Crescendo na graça e no conhecimento - 2 Pe 3.18
Introdução: “antes”. Crescer na graça e no conhecimento de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, a única maneira de evitar a queda na vida
cristã é IR AVANTE. Ficar estático na vida cristã é anormal. Os católicos
celebram a quaresma, depois da quarta feira de cinza. As igrejas lotam de
católicos, todos estão em silêncio; auto exame, auto sondagem. Vai até a
páscoa, mas o resto do ano, essa prática não é observada.
1)
Crescer.
O verbo “crescer” traz a idéia de crescimento e nos sugere
imediatamente que ser cristão significa receber nova vida. Não pode haver
crescimento se não houver nascimento, e nascimento significa TRAZER OU VIR À
VIDA. O evangelho preocupa-se com o comportamento de todos os cristãos, e não
dos incrédulos. É como chegar para um incrédulo e exortá-lo a viver uma vida
moralmente melhor. ISSO É MORALISMO, NÃO CRISTIANISMO. Portanto, vemos no Novo
Testamento sempre esta admoestação à santidade, somente aos que receberam uma
NOVA VIDA, em Cristo.
De tal modo, que o cristão é essencialmente diferente dos
incrédulos. Ele é diferente quanto à espécie. O cristão nasceu do alto, nasceu
do Espírito – é uma pessoa que recebeu uma nova vida (2 Co 5.17). Há um novo
ser, uma nova existência, uma nova qualidade encarnada em sua vida.
2)
Crescendo...
Esta vida, como todas as outras formas de vida,
necessariamente leva ao crescimento. Pensemos na menor semente (Mc 4.26-29). Há
dentro da semente a possibilidade de crescimento e desenvolvimento. Pensem no
menor animal, e verão a mesma coisa. Pensem na menor planta ou flor – onde quer
que haja vida, sempre há esta possibilidade inerente de crescimento. Portanto,
todo cristão tem a obrigação de crescer; se não temos crescido, na fé cristã,
temos que rever nossa identidade cristã.
Vejamos Martinho Lutero. Era muito religioso, era monge, e
jejuava e orava o tempo todo. Ele tentava de tudo para crescer na vida cristã. Que fazia ele?
Jejuava, orava, dá esmolas, pratica boas obras; e, todavia, tendo feito tudo
isso, ele sabia perfeitamente bem que não tinha crescido nem um pouco, não
tinha mais vida no fim do que no começo. Esse homem estava acrescentando coisas
à sua vida, mas não estava crescendo. Então, ele foi convertido, recebeu esta
nova vida, e doravante teve consciência de um processo de crescimento, de
desenvolvimento, de um real crescimento.
Vejamos João Wesley. Um excelente jovem, de alta moral,
membro de um bom lar cristão. Seu único interesse na vida era a religião, seu
único desejo era ser melhor. Ele forma seu Clube Santo em Oxford, vai pregar
nas prisões; depois renuncia tudo e cruza o Atlântico para pregar aos pagãos na
Geórgia. E, contudo, ele sabe que não tem vida real. Não sente que tenha
crescido, nem que tenha desenvolvido ou que tenha avançado. Ali está um homem
que esteve adicionando mais e mais (coisas), sem, porém, nenhum desenvolvimento
ou crescimento. Então, ele recebeu vida, e desde o momento em que recebeu vida
tornou-se cônscio de crescimento.
Pergunto: será que percebo crescimento em minha vida cristã?
Posso dizer que estou crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo? Quando fazemos
um analise do ano em que estamos vivendo, ou examinamos os dez, vinte ou trinta
anos passados, percebo algum crescimento e aumento orgânico? HAVERIA UM REAL
CRESCIMENTO EM MINHA VIDA CRISTÃ?
3)
O
processo do crescimento.
O processo de crescimento é algo vital, e não mecânico. É
algo que, num sentido, não se pode observar diretamente – VOCE SENTE QUE ESTÁ
OCORRENDO, MAS NÃO PODE VÊ-LO ACONTECER. É como a parábola de Marcos, no
capitulo 4, um homem semeou a semente em seu terreno e que, enquanto dormia, a
semente brotou – o mistério do crescimento.
O processo de crescimento é necessariamente um processo
progressivo e gradual – O CRESCIMENTO JAMAIS É SÚBITO. Mas, tem muitos que
defendem que a santificação ocorre repentinamente. Eles comparam o processo de
santificação com o fato da nossa justificação num ato de recebimento, dizendo
que você pode ser santificado do mesmo modo. Mas, o Novo Testamento, fala de
homens como “crianças em Cristo” (1 Co 3.1)- uma criança não pode saltar
repentinamente da infância para a idade adulta. Não se pode assinalar estes
estágios. Isso acontece gradualmente – você vê uma criança, você vê um menino,
depois vê um moço e depois o homem. Ele foi indo de um passo para o outro, de
um estágio a outro. E a santidade não é algo que se pode receber de uma vez por
todas num só ato.
4)
Como
devo crescer?
Devo crescer na graça
de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Em primeiro lugar, não significa
que eu cresço em amabilidade; tampouco significa, em si e por si, que eu devo
crescer em minha posse das graças da vida cristã. ENTÃO, O QUE É CRESCER NA
GRAÇA? Significa que, como cristãos, fomos introduzidos na esfera da graça.
Todos nós estamos ou sob a lei ou sob a graça – ou estamos sob a ira de Deus ou
estamos sob a graça de Deus. Então, Se estou na graça de Deus, sou objeto do seu favor e da sua bondade.
Quanto mais eu viver na vida cristã, quanto mais obediente eu for, mais experimentarei
o favor de Deus.
Devo crescer no
conhecimento do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Que significa isso? Como cristão não
devo me deter meramente no conhecimento do perdão (dos meus pecados) e no
conhecimento da salvação; DEVO CRESCER EM MEU ENTENDIMENTO E EM MEU
CONHECIMENTO DE TODO O ESQUEMA, PLANO E PROPOSITO DA SALVAÇÃO; devo aprender
tudo o que Pedro diz nesta Epístola. Devo crescer no conhecimento da
Escatologia, da Cristologia, da batalha espiritual, da trindade, da doutrina do
Espírito Santo, etc.
Devo crescer em meu conhecimento
do Senhor Jesus Cristo, no que concerne minha comunhão com Ele; minha relação pessoal com Ele deve
aumentar. Olha o que Paulo diz sobre isso em Filipenses 3.10: “para conhecer
Cristo, e o poder da sua ressurreição, e a participação nos seus sofrimentos,
identificando-me com Ele na sua morte”.
Conclusão: por que temos que crescer?
É a única maneira de enfrentar as contradições desta vida e
deste mundo. Quanto mais eu conhecer o favor de Cristo, mais serei capaz de
sorrir em face da adversidade. Poderei dizer como Paulo: “Estou certo de que
nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades,
nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma
outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus
nosso Senhor” (Rm 8.38-39).
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