo, se o local é um vale, ou um campo aberto, ou em meio a floresta... tudo que diz respeito ao local, tem haver com a tática da guerra. E, temos que vigiar porque o diabo ele é um grande estrategista de guerra, tanto no sentido geral da guerra, como também no sentido onde a guerra vai acontecer; ele conhece todos os buracos, todos os morros, cavernas, planícies, etc. Nenhum lugar é desprezado pelo adversário. Três coisas sobre o adversário: são poderosos, dominadores deste mundo (Jo 5.19); são malignos, odeiam a luz; são astutos, tem estratégia que é uma junção de sagacidade com engano engenhoso.

1)     O capacete da salvação

Vimos que o soldado tem seis peças, três peças vestidas em seu corpo e três peças usadas por ele no combate, em atividade. Primeiro, “vestindo com o cinto da verdade”, depois, “vestindo a couraça da justiça”, por fim,  “vestindo as sandálias do evangelho da paz”. Depois, o apostolo diz: “além disso”, ou “sobretudo”, “usem o escudo da fé” para apagar todos os dardos inflamados do maligno. E “usem o capacete da salvação”. Aqui, percebe-se, que todas as partes do corpo tinham que ser protegidas e cobertas. 

O capacete utilizado pelo soldado romano era uma espécie de quepe, feito de couro; mas esse couro tinha sido fortalecido, adornado, com placas ou pedaços de metal para dar-lhe proteção. Por cima de tudo vinha uma espécie de pluma, cujo principal proposito era a ornamentação. Então, quando o soldado romano sabia que o inimigo se aproximava, pegava o seu escudo, punha seu capacete, e então empunhava a sua espada e corria para a batalha. 

A aplicação espiritual do capacete é evidente, o apostolo Paulo está chamando a atenção para a cabeça, para a mente, para o cérebro, para o entendimento, o pensamento do cristão. Enquanto que a couraça está ligada aos sentimentos, desejos vontades; enquanto que o cinto é o apego à verdade; enquanto que as sandálias é firmeza, resolução. O capacete da salvação está relacionado a nossa atitude diante da vida cristã.

2)     Tomai o capacete...

Quando olhamos para a epistola aos hebreus, sabemos que eles haviam sido moldados na fé de Moisés; depois ouviram a mensagem cristã, a mensagem da cruz “que é loucura para os gregos e escândalo para os judeus”, nela creram e confessaram sua fé em Cristo Jesus. Tornando-se membros do corpo de Cristo. No começo era uma fé vivida, auspiciosa, contagiante, toda comunidade fora tocada pela fé deles. 

Todavia, com o passar dos anos, eles se viram perseguidos pelos judeus, que os consideravam traidores da sua longa história. Lemos que “Algumas vezes foram expostos a insultos e tribulações...voces compadeceram dos que estavam na prisão e aceitaram alegremente o confisco dos próprios bens...”(Hb 10.33-34). O resultado fora que alguns cristãos hebreus tinham ficado completamente desanimados, e  alguns começaram a olhar de novo para a velha religião, e estavam perguntando a si mesmos se não tinham sido precipitados em assumir a fé cristã! Eles estavam começando a pensar, e a perguntar-se diante de tanta injustiça e perseguição que vinham sofrendo... Diante dessa situação que temos que colocar o “capacete da salvação”. 

Na segunda epístola do apostolo Pedro, o apostolo responde aos escarnecedores que vinham à igreja primitiva e indagavam: “O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua desde o principio da criação” (2 Pe 3.4). Ou seja, vocês cristãos, que afirmam que Jesus vai voltar, cadê a sua vinda? Tudo permanece como sempre, desde a fundação do mundo? Esses escarnecedores diziam aos irmãos: vocês cometeram um erro, acreditaram numa mentiram, a sua doutrina não é verdadeira. Voces podiam muito bem desistir dela, porque está provado que ela é falsa. Eis a necessidade do “capacete da salvação” e responder com sabedoria: “Não esqueçam disto, amados: para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe 3.8).

Em outras palavras, todas essas dificuldades, que os cristãos estavam se defrontando não era uma questão de tática, e sim, a de abandono de toda campanha. Eles estavam aborrecidos, estavam cansados, eram perseguidos, eram tentados; tudo parecia estar contra eles, e ficaram em condições tais que foram tentados diabo a desafiar, a largar tudo, a retirar-se da companha de guerra e a voltar à sua antiga posição.

O salmista Asafe, no salmo 73, inicia o Salmo: “Quanto a mim, meus pés quase tropeçaram; por pouco não escorreguei” (v.2). Ele era um homem temente a Deus, mas cheio de problemas e provações; tudo parecia estar contra ele. Então, ele olha para os ímpios, e diz: “Não há aperto na sua morte. Os olhos deles estão cheios de gordura, nada dá errado para eles”. “Na verdade”, ele está pronto a dizer, “em vão lavei minhas mãos na inocência. Estou tentando ter uma vida piedosa e agradar a Deus, porém tudo dá errado comigo”. A tentação que lhe veio foi que renunciasse a sua fé. “Bem que eu podia render-me e desistir”. Foi essa a tentação, e é dessa tentação que o apostolo está falando quando nos diz que ponhamos este “capacete da salvação”. 

3)     Da salvação

Que é que significa “salvação” neste contexto? Não é novo nascimento, ou regeneração. O apostolo Paulo nos dá a resposta certa: “Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação” (1 Ts 5.8). Olhem: “a esperança da salvação”. Em outro lugar Paulo nos fala dessa esperança: “Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos” (Rm 13.11).

Portanto, temos “os tempos verbais da salvação”, ou seja, há tempos na salvação: passado, presente, futuro. O cristão é alguém que foi salvo. Ele foi justificado pela fé. Não está mais “sob a lei”. “Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que creem” (Rm 3.22). Todavia, o cristão é alguém que está sendo salvo. Ele não é perfeito, há uma obra sendo levada a efeito nele. O presente da salvação é o “presente contínuo”. Mas, também a salvação tem um tempo futuro. O cristão ainda terá que experimentar a salvação final. Virá o dia em que ele será absolutamente perfeito. 

O Nosso Senhor Jesus nos fala dessa salvação em Mateus 24, em lucas 21 e em Marcos 13. Nos advertindo das grandes provações “guerras e rumores de guerra”, “numerosos falsos profetas surgirão e enganarão a muitos”. Mas, adverte: “Aquele que perseverar até o fim será salvo” (Mt 24.13). Então Jesus engrossa o caldo e nos fala do fim: “Porque haverá grande tribulação, como nunca houve desde o principio do mundo até agora” (Mt 24.21). Ele continua descrevendo os últimos dias: “O sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz; as estrelas cairão do céu e os poderes celestes serão abalados” (Mt 24.29). Quando parece que tudo é só desespero, nos diz o texto: “Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória” (Mt 24.30). É isso que quer dizer “capacete da salvação”. 


E quanto ao livro de Apocalipse, escrito pelo apostolo João na Ilha de Patmos. João recebe uma visão a fim de que ele pudesse preparar os cristãos: “Escreve, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que estão por vir” (Ap 1.11). Ele vê “bestas” levantando do mar e da terra, ou seja poder político/militar e poder religioso. Elas atacarão os santos: “Foi lhe dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los...” (Ap 13.7). A morte será de cativeiro, a morte será pela espada. Mas, quando não havia mais esperança, eis a visão: “Vi o céu aberto e diante de mim um cavalo branco, cujo cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro...seus olhos são como chama de fogo, e em sua cabeça há muitas coroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais. Está vestido com uma manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus...De sua boca saiu uma espada afiada...ele governará com cetro de ferro...”(Ap 19.11-16). 

Conclusão: quem nos separará do amor de Cristo?

Ele nos justificou, agora vivemos no Espírito não mais carne. Quem vive no Espirito, vive para Deus; quem vive na carne, tem a mente voltada para a carne.

Então, meus amados se fomos justificados, agora, o Espirito Santo vive em nós, o mesmo Espirito que ressuscitou Jesus dentre os mortos, ELE VIVE EM VOCE! Aleluia.  Somos filhos de Deus, e o chamamos de “Aba Pai”. Aliás, o próprio Espirito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Agora, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo Jesus!

E, Paulo diz no versículo 28: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus...” Agora, quem nos separará desse amor? Tribulação, angustia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Nem a morte, nem os anjos, nem demônios, nem presente nem futuro, nem quaisquer poderes nos separará do amor de Deus que está em Cristo Jesus. 


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