terça-feira, 1 de outubro de 2024

 Uma igreja contagiante 2 Tm 2.1-13 

Introdução

Hoje vivemos uma onda de igrejas de “parede preta”, virou uma moda e uma franquia. Começou na Austrália e veio para o Brasil através da Igreja Batista Lagoinha, depois, tornou-se uma febre, uma epidemia. Nessas igrejas, as paredes são pintadas de preto (como cinema, boate e discoteca) e utiliza jogos de luzes e artifícios como fumaça. A idéia dessas igrejas é, sobretudo, o crescimento numérico e a atração de jovens. No entanto, o preto, estimula a individualidade e a falta de comunhão entre as pessoas. 

O apostolo Paulo afirma, que nos últimos dias, surgiria falsos profetas que produziria coceiras nos ouvidos das pessoas ao entregar às multidões aquilo que querem ouvir, e não aquilo que precisam ouvir! Muitos, infelizmente, tem buscado “mestres segundo os próprios desejos”. E uma pergunta: Será que uma igreja boa somente limita a uma pregação cristocêntrica? Além de uma boa pregação, precisamos de mais qualificativos, aliás, precisamos de uma igreja contagiante!

1)     Contagiante

Contagiante vem da raiz latina “contagium”, que o dicionário define como: “transmissão de doença de uma pessoa a outra, por contato direto ou indireto”.  Quando a igreja se acha nessa categoria, as notícias se espalham rapidamente: as pessoas veem o fervor do nosso entusiasmo, nosso testemunho e ouvem o regozijo em nossa voz. 

Primeiro, uma igreja contagiante é um local de graça. “Portanto, você, meu filho, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus”. O verbo fortifique-se exorta a permanecer forte na graça. O imperativo está no presente, o que exige uma resposta contínua. Deus quer nos fortalecer, o poder emana dEle, isso tem que ser todos os cultos.

Aliás, o apostolo Paulo proclamava e promovia a graça; vivia da graça; sua mensagem era o evangelho da graça. Paulo jamais esqueceu a importância do favor imerecido de Deus em sua vida. “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8). Também em Tito, lemos: “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens...” (Tt 2.11).  

A caminho de Damasco, Paulo foi cegado por uma luz do céu enquanto o Senhor falava e o chamava (justo quem?) para o ministério. Esse chamado mudou o apostolo de dentro para fora: o legalista inveterado foi transformado em um mensageiro da graça! “...meus irmãos, quero que saibam mediante Jesus lhes é proclamado o perdão dos pecados. Por meio dele, todo aquele que crê é justificado de todas as coisas das quais não podiam ser justificados pela lei de Moisés” (Atos 13.38-39).

A mensagem de Paulo anuncia as boas novas da graça aos perdidos. Essa é a primeira parte da grande comissão de Cristo à igreja: “...vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo” (Mt 28.19). Imagine se cada cristão se dispusesse a compartilhar o evangelho da graça constantemente e convidasse as pessoas para irem ao culto? Fale de Jesus, conta o seu testemunho, não deixe de falar...

Segundo uma igreja contagiante é um local de mentoria. Paulo diz ao jovem Timóteo: “O que ouviste de mim diante de muitas testemunhas transmite a homens fieis e capacitados a fim de que possam igualmente discipular os outros” (v.2). Timóteo ouviu o evangelho quando Paulo passou em Listra, em sua primeira viagem missionária (Atos 14.8); na segunda viagem, o apostolo convidou Timoteo para se juntar ao seu grupo de evangelização. Ali, viajando com Paulo, ele foi treinado e discipulado para, mais tarde, fazer o mesmo. 

Igrejas contagiantes orientam fielmente aqueles que estão trilhando a vida cristã. Esse principio é fornecido por meio do verbo “confie”, cujo termo original significa literalmente entregar “algo alguém, como custódia”. A dinâmica aconteceu de: Paulo = Timóteo = homens e mulheres fiéis = outros.  

O apostolo Paulo transmitiu seu coração, sua alma, suas verdades, suas convicções, sua teologia, seus estímulos, suas histórias, suas asserções, sua liderança, enfim, sua vida. Timóteo, recebia, acolhia, ouvia atentamente cada pregação do apostolo Paulo; era como uma corrida de revezamento, o segundo corredor recebe o bastão do primeiro. Mais tarde, Timóteo também passaria o bastão a outros fieis, que, por sua vez, fariam o mesmo, um movimento que começa com Jesus, seus apóstolos, Timoteo, homens fiéis...Daniel Berg, Gunnar Vingren, até chegar em nós.

Todo cristão, precisa, de pelo menos três pessoas em sua vida. Primeiro, alguém lhe que mentoreie, lhe discipule; segundo alguém com quem compartilhar as dificuldades, lutas; terceiro, alguém a quem possa servir de mentor. Do contrário, não cresceremos. Mentorear é alguém que servem de guia, de sábio e experiente conselheiro.

perguntas sobre mentoria: 

Por quê grande parte do povo de Deus não sabe pescar “homens e mulheres”? Talvez, porque ninguém nos mostrou na prática, como é ser discipulo! Talvez, não fomos discípulos, fomos a igreja e nos discipulamos indo aos cultos.

Por quê não nos incomodamos com a nossa aridez espiritual? Não aprendemos que “...vão e façam discípulos de todas as nações”. Quando fazemos discípulos o reino de Deus se expande, aumenta, cresce, e os discípulos, buscam outros para se tornarem discípulos.

Por quê temos dificuldades de convidar pessoas para os cultos? Se formos fazer uma enquete na igreja de quantas pessoas que evangelizaram e discipularam, ficaremos horrorizados em saber que a maioria dos crentes não tem compromisso com a evangelização.

Terceiro, uma igreja contagiante é um local de sofrimento e comunhão.Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo” (v.3). Notou a palavra “comigo” no texto bíblico! É isto que torna a igreja contagiante, isto é, quando alguém se machuca, todos sofrem juntos. Ninguém sofre sozinho. 

Enquanto que do lado de fora tem competição, individualidade, ganancia, prazeres, solidão, ganancia, ou seja, cada um por si. Na igreja, ao contrário, é a graça que nos une, quando alguém sofre, todos sofrem. Então, vamos a casa da pessoa e lhe fazemos uma visita, ou um pequeno grupo. Ou, ajudamos com alimentos, cesta básica, etc

O apostolo Paulo ilustra por meio de tres metáforas, o que significa participar do sofrimento: soldado, atleta e lavrador. Como soldados, estamos numa guerra “e não se deixa envolver com os negócios dessa vida”; essa batalha requer nossa total abnegação. Há uma guerra a lutar, somos as armas de deus para atacar o inimigo. Quanto ao atleta, ele se dedica, se disciplina, sabe se alimentar. E o lavrador, é perseverante, lavrando a terra, cuidando o tempo todo, para colher o que plantou. 

Conclusão

E, em ultimo lugar, uma igreja contagiante, é uma igreja abnegada. “...tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com gloria eterna” (v.10). Enquanto muitos abandonaram Paulo, outros ficaram do lado dele, resistindo todas as lutas e tribulações. O apostolo Paulo termina afirmando: “Se morremos com ele, com ele também viveremos; se perseveramos, com ele também reinaremos. Se o negamos, ele também nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar a si mesmo” (2 Tm 2 .11-13).

 


  

 

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