Ainda que a figueira não floresça Hb
3.1-19
Introdução: O capitulo 3 e uma “oração e um cântico de adoração”
que pode ter sido usado na adoração no templo de Jerusalém. E interessante
observar que diante da resposta de Deus no capitulo 2, o profeta Habacuque começou
a orar ao Senhor ao invés de discutir, e sua oração logo se transformou em
louvor e adoração a Deus.
1) Uma oração
O profeta começa a sua oração de louvor
com a expressão: “Eu ouvi, Senhor, a tua fama”. Literalmente, o que o texto hebraico nos diz é:
“Eu ouvi falar o que tu fazes ouvir”. E, a BLH traz: “Eu ouvir falar do que
tens feito”. A Habacuque inicia seu
livro com uma queixa, ou seja, a indiferença de Deus diante de tanta coisa
errada. A sua segunda queixa brotara do motivo de ser Babilônia o instrumento
de juízo para punir Judá. Agora, ele sabe que a Babilônia receberia seu quinhão
de juízo. Ouvi a Palavra divina. Sente-se confortado!
“Temi”. Junto com sua profunda confiança
vem um sentimento de temor. É que ouvir falar dos atos de Deus, do seu poder,
produz reverente temor. Quem conhece a Deus e ouve a sua Palavra jamais será
leviano ou inconsequente.
“Aviva, ó Senhor, a tua obra”. A
palavra AVIVAR tem o significado primário de “preservar” ou “manter vivo” (2 Tm
1.6). Todavia, AVIVAR não significa somente manter vivo ou preservar, mas
também purificar e corrigir, livrar do mal. E, terceiro, manter as obras de
Deus atuais diante do seu povo: “Deus cadê
suas intervenções na História”? Veja o Salmo 44.1 T: “Ó Deus, nós ouvimos com
os nossos ouvidos, nossos pais nos tem contado os feitos que realizastes em seus dias nos tempos da
antiguidade”. Também o salmista Asafe enfatiza esse aspecto do avivamento em
Salmos 77.12-13.
“Na ira, lembra-te da misericórdia”. Na
BLH traz: “Mesmo que esteja irado lembra-te da misericórdia”. É uma súplica
para que a ira seja temperada com a misericórdia. O profeta sabe que a conduta
de Judá não está agradando a Deus. O Senhor está tão desgostoso que suscitará
um terrível inimigo para efetuar juízo. “Prefiro cair nas mãos de Deus, pois é
grande a sua misericórdia, e não nas mãos dos homens” ( 1 Cro 21.13 e Lm 3.22).
2)
Deus
se levanta...
Habacuque descreve Deus se pondo em marcha. “Deus veio de
Temã, e do Monte Parã o santo”. O termo hebraico para Deus agora não é Iahweh
mas ELOAH. Este nome está associado com o poder criador e redentor de Deus.
Eloah veio de Temã e do Monte Parã. Qual o significado das duas indicações
geográficas? Temã ficava ao norte de Edom e Parã era uma montanha na região de
Edom. São localizações vizinhas ao Sinai, onde Deus apareceu com sua palavra. O
PROFETA DESEJA CARACTERIZAR bem a Eloah como o libertador do seu povo. Deus é
também caracterizado como “O Santo”.
O versículo 4 traz uma declaração do seu resplendor,
anunciando como igual à luz, declara que da sua mão saem raios brilhantes. “Os
raios brilhantes” são uma alusão a relâmpagos. Que se assemelha ao texto de
Exodo 19.16. Também no Salmo 29, visualiza a glória de Deus em meio a uma
tempestade que atravessa o deserto. Em Naum diz que Deus “tem o seu caminho no
turbilhão e na tempestade, e as nuvens são o pó de seus pés” (Naum 1.3).
O quadro que o profeta descreve no versículo 5 é
terrificante. “Adiante dele vai a peste, e por detrás a praga ardente”. Isto
significa que o seu andar traz um juízo inescapável. Não há como fugir dele.
Como se fosse um rolo compressor: peste à frente e praga atrás. A BLH expressou
muito bem ao trazer: “Na frente dele vão as pragas terríveis, e atrás vem
doenças mortais. Quem escapar do primeiro sucumbirá diante do segundo. É uma
figura de um julgamento rigoroso e eficiente.
No versículo 6 “Deus para e mede a terra”. Ele “sacode as
nações”. No versículo 7 e a vez de Midiã e Cusã ficarem agitadas. Essas regiões
é Midiã, foi lá que Iavé encontrou Moisés (Ex 3.1-2) e lá teve inicio, a
história do Exodo. Desde aquele tempo e desde aquele lugar começou a agitação.
3)
O
Deus da história...
O texto começa com uma pergunta: “Acaso é contra os rios que
o Senhor está irado?” Ou seja, Quando Iavé dividiu o mar vermelho (Ex 14.21) ou
quando dividiu o Rio Jordão (Js 3.15-16) era por estar zangado com as águas?
Por que agiu daquela maneira? Para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de
todos os que nos odeiam” (Lc 1.71). “Andas montado nos teus cavalos”; Habacuque
olha para Deus como o condutor de uma carruagem que sai pelas nações de forma
vitoriosa. O versículo 9 nos mostra o
guerreiro em posição de combate, como se fosse um arqueiro. A expressão “a tua
aljava está cheia de flechas”. Deus é um guerreiro bem armado para desempenhar
adequadamente a sua tarefa.
O versículo 10 descreve a vitória de Débora e Baraque sobre
Sísera ( Jz 4 -5), quando uma súbita tempestade transformou o campo de batalha
num pântano e inutilizou completamente os carros do inimigo. No versículo 11,
temos o famoso milagre de Josué, quando o dia foi prolongado para que Josué
tivesse mais tempo de conquistar uma vitória absoluta (Js 10.12-13).
O versículo 12 mostra Deus como um conquistador em marcha.
Foi assim com o Egito, com a Assiria, com Edom. E agora, com a Babilonia. O
cruel império caldeu será trilhado (Dn 5). Quando Deus entra na batalha, não o
faz para brincar. É para impor o seu juízo. “Olhei, e eis um cavalo branco; e o que está montado
nele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vencendo, e para vencer”
(Ap 6.2). Ele sai para defender o seu povo. Israel era o seu povo “reino
sacerdotal” e “nação santa” (Ex 19.6). Hoje, Deus defende a sua igreja; em 1 Pe
2.9, temos quatro títulos para a igreja: geração eleita, sacerdócio real, nação
santa e povo adquirido.
4)
O
triunfo da fé
“Ouvindo-o eu”. Ou, “eu ouvi”. Ele ouviu falar das
intervenções de Deus no passado. Como é bom recordar as bênçãos do passado! Um
olhar por sobre os ombros, para trás, como nos ajudaria!
“O meu ventre se comove”, “tremem os meus lábios”, “entra a podridão
nos meus ossos” e “vacilam os meus ossos”. O que significam? “O meu ventre se
comove” é a conhecida sensação de frio na barriga; os judeus punham a sede de
emoções nas entranhas. Habacuque está profundamente emocionado. “Tremem os meus
lábios” A BLH traduziu como “os meus lábios tremeram de medo”. “Entra a podridão
nos meus ossos, vacilam os meus passos”, ou “perdi todas as minhas forças e não
pude ficar de pé”.
Faltariam figos, uvas, azeitonas e os campos não produziriam.
O rebanho seria exterminado, então não haveria carne. Os currais sem gado significava
que não haveria leite. Tudo isso resume em quatro letras: FOME!
Conclusão: “Ainda que a figueira não floresça...”. Habacuque
nos ensina que a resposta à crise é a fé. “Aqules que confiam no Senhor, são
como os montes de Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre”
(Sl 125)
“Eu me alegrarei”. No meio da crise, alegria. A alegria do
Senhor é a nossa força.
Por que? “O Senhor Deus é a minha força”. Iahweh adhonay – é o
Deus pessoal, o Deus do pacto, o Deus em sua majestade. Ele é a força do seu
profeta. “ELE FARÁ OS MEUS PÉS COMO OS DA CORÇA, E ME FARÁ ANDAR SOBRE OS MEUS
LUGARES ALTOS”. No versículo 16 diz: “Perdi todas as minhas forças e não pude
ficar de pé”. Aqui, o seu andar é firme porque a sua força está em Deus. “ELE
DÁ FORÇA AO CANSADO, E AUMENTA AS FORÇAS AO QUE NÃO TEM NENHUM VIGOR” (Is
40.29).
Amém. Palavras abençoada.em meio a ira divina a misericórdia de Deus está presente. Sob os que temem e guardam seus mandamentos.
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