terça-feira, 16 de abril de 2024

 Se Deus é por nós - Rm 8.28-39 

Introdução

Estamos meditando no livro de Romanos, capitulo 8. Começamos com os versículos iniciais (vs 1-4), afirmando que “Nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo” (Rm 8.1). Em seguida, os versículos subsequentes (vs. 7-13), que diferencia a mentalidade carnal e a mentalidade espiritual. E, na terceira seção do capitulo, vimos o privilegio de sermos filhos de Deus, chama-lo de “Abba Pai”. Por fim, na ultima mensagem, fizemos a comparação dos sofrimentos atuais com o peso de gloria que “que em nós será revelada” (Rm 8.18).

1)     Tudo coopera para o bem

“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam...” (Rm 8.28), diz o apostolo Paulo. O Espirito Santo nos socorre quando não sabemos como orar, ou nos ajuda em nossa fraqueza (Rm 8.26). Mas mesmo nessas ocasiões em que as palavras nos fogem, existe algo, de que o cristão pode ter certeza: “...Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam...”. 

Primeiro, veja bem, o apostolo Paulo não diz que as “coisas” operam por si mesmas para o bem! Só Deus faz os fatores da vida concorrem para o nosso bem. Portanto, não esperamos que as coisas da vida “...concorram para o bem...” por si mesmas. Quando vemos as coisas acontecendo de modo a nos beneficiar é tudo por Deus, por graça, por misericórdia, por milagre...enfim, tudo é bondade de Deus.

Segundo essa verdade afasta o medo e a ansiedade quando “tudo dá errado na vida”. Sabemos que nada deu errado, em absoluto! Se Deus opera em “...todas as coisas”. Afinal para o cristão não existe acaso. “A sorte se lança no colo, mas do Senhor procede toda a decisão” (Pv 16.33). Não estamos na mão do acaso e do destino. Nós não! O universo não é um mecanismo governado pelo acaso; ele é governado por uma pessoa – e não é uma pessoa qualquer, mas nosso Pai. Não precisamos ter medo da vida e das circunstancias. 

Mas você diz: Está difícil, está insuportável, eu acho que não irei aguentar tal aperto. Mas, na verdade, o que está acontecendo tem um papel importante em sua vida. Está lhe ensinando, lhe moldando, lhe enriquecendo, abrindo os teus olhos, lhe dando discernimento, tornando-o mais humilde e assim por diante. Romanos 8.28 nos ensina a olhar as circunstancias da vida como parte do proposito de Deus para nós. 

Terceiro, esse versículo nos dá a confiança de que não podemos arruinar os bons propósitos de Deus para nós. A palavra “...todas...”. Significa todas mesmo! Ou seja, isso inclui até nossa recaída e nosso pecado. Ora, o pecado é sempre ruim, amargo, sempre uma coisa terrível, e sempre viveremos para lamentar suas dolorosas consequências em nossa vida. Ele usa nossos pecados e fracassos para nos trazer humildade e para nos ensinar a ter uma visão correta de nós mesmos e um grande apreço por Cristo.

Se caiu é para levantar, não para ficar parado, estagnado. Estou com vergonha dos irmãos, não importa, é para levantar e voltar pro seu lugar. Não pares. Eu fui caluniado, mas continua. Perdi meu cargo na igreja, mas não pare, não desanima. Só consigo andar de joelho, ande de joelho, mas não pare. Consigo somente rastejando, rasteja, mas não pare, em nome de Jesus. Somente vou se for rolando, vai rolando, insista, mas vai. Todas as coisas cooperam para o bem... 

Quarto, “...aqueles que amam...”. Ou seja, se refere às pessoas que assumiram um compromisso de viver para Deus. “Aqueles que tem meus mandamentos e a ele obedece é o que me ama” (Jo 14.21).  Se você ama a Deus por quem ele é, assume um compromisso e suporta a dificuldade. Para as pessoas que não assumiram um compromisso com Cristo as circunstancias boas podem enganar, promover e levar a pessoa para o egoísmo. Já as circunstâncias ruins podem leva-las ao ressentimento, rancor e a amargura.

2)     O bem que Deus está operando

Uma pergunta: “O que podemos esperar confiantemente ver Deus fazer em “...todas as coisas...”? Os versículos 29 e 30 dão a resposta. Paulo afirma que tudo que acontece conosco está cooperando para a nossa satisfação, santidade e salvação. Tudo colabora a fim de que sejamos “...conforme à imagem de seu filho” (Rm 8.29).

Primeiro, Deus está nos conformando. Isso significa que ele tem um desenho mestre ou forma definida (“...seu filho...”), e agora toda circunstância – “todas as coisas ....” é projetada para formatar, polir, amolecer, suavizar, esculpir, moldar segundo esse desenho mestre. Estamos sendo refeitos de dentro para fora, desde as profundezas. “Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a gloria do Senhor, somos transformados de gloria em gloria na mesma imagem, que vem do Espirito do Senhor” (2 Co 3.18).

Segundo, seremos seus “...irmãos...” (Rm 8.29). Não fomos apenas adotados legalmente na família de Deus; também estamos recebendo sua “semelhança familiar”. Quando nascemos de novo, recebemos a própria natureza de Deus, seu “DNA” – somos “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1.4). Por meio das circunstancias da vida, Deus está desenhando isso, moldando-nos em irmãos e irmãs de Cristo, que se assemelham a ele e ao nosso Pai.

3)     Uma cadeia gloriosa

“...aqueles que antecipadamente conheceu, também os predestinou para serem semelhantes a imagem do seu filho...e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou a estes igualmente justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou” (Rm 8.29-30).

“...antecipadamente conheceu...”. Significa que Deus está acima do tempo que conhecemos, seu tempo é kairos, tempo eterno. E firmou seu amor sobre nós. Ele nos amou de antemão, antes do inicio do mundo. 

“...predestinou...” Estabeleceu um destino para nós. Significa traçar um plano antecipado, ou determinou um horizonte...que é estarmos com ele na gloria.

“...chamou...” nos chamou, nos escolheu, nos iluminou, abriu nossos olhos, abriu nossos corações, nos persuadiu da “justiça do pecado e do juízo”. Paulo fala aos irmãos de Tessalonica: “...Sabemos que fostes escolhidos por ele...”. Como ele pode saber isso? “Porque o nosso evangelho não chegou somente a vós com palavras, mas também com poder e com absoluta convicção” (1 Ts 1.4-5). 

“...glorificou...” ser glorificado significa que todo pecado será erradicado, tirado, que temos um corpo glorificado, aperfeiçoado em corpo e alma. É a certeza de fé, de crença, mais ousada do Novo Testamento.

Conclusão: que podemos dizer diante dessas coisas? Paulo faz Cinco perguntas

Se Deus é por nós, quem será contra nós” (Rm 8.31). quem é maior do que Deus? Nossos inimigos, nossas dificuldades, nossas enfermidades, o pecado, a carne e o diabo? Mesmo que todos os poderes da terra e do inferno se ajuntem contra nós, eles nunca prevalecerão, pois Deus está do nosso lado.  

“Aquele que não poupou o seu próprio filho... como não nos dará com ele todas as coisas?” (Rm 8.32). Se o Deus que nos amou antes da existência do mundo e que planejou nossa gloria está disposto a abrir mão de seu bem mais precioso, o filho, unigênito, por que nos preocupamos tanto?

“Quem fará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica? (Rm 8.33). O diabo pode te acusar? O difamador ou caluniador? Mas nenhuma acusação há, uma vez que Deus, nosso juiz, já nos declarou justos, sem pecado, sem iniquidade, sem penalidade.

“...quem nos condenará? Cristo Jesus é quem morreu...ressuscitou... e também intercede por nós” (Rm 8.34). Se o Cristo quem levou uma vida perfeita e teve uma morte perfeita está diante do Pai em nosso favor, por que nos sentirmos culpados ou não perdoados?

“Quem nos separará do amor de Cristo? (Rm 8.35). “Será a tribulação, ou angustia, ou perseguia, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada”. Então, o apostolo afirma: “...Por amor de ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro” (Rm 8.36).

Então, termina fazendo uma afirmação pessoal: “Pois estou convencido...”, ou seja, certeza absoluta, diz o apostolo que “...nem a morte nem a vida, nem os anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.38-39). 


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