terça-feira, 25 de junho de 2024

 Saudações e exortações – Rm 16.1-20 

Introdução

A igreja não pode se amoldar ao mundo, mas ser “sal da terra” e “luz do mundo”. A igreja deve ser como uma família, na qual as pessoas mais velhas ensinam e encorajam os mais jovens. A igreja deveria ser um lugar onde todo mundo é responsável e encontra segurança, aceitação, esperança e ajuda. A igreja deveria ser um lugar onde as palavras são confiáveis, a adoração significativa, a fé é invencível, a graça é notável e o amor é tangível, ou seja, ser um corpo acolhedor e afetuoso.

1)     Saudações

“Recomendo-vos a nossa irmã Febe...” (Rm 16.1). quem é ela? Febe significa “pura”, “brilhante” ou “radiante”. Paulo referiu-se a ela como “nossa irmã” e chamou-a de diákonos (serva). A palavra quer dizer “ministério” ou “serviço”, pode se referir a qualquer tipo de serviço oferecido em nome de Jesus Cristo. É também o ministério de “diácono”, que atua lado a lado com os oficiais da igreja, cuidando para o bom andamento do culto e a manutenção da igreja. 

O que ela fez? Ela havia sido “...o amparo de muitos...”. Ou “...protetora de muitos e de mim inclusive...” (ARA). Ela era benfeitora, isto é, uma mulher de negócios ou independente em termos financeiros, que vinha utilizando suas habilidades ou posses para dar suporte à igreja e ajudar muitos.

O que ela precisa? Primeiro, o apostolo diz: “...recebais no Senhor como convém aos santos...”. E, segundo “...e lhe prestem a ajuda de que venha a necessitar...” (Rm 16.2). Literalmente, ela pediu que a congregação ajudasse ou, que “ficasse ao lado dela”. Parece que ela estava pedindo alguma coisa a mais do que a hospitalidade rotineira.

Saudai” aparece 16 vezes nesse capitulo. Na Europa Ocidental e nas américas, apetamos as mãos. Na europa oriental e no oriente médio, as pessoas beijam nas bochechas. No Japão, a saudação é acompanhada por uma reverencia. Nos tempos de Paulo, saudar era desejar o bem , a paz de Cristo sobre a pessoa. E, havia “...beijo santo...” (Rm 16.16). Uma forma de cumprimento de apreciação e afeição.  

Depois, Paulo saúda “...Priscila e Áquila...”. O apostolo Paulo encontrou esse casal em Corinto em sua Segunda Viagem Missionária. Eles tinham saído de Roma por causa do decreto do Imperador Claudio, que expulsou os judeus de Roma. Em Corinto compartilharam com apostolo Paulo o mesmo oficio – fazedores de tendas – e, talvez os tenha levado a Cristo (Atos 18.1-3). 


Paulo devia sua vida ao casal “Arriscaram a vida por mim”, que haviam deixado de lado sua própria segurança em favor de seu amigo. Depois da morte do imperador, retornaram à Roma, e transformaram sua casa em lugar de culto e adoração: “...saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles” (Rm 16.5).

Saudai meu amado Epêneto, que foi o primeiro convertido a Cristo na província da Ásia” (Rm 16.5). Aqui, Epêneto se juntou a Priscila e Àquila quando eles voltaram para Roma. Paulo os chamou de “primeiros frutos da Asia”. Paulo estava muito feliz em saber que estavam juntos em Roma comungando a mesma fé e batalhando o bom combate.   

Saudai a Maria, que muito trabalhou por vós. Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão....e estavam em Cristo antes de mim” (Rm 16.6). Possivelmente eram “parentes de sangue” e “estiveram na prisão comigo” e “estavam em Cristo antes de mim”.

No tempo dos apóstolos, tempo de perseguição, a igreja era constituída basicamente por uma séria de igrejas domésticas ou de pequenos grupos. Paulo cumprimenta “...a igreja que está na casa deles...”  (Rm 16.5). Nos versículos 14 e 15 também alguns são saudados em conjunto “...e todos os santos que estão com eles...”. Referindo ao restante das pessoas que se reuniam em igrejas domesticas.

Saúdem Amplíato, meu amado irmão no Senhor. Saúdem Urbano, nosso cooperador em Cristo, e meu amado irmão Estáquis. Saúdem Apeles, aprovado em Cristo. Saúdem os que pertencem à casa de Aristóbulo.  Saúdem Herodião, meu parente. Saúdem os da casa de Narciso, que estão no Senhor.  Saúdem Trifena e Trifosa, mulheres que trabalham arduamente no Senhor. Saúdem a amada Pérside, outra que trabalhou arduamente no Senhor. Saúdem Rufo, eleito no Senhor, e sua mãe, que tem sido mãe também para mim.  Saúdem Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os irmãos que estão com eles.  Saúdem Filólogo, Júlia, Nereu e sua irmã, e também Olimpas e todos os santos que estão com eles. Saúdem uns aos outros com beijo santo. Todas as igrejas de Cristo enviam-lhes saudações” (Rm 12.8-15).

Esses vinte nomes oferecem pouca informação. Cada um dos comentários do apostolo Paulo é como a ponta de um iceberg narrativo: “irmão no Senhor”, “cooperador em Cristo”, “aprovado em Cristo”, “que trabalham arduamente no Senhor”, “eleito no Senhor”. Só é possível imaginar quais histórias cada comentário poderia iniciar; todos tiveram uma história com o apostolo Paulo.

2)     O que isso nos diz?

O corpo de Cristo possui variedade dentro de sua unidade. Os irmãos citados pelo apostolo Paulo são solteiros, casados, viúvos e viúvas. Ele saudava homens, mulheres, escravos e a elite social, cristãos novos e cristãos maduros, gregos, romanos e judeus. Vieram de todos os cantos do império romano, de várias tradições e históricos, mas todos compartilhavam de uma coisa: salvação pela graça somente, por meio da fé em Jesus Cristo. 

O corpo de Cristo é mantido unido por aqueles que servem na obscuridade. A diaconisa Febe era uma força unificadora na igreja de Corinto e é alguém que o Senhor havia chamado para levar essa carta monumental para Roma; no entanto, nada sabemos sobre ela. E o que dizer de Maria, Urbano, Trifena e Trifosa (irmãs?) e Pérside foram notados por seus trabalhos fiéis; nada mais se sabe sobre eles.

Priscila e Àquila serviram com Paulo em Corinto e em Éfeso, estabilizaram as igrejas e sem duvida fizeram o mesmo em Roma; pouco sabemos sobre eles. Os vinte e sete nomes da lista representam incontáveis outros que, de maneira profunda e silenciosa, enriqueceram o corpo de Cristo.

O corpo de Cristo é caracterizado por amor simples e realista. As saudações do apostolo Paulo são relativamente sem adornos. Febe foi crucial para a igreja em Cencreia. Ele compartilhava sua vocação de fazedor de tendas com Priscila e Áquila em Corinto. Compartilhou um calabouço com Adrônico e Júnias e trabalhou com Maria, URBANO, TRIFENA, Trifosa e Pérside.

O ABCD do corpo de Cristo: A – aceitem uns aos outros, aceitem a variedade, pensamentos diferentes, gostos diferentes. B – Bem-aventurados os que servem, os servos não são exigentes. C – Cultive estima pelos outros, mostre valor e dignidade. D – Demonstre seu amor através de atos e atitudes.

3)     Exortação

Em Romanos 16.17 tem uma advertência aos “...irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e colocam obstáculos aos ensinos...”. Ou seja, a igreja deveria “vascular com os olhos” em busca de pessoas que criavam dois perigos mortais: “divisões” e “obstáculos”. Como reconhece-los? Paulo nos fornece dois caminhos aqui.

Primeiro, o que eles fazem está “...em desacordo com a doutrina que aprendestes...” (v.18). “As pessoas podem ser eloquentes e lisonjeiras”, diz Paulo (v.18). Sussuros e reuniões particulares entre duas pessoas são as ferramentas que mais usam. Cuidado com essas pessoas, cuidado com conversas que “não tem nada a ver”, “é claro que pode”. Cuidado! 

Segundo o que pretendem é servir seus próprios apetites. Não querem servir ao Senhor, mas si mesmas! (Rm 16.18). São escravas de seus estômagos. Sempre procuram se beneficiar. Essas pessoas dominam o vocabulário da igreja – um dialeto chamado “cristianês”. 

Como detê-las? Paulo recomenda aos cristãos romanos para serem “...sábios em relação ao bem, mas puros em relação ao mal” (v.19). O conhecimento e o comportamento devem ser retos diante de Deus. Se você crê que algo é verdadeiro, suas escolhas devem se ajustar de acordo. Deve amar e obedecer a Deus e viver seus ensinamentos. “Mas puros em relação ao mal”, precisamos recusar terminantemente qualquer ligação com o mal, qualquer coisa que não esteja de acordo com o evangelho.

Conclusão

E o Deus da paz em breve esmagará Satanás debaixo dos vossos pés...” (Rm 16.20). Satanás é um grande mentiroso, e uma de suas armas é o ensino egocêntrico, promotor de dissensões. No entanto, ele foi, está sendo e será derrotado.

“...esmagar...” nos remete de volta à promessa de Deus depois que Adão e Eva pecaram no Éden e foram julgados, sendo expulsos do jardim. Deus disse para serpente, que um homem nascerá “...e te ferirá a cabeça...” (Gn 3.15). Jesus é quem esmaga a cabeça da serpente, na cruz e derrotará definitivamente em sua segunda vinda. Satanás é derrotado quando uma vida volta aos seus pés, quando um pecado se arrepende dos seus pecados e é conduzido a Cristo. 


  

 

 

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