A quem você adora? Ap 12
Introdução
Em Apocalipse 4 a 11, a pergunta chave é: “O que você vê?”
Diz o texto: “Suba para cá, e lhe
mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas” (Ap. 1.1). Agora, nos capítulos
12 a 14, a pergunta é: “A quem você adora?”. O que é adoração? É a forma como você
vive sua vida. Todo mundo é adorador. A pergunta é: o que estamos adorando?
Poder ser Deus, pode ser dinheiro, pode ser sexo, pode ser drogas, pode ser ideologias
políticas, pode ser jogo de azar, pode ser aceitação, pode ser futebol? Então, pergunta
o apocalipse: “A quem você adora?”.
1) Dragão versus mulher
Apocalipse 12 reconta a história humana como um drama
envolvendo tres personagens: uma mulher, um dragão e uma criança. O texto inicia
com um grande sinal no céu: “...uma
mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze
estrelas sobre a sua cabeça” (Ap 12.11). O apostolo João vê uma mulher,
quem é essa mulher?
O texto nos dá algumas pistas: “...vestida de sol...a lua debaixo de seus pés e uma coroa de doze estrelas
sobre a sua cabeça”. Essa mulher é um símbolo da nação de Israel. As expressões
sol, lua e estrelas estão atreladas ao segundo sonho de José do Egito. Diz o
texto: “...sonhei também que o sol, a
lua e onze estrelas que se inclinavam diante de mim” (Gn 37.9). No primeiro
sonho os feixes (seus irmãos) se curvavam diante do seu feixe (Gn 37.7).
Agora, no segundo sonho os elementos são: o sol (Jacó), a lua
(sua mãe) e onze estrelas (seus irmãos) se curvam diante dele. Jacó repreendeu
o seu filho: “Acaso a sua mãe, os seus
irmãos e eu viremos a nos curvar até o chão diante de você? (Gn 37.10). Portanto,
as imagens falam do povo de Israel que começou com Abraão saindo de Ur dos Caldeus,
Isaque o filho da promessa e, Jacó, com seus doze filhos.
O profeta Isaias usa a imagem de uma mulher em trabalho de
parto para representar o povo de Israel: “O
Senhor, diante de ti fomos como a mulher grávida, que tem dores de parto e dá
gritos de dor quando está para dar à luz!” (Is 26.17 A21). O verso 17 do
capitulo 12 refere-se aos cristãos como “o resto dos descendentes dela...”
(NTLH), ou “....ao resto da sua semente” (ARC).
“...achou-se grávida,
grita de dores de parto, sofrendo tormentos para dar a luz” (Ap 12.2). Fala da história do povo
de Deus, desde a chamada de Abraão, passando pelo Egito (400 anos), pelo
deserto (40 anos no deserto), chegada na terra prometida, em seguida, o exilio babilônico
e o retorno do seu povo na terra prometida. Em todo o momento havia a esperança do
nascimento do Messias.
“E apareceu no céu outro sinal: era um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres e com uma coroa em cada cabeça” (NTLH). Quem é esse enorme dragão vermelho? O verso 9 responde: “Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana todo mundo...”. Lá em Genesis a serpente apareceu pela primeira vez e enganou Eva: “A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.13). Em seguida Deus abre a cortina do futuro: “Porei inimizade entre ti (serpente) e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3.15).
“Dragão vermelho” é a imagem de sangue, guerra, violência, ou de seu caráter homicida. “Ele foi homicida desde o princípio” (Jo 8.44). E mais: o dragão tinha “sete cabeças e dez chifres”. O sete e o dez é uma representação de completude, de perfeição e se refere a universalidade do seu poder, do seu domínio e de sua influencia maligna. “...ele seduz o mundo todo” (Ap. 12.9).
“...a cauda dele
arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra” (Ap 12.4). Onde passa o dragão ele arrasta consigo a
maldade, a escuridão, o pavor, o medo. “...As estrelas” pode ser uma referencia
aos anjos criados por Deus “Quando as
estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus
rejubilavam?” (Jó 38.7). É uma referencia
aos anjos de Deus, santos e puros. Mas foram arrastados pela sagacidade do
dragão e lançado na terra e transformados em demônios, anjos caídos “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago”.
(Lc 10.18).
2)
A
vinda de Jesus
“E o dragão se deteve
diante da mulher que estava para dar à luz, a fim de devorar o filho dela
quando nascesse” (Ap 12.4). Ao longo do Antigo Testamento Satanás tentou
acabar com a descendência de Abraão, da qual viria o redentor. Essa matança
aconteceu nos dias de Moisés, a ordem do Faraó era: “...quando ajudares as hebreias a dar à luz...se for menino, matem o
bebê; se for menina, deixem que viva” (Ex 1.16). E o que dizer da matança
nos dias de Jesus? “Herodes mandou matar todos os meninos de Belém...de dois
anos para baixo” (Mt 2.16).
Mas os planos de Deus acontecem, querendo Satanás ou não. “Ela deu à luz um filho homem, que há de governar todas as nações com o cetro de ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono” Ap 12.5). Sim, o menino nasceu em Belém, cresceu em Nazaré, foi batizado no rio Jordão por João Batista. Iniciou seu ministério pregando, curando, ressuscitando, expulsando demônios. Foi humilhado, chicoteado, carregou uma cruz pesada, em seguida, crucificaram nosso Senhor e morreu. Mas no terceiro dia, ressuscitou “Seu filho foi arrebatado para junto de seu e de seu trono”.
No momento da morte de Jesus e da sua ressureição “houve batalha no céu” (Ap 12.7). Esses versículos é como se fosse uma luz ou um refletor e pudéssemos enxergar o que acontecia no mundo espiritual. “Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão e seus anjos, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus” (vs. 7-8). Sim, os principados e potestades perderam. “O sedutor de todo mundo foi atirado para a terra com seus anjos” (Ap 12.9).
O apostolo Paulo afirmou: “E, despojando os principados e potestades, os expos publicamente, e
deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15). E mais: “Foi lançado para a terra o acusador de nossos irmãos, aquele que dia e
noite os acusa diante de Deus”. Na cruz, Jesus gritou: “tetelestai”, isto é,
está consumado! Jesus riscou o escrito de divida que constava contra nós.
Agora, “nenhuma condenação há para os
que está em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espirito”
(Rm 8.1).
Há um cântico, há uma celebração: “Então, ouvi uma alta voz dos céus, que dizia: Agora veio a salvação, o
poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo...Portanto, celebrem,
ó céus, e os que neles habitam!” (Ap. 12.10,12)
3)
A
igreja
Agora, ele volta toda sua ira contra a mulher: “Quando o dragão percebeu que havia sido lançado na terra, perseguiu a mulher que tinha dado à luz o menino” (Ap 12.13). Satanás está “cheio de ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12.12). Ele sabe, que em princípio, está acabado, está derrotado! Mas, “foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse até o deserto, ao seu lugar”. Assim como Elias fez no episódio com Jezabel, fugiu para o deserto. Assim, como Jesus foi escondido de Herodes por sua família, no deserto. Deus disse para o seu povo lá no deserto: “Voces viram o que fiz ao Egito e como transportei vocês sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim” (Dt 32.9-12). No deserto a mulher é sustentada por Deus.
Mas o diabo é perseverante: “Então, de sua boca a serpente lançou atrás da mulher agua como um rio,
a fim de fazer com que ela fosse arrebentada pelo rio” (Ap 12.15 ARA). Mas,
Deus está com o seu povo, Deus é o general do seu povo, Deus é o guardião “Mas a terra ajudou a mulher, pois a própria
terra abriu a boca e engoliu a água que tinha saído da boca do dragão” (Ap
12.16). Mesmo assim, ele não desiste, não desanima “irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência
os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus” (Ap
12.17).
Conclusão
Como vencemos a ira de Satanás?
Primeiro, vencemos por causa do sangue do cordeiro (v.11). Sim, o sangue de Jesus nos limpa de todo o pecado. Temos que colocar os olhos no sangue do cordeiro. Se queremos nos livrar do pecado “olhai para o cordeiro de Deus”. Se estamos em tentação e em hesitação “olhai para o cordeiro de Deus. Se estamos cansados e sem mais vigor ou se na nossa senda sombras vem cair “olhai para o cordeiro de Deus”.
Segundo, venceram pela palavra do testemunho. Sim, é
anunciando a palavra de Deus, mesmo em
perigo de morte, não vamos nos acovardar. “Pela
palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida”
(Ap 12.11).
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