terça-feira, 30 de abril de 2024

 Nós e os dons Rm 12.1-8 

Somos exortados a apresentar o nosso corpo como sacrifício vivo. Em seguida a não se amolda ao modelo deste mundo, mas transformem-se (transfiguração) pela renovação da sua mente (Rm 12.1-2). Em seguida, diz o apostolo Paulo: “...a cada de um de vocês não pense de si mesmo mais do que convém” (Rm 12.3). Aqui, ele nos alerta para evitarmos autoexaltação, ou o egoísmo. Infelizmente, todos nós, temos a tendência de exagerar nossa sabedoria, competência, nosso status, nossos dons, etc. Portanto, o apostolo nos mostra que devemos sempre vigiar quanto a esse perigo.

1)     O que pensar

O apostolo Paulo começa o verso em um tom imperativo: “Pois pela graça que me foi dada, digo a todos vocês”. Ou, “Eu lhes digo”. Pois a graça que me foi dada é uma referência ao dom para ser apostolo. E afirma: “...cada um de vocês ...pensa de si com sobriedade...” (Rm 12.3). “Sóbrio” é ter “mente sã”, ou “saúde mental apropriada”,  “moderado’, “não passar dos limites”, “ser equilibrado”(NVI). Sobriedade é também o inverso de embriaguez. Sobriedade significa ser rigorosamente preciso, em contato absoluto com a realidade. 

De acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu” (Rm 12.3). A maioria das pessoas que lê esse versículo acha que “...a medida da fé...” quer dizer “quantidade de fé”, ou uma matemática de fé. Em outras palavras, o apostolo Paulo estaria dizendo que nossa opinião sobre nós mesmos depende da quantidade de fé que temos concedida por Deus para algumas pessoas em quantidade maior do que para outras. Assim, tem gente que conseguiu mais e gente que tem menos.

No entanto, a palavra medida no grego, não fala de quantidade ou de matemática, mas um padrão de medida. O apostolo Paulo está afirmando: “A todos vocês foram concedidos a fé que salva no Cristo crucificado, e é assim que vocês devem medir a si mesmos”. No corpo de Cristo, não tem mensuração de fé, mas somos todos iguais. Independentemente de nossa história, habilidade, formação, cultura, etc., todos somos salvos em Cristo, em que Deus nos ama igualmente. 

Portanto, o evangelho impede que nos coloquemos em uma posição mais alta do que deveríamos - “...ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter” – porque somos salvos inteiramente pela bondade de Deus. Somos pecadores salvos, amados e valorizados aos olhos de Deus. Portanto, nossa “medida” tem que estar de acordo com o evangelho.

Também, precisamos pensar em nós mesmos como pessoas dotadas de dons e habilidades distintas dentro do corpo de Cristo. Em nossa posição no evangelho somos iguais “Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem e mulher; porque todos vós sois um em Cristo em Jesus” (Gl 3.28). Mas somos diferentes em nossas habilidades variadas para ministrar uns aos outros “Somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras...” (Ef 2.10).

Isto é, a cada um de nós recebemos personalidades, temperamentos, histórias, hábitos e habilidades distintas que nos equipam para um conjunto particular de boas obras criadas por Deus para executarmos. A igreja é um corpo, interdependente (uma relação de dependência) e, como resultado pertencemos uns aos outros “...nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros” (Rm 12.5). 

Paulo usa uma analogia para explicar essa interdependência: “Se todo corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se o corpo todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas, na realidade, Deus colocou os membros no corpo, cada um conforme quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Portanto, há muitos membros, mas um só corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça pode dizer aos pés: Não tenho necessidade de vós”( 1 Co 12.17-21).

“De modo que temos diferentes dons...”. É crucial que nos lembremos que esses dons vêm até nós “...segundo a graça que nos foi dada...”. Assim como a graça de Deus fez de Paulo um apostolo “...este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome...” (Atos 9.15), assim também a sua graça (charis) concede diferentes dons (charismata) a outros membros do corpo de Cristo.

2)   Os dons

“Se alguém tem o dom de profetizar...” (Rm 12.6). Os profetas transmitem a palavra de Deus, pregam, anunciam. “Quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação de todas as pessoas” (1 Co 14.3). No livro de Atos fala do diácono Filipe e das suas quatro filhas que profetizavam (Atos 21.9). 

No mesmo texto de Atos, narra sobre o profeta Àgabo que “...tomou o cinto de Paulo e, amarrando os seus próprios pés e mãos, profetizou: “...os judeus amarrarão o homem a quem pertence esse cinto...” (Atos 21.11). Toda profecia deve estar submetida a Palavra de Deus; jamais o profeta deve profetizar e contradizer a doutrina cristã. 

“Se o seu dom é servir, sirva” (Rm 12.7). Trata-se da palavra “diakonia”, que quer dizer serviço, ação. A diakonia envolve todos departamentos da igreja. A limpeza da igreja, consertos da igreja, assistência social, escola dominical, ministério infantil, tesouraria da igreja, secretaria da igreja, diáconos e diaconisas, presbíteros, evangelistas e pastores.... todos estão na diakonia do corpo de Cristo.

 “se é ensinar, ensine” (Rm 12.7). O dom do ensino é um dos mais importantes no corpo de Cristo; precisamos de irmãos, irmãs com esse dom. O dom do ensino É fazer a palavra de Deus precisa,  compreensível e conhecida; é se esmerar, garimpar, entender a teologia, a geografia, etc, todos os âmbitos do ensinamento. Mas nem sempre um ensinador será um bom pregador. Os melhores ensinadores estão nos seminários cristãos, faculdades, escolas dominicais, etc. 

“Se é encorajar, encoraje” (Rm 12.8). A palavra aqui é parakaleo, que quer dizer exortar, confortar, consolar, encorajar, apoiar, inspirar. Esse dom acontece nos púlpitos; acontece também nos bastidores do culto, quando demonstramos amor aos solitários e trazendo novas forças a quem está desanimado. Barnabé “filho da consolação” tinha esse dom e ajudou no começo da fé de Saulo de Tarso; também ajudou João Marcos quando Paulo o rejeitou para a segunda viagem missionária.

“Se é contribuir, que contribua generosamente” (Rm 12.8). A contribuição mostra o tamanho do coração da pessoa. Além do compromisso com o dizimo e as ofertas, tem irmãos que tem o prazer de contribuir para todas as necessidades da igreja. Por exemplo: a campanha do ar-condicionado da igreja, ajudando na obtenção dos alimentos para a festividade das irmãs, etc. 

se é exercer liderança, que a exerça com zelo” (Rm 12.8). lideres são exemplos, homens e mulheres que Deus colocar na frente da igreja ou de algum departamento. Temos dois tipos de liderança: a primeira é a liderança impositiva, altiva ou autoritária. Segunda é a liderança baseada na autoridade do líder, voluntária.

 “se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria” (Rm 12.8). Mostrar misericórdia é cuidar de qualquer pessoa que esteja passando por necessidade, doenças, prisioneiro, viciado, idoso, etc.

Conclusão:

No versículo 6, Paulo recomenda que, se alguém tem um dom, “...use-o...”(NVI). Voce descobre o dom fazendo, exercendo, praticando. Vai experimentando todos os tipos de ministérios como forma de descobrir seu dom no corpo de Cristo. Começa na oração, nos pequenos grupos, nos cultos na praça, nas oportunidades do culto da Vitória, na escola dominical, etc. 


Vai estudando a lista dos dons. Temos os dons de serviço, nesse capitulo; temos os dons espirituais: palavra sabedoria, palavra do conhecimento, dom de cura, operação de milagres, profecia, discernimento de espirito, variedade de línguas e interpretação de linguas (1 Co 12); temos os dons ministeriais (Ef 4.11-12). Use seu dom no corpo de Cristo. 


  

Nenhum comentário:

Postar um comentário