terça-feira, 26 de dezembro de 2023

 Seguir a Jesus e seus desdobramentos Mt 8.18... 

Introdução

O que significa seguir Jesus? Ao nosso redor vislumbramos muitas coisas esquisitas. Vemos igrejas anunciando que você não irá sofrer, caso faça parte daquela igreja e nenhuma enfermidade envolverá o teu corpo. Vemos igrejas vendendo objetos, feijão, chapéu, agua ungida, etc para conseguir as bênçãos do Senhor. Vemos pastores manipulando membros para conseguirem viagens, carros novos e importados, cirurgias estéticas, etc. Vemos igrejas de parede preta, com jogos de luzes, com fumaças saindo e espalhando pela igreja. E pastores incentivando os membros a fazerem tatuagens.

1)     O preço

Uma motivação errada. “Mestre, eu te seguirei por onde quer que fores” ou, “...estou pronto a seguir o Senhor para qualquer lugar aonde o Senhor for” (NTLH). Então Jesus respondeu: “...as raposas têm suas tocas e as aves do céu tem seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8.19-20). 

Aparentemente o mestre da lei pensou que a conexão com Jesus lhe asseguraria estabilidade, e talvez até certo ponto privilégio. Afinal de contas, se Jesus é o Messias (O Ungido), e se o Messias irá governar um reino rico e poderoso grandemente abençoado por Deus, então seria inteligente tornar-se um seguidor próximo de Jesus agora, para estar na estrada certa quando o dia da gloria surgir.

Ou, talvez gostasse muito do que viu em Jesus (seus milagres) e ouviu dele (seus ensinamentos éticos, o sermão do monte), e tenha decidido segui-lo mais de perto, mas sem pensar nas dificuldades e privações que essa obra implicaria. 

Voce também pode vir a sofrer privações; já pensou nisto?” mas também: “Sejam quais forem os seus motivos, tenha em mente que você está se oferecendo para seguir um líder rejeitado. Os animais sempre, no caso, as raposas e as aves tem algum lugar para descansar, mas o Filho do homem não tem nenhum.

Uma prioridade errada. “Outro discipulo lhe disse: Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai” (Mt 8.21). Aqui, ou o homem estava pedindo tempo necessário para enterrar e prantear por seu pai, recém- falecido; ou, então seu pai era idoso e o homem estava esperando que ele morresse e fosse enterrado antes de considerar seguir a Jesus mais de perto. 

“Deixa-me ir sepultar” significa: deixa-me ir e servir meu pai enquanto ele é vivo; depois que ele morrer, eu o sepultarei e virei”. Este discípulo está olhando para o futuro distante, pois adia a sua decisão de seguir a Jesus para um tempo posterior à morte do seu pai.

A resposta de Jesus é formidável: “Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os próprios mortos” (Mt 8.22). Ou, “deixe que os (espiritualmente) mortos sepultem os próprios (fisicamente) mortos”. Mas para frente, Jesus afirma: “Quem ama pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim. Quem acha a sua vida a perderá; e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará” (Mt 10.37-39).

A preocupação de Jesus em Mateus 8.22 é sobre expor o perigo de um discipulado condicional. Quando a preocupação com os pais se torna uma desculpa para não seguir a Jesus, ou uma forma de adiar isso, então a preocupação com os pais, estará sendo supervalorizada.

Algumas pessoas tomaram decisões difíceis e de alto custo em relação a suas famílias. Uma pessoa rica foi deserdada quando se tornou cristã. Uma muçulmana foi mandada embora da casa dos pais, depois que se tornou seguidora de Cristo. A decisão de seguir a Cristo pode se tornar mais aguda conforme os meses passam, e o novo convertido reconhece que seus objetivos e valores não estão mais alinhados com aqueles herdados de sua família.

2)     Tempestades

Depois “Entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram” (Mc 8.23). Ou seja, seus discípulos entraram junto com ele no barco. “De repente, uma violenta tempestade abate-se sobre o mar...” (Mt 8.21). Tempestades súbitas e violentas são comuns na Galiléia. Os discípulos estavam acostumados com essas tempestades. “Uma violenta tempestade...de forma que as ondas inundavam o barco” (Mt 8.24). o que você faria? O que os discípulos fizeram? Começaram a gritar: “Senhor, salva-nos! Vamos morrer! (Mt 8.25). 

“Por que vocês estão com tanto medo, homens de pequena fé?” (Mt 8.26). As palavras “pequena fé” podem se referir não tanto a quantidade de fé, mas à sua natureza empobrecida. A fé adequada espanta o medo; no caso dos discípulos, o medo tinha espantado a fé. Por que será Toda vez que o mar se levanta e as ondas se levantam, nos acovardamos? Nos desesperamos, como os discípulos de Jesus?

John Wesley, em 25 de janeiro de 1736, estava no barco indo da Inglaterra para os Estados Unidos. De repente, nas palavras de Wesley “o mar invadiu, quebrou a vela principal e cobriu o navio, enquanto a água derramava entre o tombadilho, como seu o grande abismo houvesse nos tragado. Gritos terríveis começaram entre os ingleses...desesperaram-se da própria vida de todos dentro daquele navio.

Não acreditamos que “...a mão do Senhor não está encolhida...nem agravado o seu ouvido para não poder ouvir” (Is 59.1). No Salmos, lemos: “O Senhor guardará você de todo perigo; ele protegerá a sua vida” (Sl 121.8). No entanto, a qualidade da nossa fé é tão pobre que, em várias ocasiões, quando Deus responde, muitas vezes de maneiras bem superiores ao que esperamos, ficamos extremamente surpreendidos.

“Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem” (Mt 8.27). A deficiência mais séria de fé demostrada pelos discípulos, porém, está na falta de capacidade de reconhecer quem Jesus realmente é. Será que se soubessem que Jesus era o Messias, uma tempestade poderia inundar o barco e tirar a vida do mesmo redentor enviado dos céus cuja missão era morrer em vergonha e ressuscitar em triunfo para a salvação do seu povo? Será que uma tempestade poderia apagar a vida daquele que é o agente de toda criação? 

3)     Espíritos malignos

Quando Jesus chegou do outro lado na região dos gadarenos: “foram ao seu encontro dois endemoninhados” (Mt 8.28). Ou, “...dois homens que estavam dominados por demônios” (NTLH). E o texto diz mais sobre eles: “Eles vinham do cemitério, onde estavam morando. Eram tão violentos e perigosos, que ninguém se arriscava a passar por aquele caminho” (Mt 8.28). 

Os demônios reconhecem Jesus: “Que queres conosco, filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do devido tempo” (NVI) ou, “Filho de Deus, o que o Senhor quer de nós? O Senhor veio aqui para nos castigar antes do tempo?” (Mt 8.29 NTLH). Interessante que os demônios conhecem Jesus melhor do que os seus discípulos! Sabem que Jesus é o Filho unigênito de Deus, mesmo assim, eles continuam sendo demônios.

Os endemoninhados disseram: “Se nos expulsas, manda-nos entrar naquela manada de porcos” (Mt 8.31). Aqui, mostra que Jesus tem autoridade irrefutável, inquestionável e inigualável sobre todos os poderes, sobre todos os principados e potestades. 

O contraditório de tudo isso é que pela autoridade de Jesus os dois homens são libertados pelos demônios, alojados dentro deles e são enviados aos porcos (2000 porcos). Os porcos “endemoninhados” se lançam no precipício e todos morrem. As noticias se espalham entre a população de Gadara. Está todo mundo comentando “tem um homem com poder de expulsar demônios”. 

No entanto, as pessoas não estavam preocupadas com a libertação daqueles homens, mas com a perca dos porcos. E, imploravam que Jesus saísse daquele território. A mesma situação aconteceu com o apostolo Paulo em Filipos, quando expulsou o demônio de uma menina escrava, menina que adivinhava as coisas. Paulo e Silas foram presos e apanharam e foram algemados.

Conclusão

Seguir Jesus, não está na condicional, significa abrir mão de qualquer luxo e conforto e seguir os passos do Mestre.

Seguir Jesus é tê-lo em primazia, acima de pai, de mãe, de irmãos e de qualquer parente.

Seguir Jesus é saber que virá tempos de tempestade, mas não é para se apavorar, mas saber que está em nosso barco.

Seguir Jesus é saber que tem “outros espíritos” por aí, espíritos demoníacos, malignos, tenebrosos. Mas, somente Jesus, tem todo poder e autoridade.

 


 

 

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