terça-feira, 2 de abril de 2024

 Filhos de Deus – Rm 8.1-17 

Introdução

Somos filhos de Deus! Fomos adotados na família de Deus. Nos tempos do apostolo Paulo, a adoção acontecia quando um adulto não contava com herdeiros para seus bens. Então, adotava alguém como herdeiro – podia ser uma criança, um jovem ou um adulto. No momento em que a adoção ocorria, várias coisas se tornavam verdadeiras de imediato em relação ao novo filho.

Primeiro lugar, suas antigas dividas e obrigações legais eram saldadas. Assim, também nós, não temos mais dividas, penalidades. Como afirmou o apostolo Paulo: “Não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Segundo ele recebia um novo nome, e se tornava instantaneamente herdeiro de tudo o que pai possuía. Sim, agora, “...somos filhos, então, também somos herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo” (Rm 8.17). Terceiro, o novo filho tinha as novas obrigações de honrar e satisfazer o pai.  Assim como nós, filhos de Deus, devemos viver em obediência a sua palavra. 

1)     Quem são os filhos de Deus?

O que nos torna um filho de Deus? “...todos os que são guiados pelo Espirito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14). ou seja, todos que tem o Espirito são adotados pelo Pai, ninguém adotado pelo Pai deixará de ter o Espirito Santo ou de ser guiado por ele. Ser guiado é ser conduzido, ser guiado é entregar a direção da nossa vida para Deus.

Há uma conexão entre os versículos 13 e 14, ou, uma continuação da frase. No versículo 13, ele ensina que, com o Espirito podemos triunfar sobre o pecado em nosso interior. A seguir, ele explica por que esse grande poder – o poder sobre o pecado está a nossa disposição -. É porque somos filhos de Deus. Portanto, ser “...guiados pelo Espirito” deve ser a mesma coisa que “mortificar” as práticas do corpo. 

Em outras palavras, somos guiados para odiar as coisas que o Espirito odeia (o pecado) e amar as coisas que ele ama (Cristo). Assim, somos guiados pelo Espirito Santo. Mas tem uma ressalva no versículo 14, se o Espirito de Deus não entrou em você, filho de Deus você não é, nem tampouco pertence a Cristo “...se alguém não tem o Espirito de Cristo, não pertence a Cristo” (Rm 8.9).

Primeiro, o versículo 15 afirma que os cristãos receberam “...o Espirito de adoção...” A palavra “adoção” tem o significado literal de “filiar”. A imagem de “adoção” nos diz que ninguém nasce já em um relacionamento verdadeiro com Deus. O fato de que “recebemos” nosso status de filhos prova que houve um tempo que que estávamos perdidos; não somos filhos naturais. Antes, erámos órfãos e escravos.

Em segundo lugar, a imagem de “adoção” nos diz que nosso relacionamento com Deus se baseia inteiramente em um ato legal do Pai. Não se “conquista” nem se “negocia” um Pai, é um ato de graça. Não há nada que o Filho faça para conquistar ou fazer merecer esse status. Ele é recebido e ponto final.

Em terceiro lugar, Infelizmente, muitos afirmam: “todos os seres humanos são filhos de Deus”. Mas a Bíblia é enfática ao reservar toda a riqueza do termo “filho de Deus”. Só para aqueles que receberam Cristo como Salvador e Senhor, “Mas a todos que receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus” (Jo 1.12). 

2)     Os privilégios da condição de filhos

Paulo agora estabelece, em Romanos 8.15-17, sete privilégios de tirar o folego que os crentes possuem como filhos adotivos de Deus. Cada um deles é maravilhoso, digno de parar, meditar e apreciar.

Confiança. Não devemos temer, mas desfrutar da condição de filhos (Rm 8.15). O empregado ou o servo basicamente obedece por medo de ser castigado, ficar sem emprego etc. Mas o relacionamento filho/pai é caracterizado pela confiança de que você tem um Pai, alguém confiável, alguém que lhe ama, que lhe quer bem. 

Autoridade. Temos o status não de “escravo”, mas de “filhos”. Os filhos têm autoridade na casa – não são meros servos. Aos filhos de Deus é dada autoridade sobre o pecado e o demônio. Há um novo status maravilhoso conferido a nós.

Intimidade. “Espirito ...pelo qual clamamos: Abba, Pai” (Rm 8.15). “Abba” era uma expressão da maior intimidade. O filho chama o pai de “paizinho”, ou “papis”, ou “papai” ou numa linguagem baiana “painho”. “Abba” era uma palavra balbuciada pelas crianças pequenas. Observemos o termo “clamamos” ou: “...clamamos: Aba, Pai!” Significa exclamar fortemente, expressando emoção profunda. 

Deus não é mais distante de nós. Deus não é um more Deus em que cremos apenas intelectual, teórica, doutrinariamente ou religiosamente. Nossa adoração, nosso clamor, nossa oração, nosso louvor é fruto da intimidade que temos com Ele.

Segurança. “O próprio Espirito dá testemunho com o nosso espirito de que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Quando clamamos a Deus como “abba”, o Espirito de Deus de algum modo se coloca ao nosso lado (“...com o nosso espirito...”) e nos dá garantia de que pertencemos de verdade a família de Deus. Como sabemos que somos filhos de Deus? Paulo diz que o Espirito dá testemunho ou testifica junto nosso espirito de que somos dele. Sabemos que confiamos em Cristo, temos suas promessas, vemos nossas vidas sendo transformadas pelo poder de Deus.

Herança. “Se somos filhos, também somos herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo” (Rm 8.17). Isso quer dizer que temos um futuro maravilhoso. “Somos herdeiros de Deus...”. Antigamente, na cultura antiga, o filho mais velho herdava dois terços da herança do pai. Aqui, o apostolo Paulo, faz uma reviravolta impressionante. Ou seja, aquilo que nos está reservado é tão grandioso e glorioso que será como se cada um de nós fosse receber a maior parte da gloria de Deus.

Temos “...a nova Jerusalém, que descia do céu, preparada como uma noiva adornada...ele enxugará dos nossos olhos toda lagrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou...cidade santa, Jerusalém...resplandecia com a gloria de Deus, e seu brilho como de uma joia muito preciosa, como jaspe, clara como cristal...a cidade não precisa de sol e nem de lua para brilharem sobre ela, pois a gloria de Deus a ilumina...as nações andarão em sua luz...suas portas jamais se fecharão de dia, pois ali não haverá noite” (Ap 21).

Disciplina. “Se somos filhos, também somos herdeiros...se é certo que sofremos com ele” (Rm 8.17). Pais sempre disciplinam seus filhos. “...tínhamos nossos pais terrenos para nos disciplinar ...mas Deus nos disciplina para o nosso bem” (Hb 12.9-10). Um pai bom disciplinará com amor.

Semelhança familiar. “...sofremos com ele...” (Rm 8.17). os cristãos sofrerão, não apenas nas dores deste mundo que todas as pessoas enfrentam, mas especificamente porque são irmãos e irmãs de Cristo. Jesus enfrentou rejeição por sem que era, advertir o juízo e oferecer a salvação por meio de si mesmo. O sofrimento por causa de Cristo é um privilegio (Atos 4).

Conclusão: dois espíritos

“...espirito de escravidão para vos reconduzir ao temor...” e “...espirito de adoção” que recebemos. São duas maneiras pelas quais podemos abordar a vida como cristãos: como um escravo ou como um filho.

Veja o caso do filho prodigo. Rejeita a família e sai a esbanjar toda a sua herança em uma vida desordenada. Até que caiu em si – reconhece o próprio pecado. Resolver voltar para casa, mas não tem nenhuma expectativa de ser digno ou ser chamado filho do Pai. Tudo o que espera é o que recebam como um servo contratado (Lc 15.19).

“Ah, com certezas não sou digno de ser filho de Deus! Tudo o que posso esperar é labutar como seu empregado. Se tiver um bom desempenho, Deus pagará o meu salário, atenderá as minhas orações, me concederá favor e me protegerá.

Contudo, o relacionamento com Deus não é baseado no desempenho, mas no amor, amor incondicional de Deus. O Espirito Santo traz ao nosso coração a segurança espiritual e emocional mais profunda possível, somos seus filhos amados. E por ele (O Espirito) que chamamos “Abba, Pai!” (Rm 8.15). 


 

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