domingo, 6 de outubro de 2024

 O inferno e as coisas boas – Lc 16.19-31 

Introdução

Se tem uma mensagem esquecida em nossos púlpitos é sobre o inferno. Uma pesquisa foi feita sobre a existência do inferno. E o resultado foi: 49 por cento não acreditam em vida após a morte; 23 por cento acreditam em alguma coisa; 7 por certo acreditam na reencarnação; 19 por cento acreditam que existe o céu e o inferno.

Um historiador examinou cem anos de alguns jornais acadêmicos à procura de registros sobre o inferno. Não encontrou nenhum. “O inferno”, observou ele, “desapareceu e ninguém percebeu”.

1)     O rico e o Lazaro

O texto lido fala de um homem rico “que se vestia de purpura” e “linho finíssimo”. Todos os dias ele se regalava esplendidamente. Todos os dias havia um banquete onde se alimentava com toda sua família.

Temos, um segundo personagem, Lazaro. Ele era mendigo, todo coberto de chagas, com certeza o corpo fedido, com certeza ninguém gostava de ficar perto dele.; vivia pedindo esmola na casa do homem rico, alimentando das sobras, ou, das migalhas que caiam da sua mesa.

O texto diz que os dois morreram. Lazaro morreu e foi levados pelos anjos. Enquanto que o rico teve um sepultamento suntuoso.

Contudo, depois dessa vida, cada um foi levado para um lugar. O rico foi levado para o Hades, enquanto que Lazaro foi conduzido ao seio de Abraão. Em outras palavras, o inferno é um local geográfico, enquanto que o céu também é geográfico. Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas...vou preparar-vos um lugar” (Jo 14.2). O inferno, também é um local, não um estado de espirito, mas um lugar real povoado por seres físicos.

Abraão, no paraiso, disse ao homem rico, no tormento: “Está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá” (Lc 16.26). Portanto, não dá para sair do inferno para passar as férias no céu.

Um ator de cinema americano foi perguntado sobre céu e inferno, ele respondeu: “Sou ateu e estou muito tranquilo quanto a isso”. Angela Jolie também se esquivou: “Não há necessidade de acreditar nisso”.  O cantor brasileiro Chico Buarque, respondeu: “Eu perdi a fé”. E o ator Brad Pitt? “Sou vinte por cento ateu, 80 por cento agnóstico. Acredito numa força superior, mas ninguém sabe ao certo. Você vai descobrir quando morrer. Até lá, é inútil pensar sobre isso”.

Mas, o que importa, não é os que esses famosos pensam, mas o que Jesus afirmou a respeito do inferno. Aliás, Jesus falava do inferno com frequência. Treze por cento dos seus ensinos se referem ao juízo eterno e ao inferno. Dois terços de suas parábolas estão relacionadas à ressurreição e ao juízo. Ele fala em termos tangíveis: “Temei, antes”, adverte ele, “aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10.28).

Mas o que é o inferno? O inferno é eterno, todo mundo que está no inferno está vivo, lucido, consciente. O inferno é um lugar de dor “é o local onde o verme não morre e o fogo não se apaga” (Mc 9.47-48) “ a fumaça do seu tormento sobe para todo sempre; e não tem repouso, nem de dia nem de noite” (Ap 14.11). O inferno é um lugar de medo, lá o medo nunca acaba, será eterno. O inferno é um lugar sem esperança, há um abismo entre o céu e a terra.

Dante Aliguiere, em sua “Divina Comédia”, quando o viajante chega diante do inferno, tem um dizer em cima: “Abandonem a esperança, todos vós que por aqui entrais”.

Por fim, o inferno é um lugar de isolamento, você não vai sentir nenhum tipo de alegria, lá não tem felicidade, contentamento, relacionamento social, cada um ficará isolado em seu mundo.

2)     Coisas boas do inferno

No inferno existem boas pessoas. Olha o rico, ele deixava o homem cheio de chagas, fedorento, dormir em seu portão e comer das migalhas que caiam de sua mesa. Ele era religioso, gente boa, bom cidadão. No entanto, a religiosidade não salva ninguém. Precisamos ter um encontro pessoal com Cristo, precisamos saber que somos pecadores e sem Jesus não somos nada.

No inferno existe boa visão. No inferno o rico levantou os olhos e viu, sim, viu Abraão e Lazaro, um ao lado do outro. Talvez, pensou consigo mesmo: “Ah, se eu tivesse visto isso na terra, talvez seria salvo. Voce está vendo? Você está com os olhos abertos?

No inferno existem boas orações: “Pai Abraão, tem misericórdia de mim...”(v.24). Ah, se tivesse feito essa oração na terra? Se tivesse buscado com sinceridade, com verdade, com arrependimento?

No inferno, existem boas memórias. “Lembre-se de que durante a sua vida você recebeu coisas boas e Lazaro coisas ruins” (v.25). No inferno existe consciência, memória e lucidez. No inferno lembrarão dos sermões que ouviram e não obedeceram, se lembrarão dos hinos da harpa; das pregações de domingo. Se lembrarão das orações do pai, da mãe, dos jovens.

No inferno todo mundo acredita que Deus existe, até os ateus. No inferno todo mundo acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus. No inferno todo mundo acredita que Jesus ressuscitou e venceu a morte. No inferno todo mundo acredita que Jesus é o caminho, a verdade e a vida.

Conclusão

No inferno existe prioridade. “...eu lhe suplico, ...manda Lazaro ir à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento. Abraão respondeu: Eles tem Moisés e os profetas; que os ouçam”. (Lc 16.27-29).

 

 

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