Venha para o meio Mc 3.1-6 

Introdução

O que é mais importante quando nos reunimos como igreja? A oração inicial, os hinos da harpa cristã, os louvores, a oferta, a pregação da Palavra de Deus? Tudo isso é de suma importância, no entanto, sempre nos esquecemos da misericórdia, ou a compaixão. No texto em questão, os fariseus estavam mais preocupados com o sábado do que com um homem enfermo.

1)     Jesus num culto

Diz o texto que “Jesus entrou na sinagoga” (Mc 3.1) para cultuar. Aliás, Jesus tinha o habito de cultuar, de estar no templo, adorando, lendo as escrituras. Em Lucas 4, Jesus está em sua cidade natal, em Nazaré, e foi visitar uma sinagoga e “se posicionou de pé para fazer a leitura” (Lc 4.16). Leu o texto de Isaias “O Espirito do Senhor está sobre mim, por que me ungiu para pregar as boas novas” (Lc 4.18).

O Salmista Davi se expressa diante da alegria de estar na presença de Deus: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1). Novamente o Salmista diz sobre a casa do Senhor: “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que eu possa viver na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a bondade do Senhor e buscar orientação nos eu templo” (Sl 27.4). O Salmista anseia pela presença do Senhor: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus” (Sl 42.1).

Uma semana tem 168 horas. E lhe pergunto, durante essa semana quantas horas você passou em adoração ao Senhor do universo?

2)     Um homem no canto

“Jesus foi na sinagoga e encontrou ali um homem que tinha ressequida uma das mãos” (Mc 3.1). Ou seja, ele tinha uma mão mirrada, atrofiada, ressequida. O evangelista lucas diz “...achava-se ali um homem cuja mão direita estava ressequida” (Lc 6.6), isto é, a mão destra, que quase todos usam nos seus afazeres diários. Pensa você, numa época como essa ter a mão atrofiada, mirrada e ressequida? Nesse tempo não havia INSS. Ele enfrentava dificuldades para trabalhar, para produzir como chefe de família, etc.

E vivia no canto da sinagoga. Vivia marginalizado, separado, não havia brilho em seus olhos. Talvez procurou todos os meios possíveis para curar sua mão ressequida, mas infelizmente ninguém lhe ajudou, ninguém lhe estendeu a mão, ninguém...

Na sinagoga, havia também os religiosos. Homens da lei de Moisés, homens preocupados em guardar o sábado. Como a fundadora da igreja adventista que afirmou que “o selo de Deus é o sábado e a marca da besta é o domingo”. Sendo que a palavra de Deus ensina que o selo de Deus é o Espirito Santo. Quando ao domingo, Jesus ressuscitou no domingo, a igreja se reunia aos domingos.

Os religiosos estão preocupados também em não comer isso e nem aquilo. E uma pergunta, o que eles faziam na sinagoga? “Procurando um motivo para acusar Jesus; por isso o observavam atentamente...” (Mc 3.2). Interessante que no capitulo 2 de Marcos, Jesus foi questionado por que seus discípulos colhiam espigas no sábado. E a resposta de Jesus foi: “O sábado foi feito por causa do homem... e o filho do homem é o Senhor até mesmo do sábado” (Mc 2.27-28).

Aliás, apesar de toda perseguição religiosa, Jesus realizou vários milagres no sábado: libertou um endemoninhado, curou a sogra de Pedro, curou uma mulher que vivia encurvada por 18 anos, curou um homem com barriga de agua, e vai, querendo você ou não, curar esse homem de mão ressequida...

Conclusão

Jesus olha para os religiosos e pergunta: “O que é permitido fazer no sábado? O bem ou mal, salvar a vida ou matar? (Mc 3.4). Mas, como covardes, permaneceram em silencio. Essa atitude deles deixou Jesus indignado e profundamente entristecido com a dureza do coração deles.

Jesus olha para o homem de mão ressequida e lhe diz: “Levante-se...” Jesus queria libertar as pessoas não somente do jugo religioso, mas também de suas enfermidades físicas. Como aquela mulher de doze anos com fluxo de sangue foi curada e salva por Jesus. Como o servo do centurião, foi curado, com uma palavra de Jesus.

Em seguida lhe diz: “Venha para o meio”. Saia do canto escuro da sala, saia desse espirito de vitimização, saia desse jugo pesado que carrega. Está na hora de romper com seus traumas, seus complexos, suas fobias, está na hora de ser libertado pelo poder de Jesus Cristo.

E, por fim, lhe diz: “Estenda a sua mão” (direita”) é um ato de fé, você acredita, você confia, que Jesus Cristo pode te curar, pode te salvar, pode te libertar “venha para o meio”...