Disciplina e restauração no corpo de Cristo. 2 Corintios 2.4-11
Introdução:
Na primeira epístola de Corinto, no capitulo 5, temos um pecado acontecendo aos olhos da comunidade, todos estavam apáticos. Então, Paulo exorta a igreja a tomar uma atitude em relação ao individuo. Já, na segunda epístola, no capitulo 2, Paulo está exortando a igreja a recebe-lo em comunhão.
1)
O
pecado em Corinto e a disciplina.
“...De toda parte se ouvem comentários de que há impureza entre vós, e uma espécie de imoralidade que não se observa nem mesmo entre pagãos...a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher do seu pai” (1 Co 5.1).
Imoralidade é porneia, que significa literalmente “procurar
prostituta”. A palavra veio a designar, qualquer comportamento sexual que
trangride a norma cristã, isto é, todo relacionamento sexual antes do casamento
ou depois do casamento, com uma pessoa que não seu marido, ou esposa. Ou, todas
as violações do sétimo mandamento.
“Não podem dizer que nosso corpo foi feito para a imoralidade sexual. Ele foi feito para o Senhor, e o relacionamento que o Senhor tem conosco inclui nosso corpo... Voces não sabem que seu corpo é, na realidade, membro de Cristo? Acaso um homem deve tomar seu corpo, que faz parte de Cristo, e uni-lo a uma prostituta? De maneira nenhuma! E vocês não sabem que um homem se une a uma prostituta ele se torna um corpo com ela? ...Os dois se tornam uma só carne...Fujam da imoralidade sexual... pois a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo” (Co 6.13-19).
“...expulsar da comunhão aquele que assim procede?” (v.2). O
homem deve ser retirado do meio da comunidade de fé e adoração. Isso é
excomunhão; proibição de participar da ceia do Senhor e, portanto, exclusão
completa da comunhão. Por que era necessário tal disciplina tão absoluta? Para
o bem tanto do individuo, quanto da comunidade cristã.
Portanto, a necessidade da disciplina resume-se melhor na
frase: “a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (v.5). Esta
é a perspectiva certa em relação à nossa atitude para com todos os homens em
qualquer lugar – a sua salvação.
“Entreguem esse homem a Satanás, para que a carne dessa
pessoa seja destruída, mas seu espírito salvo no dia do Senhor” (v.5).
Lembrem-se de Davi, durante um ano não compôs nenhum salmo, ou do Sumo
Sacerdote Josué, quieto diante da acusação de Satanás. Ou seja, a pessoa fica
vulnerável ao inimigo, antes era protegida e privilegiada por Deus.
Dentro da comunidade do povo de Deus, quando ela é excluída
de tal segurança, é o mesmo que ser largado, indefeso e desamparado, no
território ocupado pelo inimigo. O choque profundo de tal experiência pode
produzir algo semelhante a um ataque cardíaco.
2)
A
restauração
Neste texto de 2 Corintios no capitulo 2, três fatos são destacados por Paulo:
Primeiro, “o pecado não
tratado produz tristeza nos obreiros de Deus” (2 Co 2.5). “Não exagero quando digo que o homem que
causou tantos problemas magoou não somente a mim, mas, até certo ponto, a todos
vocês”. A igreja deveria chorar pelos
pecados como nós choramos no funeral de um ente querido. “Porquanto, vos
escrevi em meio a grande aflição e angustia de coração e com muitas lagrimas...”
(2 Co 2.4).
Segundo, o pecado não
tratado produz tristeza na igreja de Deus (v.5). No começo, a igreja de Corinto,
reagiu com soberba “E ainda estais cheios de arrogância! Não devíeis, pelo
contrario, repugnar tal atitude...” (1 Co 5.2). Mas, a tristeza de Paulo
atingiu todos os crentes. O pecado deprime a igreja. O pecado tira a alegria e
a força da igreja “Devolve-me a alegria e a felicidade...” (Sl 51.8).
Terceiro, o pecado precisa ser confrontado. “Então disse Natã a
Davi: tu és este homem” (2 Sm 12.7). O pecado precisa ser confrontado e o
faltoso precisa ser disciplinado (2 Co
2.6). “A punição que foi imposta pela maioria a essa tal pessoa é suficiente”.
O sacerdote Eli foi acusado de amar mais a seus filhos do que a Deus; porque
deixou de disciplina-los, eles pereceram. O rei Davi foi acusado de nunca
contrariar seu filho Adonias. E sabemos, o final desse filho, foi morto por
Salomão. Quem ama disciplina.
O poder do perdão
O perdão traz conforto e libertação da tristeza (2 Co 2.7). “...Deveis perdoar e encorajá-lo, para que não seja dominado por amargura excessiva”. A palavra no grego dominado, era empregada quando animais “devoravam” sua presa, e quando ondas e correntes de “engoliam” pessoas e objetos. Nada existe de mais perigoso do que dar a Satanás uma chance de reduzir um pecador a extremo desespero.
A palavra conforto, ou encorajar vem do grego paraklesis e
significa encorajar, exortar e consolar. É a palavra usada para os discursos
dos lideres e dos soldados que se animam mutuamente. Era usada para o envio de
soldados na batalha. Winston Churchiil, diante do perigo nazista, falou na
radio BBC: “Nunca desista, nunca, nunca, nunca. Em nada. Grande ou Pequeno,
importante ou não. Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder
aparentemente esmagador do inimigo”.
O perdão é uma necessidade essencial: 1) para o bem daqueles
que fazem o mal (vs. 5-7); 2) para o bem estar espiritual daqueles cujo papel é
perdoar (vs. 8-10); e 3, para a integridade da comunhão da igreja (2 Co 2.11).
O amor deve ser ministrado aos que arrependidos se voltam
para Deus (2 Cor 2.8-10). “Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o
vosso amor” (v.10). O amor deve ser verbalizado e demonstrado. O amor apaga
multidão de pecados. O amor sara as feridas. O amor restaura. O amor não joga
no rosto daqueles que caíram em suas fraquezas. O amor vira as paginas do
passado e escreve um novo capitulo cheio de doçura. O amor corre ao encontro
daquele que volta arrependido e lhe coloca uma túnica, sandálias nos pés e anel
no dedo.
Conclusão: “A fim de que Satanás não tivesse qualquer
vantagem sobre nós”. Como Satanás alcança vantagem sobre a igreja?
Primeiro, quando a igreja deixa de ser uma comunidade terapêutica.
Sempre que deixamos de consolar aqueles que são motivados a uma sincera
confissão de seu pecado, nós favorecemos o próprio Satanás. Pois, o diabo odeia
o perdão. Ele quer ver sempre desalento, desespero e escuridão.
Segundo, Satanás alcança vantagem sobre a igreja quando induz os faltosos a pensar que não há chance de restauração. Satanas tem duas estratégias: a primeira delas é induzir o homem a pensar que o pecado é inofensivo. A segunda, é induzi-lo a crer que não há restauração para os que caíram em suas amarras.
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