terça-feira, 8 de março de 2022

 No combate cristão, o que evitar – Ef 6.10-12

Introdução

Paulo nos exorta: “Fortaleçam no Senhor e na força do seu poder”. Por quê? Estamos em combate e não é contra seres humanos, mas “...contra os poderes e autoridades...os dominadores deste mundo...as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12). Portanto, o inimigo não pode ser subestimado, apequenado; ele é “como leão que ruge procurando alguém para devorar” ( Pe 5.18). Ele é a “antiga serpente chamada diabo ou satanás que engana o mundo todo” (Ap 12.9).

1)     O que evitar

Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar o DESPERDICIO DE ENERGIA. Por mais energia que tenhamos, se a usarmos mal, se a desperdiçamos, se a jogarmos fora, o resultado é que teremos menos energia, e nos tornaremos menos eficazes, menos eficientes. Muitos soldados, antes fortes, tornaram-se no decorrer da caminhada fracos, porque se empenharam demasiadamente, pressionaram-se muito, e, inevitavelmente, cansaram-se, enfraqueceram-se.

O Apostolo Paulo escreveu que os judeus “eles tem zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento” (Rm 10.2). “Zelo sem entendimento”, ou seja, atividade sem reflexão, ou o que pode ser descrito como “ativismo”. Há uma diferença enorme entre ATIVIDADE E ATIVISMO, ou atividade saudável e a dissipação de energia. Então, nossa atividade tem que ser razoável, disciplinada, governada e dirigida. 

Porque todo soldado que exagera no que faz – e não importa o que faço – logo descobrirá que, antes de mais nada, a qualidade do seu trabalho começa a sofrer as consequências. O soldado que prega muito, que dá duro demais no ministério da Palavra, que é superativo. Ou o soldado que exerce o ministério do louvor, que canta em todos os dias da semana, aos poucos, a primeira coisa que se perde é a qualidade. O que fica é a reputação do passado, mas no presente algo se perdeu, perdeu-se a qualidade. Porque sobrecarregou-se, está cansado, esgotado...

Todo soldado deve se auto examinar, tem que ponderar. Deve ser resoluto e não se deixar levar pelo ativismo, religiosidade. É ele que está na melhor posição para saber o quanto ele pode fazer, quando fazê-lo e onde fazê-lo.

Por exemplo, Robert Murray, foi intitulado “O homem que não era como os demais”. Nasceu na Escócia, em 1813, e com oito anos de idade já meditava nas Escrituras. Em 1831, ele começou seus estudos teológicos – com 18 anos -. Estudou as línguas originais, seu maior desejo era pregar o evangelho de Jesus. Contudo, em 1846, com 33 anos, depois de pregar o evangelho para pessoas com febre infecciosa, adoeceu e depois de alguns dias morreu.

Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar as muitas palavras.  Muitas advertências são feitas nas escrituras concernente a isso. Vejam 1 Timóteo 1.4: “Não se deem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé”. E no versículo 6: “Alguns se desviarão dessas coisas, voltando para discussões inúteis, querendo ser mestres da lei” (1 Tm 1.4-6). Isto, é, passam a vida discutindo e brigando. E, Paulo ainda exorta: “Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor  que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes” (2 Tm 2.14).

E, mais, exorta o apostolo: “Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade” (2 Tm 2.16). Ainda o apostolo arrazoa: “Mas não entre em questões loucas, genealogias, contendas e nos debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs”. A prova de tudo sempre deve ser é proveitoso – proveitoso para as nossas almas, proveito para almas que estão ouvindo. Há muita dissipação de energia, puro desperdício de energia em disputas e contendas que não tem utilidade.

Fomos chamados a “batalhar pela fé”. É a exortação de Judas: “Tive por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (v.3). O apostolo Pedro fala dessa esperança: “...Estejam sempre preparados para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês” (1 Pe 3.15). E o apostolo Paulo agradece aos filipenses que permaneceram com ele na “defesa e consumação do evangelho” (Fp 1.7).  Então, temos que “batalhar pela fé”, “responder a qualquer que lhe pedir”, “defesa” e evitando todo tipo de contenda. “Contender” significa que o seu espírito está errado. 

 Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar ás más companhias, ou companhia imprópria.   Uma companhia que não é positivamente útil, no sentido espiritual. Quer dizer, não é pra ter companhia somente com os cristãos, não é isso! A questão é: passar muito tempo com pessoas mundanas. SE VOCE PASSAR MUITO TEMPO DE QUE VOCE DISPÕE NUMA ATMOSFERA MUNDANA, VERÁ QUE O FIO DA SUA VIDA ESPIRITUAL FICARÁ EMBOTADO. Não há nada de errado, inerentemente, em ver televisão, ou mexer na internet, mas se passar muito tempo fazendo isso, é certo que não será capaz de orar muito bem, e que perderá o gosta pelas Escrituras, livros cristãos, etc

Um teste de AUTOEXAME: examinando-se a si mesmo, sempre poderá dizer se a sua força está aumentando ou diminuindo. Você perdeu seu ânimo espiritual? Não aprecia as coisas cristãs como antes? Quanto tempo toma com as outras coisas, e por quê? 

Existe uma coisa pior. O apostolo adverte: “Nem torpeza, nem parvoíces, nem chocarrices, que não convém; mas antes, ações de graça” (Ef 5.4). A tradução da NVI, diz: “Não haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes, mas, ao invés disso, ação de graças” . “Chocarrice” é fala jocosa, gracejo, zombaria e desrespeito. Parvoíces” é imbecialidade. Muitas vezes ficamos surpresos por ouvir cristãos com essa espécie de conversa, pertencente ao mundo.

Em meio ao combate ferrenha, renhida, difícil, temos que evitar o jugo desigual.    “Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que tem em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? (2 Co 6.14). Isso se aplica primeiramente ao casamento. A razão pela qual o cristão não deve casar-se com alguém incrédulo é que, fazendo isso, ele se põe numa atmosfera nociva, que tende a minar a sua energia e vitalidade espiritual. Por conseguinte, somos exortados a não nos sujeitarmos a um jugo desigual com os infiéis. 

Também, temos como soldados de Cristo evitar contágio ou infecções com incrédulos. O Salmo 1 trata desse assunto: “Bem-aventurado é o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. Primeiro, ele é “bem-aventurado”, ou seja, feliz, um homem reto e que conhece as bênçãos do Senhor e evita toda atmosfera enervante. Ele não “anda segundo os conselhos dos ímpios”, não mantém amizades com pessoas más e perversas, pessoas que não tem o temor de Deus. Ele não se “detém no caminho dos pecadores”, ou seja, não se põem onde estão. E, “não se assenta na roda dos escarnecedores”, não está na mesma mesa, na mesma iguaria.

Paulo Exorta: “Foge”: Corra disso, fique longe quanto puder. É a única coisa a fazer com as más companhias. Em 1 Corintios 5, ele exorta: “Já por carta vos tenha escrito, que não vos associes com os que se prostituem” . POR QUÊ?  Por que noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8).  

“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Ef 4.22-24).

“Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus”. Colossenses 3:1-3

Conclusão

“Portanto, tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef 6.12). CONTINUEM FIRMES. Não relaxem. “Defendam o seu acampamento” (Martinho Lutero). Cuidado com a excessiva confiança. Em 1 Coríntios 10.12 Paulo diz: “Aquele pois que cuida estar em pé, olhe, não caia”. Continue defendendo a sua posição espiritual. Não seja como Elias, Deus lhe deu uma retumbante vitória contra os profetas de Baal, e depois mandou chuvas do céu, depois de três anos e meio sem chover. Mas, quando Jezabel o ameaçou, ele correu desesperadamente com medo da profeta de Baal. 


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