terça-feira, 18 de julho de 2017

Crescendo na graça e no conhecimento - 2 Pe 3.18


Introdução: “antes”. Crescer na graça e no conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, a única maneira de evitar a queda na vida cristã é IR AVANTE. Ficar estático na vida cristã é anormal. Os católicos celebram a quaresma, depois da quarta feira de cinza. As igrejas lotam de católicos, todos estão em silêncio; auto exame, auto sondagem. Vai até a páscoa, mas o resto do ano, essa prática não é observada.

1)    Crescer.
O verbo “crescer” traz a idéia de crescimento e nos sugere imediatamente que ser cristão significa receber nova vida. Não pode haver crescimento se não houver nascimento, e nascimento significa TRAZER OU VIR À VIDA. O evangelho preocupa-se com o comportamento de todos os cristãos, e não dos incrédulos. É como chegar para um incrédulo e exortá-lo a viver uma vida moralmente melhor. ISSO É MORALISMO, NÃO CRISTIANISMO. Portanto, vemos no Novo Testamento sempre esta admoestação à santidade, somente aos que receberam uma NOVA VIDA, em Cristo.


De tal modo, que o cristão é essencialmente diferente dos incrédulos. Ele é diferente quanto à espécie. O cristão nasceu do alto, nasceu do Espírito – é uma pessoa que recebeu uma nova vida (2 Co 5.17). Há um novo ser, uma nova existência, uma nova qualidade encarnada em sua vida. 

2)    Crescendo...
Esta vida, como todas as outras formas de vida, necessariamente leva ao crescimento. Pensemos na menor semente (Mc 4.26-29). Há dentro da semente a possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Pensem no menor animal, e verão a mesma coisa. Pensem na menor planta ou flor – onde quer que haja vida, sempre há esta possibilidade inerente de crescimento. Portanto, todo cristão tem a obrigação de crescer; se não temos crescido, na fé cristã, temos que rever nossa identidade cristã.


Vejamos Martinho Lutero. Era muito religioso, era monge, e jejuava e orava o tempo todo. Ele tentava de tudo para  crescer na vida cristã. Que fazia ele? Jejuava, orava, dá esmolas, pratica boas obras; e, todavia, tendo feito tudo isso, ele sabia perfeitamente bem que não tinha crescido nem um pouco, não tinha mais vida no fim do que no começo. Esse homem estava acrescentando coisas à sua vida, mas não estava crescendo. Então, ele foi convertido, recebeu esta nova vida, e doravante teve consciência de um processo de crescimento, de desenvolvimento, de um real crescimento. 



Vejamos João Wesley. Um excelente jovem, de alta moral, membro de um bom lar cristão. Seu único interesse na vida era a religião, seu único desejo era ser melhor. Ele forma seu Clube Santo em Oxford, vai pregar nas prisões; depois renuncia tudo e cruza o Atlântico para pregar aos pagãos na Geórgia. E, contudo, ele sabe que não tem vida real. Não sente que tenha crescido, nem que tenha desenvolvido ou que tenha avançado. Ali está um homem que esteve adicionando mais e mais (coisas), sem, porém, nenhum desenvolvimento ou crescimento. Então, ele recebeu vida, e desde o momento em que recebeu vida tornou-se cônscio de crescimento.


Pergunto: será que percebo crescimento em minha vida cristã? Posso dizer que estou crescendo na graça e no conhecimento  de nosso Senhor Jesus Cristo? Quando fazemos um analise do ano em que estamos vivendo, ou examinamos os dez, vinte ou trinta anos passados, percebo algum crescimento e aumento orgânico? HAVERIA UM REAL CRESCIMENTO EM MINHA VIDA CRISTÃ?

3)    O processo do crescimento.
O processo de crescimento é algo vital, e não mecânico. É algo que, num sentido, não se pode observar diretamente – VOCE SENTE QUE ESTÁ OCORRENDO, MAS NÃO PODE VÊ-LO ACONTECER. É como a parábola de Marcos, no capitulo 4, um homem semeou a semente em seu terreno e que, enquanto dormia, a semente brotou – o mistério do crescimento. 



O processo de crescimento é necessariamente um processo progressivo e gradual – O CRESCIMENTO JAMAIS É SÚBITO. Mas, tem muitos que defendem que a santificação ocorre repentinamente. Eles comparam o processo de santificação com o fato da nossa justificação num ato de recebimento, dizendo que você pode ser santificado do mesmo modo. Mas, o Novo Testamento, fala de homens como “crianças em Cristo” (1 Co 3.1)- uma criança não pode saltar repentinamente da infância para a idade adulta. Não se pode assinalar estes estágios. Isso acontece gradualmente – você vê uma criança, você vê um menino, depois vê um moço e depois o homem. Ele foi indo de um passo para o outro, de um estágio a outro. E a santidade não é algo que se pode receber de uma vez por todas num só ato. 


4)    Como devo crescer?
Devo crescer na graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Em primeiro lugar, não significa que eu cresço em amabilidade; tampouco significa, em si e por si, que eu devo crescer em minha posse das graças da vida cristã. ENTÃO, O QUE É CRESCER NA GRAÇA? Significa que, como cristãos, fomos introduzidos na esfera da graça. Todos nós estamos ou sob a lei ou sob a graça – ou estamos sob a ira de Deus ou estamos sob a graça de Deus. Então, Se estou na graça de Deus,  sou objeto do seu favor e da sua bondade. Quanto mais eu viver na vida cristã, quanto mais obediente eu for, mais experimentarei o favor de Deus.

Devo crescer no conhecimento do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Como cristão não devo me deter meramente no conhecimento do perdão (dos meus pecados) e no conhecimento da salvação; DEVO CRESCER EM MEU ENTENDIMENTO E EM MEU CONHECIMENTO DE TODO O ESQUEMA, PLANO E PROPOSITO DA SALVAÇÃO; devo aprender tudo o que Pedro diz nesta Epístola. Devo crescer no conhecimento da Escatologia, da Cristologia, da batalha espiritual, da trindade, da doutrina do Espírito Santo, etc.

Devo crescer em meu conhecimento do Senhor Jesus Cristo, no que concerne minha comunhão com Ele; minha relação pessoal com Ele deve aumentar. Olha o que Paulo diz sobre isso em Filipenses 3.10: “para conhecer Cristo, e o poder da sua ressurreição, e a participação nos seus sofrimentos, identificando-me com Ele na sua morte”.

Conclusão: por que temos que crescer?

É a única maneira de enfrentar as contradições desta vida e deste mundo. Quanto mais eu conhecer o favor de Cristo, mais serei capaz de sorrir em face da adversidade. Poderei dizer como Paulo: “Estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.38-39).



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