domingo, 20 de outubro de 2024

 Quem é digno? Ap 5 

Introdução

No capitulo 4 do livro de apocalipse fala de uma “porta aberta no céu”. Ou seja, o mundo invisível é descortinado diante dos olhos do apostolo João e nos diz o apostolo “Imediatamente me vi tomado pelo Espirito”(v.2). O ele vê quando o céu lhe é descortinado?

Ele vê o “trono de Deus”. Quem é que domina? Sabemos que o apostolo estava na ilha a mando do imperador Domiciano. Mas, na verdade: Quem é o Senhor da história? Domiciano ou Deus? Existem dois tipos de história.

A história que Deus permite e a história que Deus produz. A história secular é a história que Deus permite. É a história da civilização humana que vai e vem. É a história dos grandes impérios mundiais: Egito, Suméria, Babilonia, Medo Persa, Grécia, Roma, Império Otomano, Império Britãnico e Império americano. A história que Deus permite exalta o homem e suas grandes conquistas. Vejam as grandes pirâmides do Egito: Queops, Quefren e Miquerinos...eram túmulos para enterrar os faraós do Egito.

Mas, na Bíblia, nós temos no capitulo 7 de Daniel um retrato das civilizações humanas, como os animais. Quando fala do império grego, ou, o império de Alexandre, grande, o animal que é representado é o bode! Ou seja, para Deus, essas civilizações, ou a história que Deus permite passa, acaba, vive na margem, tem um começo e um fim.

E, tem a história que Deus produz. É a história determinada por Deus, a que Deus faz acontecer. O livro do capitulo 5 está fechado, selado por dentro e por fora. A medida que cada selo era aberto, algo acontece, Deus intervendo na história humana, ou a irrupção de Deus na vida do homem.

O que mais João viu no capitulo 4? Ele vê que “o trono de Deus brilhava como pedras preciosas, jaspe e sardônico. Um arco íris, com o brilho semelhante ao de esmeralda, circundava o trono”. O trono de Deus não é escuro, não é preto, mas cheio de luz, de vida ...

O que mais João viu? “vinte e quatro anciãos. Eles estavam vestidos de branco e na cabeça tinham coroas de ouro...” (Ap 4.4). E João também vê “no centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes coberto de olhos, tanto na frente como atrás”. Dia e noite sem cessar eles cantam: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”.

O que mais o apostolo Joao vê? O céu é um local de adoração, louvor, glória, presença de Deus, é céu é cheio de luzes! Enquanto os quatro seres viventes engradecem a essência de Deus: “o que era, o que é, e o que há de vir”. Os vinte e quatro anciãos se dobram diante daquele que está assentado e lançam suas coroas suas coroas diante dele, dizendo: “Digno ó Senhor, sim! Nosso Deus, recebe a glória, a honra! O poder! Tu criaste tudo. Tudo o que existe é criado”.

1)     Uma cena

Agora, no capitulo 5, o apostolo João vê o desenrolar da salvação humana. “Então vi na mão direita daquele que está assentado no trono um livro em forma de rolo, escrito em ambos os lados e selado sete selos” (Ap 5.1). Sim, um livro em forma de rolo. É a história que Deus produz, é a intervenção dele na vida dos homens e mulheres. Deus é o alfa e o Omega, ele é o começo e o fim de todas as coisas. “sete selos” fala de completude. Deus tem “sete chifres”, “sete olhos”, “sete espíritos”

“Vi um anjo poderoso, proclamando em alta voz: Quem é digno de romper os selos e abrir o livro? Mas não havia ninguém nem na terra nem debaixo da terra, que pudesse abrir o livro, ou sequer olhar para ele” (Ap 5.3).

“Não havia ninguém no céu”. Nem anjos, nem querubins, nem serafins, nem Miguel, nem Gabriel, nem Abraão, nem Isaque, nem Jacó, nem Moisés, nem Paulo, nem Maria...ninguém.

“Não havia ninguém na terra”. Nenhum homem, Faraó, Nabucodonosor, Ciro, Alexandre, o grande, Antioco Epifânio, Julio Cesar, Augusto, Nero, nenhum ditador, nenhum empresário, nem doutor, nem cientista, nem o Papa. Por que? Todos são como o rei Belsazar: “Mene, Mene, Tequel, Uparsim”: foram pesados na balança e achado em falta.

Não havia ninguém debaixo da terra”. Ninguém no mundo inferior que pudesse abrir o livro, ou ao menos, olhar pra ele. Ninguém no inferno, nem o diabo, nem os demônios, nem o Anticristo, nem os espíritos atormentadores...foram encontrados dignos de abrir o livro e desatar os sete selos.

Diante disso, diz o texto: “Eu chorava muito”, quem vai abrir o livro e desatar os sete selos? É uma linguagem de profunda tristeza, um lamento por algo que aparentemente não tem solução. Surgem perguntas: será que tudo caminha para o caos? Para o esfacelamento da humanidade? A história está a deriva? Há alguém capaz de abrir o livro e desatar os sete selos?

2)     Cordeiro

Então um dos anciãos lhe diz: “Não chores. Olhe – o leão da tribo de Judá, a raiz da arvore de Davi, venceu. Ele pode abrir o livro e desatar os sete selos”

Ele é o leão da tribo de Judá, ele é o cumprimento da profecia de Jacó, quando diz o que cetro, o reino, não se arredará de Judá...até que venha siló” (Gn 49.8-9). Sim, ele é o cumprimento das profecias do Antigo Testamento. Sim...

No livro de genesis: ele é o descendente da mulher, pisaria na cabeça da serpente

No livro de Exodo: ele é o cordeiro pascal, o sangue nos protege, nos limpa, purifica

No livro de Levitico: ele é o sacrificio expiatório, sim expiaria o pecado do mundo

No livro de Deuteronomio: ele é o profeta, não um simples profeta, mas Deus.

No livro de Josué: ele é o capitão do exercito do Senhor, ele é general de guerra.

No livro de Juizes: ele é o libertador sem pecado

No livro de 1 Sm, 2 Sm, 1 Rs e 2 rs 1 Cr e 2 Cr: ele é o rei prometido

No livro de Esdras, neemias e Ester: ele aquele que restaura nossa sorte, que restaura nossa vida.

No livro de Jó: ele é o meu redentor que se levantará sobre a terra

No livro de salmos: ele é a nossa alegria, nosso socorro na hora bem presente.

No livro de Proverbios: ele é a sabedoria do mundo

No livro de Eclesiastes: ele é sentido para nossa vidas

No livro de Cantares: ele é o amado da nossa alma

Nos profetas maiores e profetas: é o messias prometido

Nos evangelhos: ele é o salvador do mundo

No livro de Atos dos Apostolos: ele é a pedra angular, rejeitado por muitos, mas aceita pela igreja

Nas epistolas paulinas: ele é o cabeça da igreja, a igreja é o corpo, mas quem manda é o cabeça, Jesus Cristo

Nas epistolas gerais: ele é a nossa esperança em um mundo de perseguição.

No livro de apocalipse. ele é alfa e o omega, ele é todo poderoso, é o Senhor da história que virá para buscar a sua igreja.

Ele é a “raiz de Davi”. O profeta Isaias profetizou: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará... repousará sobre ele o Espirito do Senhor, o espirito de sabedoria e de entendimento, o espirito de conselho e de fortaleza, o espirito do conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11.2,3,10).

“um cordeiro que parecia ter estado morto”. É o cordeiro prometido, é o cordeiro do sacrifício. João Batista quando batizava no rio Jordão viu Jesus se aproximando e lhe disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”; o cordeiro que foi sacrificado, que foi moído pelos nossos pecados.  Sim, é cordeiro que morreu na cruz pelos nossos pecados, mas no terceiro dia ele ressuscitou.

“Ele tinha sete chifres e sete olhos”. Chifres fala do seu poder, ele diz em apocalipse. Ele diz para João: “Não tenhas medo, eu sou o primeiro e o ultimo; eu sou o que vive e estive morto, mas eis que estou vivo para toda a eternidade! Eu possuo as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17-18). Ele tem “sete olhos”, ele vê todas as coisas...ele sabe tudo, ele vê tudo, nada passa despercebido do olhar do Senhor.

Conclusão

No final do capitulo o céu adora, o céu louva a Deus e o Cordeiro. O primeiro cântico se dirige ao cordeiro de Deus e é cantado pelos quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos. “Cada um tinha uma harpa e uma taça...que são as orações dos santos”.

"Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação.  Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra".

O segundo cântico é cantado por uma multidão incontável de anjos – milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos e cantavam em alta voz: “Digno é o corpo que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor’.

O terceiro cântico é um ajuntamento de todas as criaturas, no céu e na terra e os anjos. Louvando a Deus e ao cordeiro: "Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre! "

E finaliza com os quatro seres viventes afirmando "Amém", e os anciãos prostraram-se e o adoraram.

 

 

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