terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

 Disciplina e restauração no corpo de Cristo. 2 Corintios 2.4-11 

Introdução: 

 Na primeira epístola de Corinto, no capitulo 5, temos um pecado acontecendo aos olhos da comunidade, todos estavam apáticos. Então, Paulo exorta a igreja a tomar uma atitude em relação ao individuo. Já, na segunda epístola, no capitulo 2, Paulo está exortando a igreja a recebe-lo em comunhão.  

1)    O pecado em Corinto e a disciplina.

“...De toda parte se ouvem comentários de que há impureza entre vós, e uma espécie de imoralidade que não se observa nem mesmo entre pagãos...a ponto de alguém manter relações sexuais com a mulher do seu pai” (1 Co 5.1). 



Imoralidade é porneia, que significa literalmente “procurar prostituta”. A palavra veio a designar, qualquer comportamento sexual que trangride a norma cristã, isto é, todo relacionamento sexual antes do casamento ou depois do casamento, com uma pessoa que não seu marido, ou esposa. Ou, todas as violações do sétimo mandamento.

“Não podem dizer que nosso corpo foi feito para a imoralidade sexual. Ele foi feito para o Senhor, e o relacionamento que o Senhor tem conosco inclui nosso corpo... Voces não sabem que seu corpo é, na realidade, membro de Cristo? Acaso um homem deve tomar seu corpo, que faz parte de Cristo, e uni-lo a uma prostituta? De maneira nenhuma! E vocês não sabem que um homem se une a uma prostituta ele se torna um corpo com ela? ...Os dois se tornam uma só carne...Fujam da imoralidade sexual... pois a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo” (Co 6.13-19). 



 “...expulsar da comunhão aquele que assim procede?” (v.2). O homem deve ser retirado do meio da comunidade de fé e adoração. Isso é excomunhão; proibição de participar da ceia do Senhor e, portanto, exclusão completa da comunhão. Por que era necessário tal disciplina tão absoluta? Para o bem tanto do individuo, quanto da comunidade cristã.

Portanto, a necessidade da disciplina resume-se melhor na frase: “a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (v.5). Esta é a perspectiva certa em relação à nossa atitude para com todos os homens em qualquer lugar – a sua salvação.

 Paulo coloca o procedimento disciplinar em três contextos: A autoridade total de Jesus Cristo como Senhor (“Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”), a presença corporativa de toda comunidade em Corinto (“junto vós e o meu espírito”) e o controle do Senhor sobre tudo o que Satanás tem permissão para fazer, mesmo a um cristão rebelde (“entregue a Satanás para destruição da carne”). 



“Entreguem esse homem a Satanás, para que a carne dessa pessoa seja destruída, mas seu espírito salvo no dia do Senhor” (v.5). Lembrem-se de Davi, durante um ano não compôs nenhum salmo, ou do Sumo Sacerdote Josué, quieto diante da acusação de Satanás. Ou seja, a pessoa fica vulnerável ao inimigo, antes era protegida e privilegiada por Deus.

Dentro da comunidade do povo de Deus, quando ela é excluída de tal segurança, é o mesmo que ser largado, indefeso e desamparado, no território ocupado pelo inimigo. O choque profundo de tal experiência pode produzir algo semelhante a um ataque cardíaco.

2)    A restauração

Neste texto de 2 Corintios no capitulo 2, três fatos são destacados por Paulo: 



Primeiro, “o pecado não tratado produz tristeza nos obreiros de Deus” (2 Co 2.5). “Não exagero quando digo que o homem que causou tantos problemas magoou não somente a mim, mas, até certo ponto, a todos vocês”.  A igreja deveria chorar pelos pecados como nós choramos no funeral de um ente querido. “Porquanto, vos escrevi em meio a grande aflição e angustia de coração e com muitas lagrimas...” (2 Co 2.4).

Segundo, o pecado não tratado produz tristeza na igreja de Deus (v.5). No começo, a igreja de Corinto, reagiu com soberba “E ainda estais cheios de arrogância! Não devíeis, pelo contrario, repugnar tal atitude...” (1 Co 5.2). Mas, a tristeza de Paulo atingiu todos os crentes. O pecado deprime a igreja. O pecado tira a alegria e a força da igreja “Devolve-me a alegria e a felicidade...” (Sl 51.8).

 O pecado afasta a presença de Deus da igreja e a torna frágil e vulnerável diante do inimigo “...O sumo sacerdote Josué em pé diante do anjo do Senhor. Satanás, o acusador, também estava ali, ao lado direito do anjo, e fazia acusações contra Josué... Josué continuava em pé diante do anjo, e suas roupas estavam imundas” (Zc 3.1-3).

 Terceiro, o pecado precisa ser confrontado. “Então disse Natã a Davi: tu és este homem” (2 Sm 12.7). O pecado precisa ser confrontado e o faltoso  precisa ser disciplinado (2 Co 2.6). “A punição que foi imposta pela maioria a essa tal pessoa é suficiente”. O sacerdote Eli foi acusado de amar mais a seus filhos do que a Deus; porque deixou de disciplina-los, eles pereceram. O rei Davi foi acusado de nunca contrariar seu filho Adonias. E sabemos, o final desse filho, foi morto por Salomão. Quem ama disciplina.

O poder do perdão

O perdão traz conforto e libertação da tristeza (2 Co 2.7).  “...Deveis perdoar e encorajá-lo, para que não seja dominado por amargura excessiva”. A palavra no grego dominado, era empregada quando animais “devoravam” sua presa, e quando ondas e correntes de “engoliam” pessoas e objetos. Nada existe de mais perigoso do que dar a Satanás uma chance de reduzir um pecador a extremo desespero. 



A palavra conforto, ou encorajar vem do grego paraklesis e significa encorajar, exortar e consolar. É a palavra usada para os discursos dos lideres e dos soldados que se animam mutuamente. Era usada para o envio de soldados na batalha. Winston Churchiil, diante do perigo nazista, falou na radio BBC: “Nunca desista, nunca, nunca, nunca. Em nada. Grande ou Pequeno, importante ou não. Nunca se renda à força, nunca se renda ao poder aparentemente esmagador do inimigo”.

O perdão é uma necessidade essencial: 1) para o bem daqueles que fazem o mal (vs. 5-7); 2) para o bem estar espiritual daqueles cujo papel é perdoar (vs. 8-10); e 3, para a integridade da comunhão da igreja (2 Co 2.11).

 O perdão traz cura e conforto. O perdão é o cancelamento da divida. O perdão é a faxina da mente, a assepsia da alma, a alforria das grossas correntes emocionais que nos prendem na masmorra das lembranças amargas. Perdoar é lembrar sem sentir dor.

O amor deve ser ministrado aos que arrependidos se voltam para Deus (2 Cor 2.8-10). “Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (v.10). O amor deve ser verbalizado e demonstrado. O amor apaga multidão de pecados. O amor sara as feridas. O amor restaura. O amor não joga no rosto daqueles que caíram em suas fraquezas. O amor vira as paginas do passado e escreve um novo capitulo cheio de doçura. O amor corre ao encontro daquele que volta arrependido e lhe coloca uma túnica, sandálias nos pés e anel no dedo.

Conclusão: “A fim de que Satanás não tivesse qualquer vantagem sobre nós”. Como Satanás alcança vantagem sobre a igreja?

Primeiro, quando a igreja deixa de ser uma comunidade terapêutica. Sempre que deixamos de consolar aqueles que são motivados a uma sincera confissão de seu pecado, nós favorecemos o próprio Satanás. Pois, o diabo odeia o perdão. Ele quer ver sempre desalento, desespero e escuridão.

Segundo, Satanás alcança vantagem sobre a igreja quando induz os faltosos a pensar que não há chance de restauração. Satanas tem duas estratégias: a primeira delas é induzir o homem a pensar que o pecado é inofensivo. A segunda, é induzi-lo a crer que não há restauração para os que caíram em suas amarras. 



  

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