Unidade e missão Rm 15.1-20
Introdução
O apostolo Paulo, diante do que foi exposto no capitulo 14,
chama-se de “forte” e diz qual deve ser a atitude do forte em relação ao fraco:
“Nós que somos fortes, temos o dever de suportar os fracos, em vez de agradar a
nós mesmos”. Ou seja, os “fortes” são aqueles que não se condenam em relação a
comer carne sacrificada a ídolos ou não se condena na questão de guardar ou não
dias.
Diz o apostolo Paulo: os fortes devem suportar as fraquezas dos fracos. A exortação é “suporte-os”. Na língua grega o verbo Bastazo pode ter dois significados: ou “aguenta” no sentido de “tolerar” ou então “carrega” ou “apoiar”, no sentido de “dar suporte”. O sentido é: a força de um pode compensar a fragilidade do outro.
Nós, “que somos fortes”,
diz o apostolo, “devemos...não agradar a
nós mesmos”. Ser egocêntrico e buscar nossos próprios interesses é uma tendência
natural da nossa natureza corrompida, como diz Lutero: “O homem encurvado em si
mesmo”. O cristão de consciência forte não deve esmagar a consciência dos fracos.
E, mais: “Cada um de nós deve agradar ao
próximo, para o bem dele, a fim de edifica-lo” (Rm 15.2).
E, por fim, o apostolo Paulo, lembra-nos do exemplo de Jesus: “...também Cristo...”(Rm 15.3). O filho do Deus Eterno, merecedor de louvor e da adoração do mundo – “...não agradou a si mesmo...” (v.3). Ele veio não para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). A fim de evidenciar esse fato, o apostolo cita o Salmo 69, que aponta a vida e o ministério de Jesus Cristo: “as ofensas dos que te ofendiam caíram sobre mim” (Sl 69.9). Ou seja, Jesus estava disposto a ser alvo de zombaria, a ser torturado e morto por aqueles que eram inimigos de Deus.
1) o que são as escrituras
* As escrituras são aplicáveis por inteiro ao dia de hoje: “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar...” (Rm 15.4). Quando fala em “...tudo...”, está se referindo ao Antigo Testamento. Cada porção é projetada por Deus para nós, e cada porção contém lições e aplicações. A história do rei Saul e o seu pecado de orgulho, o que podemos aprender? A história de Davi e o pecado com Bate Seba, o que podemos aprender? Enfim, histórias e princípios que tem por base nos ensinar.
* As escrituras são centradas em Cristo. Cristo está permeado
no Antigo Testamento, do começo ao fim. O apostolo Paulo citou o Salmo 69 que é
messiânico, quantas profecias vemos ali a respeito do ministério de Jesus: “O zelo da tua casa me consome...” (v.9),
“puseram fel na minha comida...e me
deram vinagre” (v.21). O apostolo Paulo usou o Salmo e aplicou a Cristo,
aliás, tudo aponta para Cristo. Ele mesmo ensinou os discípulos no caminho de
Emaús: “E começando por Moisés e todos
os profetas...constava a respeito dele em todas as escrituras” (Lc 24.27).
* Se usadas de maneira adequada, as escrituras aumentarão a “esperança” em nós: “...por meio da perseverança e do bom animo procedentes das escrituras” (Rm 15.4). Quando lemos sua palavra, meditando constantemente nossa esperança aumenta e o nosso conhecimento se solidifica.
2) um espirito de unidade
Os versículos 5 e 6 são uma oração em favor da unidade da igreja. Essa unidade emana do céu, é um dom sobrenatural. Trata-se de algo que provem de Deus: “O Deus que concede...dê-lhes um espirito de unidade...” (v. 5). Nenhum método é capaz de cria-lo, vem somente dele. E acontece gradativamente: Deus concede “à medida que você seguem a Cristo Jesus” (Rm 15.5).
Infelizmente, os cristãos passivos não se empenham, não buscam,
não crescem em “Cristo Jesus”, são indiferentes e ainda não experimentaram essa
unidade. Só os cientes, os empenhados a seguir a Cristo, que é perseverante –
experimentarão essa unidade profunda.
A unidade é associada à nossa adoração em conjunto e por ela ampliada. “Para que unânimes e a uma só voz, glorifiqueis o Deus e Pai...” Ou, “para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 15.6). A referencia à “voz” faz menção à adoração coletiva, congregacional. Esses versos mostram que Deus confere unidade espiritual a fim de que possamos adorar juntos; nosso louvor junto acentuará nossa unidade.
Mas nossa unidade está baseada em quê? Em nossa justificação
em Cristo Jesus: “...acolhei-vos uns aos
outros, como também Cristo nos acolheu...” (Rm 15.7). Só quando
compreendemos que somos aceitos por Cristo e vivemos em resposta a isso,
acolheremos as pessoas. Em Cristo, somos aceitos apesar de nossas deficiências e
falhas, seremos capacitados a aceitar os outros apesar de suas deficiências e
falhas. Na verdade, o modo de saber o quanto você compreende o evangelho é ver
o quanto ama as pessoas, apesar das falhas que elas têm!
Novamente, o apostolo Paulo aponta para Jesus Cristo como
exemplo. Primeiro Jesus “...se tornou
servo da circuncisão” (Rm 15.8). Ele é aquele que traz bênçãos aos descendentes
de Abraão; ele é aquele que quem os judeus encontram acesso ao céu. Segundo,
Jesus se tornou servo: “...para que os
gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia...” (Rm 15.9). Cristo veio
a fim de que Deus acolhesse tanto judeus quanto gentios e, com isso, o
evangelho é capaz de derrubar “...a parede de separação” (Ef 2.14).
“Judeus e gentio, forte e fraco, rico e pobre, analfabeto e
alfabetizado devem refletir isso em seu relacionamento na igreja”.
E, juntos numa só voz, com um só coração e uma só boca glorifiquem
a Deus. Primeiro, o nome de Deus deve ser louvado entre os judeus e os gentios:
“...os gentios glorifiquem a Deus por
sua misericórdia...eu te louvarei entre os gentios; cantarei louvores ao seu
Nome” (Rm 15.9). De modo que “...todos os povos” (judeus e gentios”
louvarão o Senhor (Rm 15.11). E todo louvor estará vinculado “...a raiz de Jessé, aquele que se levantará
para reinar sobre os gentios...” (Rm 15.12). Nele, em Cristo, teremos “esperança”
(Rm 15.12).
3) evangelismo
Para o apostolo Paulo o evangelismo era uma paixão. Ele expressa essa paixão: “...ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espirito Santo” (Rm 15.16). Aqui Paulo vê os gentios convertidos como ofertas suas para Deus! Ele encara o evangelismo como um modo de dar louvor e graças a Deus.
Em segundo lugar, o apostolo Paulo nos revela qual é o objetivo de seus esforços. Só o que importa para ele é: “...que Cristo tem feito por meu intermédio, para obediência dos gentios, em palavra e ação” (Rm 15.18). O objetivo do evangelismo não deve simplesmente ver alguém ir para frente em um apelo, não! Deve se fazer discipulo de Cristo (Mt 28.19,20). O objetivo do evangelismo é a completa transformação da vida.
Conclusão
Por fim, o apostolo menciona os meios de evangelismo. Ele diz
que ganha as pessoas por meio de “...palavra
e ação” (Rm 15.18). Não somente falando de Jesus, mas também por meio de
sua vida e ações. Logo em seguida ele menciona alguns de seus feitos: “pelo pode de sinais e prodígios...”
(Rm 15.19).
E, finalizando: “...esforcei-me por anunciar o evangelho não onde Cristo já havia sido proclamado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20). a paixão de Paulo era ir a lugares onde ninguém ouvira nada do evangelho. Ele queria o solo duro para nele semear, aqueles que se encontravam mais distantes da fé.
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