terça-feira, 17 de setembro de 2024

 Desperte o dom que há em ti 2 Tm 1.1-7 

Introdução

O apostolo Paulo passou por algumas prisões. A primeira foi na prisão de Cesaréia (Atos 23.35); a segundo foi em Roma numa prisão domiciliar (Atos 28.30). Agora, sua ultima prisão, ele está preso em Roma na “prisão Mamertina”, uma prisão subterrânea, um calabouço. Os homens presos eram descidos por meio de um buraco e presos no compartimento inferior até sua execução. 

A linguagem da epistola de segunda Timóteo é a fala de masmorra, as palavras angustiadas de um homem sofrendo maus-tratos em um buraco úmido e infestado de ratos. Os prisioneiros dependiam de suprimentos trazidos de fora pelos amigos e familiares. Infelizmente, Demas havia abandonado e amado o presente século. Mas, felizmente, “...só lucas está comigo” (2 Tm 4.11); supervisionando sua saúde e fornecendo alimentos e pergaminho ( Tm 4.11).

1)     Saudações

“...Paulo” (2 Tm 1.1), o nome significa “pequeno”, mas na mente da maioria dos cristãos do século I ele era qualquer coisa, menos pequeno. Ele diz em 1 Corintios: “Eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apostolo...”(1 Co 15.9). O apostolo Paulo referia muito mais esse nome do que recebera de nascimento, Saulo. Depois que Cristo lhe apareceu na estrada de Damasco, depois que foi derrubado do seu cavalo “teológico” na estrada de Damasco. “...o que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo” (Fl 3.7). 

Daquele dia o maior perseguidor de cristãos passou a ser pequeno diante de seu mestre. O ex-fariseu de Tarso, não mais o mensageiro da morte, o perseguidor de cristãos, passou a carregar o titulo apostolo “mensageiro” ou “enviado”. 

Ele inicia com uma saudação: “Eu, Paulo, apostolo de Cristo Jesus...”. O apostolo estava escrevendo sua ultima carta sabendo de sua importância histórica, uma carta de despedida. Ele escreveu para Timóteo, mas não só para ele. Os escritos do apostolo, depois, eram lidos para a congregação, copiados diversas vezes e, então, distribuídos para as outras igrejas da região para edificação delas.

O Apostolo Paulo dirige a carta a Timóteo, pessoal e individualmente, chamando-o afetuosamente de “filho amado”. O termo grego Teknos refere-se ao filho legitimo, contudo, filho espiritual, filho na fé. Depois lhe saúda: “Graça, misericórdia e paz”. A mensagem do evangelho é sobre graça, o dom de Deus para o indigno. A mensagem do evangelho é misericórdia, o ministério de Deus para o desesperançado. A mensagem do evangelho é paz, o amor de Deus para o angustiado. 

Depois, o apostolo Paulo exorta o seu filho na fé: “Dou graças a Deus” (v.3). Não se esqueçam que ele está na masmorra, numa prisão subterrânea, mas adota uma atitude de gratidão a Deus. A gratidão é o pré-requisito do encorajamento genuíno. Em seguida, ele cultiva um coração de adoração “a quem sirvo”. No original, o termo traduzido descreve as atividades dos sacerdotes no templo. O principal proposito do serviço deles era a adoração a Deus.

E fala da “consciência limpa”. Não há melhor maneira de viver a vida cristã com uma consciência limpa, apegada a Deus e a sua Palavra. No livro de Provérbios, lemos: “Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida. Afaste da sua boca as palavras perversas; fique longe dos seus lábios a maldade. Olhe sempre para frente, mantenha o olhar fixo no que está adiante de você. Veja bem por onde anda, e os seus passos serão seguros. Não se desvie nem para a direita nem para a esquerda; afaste os seus pés da maldade” (Pv 4.23-27).

E, por fim, diz o apostolo ternamente ao jovem Timóteo: “...sempre me lembro de você em minhas orações, noite e dia”. Nada é mais importante na vida cristã do que interceder, suplicar, orar pelos nossos irmãos, ombrear com os nossos irmãos em sua angustia.

2)     Família

Lembro-me de sua fé sincera, como era de sua avó Loide, e de sua mãe, Eunice, e sei que em você essa mesma fé continua firme” (2 Tm 1.5). Lucas nos conta que Timóteo era filho de um casamento misto, em que o pai era grego e a mãe judia (Atos 16.1). Pode-se presumir que seu pai fosse descrente, mas a mãe era uma judia crente, que se tornou cristã, quando Paulo visitou a cidade de Listra, em sua primeira viagem missionária. E, antes da mãe, sua avó Loide era também convertida, visto que Paulo escreve sobre a “fé sem fingimento”, das três gerações. Sua avó, sua mãe, e Timóteo. 

É como se o apostolo Paulo dissesse: Você foi instruído corretamente na fé desde sua infância e, por assim dizer, tomou o são ensinamento com o leite materno.

3)     Despertes

despertes o dom....” ou “...avivar a chama do dom que Deus lhe deu...” e “...reavivar o dom de Deus que habita em ti...” e “...mantenha vivo esse dom...” (2 Tm 1.6). “despertar” é acordar, tirar do sono. Avivar é estimular, reanimar, reanimar-se. Reavivar é tornar a avivar, relembrar, tornar com maior intensidade. A expressão “despertes” retrata um homem colocando uma substancia inflável sobre o carvão em brasa e, depois, assopra para criar a chama. 

Na primeira epístola o apostolo Paulo exorta, pela primeira vez, para que Timóteo não desprezasse o dom que havia nele, que foi confirmado por profecias e imposição de mãos ( Tm 4.14). E Novamente, temos essa exortação: “despertes o dom de Deus que está em ti...” (2 Tm 1.6). O que é o dom de Deus? É o que você recebeu de Deus.

Hoje, o apostolo Paulo continua exortando sua igreja sobre o reavivar, o despertar, o avivar o dom de Deus que há em ti. Continua a exortar para que você despertar, trazer com mais intensidade o talento que Deus lhe deu. Desperte o dom de louvar que há em ti; desperte o dom de pregar em que há em ti; desperte o dom de ensinar que há em ti; desperte o dom de orar, de interceder que há em ti. Desperte o dom de evangelismo pessoal que há em ti....

Conclusão

Seja qual for seu temperamento, seja qual for sua história de vida, seja qual for sua dificuldade, o ministério é sobre Deus que lhe chama. Diante da chamada de Deus, Moisés justifica: “Quem sou eu para me apresentar diante do Faraó e fazer sair os israelitas das terras do Egito?”. Respondeu o Senhor a Moises: “Eu estarei contigo...” (Ex 3.11-12).

“Pois Deus não nos deu um Espirito...” (2 Tm 1.7). Aqui, Espírito é com letra maiúscula. A coragem dada por Deus emana de uma vida submetida ao Espirito Santo. Podemos ser tímidos – como aparentemente Timóteo era -, mas o Espirito é ousado. Nossa competência pode vacilar, mas o Espirito nunca falha. Talvez nos falte confiança, mas o Espirito de Deus nunca desaponta e sempre tem certeza.

“Deus não nos deu um Espirito que produz temor e covardia, mas sim o que nos dá poder, amor e moderação”. Poder é “dynamis”, a capacidade sobrenatural de fazer a vontade de Deus. 


   

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