terça-feira, 8 de outubro de 2024

 Dias difíceis e pessoas selvagens 2 Tm 3.1-5 

Introdução

O que dizer dos tempos atuais? O que dizer da sociedade progressista que vivemos? Deus é a verdade, não somente a verdade, é a fonte de toda verdade, ele é a absolutização da verdade. No entanto, a sociedade, prefere o engano, a mentira, a relativização de todo conceito.  Para eles, tudo é válido, a mentira e a verdade, não são absolutos, depende do ponto de vista. A palavra de Deus, para muitos, é um conto de carochinha; o céu e o inferno, não importa. O que importa mesmo é viver “Comamos e bebemos, porque amanha morreremos”. A vida é uma festa, prazeres, musicas, bebidas, etc.

1)     Temos difíceis

O apostolo Paulo adverte: “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis” (2 Tm 3.1). Ou, “Quero que você saiba de uma coisa...” O tempo verbal exprime ação de “saber continuamente”. Em outras palavras: esteja atento, perceba, preste atenção, tenha isso sempre em mente. A versão de Eugene Peterson está corretíssima: “Não seja ingênuo. Tempos difíceis vem por aí” (A mensagem). 

Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis”. Alguns sugerem que Paulo se referia à grande tribulação, antes da vinda de Jesus. Mas o uso da expressão “nos últimos dias” se refere com mais frequência ao tempo entre o nascimento do Messias em Belém, sua vida e sua morte e a sua segunda vinda ao mundo. Ou seja, vivemos nos últimos tempos, tempos difíceis...

E, mais, o termo “chalepos”, traduzido por difíceis, só é usado uma outra vez no Novo Testamento para descrever os dois homens endemoninhados que viviam entre as sepulturas perto de Gadara. Eles, capacitados pelo maligno, arrebentaram as cadeias que prendiam e aterrorizavam a região com sua extrema violência: “...eram tão agressivos que ninguém podia passar por aquele caminho” (Mt 8.28). 

A palavra pode ser traduzida também como “feroz”, “difícil de tolerar”, “perigoso”, “duro” ou “selvagem”. O grego clássico usava o termo para descrever animais selvagens ou o mar revolto. Isto é: “nos últimos dias, teremos tempos selvagens”. 

2)     Pessoas difíceis

Não seja ingênuo. Tempos difíceis vem por aí. A medida que o fim se aproxima, os homens vão se tornando egocêntricos, loucos por dinheiro, fanfarrões, arrogantes, profanos, sem respeito para com os pais, cruéis, grosseiros, interesseiros sem escrúpulos, irredutíveis, caluniadores, sem autocontrole, selvagens, cínicos, traiçoeiros, impiedosos, vazios, viciados em sexo e alérgicos a Deus. Eles vão fazer da religião um espetáculo, mas nos bastidores se comportam como animais. Fique longe deles!” (2 Tm 3.1-5 A mensagem).

“Pois” as pessoas seriam difíceis. A palavra empregada para se referir a “homens” é um termo grego que significa humanidade, ou seja, homens e mulheres se tornarão pessoas complicadas. Serão “Egoístas, avarentos, presunçosos...” Todas as designações são pessoas que amam a si mesmas. Quando a busca pelo amor próprio se torna o principal objetivo da vida, essa compulsão passa a corromper tudo o que está por perto. São narcisistas, isto é, amantes de si mesmos (“Eu me amo”) e buscam acima de tudo o conforto e a promoção do ego. 

Avarentos”, são materialistas, buscam riqueza e a posse como um meio de poder, controle, segurança, status, valor pessoal e até mesmo amor. “Jactanciosos” ou presunçosos, isto é gente soberba, que gosta de impressionar as pessoas com conversas. “arrogantes” vem de “aparecer” ou “tornar evidente”, para a ideia de parecer estar sobre os outros, é o orgulhoso, que está sempre olhando para baixo, para as coisas e as pessoas. Enquanto está olhando para baixo, não pode ver algo que está acima dele.

“Blasfemadores”, blasfemar é amaldiçoar ou difamar alguém, tratar alguém verbalmente com desprezo. Para esses homens selvagens, narcisistas, você e os outros não tem nenhuma importância, exceto quando o ajudam a promover seus interesses. “Desobediente aos pais”, a expressão descreve aquelas pessoas grosseiras e insolentes com os pais. Não aceitam os conselhos dos pais. 


“Ingratidão”. Gratidão é uma coisa, ingratidão é o inverso. Ingratidão é a negligencia em perceber o valor do sacrifício de outro indivíduo. Refere-se a um esquecimento deliberado do passado por causa da ganancia cega do presente. O que Deus espera de nós é gratidão. “Olhem para a rocha da qual foram cortados e para a pedreira de onde foram cavados (Is 51.1)”. Lembre-se da rocha de onde você saiu. Lembre-se daqueles que sacrificaram para que você pudesse se tornar o que é hoje. Lembre-se também da graça de Deus, que o sustentou desde o início. A mesma graça que o resgatou das chamas do inferno.  

“Irreverentes”. São pessoas egoístas que vivem na secularidade, sem qualquer ligação com as coisas santas de Deus, e, mais do que isso, sem qualquer desejo por essas coisas. “Desafeiçoados” são pessoas que não demonstram sentimentos, pessoas geladas, sem afeição, sem compaixão, coisas básicas por seus irmãos, pais ou filhos.

“Implacáveis”. A palavra descreve pessoa que não está disposta a resolver conflitos ou a se reconciliar. Uma pergunta: Há alguém que você precisa perdoar? O texto bíblico exorta: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Ef 4.32).

Parte da razão do colapso de nossos relacionamentos está no fato de não darmos a eles tempo suficiente para prosperar. Se as coisas estão difíceis, desistimos; se temos a impressão de que o relacionamento nunca dará certo, largamos. Se a felicidade e o sucesso não vem imediatamente, viramos as costas.

“Caluniadores”. A palavra grega é “diabolôs”, diabo. Caluniar é divulgar informações que não temos coragem de dizer na presença da pessoa em questão. Caluniar é agir com malicia, e é dessa forma que o diabo opera. O cristão, entretanto, não deve agir desse modo. “Sem domínio de si”, é companheiro da calunia, andam juntos. A pessoa não é apenas incapaz de controlar sua língua, é incapaz de conter a si mesmo. O termo se refere à falta de controle, especialmente, à luxuria corporal. 

“Cruéis”. A palavra cruel se refere àquela atitude selvagem, sem nenhum traço de compaixão, ou sensibilidade. É um termo usado para se referir a animais bravios que atacam sem piedade. “Inimigos do bem”, que significa literalmente alguém que não ama o bem. É aquela pessoa que perdeu o paladar para as coisas éticas e morais e se sente mal na presença de indivíduos verdadeiramente piedosos.

“traidores” aparece ligado ao nome de Judas Iscariotes, considerado traiçoeiro. É uma palavra usada para se referir a quem se volta contra você. É aquela pessoa que lhe acompanha durante anos e aparenta ser seu amigo, contudo, certo dia, sem nenhum aviso, a pessoa o surpreende agindo com deslealdade, fingimento e traição. 

“atrevidos” e “soberbos”. O primeiro se refere às pessoas cujo modo de agir é impulsivo, inconsequente e irresponsável; é a pessoa que corre para cair. O segundo é sinônimo de presunçoso, arrogante, que está “envolto em fumaça”, ou “com a cabeça nas nuvens”, alguém cuja percepção de si mesmo está acima de tudo mais;  é aquela pessoa que atropela o mundo inteiro em busca de seus interesses.

Conclusão

“...tendo a aparência de piedade, mas negando o seu poder...” As pessoas preservavam exteriormente uma “forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (v.5). As pessoas participavam do culto, cantavam os hinos da igreja, dizimavam ou ofertavam. Ou seja, tinham aparência e palavras notoriamente piedosas. Mas era sem poder, aparência externa sem realidade interna sem moral, fé sem obras. 




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