A morte e a volta de Cristo – 1 Ts 4.13-18
Introdução
“...não queremos que vocês
continuem na ignorância. Para começar, vocês não devem pensar como pessoas que
não tem esperança como se a sepultura fosse o fim da vida” (1 Ts 4.13 A mensagem). O mundo nos
dias de Paulo era um mundo sem esperança. O futuro para eles era sombrio e
ameaçador. Frente à morte, o mundo pagão reagia com profunda tristeza. O verbo
grego “entristecer” significa uma tristeza continua. Uma inscrição achada em um
tumulo demonstra esse fato: “Eu não existia. Vim a existir. Não existo. Não me
importa”.
1)
O
que é a morte?
Segundo Dr. Russel Shedd, “Para aquele sem fé, a morte é uma perspectiva sombria e pavorosa”. A morte é uma cisão entre o modo de ser temporal e o modo de ser eterno na qual o homem entra. A morte é a cessação permanente, irreversível das funções vitais do corpo”.
Mas, para o cristão, a morte não é o fim da existência, e sim, a entrada para a vida eterna. No entanto, nos dias de Paulo, havia muita ignorância a respeito da morte. Os epicureus não acreditavam na eternidade. Para eles a morte era o ponto final da existência. Esquilo escreveu: “Uma vez que o homem morre não há ressurreição”. Teócrito disse: “Há esperança para aqueles que estão vivos, mas os que morrem estão sem esperança”. Cátulo afirmou: “Quando nossa breve luz se extingue há uma noite perpetua em que deveremos dormir”.
Nos
dias atuais, o cineasta Woody Alen, declarou seu terror, ou o medo de morrer tornando-se uma
obsessão para ele: “Não é que eu tenha medo de morrer, eu simplesmente não
quero estar lá quando isso acontecer”. Em um artigo de 1977, ele escreveu: “Ela
(a morte) é absolutamente assustadora em seu terror e transforma as conquistas
de qualquer pessoa em algo totalmente sem sentido”
Para o cristão, a morte não é o fim da existência, mas a entrada na vida eterna. Aquele que crê em Cristo sabe que os cristãos estarão para sempre com o Senhor. A morte física continua presente porque, ainda, o diabo tem o poder da morte, mas devido à crucificação e ressurreição, Cristo derrotou a morte e prometeu que aquele que vive e cre nele jamais morrerá eternamente. “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11.25).
Paulo, conhecendo o despreparo dos irmãos Tessalonicenses
para a morte liga o óbito à esperança da volta de Jesus. “Se
Cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante
Jesus e juntamente com ele, aqueles que nele dormiram” (1 Ts 4.14). sabemos
que a realidade da morte apavora qualquer pessoa que não tem esperança na volta
de Cristo. A Biblia faz muitas referencias ao medo do futuro desconhecido, dizendo
sempre que não devemos temer, já que a nossa fé se firma na morte, na ressurreição
e na segunda vinda de Cristo.
1)
Etapas
da volta de Jesus
“...Nós, os que
estivermos vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, certamente não
precederemos os que dormem”. Ou, “...quando o Senhor voltar para nos levar,
aqueles de nós que ainda estiverem vivos não vão deixar os mortos para trás” (1
Ts 4.15).
A expressão “os que dormem”, esse eufemismo para descanso
enseja-nos três verdades: Primeira, o sono é símbolo de descanso. Segunda, o
sono pressupõe renovação, ou seja, um novo corpo transformado. Terceira, o sono
implica expectativa de acordar. Sabemos que afirma que as almas nos céus estão
conscientes (Lc 16.24); as almas clamam por justiça (Ap. 6.10); as almas no céu
louvam (Ap 7.10).
“Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerás dos céus” (1 Ts 4.16). Primeiro, o Senhor virá mediante a sua palavra de ordem (comando, sonido). Essa é a voz de autoridade. Jesus Cristo dará uma palavra de ordem, como fez do lado do tumulo de Lázaro (Jo 11.43). O evangelista João escreveu: “os que se acham nos túmulos ouvirão a voz e sairão; os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida, e aqueles que tiverem praticado o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5.28).
“O Senhor virá mediante
a voz do arcanjo” (1
Ts 4.16). O arcanjo (anjo principal) era um termo para anjos de grau mais
elevado. No entanto, a Bíblia nunca menciona a palavra arcanjo no plural e apenas
da nome a um anjo: Miguel. Miguel é o anjo que luta as guerras do Senhor (Ap
22.7, Dn 10.13,21).
“O Senhor virá mediante o ressoar da trombeta de Deus o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” ( Ts 4.16). De acordo com Números 10, as trombetas tinham três usos importantes: eram usadas para reunir o povo (Nm 10.1-8); eram usadas para anunciar uma guerra (Nm 10.9) e eram usadas para anunciar um tempo especial (Nm 10.10). A trombeta soou no Monte Sinai quando a lei foi dada (Ex 19.16-19) e também soou quando um rei foi ungido e colocado no templo (1 Rs 1.34-39). A segunda vinda de Cristo será anunciada pelo toque da trombeta de Deus (1 Ts 4.13-18).
Em Apocalipse temos as sete trombetas e na sétima trombeta
nos diz o texto: “O sétimo anjo tocou a
sua trombeta, e houve altas vozes no céu que diziam: O reino do mundo se tornou
de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo sempre... As nações se
iraram; e chegou a tua ira. Chegou o tempo de julgares os mortos e de
recompensares os teus servos, os profetas, os teus santos e os que temem o teu
nome, tanto pequenos como grandes, e de destruir os que destroem a terra”
(Ap 11.15-18).
“Seremos arrebatados com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares” (1 Ts 4.17). No grego arrebatamento significa tirar a força e imediatamente, ou, tirar para si, arrebatar, furtar, descreve que o acontecimento será tão súbito, que removerá os remidos desta esfera terrena, transportando-os para a dimensão celestial.
Jesus ilustra esse evento com o diluvio e com a destruição de Sodoma e Gomorra: "Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem. O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio e os destruiu a todos. Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo. Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos. Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado (Lc 17.26-30).
Conclusão: eternidade com Cristo
“Para o encontro com o
Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor”. Cristo
receberá a igreja nos ares, por entre as nuvens – sua amada noiva – a igreja
triunfante – pois “a si mesmo se entregou
por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água
pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27)
Esse evento é o que chamamos de “Bodas do cordeiro” proclamado por João: “Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do cordeiro” (Ap 19.9).
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