Quem é digno? Ap 5
Introdução
No capitulo 4 do livro de apocalipse fala de uma “porta
aberta no céu”. Ou seja, o mundo invisível é descortinado diante dos olhos do
apostolo João e nos diz o apostolo “Imediatamente me vi tomado pelo Espirito”(v.2).
O ele vê quando o céu lhe é descortinado?
Ele vê o “trono de Deus”. Quem é que domina? Sabemos que o
apostolo estava na ilha a mando do imperador Domiciano. Mas, na verdade: Quem é
o Senhor da história? Domiciano ou Deus? Existem dois tipos de história.
A história que Deus permite e a história que Deus produz. A história
secular é a história que Deus permite. É a história da civilização humana que vai
e vem. É a história dos grandes impérios mundiais: Egito, Suméria, Babilonia,
Medo Persa, Grécia, Roma, Império Otomano, Império Britãnico e Império
americano. A história que Deus permite exalta o homem e suas grandes conquistas.
Vejam as grandes pirâmides do Egito: Queops, Quefren e Miquerinos...eram túmulos
para enterrar os faraós do Egito.
Mas, na Bíblia, nós temos no capitulo 7 de Daniel um retrato
das civilizações humanas, como os animais. Quando fala do império grego, ou, o império
de Alexandre, grande, o animal que é representado é o bode! Ou seja, para Deus,
essas civilizações, ou a história que Deus permite passa, acaba, vive na margem,
tem um começo e um fim.
E, tem a história que Deus produz. É a história determinada por
Deus, a que Deus faz acontecer. O livro do capitulo 5 está fechado, selado por
dentro e por fora. A medida que cada selo era aberto, algo acontece, Deus intervendo
na história humana, ou a irrupção de Deus na vida do homem.
O que mais João viu no capitulo 4? Ele vê que “o trono de
Deus brilhava como pedras preciosas, jaspe e sardônico. Um arco íris, com o brilho
semelhante ao de esmeralda, circundava o trono”. O trono de Deus não é escuro, não
é preto, mas cheio de luz, de vida ...
O que mais João viu? “vinte e quatro anciãos. Eles estavam
vestidos de branco e na cabeça tinham coroas de ouro...” (Ap 4.4). E João
também vê “no centro, ao redor do trono, havia quatro seres viventes coberto de
olhos, tanto na frente como atrás”. Dia e noite sem cessar eles cantam: “Santo,
santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há
de vir”.
O que mais o apostolo Joao vê? O céu é um local de adoração,
louvor, glória, presença de Deus, é céu é cheio de luzes! Enquanto os quatro
seres viventes engradecem a essência de Deus: “o que era, o que é, e o que há
de vir”. Os vinte e quatro anciãos se dobram diante daquele que está assentado
e lançam suas coroas suas coroas diante dele, dizendo: “Digno ó Senhor, sim!
Nosso Deus, recebe a glória, a honra! O poder! Tu criaste tudo. Tudo o que
existe é criado”.
1)
Uma
cena
Agora, no capitulo 5, o apostolo João vê o desenrolar da
salvação humana. “Então vi na mão direita daquele que está assentado no trono um
livro em forma de rolo, escrito em ambos os lados e selado sete selos” (Ap
5.1). Sim, um livro em forma de rolo. É a história que Deus produz, é a
intervenção dele na vida dos homens e mulheres. Deus é o alfa e o Omega, ele é
o começo e o fim de todas as coisas. “sete selos” fala de completude. Deus tem “sete
chifres”, “sete olhos”, “sete espíritos”
“Vi um anjo poderoso, proclamando em alta voz: Quem é digno
de romper os selos e abrir o livro? Mas não havia ninguém nem na terra nem debaixo
da terra, que pudesse abrir o livro, ou sequer olhar para ele” (Ap 5.3).
“Não havia ninguém no céu”. Nem anjos, nem querubins, nem serafins,
nem Miguel, nem Gabriel, nem Abraão, nem Isaque, nem Jacó, nem Moisés, nem
Paulo, nem Maria...ninguém.
“Não havia ninguém na terra”. Nenhum homem, Faraó,
Nabucodonosor, Ciro, Alexandre, o grande, Antioco Epifânio, Julio Cesar, Augusto,
Nero, nenhum ditador, nenhum empresário, nem doutor, nem cientista, nem o Papa.
Por que? Todos são como o rei Belsazar: “Mene, Mene, Tequel, Uparsim”: foram
pesados na balança e achado em falta.
Não havia ninguém debaixo da terra”. Ninguém no mundo
inferior que pudesse abrir o livro, ou ao menos, olhar pra ele. Ninguém no
inferno, nem o diabo, nem os demônios, nem o Anticristo, nem os espíritos atormentadores...foram
encontrados dignos de abrir o livro e desatar os sete selos.
Diante disso, diz o texto: “Eu chorava muito”, quem vai abrir
o livro e desatar os sete selos? É uma linguagem de profunda tristeza, um
lamento por algo que aparentemente não tem solução. Surgem perguntas: será que
tudo caminha para o caos? Para o esfacelamento da humanidade? A história está a
deriva? Há alguém capaz de abrir o livro e desatar os sete selos?
2)
Cordeiro
Então um dos anciãos lhe diz: “Não chores. Olhe – o leão da
tribo de Judá, a raiz da arvore de Davi, venceu. Ele pode abrir o livro e
desatar os sete selos”
Ele é o leão da tribo de Judá, ele é o cumprimento da
profecia de Jacó, quando diz o que cetro, o reino, não se arredará de
Judá...até que venha siló” (Gn 49.8-9). Sim, ele é o cumprimento das profecias
do Antigo Testamento. Sim...
No livro de genesis: ele é o descendente da mulher, pisaria na cabeça da serpente
No livro de Exodo: ele é o cordeiro pascal, o sangue nos protege, nos limpa, purifica
No livro de Levitico: ele é o sacrificio expiatório, sim expiaria o pecado do mundo
No livro de Deuteronomio: ele é o profeta, não um simples profeta, mas Deus.
No livro de Josué: ele é o capitão do exercito do Senhor, ele é general de guerra.
No livro de Juizes: ele é o libertador sem pecado
No livro de 1 Sm, 2 Sm, 1 Rs e 2 rs 1 Cr e 2 Cr: ele é o rei prometido
No livro de Esdras, neemias e Ester: ele aquele que restaura nossa sorte, que restaura nossa vida.
No livro de Jó: ele é o meu redentor que se levantará sobre a terra
No livro de salmos: ele é a nossa alegria, nosso socorro na hora bem presente.
No livro de Proverbios: ele é a sabedoria do mundo
No livro de Eclesiastes: ele é sentido para nossa vidas
No livro de Cantares: ele é o amado da nossa alma
Nos profetas maiores e profetas: é o messias prometido
Nos evangelhos: ele é o salvador do mundo
No livro de Atos dos Apostolos: ele é a pedra angular, rejeitado por muitos, mas aceita pela igreja
Nas epistolas paulinas: ele é o cabeça da igreja, a igreja é o corpo, mas quem manda é o cabeça, Jesus Cristo
Nas epistolas gerais: ele é a nossa esperança em um mundo de perseguição.
No livro de apocalipse. ele é alfa e o omega, ele é todo poderoso, é o Senhor da história que virá para buscar a sua igreja.
Ele é a “raiz de Davi”. O profeta Isaias profetizou: “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará... repousará sobre ele o Espirito do Senhor, o espirito de sabedoria e de entendimento, o espirito de conselho e de fortaleza, o espirito do conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11.2,3,10).
“um cordeiro que parecia ter estado morto”. É o cordeiro prometido,
é o cordeiro do sacrifício. João Batista quando batizava no rio Jordão viu Jesus
se aproximando e lhe disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”;
o cordeiro que foi sacrificado, que foi moído pelos nossos pecados. Sim, é cordeiro que morreu na cruz pelos
nossos pecados, mas no terceiro dia ele ressuscitou.
“Ele tinha sete chifres e sete olhos”. Chifres fala do seu
poder, ele diz em apocalipse. Ele diz para João: “Não tenhas medo, eu sou o primeiro
e o ultimo; eu sou o que vive e estive morto, mas eis que estou vivo para toda
a eternidade! Eu possuo as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.17-18). Ele tem “sete
olhos”, ele vê todas as coisas...ele sabe tudo, ele vê tudo, nada passa despercebido
do olhar do Senhor.
Conclusão
No final do capitulo o céu adora, o céu louva a Deus e o Cordeiro.
O primeiro cântico se dirige ao cordeiro de Deus e é cantado pelos quatro seres
viventes e os vinte e quatro anciãos. “Cada um tinha uma harpa e uma taça...que
são as orações dos santos”.
"Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus
selos, pois foste morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda
tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para o
nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra".
O segundo cântico é cantado por uma multidão incontável de
anjos – milhares de milhares e milhões de milhões. Eles rodeavam o trono, bem
como os seres viventes e os anciãos e cantavam em alta voz: “Digno é o corpo
que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor’.
O terceiro cântico é um ajuntamento de todas as criaturas, no
céu e na terra e os anjos. Louvando a Deus e ao cordeiro: "Àquele que
está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o
poder, para todo o sempre! "
E finaliza com os quatro seres viventes afirmando
"Amém", e os anciãos prostraram-se e o adoraram.
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