terça-feira, 22 de março de 2022

 Cingindo os vossos lombos com a verdade – Ef 6.10-14

Introdução

O cinto da verdade é a Palavra de Deus, a verdade objetiva de Deus. Portanto, o cinto é vital por causa de sua função. Primeiro, é vital para juntar e atar as roupas do soldado romano. Quando colocava o cinto liberava-o para a ação, e podia manejar o escudo com uma das mãos e a espada com a outra. De tal modo, que o cinto dava ao soldado uma sensação de segurança.  Ele estava pronto, livre, alerta e preparação para a ação. Jesus exorta seus discípulos: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias” (Lc 12.35). 


1)    Por quê?

Comparemos a igreja atual com a igreja primitiva, ou com a igreja sobre a qual se pode ler, de certos períodos e épocas da sua longa história: a igreja dos morávios, a igreja de John Wesley, etc. Hoje, a igreja está em condições verdadeiramente perigosas, às vezes, inútil. Por quê? Não aceitamos os ensinamentos do Novo Testamento como verdade absoluta. A igreja atual, não quer se submeter a “verdade”, em torno dos seus lombos, para firmar seus pés e “fortalecer no Senhor e na força do seu poder” e “vestir toda armadura de Deus”.

Hoje, vivemos em uma sociedade pós-moderna, ou sociedade liquida. E a afirmação é essa: não importa o que o homem diga sobre o que crê, desde que ele viva uma boa vida. Contudo, é-nos dito “cingi os vossos lombos com a verdade”. Porém, o que é a verdade? Com que devo me cingir? A crença tem algum valor? Afinal, a verdade vale alguma coisa? “Que é a verdade?” (Jo 18.38). 


Hoje, há um ensinamento que não se pode definir a verdade, é muito presunção em dizer que conhece a verdade. Se você se aventurar ou criticar ou a dizer que certo ensino é errado, você é despachado como pessoa contenciosa. Dirão que seu espírito deixou de ser cristão, que você se tornou estreito; de que tem a pretensão de que só você tem a verdade. Então, a sociedade liquida lhe diz: “Voce não pode fazer isso, afinal quem pode definir a verdade? Uma pessoa a vê de um modo, outra pessoa a vê de outro modo”. 

 Ou seja, a verdade é posta adiante da doutrina. Há somente uma coisa, parece-me, em que a maioria acredita na “unidade”. Devemos unir-nos a todo custo, crendo no que quisermos. É a isso que se chega de fato, e está crescentemente se tornando a ideia primitiva. Um exemplo: foi feita uma pergunta ao Pastor André Valadão, da Batista Lagoinha, no Instagram: “A pessoa pode tomar santa ceia sem ser batizada?” Ele respondeu que sim! E, assim, os lideres do movimento pela unidade – estão interessados em reconciliar todos para uma única igreja.

Eles afirmam que a Bíblia é de Grande valor, mas, seria tolice esperar que ela realmente nos ajudasse nos tempos atuais. E, argumentam, a Bíblia foi escrita numa época em que a sociedade era primitiva, patriarcal e simples. Contudo, por causa das complexidades dos tempos modernos, seria ridículo esperar que a Bíblia fosse adequada. O Pastor Ed Rene Kivitz, pastor da igreja Batista Água Blanca, afirmou que “A Bíblia precisa ser atualizada para que LGBTs não sejam mais condenados ao inferno”. Enquanto que o Pastor Billy Graham, afirmou: “A Bíblia é mais atual do que o jornal de amanhã” 


2)    Cingindo os lombos

A pergunta que faço, à luz disso tudo, é: como devo colocar o cinto da verdade. É a primeira coisa que devo fazer, revestir-me de toda armadura de Deus, e que, sem a armadura de Deus, já estou derrotado. Diz o apostolo que a verdade é algo que eu posso tomar, que eu posso vestir. “Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade...” (Ef 6.14). 

Há uma perfeita ilustração disso no capitulo dois da segunda epistola de Paulo à Timóteo, onde o apostolo diz que devemos apegar-nos à verdade. Havia alguns que a estavam negando “estes se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já aconteceu” (2 Tm 2.18). O Apostolo chama esse ensino de “gangrena” (câncer, NVI). Mas se eu lhe chamar gangrena hoje, serei caluniado como uma pessoa arrogante, como uma pessoa contenciosa, cujo espirito é mau.

No começo do capitulo 2 de segunda Timóteo, ele afirma: “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (vs. 1 e 2). Aqui, Paulo toma um assunto particular – a ressurreição -. Hoje nos dizem que é completamente insignificante se a pessoa crê ou não na ressurreição literal, física de Cristo. “Não!” diz o apostolo “o firme fundamento de Deus permanece inabalável” (2 Tm 2.19). 

Paulo instrui: “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor, instruindo com mansidão os que resistem” (2 Tm 2.24-25). Olha o que o apostolo diz: você tem que instrui-los, e você não poderá ensiná-los a menos que acredite que eles estão errados e que você está certo. E lhe cabe a instrui-los “na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento de Deus” (2 Tm 2.25).

E, finaliza em sua exortação: “Para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do diabo, que os aprisionou para fazerem sua vontade” (2 Tm 2.26). O diabo, como um caçador de animais, arma as suas armadilhas por toda parte para apanhar os ignorantes, os que não creem em doutrina e dizem que não importa no que você creia. O diabo monta suas armadilhas e eles caem nelas...

O Novo Testamento arrazoa. O Novo Testamento argumenta, o Novo Testamento é polêmico. O apostolo Paulo emprega linguagem muito forte. Diz ele que algumas pessoas “creem na mentira”, que há “falsos mestres”, e adverte as pessoas no sentido de que fujam deles. E afirma: “Ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).

Como devo colocar o cinto da verdade? Que é a verdade? A grande questão atual é a questão da autoridade. Que devo dizer no meio desta babel de vozes? A primeira resposta é que a minha autoridade não deve ser a razão humana. Vivemos numa era cientifica, portanto não devo confiar num conhecimento que vem do passado. Se eu puser a minha confiança na razão humana, serei derrotado. Voce não pode confiar em sua razão; ela é pequena demais, é deveras inadequada.

Que dizer dos meus sentimentos? Os sentimentos são colocados na posição de autoridade por muitos. O lema é: “Não tente entender demais, não tente raciocinar. É o que você sente, é o que você experimenta que importa”.  Mas, os sentimentos não podem ser a nossa autoridade final, porque, como bem sabemos, eles são instáveis e não são confiáveis. Eles vem e vão, e você nunca sabe o que virá depois. Se eu estiver sendo governado por meus sentimentos, ficarei oscilando: às vezes feliz, às vezes infeliz; às vezes parece que tudo está bem, ora achando que tudo está mal; às vezes sentindo-me forte, às vezes sentindo-me fraco. 

Se a autoridade não é a razão humana, não é o sentimento, será possível que é a igreja católica? “Oh, sim”, diz ela, “a Bíblia é muito boa, contudo não é suficiente. Nós temos acrescentado algo a ela, tivemos revelação adicional. Voce deve crer na igreja tanto como na Bíblia”.  A igreja de Roma não tem autoridade por causa das adições feita por homens, acréscimos para os quais não há autoridade nenhuma.

A igreja católica inseriu o dogma da MARIOLATRIA – a adoração da virgem Maria na igreja. Maria é rainha do céu e da terra porque ela é a mãe de Jesus, o rei do Universo, tornando-se desse modo a co-redentora da raça humana. Maria é virgem, sem pecado, sem culpa. Onde eles acham isso nas Escrituras?

Conclusão:

Portanto, Paulo nos exorta, que não temos que lutar contra carne e nem contra sangue, mas contra os principados e potestades nas regiões celestiais. Como lutar? Nos fortalecer do Senhor e da força do seu poder e nos revestir de toda armadura de Deus, para ficarmos firmes. 

  

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