Quem reina: deus rá ou
Javé? Ex 3
Introdução: A ausência de Deus
Nos dois primeiros capítulos do Exôdo
percebemos que o povo de Israel viveu 430 anos em escravidão. Aí surge uma
pergunta: Onde Deus estava durante todo esse tempo? Aquelas palavras da aliança
que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó ainda vigoravam?
Quando lemos os Salmos, observamos
que a ausência de Deus era sentida em muitos Salmos. “Deus meu, Deus meu,
porque me desamparaste? ” (Sl 22.1). “Porque, Senhor, te conservas longe? E te
escondes nas horas de tribulação? (Sl 10.1). “Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás
de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? (Sl 13.1). “Porque te
esqueceste de mim? (Sl 42.9). “Desperta! Porque dormes, Senhor? Desperta! Não
nos rejeites para sempre! Porque esconde a face e te esqueces da nossa miséria
e da nossa opressão? (Sl 44.23-24).
1)
A
presença de Deus
Deus se fez presente para Moisés
enquanto ele cuidava de um rebanho no deserto de Midiã. Uma sarça ardente que
não era consumida pelo fogo chamou a atenção de Moisés; ele se aproximou para
ver o que estava acontecendo (Ex 3.2-3). Do meio do fogo, Deus proferiu o nome
de Moisés, e Moisés respondeu, iniciando-se, assim um diálogo entre os dois.
Deus anunciou a intenção de livrar o
seu povo da escravidão no Egito e comissionou Moisés a tarefa libertadora (Ex
3.11). Moisés, relutou, mas, depois de uma longa argumentação, concordou e
recebeu instruções da parte de Deus.
Moisés, então, indagou (v.13)
concernente ao nome de Deus, porque o povo lhe perguntaria. Deus, então,
respondeu: EU SOU O QUE SOU. Ouvir e responder ao EU SOU O QUE SOU fazia dos
hebreus testemunhas participantes do magnifico drama histórico da salvação, que
desafia e, em seu devido tempo, desintegra todos os estilos de vida contrários,
os principados e potestades do mundo, contra os quais Paulo posteriormente conclamará
os cristãs a lutar (Ef 6.10-20).
EU SOU O QUE SOU, Foi abreviada para
o substantivo verbal de quatro letras YHWH – cujo pronuncia é Javé, Senhor.
Tornou-se o termo preferido dos hebreus para se dirigirem ou se referirem ao
Deus de Israel que se revelou ao seu povo, usado 6.700 vezes no Antigo
Testamento, em comparação com 2500 ocorrências para Elohim. Agora, não mais deuses
de madeira e pedra; não mais deuses que precisavam ser apaziguados, subornados
ou cortejados.
2)
Egito
– potestade
O Egito era uma civilização que
impressionava por sua civilização, engenharia e sua arquitetura. Sua religião
complexa e o respectivo sacerdócio que procurava controlar todos os aspectos da
vida diária. E, um exército agressivo e determinado a submeter todos à
servidão, o Egito dominava o Oriente Médio.
No relato bíblico, o Egito é sinônimo
de morte. Toda a magnificência e a arrogância egípcias foram reduzidas naquela
sarça ardente à sua essência, um montículo de cinzas. O antônimo do Egito que
oferecia a morte é Javé, o Deus que oferece vida aqui e agora, o Deus vivo e
salvifico.
3)
Purificando
as portas da percepção
É neste ponto que entram em cena as
dez pragas. Cada uma das dez pragas serviu de água e sabão e alvejante para
efetuar uma limpeza completa. Quando Moisés começou a trabalhar com seus irmãos
e irmãs hebreus, eles sofriam de uma “ânsia de espírito” (Ex 6.9), ou angustia,
e a única “verdade” à qual tinham acesso era essa grande mentira egípcia.
Mas o Egito e o Faraó não eram o “mundo
real”. Era o mundo real desfigurado, profanado e endemoninhado. As dez pragas desconstruíram
essa mentira gigantesca item por item, peça por peça, até que não sobrasse nada
para cativar a imaginação do povo de Deus.
QUEM ESTÁ NO CONTROLE? QUEM DIRIGE OS
ACONTECIMENTOS? ACASO É O DEUS RÁ, REPRESENTADO PELO FARAÓ? OU É JAVÉ,
REPRESENTADO POR MOISÉS? O FARAÓ CORPORIFICA A PESSOA DO GRANDE deus EGIPCIO
RÁ; MOISÉS É O PROFETA DE DEUS QUE SE REVELOU A ISRAEL COMO EU SOU O QUE SOU.
Rodada após rodada, o Faraó e Moisés
se enfrentam, tendo o país todo como arena abarrotada de espectadores. Tanto egípcios
quanto hebreus observam cada movimento. Dois modos de vida estão em jogo. Dez confrontos.
Todos na arena – arquibancadas, cadeiras e camarotes lotados – vem que Faraó
não tem controle sobre nada.
As pragas são como a produção de uma
peça teatral com dez cenas. Em cada uma das cenas, uma bola de aço gigantesco,
balançando de uma grande altura, despedaça mais uma parte do modo de vida egípcio.
O mundo egípcio tão poderoso, uma
superioridade militar, com suas estátuas colossais de deuses e seus templos
sofisticados e, a maior mentira de todas, seus túmulos imensos em forma de pirâmide
se elevando no deserto.
O desenrolar da história começa um
pouco lento. As duas primeiras que Moisés trouxe ao palco, o sangue e as rãs,
são repetidas pelos magos de Faraó, gerando um impasse. Na quarta praga, a das
moscas, fica evidente que os magos do Faraó não podem mais acompanha-lo. Depois
da sexta praga, a das ulceras, os magos não apenas são vencidos como também
estão fora de ação, incapacitados pelas ulceras; portanto, saem de cena. As
quatro ultimas, ancoradas pela praga da morte resolvem uma vez por todas a
questão da soberania. O Faraó toma uma “lavada”.
Sangue – (bam!)
Rãs – (Bam!)
Piolhos – (Bam!)
Moscas – (BAm!)
Pestilencia – (Bam!)
Ulceras – (Bam!)
Chuvas de pedras ( Bam!)
Gafanhotos ( Bam!)
Trevas (Bam!)
Morte (Bam!)
Conclusão:
O soberano é o grande EU SOU O QUE SOU, mas ninguém!
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