terça-feira, 26 de janeiro de 2021

 O que é membresia de igreja? Rm 12 


Introdução:

Hoje vivemos uma modernidade liquida. O que é isso? Um conceito criado por um polonês Zygmunt Bauman e diz respeito a uma nova época em que as relações sociais, são frágeis, fugazes e maleáveis, ou seja “tudo que é sólido se desmancha no ar”, como líquidos. Por outro lado, a modernidade sólida, liga-se à família, à religião e à nação.

Essa modernidade liquida , levou, essa geração atual ser marcada de muitas maneiras: individualismo (“minha felicidade é mais importante”); consumismo (um gasto desmedido e o uso de pessoas como objeto). Resultando em FOBIA a comprometimentos (pessoas vivem juntas, mas não se casam)e a rejeição de instituições (toda instituição é corrupta). E, infelizmente esse mundanismo, essa modernidade liquida, entrou na igreja.

1)    Que é membresia de igreja?

Primeiro o que é uma igreja? Não é um edifício, mas igreja é um corpo de pessoas que confessam e dão evidencias de que foram salvos pela graça de Cristo “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Então, igreja é o ajuntamento de pessoas comprometidas com Cristo em determinado lugar, constitui uma igreja. 



Mas, muitas pessoas não são favoráveis a uma igreja organizada, além do movimento tem a organização. No entanto, todo organismo vivo possui uma organização. Exemplificando: desde a parede celular, a casca de uma arvore,  até nossa pele, que são estruturas que impedem o que é ruim de entrar e permitem o que é bom. A igreja organizada tem sustentado a vida de todos que faz parte dela.

Como um templo possui tijolos. Um rebanho, ovelhas. Uma vinha, ramos. E um corpo, membros. Em sentido, ser membro da igreja começa quando Cristo nos salva e nos torna membros de seu corpo. Contudo, essa obra tem de expressar-se em uma igreja local. Nesse sentido, ser cristão significa estar unido a uma igreja.

 Mas, então, que é membresia de igreja? Em Atos 2, temos o Pentecostes e a primeira pregação após a descida do Espírito – e Lucas nos dá um resumo interessante sobre a vida da igreja nos versículos 41 e 42: “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. 


O versículo 41 nos apresenta o processo de membresia. Aqueles que aceitaram a Palavra (arrependeram-se) foram batizados (professaram publicamente a fé) e isso marcou o acréscimo da igreja. O batismo possui um aspecto inicial e comunitário. Inicial, pois deve ser realizado próximo à conversão e porque é necessário para a membresia e para participação na ceia. Comunitário, pois Paulo: “todos nós fomos batizados em um só corpo” (1 Co 12.13).

OU SEJA, O BASTISMO QUE SIMBOLIZA NOSSA UNIÃO COM CRISTO TAMBÉM SIMBOLIZA NOSSA UNIÃO COM O CORPO DE CRISTO.

 No versículo 42 nos apresenta o viver da membresia: “Eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Aqueles que foram acrescentados viviam de forma diferenciada dentro da cerca da membresia. Eles se devotavam perseverantemente na doutrina dos apóstolos, na comunhão  - koinonia espiritual e material, no partir do pão e nas orações.



O texto diz “partir do pão”, apontando para a celebração da ceia. A ceia tem dois aspectos: contínuo e comunitário. Continuo, pois ela não é celebrada só uma vez, mas mensalmente na vida da igreja. Comunitária, pois Paulo diz que: “somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão” (1 Co 10.17). Ou seja, a ceia que simboliza nossa união com Cristo também simboliza nossa união com o corpo de Cristo.

 Então, a entrada na membresia e a vida da igreja são reguladas pelas duas ordenanças dadas por Cristo. Portanto, não devemos pensar no Batismo e na ceia como algo individualista, mas como algo que possui tanto aspectos pessoais quanto comunitários: alguém nos batiza e alguém nos serve o pão.

Então, membresia, é:

a)     Aliança: é um acordo solene entre um cristão e uma igreja local

b)    Confirmação: a igreja, por meio do batismo e da ceia, confirma a profissão de fé dos seus membros.

c)     Supervisão: os pastores e os membros buscam ensinar, exortar, admoestar crente para que ele persevere na fé.

d)    Reunir e se submeter: o crente promete não deixar de congregar e viver sua vida de discípulo a Cristo debaixo do ensino dos apóstolos.

 

2    2)    É bíblico?

Primeiro,  Deus sempre buscou demarcar uma nítida diferença entre seu povo e o mundo. Já na criação, sem a macula do pecado, Deus colocou o homem em um lugar separado do restante da terra, um jardim.

Segundo, no diluvio, a arca era uma divisão nítida entre aqueles que, como Noé, haviam achado graça diante do Senhor, temido Seu nome e obedecido a Ele, e o mundo de ímpios que rejeitou a pregação da justiça (Gn 6 e 7). 



Terceiro, Quando Deus chama Abraão, mostrou que fazer parte do povo da aliança significava:  ter a mesma fé justificadora de Abraão na Palavra, que recebe o Senhor como Seu Deus; observar o sinal da aliança, a circuncisão; e viver de acordo com essas realidades. Quem não obedecesse, seria eliminado (Gn 17.7-14).

 Quarto, No Novo Testamento, essa divisão está nas cartas paulinas e gerais. O apostolo Pedro escreve que antes estávamos do lado de fora, mas agora estamos do lado de dentro: ”Pois, vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, cujo proposito é anunciar as grandezas daquele que vos convocou das trevas para a sua maravilhosa luz. Vós, sim, que antes não éreis sequer povo; mas agora, sois povo de Deus; não tínheis recebido misericórdia, contudo, agora a recebestes” (1 Pe 2.9-10).

Quinto, A igreja recebe a incumbência da grande comissão (Mt 28.19-20). Depois, temos a conversão de três mil pessoas, depois vai pra cinco mil, mostrando que a igreja sabia quem eram seus seguidores (Atos 2.41). Depois, temos a responsabilidade dos presbíteros e das ovelhas, pois os pastores devem saber de quem vão prestar contas, e os membros quem são seus líderes “Obedecei aos vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas...” (Hb 13.17). E, a disciplina eclesiástica, pois não faz sentido colocar para fora quen nunca foi considerado de dentro (1 Co 5.2).

Conclusão:

Como membros somos chamados a amar (Rm 12.13-16), a saudar (Rm 16.16); a acolher (Rm 15.7); a suportar (Cl 3.12-14), a perdoar (Ef 4.31-32); a encorajar (Hb 10.24); a guardar (Hb 3.12-13), a sujeitar uns aos outros (Ef 5.18-21). Sermos membros comprometidos no corpo de Cristo, disposto a levantar a bandeira de Cristo, e disposto a ter comunhão horizontal com todos os membros desse corpo. 



 

 

 

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