Se Deus é por nós - Rm 8.28-39
Introdução
Estamos meditando no livro de Romanos, capitulo 8. Começamos
com os versículos iniciais (vs 1-4), afirmando que “Nenhuma condenação há para
aqueles que estão em Cristo” (Rm 8.1). Em seguida, os versículos subsequentes
(vs. 7-13), que diferencia a mentalidade carnal e a mentalidade espiritual. E,
na terceira seção do capitulo, vimos o privilegio de sermos filhos de Deus,
chama-lo de “Abba Pai”. Por fim, na ultima mensagem, fizemos a comparação dos
sofrimentos atuais com o peso de gloria que “que em nós será revelada” (Rm
8.18).
1)
Tudo
coopera para o bem
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam...” (Rm 8.28), diz o apostolo Paulo. O Espirito Santo nos socorre quando não sabemos como orar, ou nos ajuda em nossa fraqueza (Rm 8.26). Mas mesmo nessas ocasiões em que as palavras nos fogem, existe algo, de que o cristão pode ter certeza: “...Deus faz com que todas as coisas concorram para o bem daqueles que o amam...”.
Segundo essa verdade afasta o medo e a ansiedade quando “tudo dá errado na vida”. Sabemos que nada deu errado, em absoluto! Se Deus opera em “...todas as coisas”. Afinal para o cristão não existe acaso. “A sorte se lança no colo, mas do Senhor procede toda a decisão” (Pv 16.33). Não estamos na mão do acaso e do destino. Nós não! O universo não é um mecanismo governado pelo acaso; ele é governado por uma pessoa – e não é uma pessoa qualquer, mas nosso Pai. Não precisamos ter medo da vida e das circunstancias.
Mas você diz: Está difícil, está insuportável, eu acho que não irei aguentar tal aperto. Mas, na verdade, o que está acontecendo tem um papel importante em sua vida. Está lhe ensinando, lhe moldando, lhe enriquecendo, abrindo os teus olhos, lhe dando discernimento, tornando-o mais humilde e assim por diante. Romanos 8.28 nos ensina a olhar as circunstancias da vida como parte do proposito de Deus para nós.
Terceiro, esse versículo nos dá a confiança de que não
podemos arruinar os bons propósitos de Deus para nós. A palavra “...todas...”. Significa todas mesmo!
Ou seja, isso inclui até nossa recaída e nosso pecado. Ora, o pecado é sempre
ruim, amargo, sempre uma coisa terrível, e sempre viveremos para lamentar suas
dolorosas consequências em nossa vida. Ele usa nossos pecados e fracassos para
nos trazer humildade e para nos ensinar a ter uma visão correta de nós mesmos e
um grande apreço por Cristo.
Se caiu é para levantar, não para ficar parado, estagnado. Estou com vergonha dos irmãos, não importa, é para levantar e voltar pro seu lugar. Não pares. Eu fui caluniado, mas continua. Perdi meu cargo na igreja, mas não pare, não desanima. Só consigo andar de joelho, ande de joelho, mas não pare. Consigo somente rastejando, rasteja, mas não pare, em nome de Jesus. Somente vou se for rolando, vai rolando, insista, mas vai. Todas as coisas cooperam para o bem...
Quarto, “...aqueles
que amam...”. Ou seja, se refere às pessoas que assumiram um compromisso de
viver para Deus. “Aqueles que tem meus
mandamentos e a ele obedece é o que me ama” (Jo 14.21). Se você ama a Deus por quem ele é, assume um
compromisso e suporta a dificuldade. Para as pessoas que não assumiram um
compromisso com Cristo as circunstancias boas podem enganar, promover e levar a
pessoa para o egoísmo. Já as circunstâncias ruins podem leva-las ao
ressentimento, rancor e a amargura.
2)
O
bem que Deus está operando
Uma pergunta: “O que podemos esperar confiantemente ver Deus
fazer em “...todas as coisas...”? Os
versículos 29 e 30 dão a resposta. Paulo afirma que tudo que acontece conosco
está cooperando para a nossa satisfação, santidade e salvação. Tudo colabora a
fim de que sejamos “...conforme à imagem
de seu filho” (Rm 8.29).
Primeiro, Deus está nos conformando. Isso significa que ele
tem um desenho mestre ou forma definida (“...seu filho...”), e agora toda
circunstância – “todas as coisas ....” é projetada para formatar, polir,
amolecer, suavizar, esculpir, moldar segundo esse desenho mestre. Estamos sendo
refeitos de dentro para fora, desde as profundezas. “Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a
gloria do Senhor, somos transformados de gloria em gloria na mesma imagem, que
vem do Espirito do Senhor” (2 Co 3.18).
Segundo, seremos seus “...irmãos...” (Rm 8.29). Não fomos
apenas adotados legalmente na família de Deus; também estamos recebendo sua
“semelhança familiar”. Quando nascemos de novo, recebemos a própria natureza de
Deus, seu “DNA” – somos “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1.4). Por
meio das circunstancias da vida, Deus está desenhando isso, moldando-nos em
irmãos e irmãs de Cristo, que se assemelham a ele e ao nosso Pai.
3)
Uma
cadeia gloriosa
“...aqueles que antecipadamente
conheceu, também os predestinou para serem semelhantes a imagem do seu filho...e
aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou a estes igualmente
justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou” (Rm 8.29-30).
“...antecipadamente conheceu...”. Significa que Deus está acima do tempo que conhecemos, seu tempo é kairos, tempo eterno. E firmou seu amor sobre nós. Ele nos amou de antemão, antes do inicio do mundo.
“...predestinou...” Estabeleceu um destino para nós.
Significa traçar um plano antecipado, ou determinou um horizonte...que é
estarmos com ele na gloria.
“...chamou...” nos chamou, nos escolheu, nos iluminou, abriu nossos olhos, abriu nossos corações, nos persuadiu da “justiça do pecado e do juízo”. Paulo fala aos irmãos de Tessalonica: “...Sabemos que fostes escolhidos por ele...”. Como ele pode saber isso? “Porque o nosso evangelho não chegou somente a vós com palavras, mas também com poder e com absoluta convicção” (1 Ts 1.4-5).
“...glorificou...”
ser glorificado significa que todo pecado será erradicado, tirado, que temos um
corpo glorificado, aperfeiçoado em corpo e alma. É a certeza de fé, de crença,
mais ousada do Novo Testamento.
Conclusão: que podemos dizer diante dessas coisas? Paulo faz Cinco
perguntas
“Se Deus é por nós, quem será contra nós” (Rm 8.31). quem é maior do que Deus? Nossos inimigos, nossas dificuldades, nossas enfermidades, o pecado, a carne e o diabo? Mesmo que todos os poderes da terra e do inferno se ajuntem contra nós, eles nunca prevalecerão, pois Deus está do nosso lado.
“Aquele que não poupou
o seu próprio filho... como não nos dará com ele todas as coisas?” (Rm 8.32). Se o Deus que nos amou
antes da existência do mundo e que planejou nossa gloria está disposto a abrir
mão de seu bem mais precioso, o filho, unigênito, por que nos preocupamos tanto?
“Quem fará acusação
contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica? (Rm 8.33). O diabo pode te acusar? O
difamador ou caluniador? Mas nenhuma acusação há, uma vez que Deus, nosso juiz,
já nos declarou justos, sem pecado, sem iniquidade, sem penalidade.
“...quem nos condenará?
Cristo Jesus é quem morreu...ressuscitou... e também intercede por nós” (Rm 8.34). Se o Cristo quem levou uma
vida perfeita e teve uma morte perfeita está diante do Pai em nosso favor, por
que nos sentirmos culpados ou não perdoados?
“Quem nos separará do amor de Cristo? (Rm 8.35). “Será a tribulação, ou angustia, ou
perseguia, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada”. Então, o apostolo
afirma: “...Por amor de ti enfrentamos a
morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro”
(Rm 8.36).
Então, termina fazendo uma afirmação pessoal: “Pois estou convencido...”, ou seja, certeza absoluta, diz o apostolo que “...nem a morte nem a vida, nem os anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8.38-39).
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