terça-feira, 18 de junho de 2024

 Unidade e missão Rm 15.1-20 

Introdução

O apostolo Paulo, diante do que foi exposto no capitulo 14, chama-se de “forte” e diz qual deve ser a atitude do forte em relação ao fraco: “Nós que somos fortes, temos o dever de suportar os fracos, em vez de agradar a nós mesmos”. Ou seja, os “fortes” são aqueles que não se condenam em relação a comer carne sacrificada a ídolos ou não se condena na questão de guardar ou não dias.

Diz o apostolo Paulo: os fortes devem suportar as fraquezas dos fracos. A exortação é “suporte-os”. Na língua grega o verbo Bastazo pode ter dois significados: ou “aguenta” no sentido de “tolerar” ou então “carrega” ou “apoiar”, no sentido de “dar suporte”. O sentido é: a força de um pode compensar a fragilidade do outro. 

Nós, “que somos fortes”, diz o apostolo, “devemos...não agradar a nós mesmos”. Ser egocêntrico e buscar nossos próprios interesses é uma tendência natural da nossa natureza corrompida, como diz Lutero: “O homem encurvado em si mesmo”. O cristão de consciência forte não deve esmagar a consciência dos fracos. E, mais: “Cada um de nós deve agradar ao próximo, para o bem dele, a fim de edifica-lo” (Rm 15.2).

E, por fim, o apostolo Paulo, lembra-nos do exemplo de Jesus: “...também Cristo...”(Rm 15.3). O filho do Deus Eterno, merecedor de louvor e da adoração do mundo – “...não agradou a si mesmo...” (v.3). Ele veio não para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). A fim de evidenciar esse fato, o apostolo cita o Salmo 69, que aponta a vida e o ministério de Jesus Cristo: “as ofensas dos que te ofendiam caíram sobre mim” (Sl 69.9). Ou seja, Jesus estava disposto a ser alvo de zombaria, a ser torturado e morto por aqueles que eram inimigos de Deus. 

1) o que são as escrituras

* As escrituras são aplicáveis por inteiro ao dia de hoje: “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar...” (Rm 15.4). Quando fala em “...tudo...”, está se referindo ao Antigo Testamento. Cada porção é projetada por Deus para nós, e cada porção contém lições e aplicações. A história do rei Saul e o seu pecado de orgulho, o que podemos aprender? A história de Davi e o pecado com Bate Seba, o que podemos aprender? Enfim, histórias e princípios que tem por base nos ensinar. 

* As escrituras são centradas em Cristo. Cristo está permeado no Antigo Testamento, do começo ao fim. O apostolo Paulo citou o Salmo 69 que é messiânico, quantas profecias vemos ali a respeito do ministério de Jesus: “O zelo da tua casa me consome...” (v.9), “puseram fel na minha comida...e me deram vinagre” (v.21). O apostolo Paulo usou o Salmo e aplicou a Cristo, aliás, tudo aponta para Cristo. Ele mesmo ensinou os discípulos no caminho de Emaús: “E começando por Moisés e todos os profetas...constava a respeito dele em todas as escrituras” (Lc 24.27).

* Se usadas de maneira adequada, as escrituras aumentarão a “esperança” em nós: “...por meio da perseverança e do bom animo procedentes das escrituras” (Rm 15.4). Quando lemos sua palavra, meditando constantemente nossa esperança aumenta e o nosso conhecimento se solidifica. 

2) um espirito de unidade

Os versículos 5 e 6 são uma oração em favor da unidade da igreja. Essa unidade emana do céu, é um dom sobrenatural. Trata-se de algo que provem de Deus: “O Deus que concede...dê-lhes um espirito de unidade...” (v. 5). Nenhum método é capaz de cria-lo, vem somente dele. E acontece gradativamente: Deus concede “à medida que você seguem a Cristo Jesus” (Rm 15.5). 


Infelizmente, os cristãos passivos não se empenham, não buscam, não crescem em “Cristo Jesus”, são indiferentes e ainda não experimentaram essa unidade. Só os cientes, os empenhados a seguir a Cristo, que é perseverante – experimentarão essa unidade profunda.

A unidade é associada à nossa adoração em conjunto e por ela ampliada. “Para que unânimes e a uma só voz, glorifiqueis o Deus e Pai...” Ou, “para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 15.6). A referencia à “voz” faz menção à adoração coletiva, congregacional. Esses versos mostram que Deus confere unidade espiritual a fim de que possamos adorar juntos; nosso louvor junto acentuará nossa unidade. 

Mas nossa unidade está baseada em quê? Em nossa justificação em Cristo Jesus: “...acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu...” (Rm 15.7). Só quando compreendemos que somos aceitos por Cristo e vivemos em resposta a isso, acolheremos as pessoas. Em Cristo, somos aceitos apesar de nossas deficiências e falhas, seremos capacitados a aceitar os outros apesar de suas deficiências e falhas. Na verdade, o modo de saber o quanto você compreende o evangelho é ver o quanto ama as pessoas, apesar das falhas que elas têm!

Novamente, o apostolo Paulo aponta para Jesus Cristo como exemplo. Primeiro Jesus “...se tornou servo da circuncisão” (Rm 15.8). Ele é aquele que traz bênçãos aos descendentes de Abraão; ele é aquele que quem os judeus encontram acesso ao céu. Segundo, Jesus se tornou servo: “...para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia...” (Rm 15.9). Cristo veio a fim de que Deus acolhesse tanto judeus quanto gentios e, com isso, o evangelho é capaz de derrubar “...a parede de separação” (Ef 2.14).

“Judeus e gentio, forte e fraco, rico e pobre, analfabeto e alfabetizado devem refletir isso em seu relacionamento na igreja”.

E, juntos numa só voz, com um só coração e uma só boca glorifiquem a Deus. Primeiro, o nome de Deus deve ser louvado entre os judeus e os gentios: “...os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia...eu te louvarei entre os gentios; cantarei louvores ao seu Nome” (Rm 15.9). De modo que “...todos os povos” (judeus e gentios” louvarão o Senhor (Rm 15.11). E todo louvor estará vinculado “...a raiz de Jessé, aquele que se levantará para reinar sobre os gentios...” (Rm 15.12). Nele, em Cristo, teremos “esperança” (Rm 15.12).

3) evangelismo

Para o apostolo Paulo o evangelismo era uma paixão. Ele expressa essa paixão: “...ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espirito Santo” (Rm 15.16). Aqui Paulo vê os gentios convertidos como ofertas suas para Deus! Ele encara o evangelismo como um modo de dar louvor e graças a Deus. 

Em segundo lugar, o apostolo Paulo nos revela qual é o objetivo de seus esforços. Só o que importa para ele é: “...que Cristo tem feito por meu intermédio, para obediência dos gentios, em palavra e ação” (Rm 15.18). O objetivo do evangelismo não deve simplesmente ver alguém ir para frente em um apelo, não! Deve se fazer discipulo de Cristo (Mt 28.19,20). O objetivo do evangelismo é a completa transformação da vida. 

Conclusão

Por fim, o apostolo menciona os meios de evangelismo. Ele diz que ganha as pessoas por meio de “...palavra e ação” (Rm 15.18). Não somente falando de Jesus, mas também por meio de sua vida e ações. Logo em seguida ele menciona alguns de seus feitos: “pelo pode de sinais e prodígios...” (Rm 15.19).

E, finalizando: “...esforcei-me por anunciar o evangelho não onde Cristo já havia sido proclamado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20). a paixão de Paulo era ir a lugares onde ninguém ouvira nada do evangelho. Ele queria o solo duro para nele semear, aqueles que se encontravam mais distantes da fé. 



 

  

 

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