sábado, 19 de julho de 2025

 O desejo de amar Ef 5.31-33 

Introdução

Num programa de televisão no qual o homem e a mulher que moram juntos discutiam se deviam se casar. Ele queria, ela não: “Por que a gente não casa? ele perguntou. Ela atordoada, brava disse ao homem: “Porque a gente não precisa de um pedaço de papel para amar um ao outro”. Este pedaço de papel, como todos sabemos, é a certidão de casamento!

1)     Somos assim

A resposta dessa mulher é um retrato da sociedade moderna, que chamamos de pós-moderna ou sociedade liquida, onde tudo que é solido se desfaz. Para essa sociedade o casamento (“o pedaço de papel, a certidão de casamento) e o romance são essencialmente incompatíveis, duas coisas diferentes. Pois todos querem a liberdade, não querem compromisso, não querem dedicação. A liberdade, para muitos, confina, prende as pessoas em um relacionamento.

Um exemplo dessa maneira de pensar é o poema “Soneto da felicidade” de Vinicius de Moraes que diz: “Eu possa me dizer do amor (que tive): que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”. Esse poema é uma pintura do que vemos diante dos nossos olhos.  Primeiro, ele diz: “que tive”, então não tem mais! Segundo ele diz “que não seja imortal”, isto é, que não dure a vida inteira. Terceiro ele diz que o amor é “chama”, desejos, sentimento, paixão e sexo. Esse poema é um retrato vivido da vida que o poeta viveu, pois teve nove mulheres e incontáveis casos...

O rei Salomão em seu livro “Cânticos dos Cânticos”, que escreveu durante seu tempo juvenil, diferencia o amor verdadeiro com o mero sentimentalismo. Ele diz: “Beije-me o meu amado com os beijos da tua boca, pois os seus afagos são melhores do que o vinho mais nobre”. A expressão “beijo” em Cantares fala de intimidade, aliança, cumplicidade, verdade, vontade, determinação, luz etc. Enquanto que “vinho” é diversão, somente prazer, irresponsabilidade, status, etc.

No capitulo 8, o rei Salomão acentua, intensifica a intensidade do amor: “O amor é tão forte como a morte, nem as muitas águas conseguem apagar o amor, os rios não conseguem levá-los nas correntezas” (Ct 8). O que é mais certo, para nós humanos, do que a morte? Todos sabemos que um dia morreremos. Tão certo como a morte, tão certo, resoluto, puro, deve ser o amor do casal. E ele diz mais: “...nem as muitas águas conseguem apagar o amor...”. Na linguagem bíblica “águas” falam de dificuldades, de adversidades, provações, lutas por todos os lados. E nem “...correntezas” podem carregar o nosso amor, levar embora de nós.

2)     O significado do casamento

A Bíblia fala de aliança, primeira aliança com Deus, comunhão com Deus; depois a Bíblia fala de conjugalidade. O texto lido diz: “Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá a sua mulher e os dois serão uma só carne” (Ef 5.31). O apostolo Paulo está citando o texto de Genesis, capitulo 2, onde aconteceu a primeira cerimônia de casamento. O texto chama esse acontecimento de “unir-se”, mas ARC chama de “apegar-se”. É um termo hebraico que significa, literalmente “ser colado a algo”, uma aliança, uma promessa, um juramento.

Portanto o casamento apresenta aliança horizontal e vertical. O casamento é uma instituição divina. Em Malaquias diz que Deus “...tem sido testemunha entre ti e a tua companheira e a mulher da tua aliança matrimonial” (Ml 2.14). Logo, em Provérbios descreve a mulher fiel como aquela “abandonou o companheiro da mocidade e se esquece da aliança que fez com o seu Deus” (Pv 2.17). O casamento é uma aliança não apenas entre noivo e noiva, mas também com Deus. Quando estamos perto da familia estamos perto de Deus. Longe da familia, longe de Deus. 

O Novo Testamento foi escrito na língua grega e temos três palavras para amor que coloca em gradação o relacionamento entre um homem e uma mulher. A primeira palavra para amor é “eros” que significa atração, desejo paixão, algo que ocorre no início do namoro. A segunda é “phileo” que significa companheirismo, estar juntos, ter os mesmos sonhos, sonhar na mesma direção etc. E a terceira palavra é “agaphe” que é o amor que sela no casamento, é o amor que tira toda condicionalidade, é o amor de Cristo por sua igreja.

Conclusão

Quem somos nós? Algumas pessoas esperam em sentimentos, em namoros românticos e casos passageiros. Mas são “chamas” passageiras que logo apagam facilmente!

Quem somos nós? Algumas pessoas pensam que suas realizações lhe darão suficiência. Mas por mais que façamos e realizamos um monte de coisa, sempre haverá um vazio na alma.

Quem somos? Algumas pessoas estão em busca de uma identidade, em busca de uma autoestima, em busca de uma resposta para o seu eu. Mas por mais que vocês procurem sua identidade, sempre haverá essa busca insaciável...

Quem somos? Somos quando amamos, somos quando conjugamos, somos quando casamos, somos quando renunciamos, somos quando amamos, somos quando prometemos. Nossas promessas nos conferem uma identidade estável. Nossas promessas nos conferem uma identidade, nossas promessas nos conferem uma autoestima.

Promessas ou Juramentos

Eu, Luis Fernando, venho diante de Deus e de todas as testemunhas lhe prometer o meu amor, não o amor do vinho que é passageiro, mas o amor do beijo que é verdadeiro. Lhe prometo ser fiel nos momentos bons e nos e quando as águas das adversidades vieram contra nós; lhe prometo ser fiel na saúde e na doença; lhe prometo que a minha identidade a partir de agora estará vinculada à sua, seremos uma só carne. Mais do que isso: seremos um cordão de tres dobras: eu, voce e Deus.  

Eu, Quesia, venho diante de Deus e de todas as testemunhas lhe prometer o meu amor; não o amor do vinho que é passageiro, mas o amor do beijo que é verdadeiro, que real. Lhe prometo ser fiel nos momentos bons e quando as aguas das adversidades vierem contra nós; lhe prometo ser fiel na saúde e na  doença; lhe prometo que a minha identidade a partira da agora estará vinculada a sua, seremos uma só carne. Mais do que isso: seremos um cordão de tres dobras: Eu, voce e Deus.

 

 

 

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