terça-feira, 19 de novembro de 2024

 O antes e o depois Tt 3.1-7 

Introdução

Habitamos um mundo visível e tangível que experimentamos por meio dos sentidos e medimos em unidades de tempo e espaço. Também habitamos. Também habitamos um mundo eterno e intangível, invisível. Portanto, para os cristãos temos duas cidadanias, a terra e a do reino de Deus. Contudo, estamos cegos pelas preocupações temporais ou escravizados pela tirania da urgência. 

recebeu a tarefa de revelar o universo invisível para nossa família, amigos, colegas, vizinhos. O mundo está cerceado pelo que vê, por aquilo que enxerga. Então, fomos comissionados, chamados, temos o “ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15)” e  levar o conhecimento da “graça que se manifestou salvadora para todas as pessoas” (Tt 2.11).

1)     E as autoridades?

O apostolo Paulo exorta os cretenses quantos as autoridades constituídas. “Lembra-lhes...” (ARA) , “Recorda-lhes”(A21), “Admoesta-os...” (ARC), e emenda “...que se sujeitem aos que governam, às autoridades...”. Os governantes em todas suas esferas são autoridades constituídas por Deus e devem ser respeitadas e obedecidas. O apostolo Paulo, escrevendo aos Romanos “...Não há autoridade que não venha de Deus” (Rm 13.1). 

Essa exortação, ou ordem, de Paulo foi dada em virtude das tensões sociais e políticas que pairavam na ilha de Creta. Políbio, historiador grego, diz que os cretenses estavam constantemente envolvidos com “insurreições, assassinatos e guerras destruidoras”. 

No entanto, a obediência civil tem limites. O Estado não é dono da consciência dos homens. Sempre que o estado se torna absolutista e opressor, invertendo e subvertendo a ordem, promovendo o mal e coibindo o bem, os cristãos tem o direito e até o dever de desobedecer. O Apostolo Pedro e João, diante das autoridades que tentavam calá-los, respondeu: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5.29).

Temos que orar pelas autoridades, mas, não aceitar passivamente atos condenáveis. O governo atual defende o aborto e nós, como cristãos, devemos pautar nossas convicções na Palavra de Deus. O governo atual defende cirurgia redesignação sexual, tudo bancado pelo imposto do brasileiro. O governo atual defende os terroristas, países com viés ideológico comunista. Como cristão, nossa mente não está aprisionada numa ideologia politica mas na Palavra de Deus.

2)     Sendo igreja

“Não promovam a calúnia de ninguém.” (Tt 3.2), “Não difamem ninguém...”, “Não destruir a reputação de ninguém”. A palavra “difamar”, “caluniar” é a tradução da palavra grega “blasphemo”, que vem da palavra “blasfêmia”. Ela significa “amaldiçoar, caluniar, ou tratar alguém com desdém”.  

A difamação é um assassinato moral. É usar a espada da língua para ferir e destruir a reputação das pessoas. O cristão não deve caluniar ninguém. O pecado da língua é um dos mais devastadores da sociedade. A língua é fogo e veneno. Ela mata e destrói.

“...que ninguém difame...”. Talvez a forte tentação que um cretense novo convertido ao cristianismo tivesse fosse ridicularizar os pagãos em sua forma de adoração. Não é sábio difamar, injuriar as coisas que as outras pessoas reputam sagradas. Conquistaremos as pessoas mediante uma vida graciosa, santa e cheia do poder do Espirito Santo.

“Não sejam contenciosos...”, “Não sejam altercadores...”, “nem ser dados a brigas...”. Altercar é criar confusão, provocar contendas, envolver em discussões que ferem as pessoas e acabam com os relacionamentos. Os cretenses eram acostumados, pela cultura da ilha em atacar os outros em seus hábitos, sempre querendo arrumar confusão com outras pessoas. 

“Mas moderados...”,ou cordatos...”. A palavra grega é “Epiekes” combina as ideias de “dignidade” e “razoabilidade”. Descreve a pessoa que não se atém somente a lei. O homem cordato está sempre pronto a temperar a justiça com a misericórdia. O espirito cordato honra o espirito da lei, em vez de se ater rigidamente à letra da lei.

mostrando genuína mansidão para com todos os homens”. A palavra grega “prautes” usada pelo apostolo vem de praus, “manso”. Essa palavra descreve uma pessoa cujo temperamento está sempre sob controle. Ser manso, não é um atributo natural, não é uma virtude mas é GRAÇA! É possível se levantar para alguém que atormenta os outros sem partir para a briga ou sem responder de forma irracional. 

3)     Antes e o depois

“Pois antigamente nós mesmos”, diz o apostolo Paulo, acentuando o antes e o depois da vida cristã. O antes da vida dos cretenses, ou vida de qualquer um de nós era sem salvação, sem esperança e sem Deus. O grande pregador do século XVIII, George Whitefield, quando via alguém caído na sarjeta, dizia: “Ali estaria eu, não fora a graça de Deus’. 

“Éramos insensatos...” ou “Éramos néscios...”, “Não tínhamos juízo”. Nossa mente estava corrompida pelo pecado. No grego a palavra “anoetos” significa “ignorante”, “sem inteligência”, “embotados”, “insensível espiritualmente”. Nossos conceitos estavam errados, nossos valores distorcidos e nossos desejos corrompidos.

“Éramos desobedientes...”. Ou “Éramos rebeldes...”. No grego é aquele “que não dá ouvidos”. Nosso coração além de insensato, néscio, sem juízo, não ouvíamos a voz de Deus, não tínhamos sensibilidade para ouvir Deus falar. Toda nossa inclinação era para o mal.

“Éramos desgarrados...”, “Éramos desencaminhados”, “Éramos extraviados”, “Vivíamos enganados”. O profeta Isaias descreve nossa situação: “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...” (ARA).  “...cada um de nós seguia o seu próprio caminho...” (NTLH). Cada pessoa que relacionávamos nos afastava mais da presença de Deus. 

“Servíamos a várias paixões e prazeres”. “Escravos de toda sorte de paixões e prazeres”. Nós estávamos com a coleira do diabo no pescoço. Andávamos “...segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar... que agora atua nos filhos da desobediência”. (Ef 2.2).  Vivíamos presos com grossas cordas, sujeito a toda sorte de desejos pervertidos e embriagados por todas as taças dos prazeres mais aviltantes, desprezíveis. 

“Vivendo em malicia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros”. Nossa mente era cheia de maldade e sujeita. Viviamos rendidos à inveja, cobiçando o que não nos pertencia. A malicia é espirito maligno, é má vontade, é querer o mal do seu próximo. A inveja é uma atitude de desprezo pelo que o outro tem e você não tem. A inveja é o mau secreto, que nunca se conforma com a felicidade do outro.

 

Conclusão

Primeiro a salvação vem de Deus. “Ele mostrou sua bondade e seu amor por todos, ele nos salvou por que teve compaixão de nós”. Bondade, amor e compaixão são as colunas de sustentação da nossa salvação.

Segundo a salvação é pela graça. “...justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros...” (Tt 3.7).  A salvação não é resultado das nossas boas obras para Deus, mas da obra de Deus por nós em Cristo. A base da nossa salvação é a morte expiatória de Cristo. Cristo morreu em nosso lugar, agora pagou a nossa divida e satisfez as demandas da lei e da justiça de Deus por nós.

Terceiro “nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espirito Santo” (Tt 3.5). A regeneração acontece dentro de nós, em nosso coração. Pela regeneração, somos transformados e feitos filhos de Deus e somos novas criaturas (2 Co 5.17). 


 

 

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