terça-feira, 4 de junho de 2024

 Laços, alerta contra quedas Pv 2.1-16

Introdução

A palavra laço tem dois significados. No modo literal, o termo é positivo, e significa união, aliança, vínculo. Já no sentido figurado, o termo é negativo, significa armadilha, emboscada, tentação. No Salmo 91 diz: “Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa” (v. 3). Aqui “laço do passarinheiro” é uma expressão simbólica usada em diversos textos da Bíblia para representar armadilhas, perigos, ciladas que se apresentam na vida das pessoas. 

Por isso que temos que foi lido nessa noite temos várias exortações, como “filho meu ouve, guarda, atende, aceita, não esqueça ou meus ensinamentos, as minhas palavras, os meus mandamentos, os meus ensinos, a minha instrução”. Também em alguns versos tem o condicional “se”: “se você aceitar a minha palavra”, “se der ouvidos á sabedoria”, “se clamar por entendimento”, “se procurar a sabedoria”, então, “entender o que é temer ao senhor”.

1)     O laço do amor aos prazeres

Hoje vivemos numa sociedade liquida, onde tudo se dilui. Uma das marcas do homem é o hedonismo “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1 Co 15.32), isto é, uma cultura do prazer, cultura do sexo, de tudo que envolve os sentidos. Uma frase descreve bem esse momento: “os que não vivem tem a ilusão enquanto os que vivem estão insatisfeitos”. Mas será que vale pena imergir nessa sociedade liquida? 

O rei Salomão experimentou todos os desejos que o mundo lhe deu: “Venha, vamos experimentar o prazer. Vamos procurar as coisas boas da vida”. É o chamado do mundo, “venha”, se você quer prazer, luxuria, desejos... Salomão, infelizmente, aceitou o convite: “...resolvi me animar com o vinho” (v.3). “...procurei experimentar o que haveria de melhor para as pessoas em sua curta vida debaixo do sol” (Ec 2.3)

Parece com aquela mulher de Provérbios 7: “Ela agarrou o rapaz, beijou-o e lhe disse descaradamente: Tenho em casa a carne dos sacrifícios de comunhão, que hoje fiz para cumprir os meus votos...vim à sua procura e o encontrei! Estendi sobre o meu leito cobertas de linho fino do Egito. Perfumei a minha cama com mirra, aloés e canela. Venha, vamos embriagar-nos de caricias até o amanhecer; gozemos as delícias do amor” (v, 14-18).

Salomão continua, depois foi para a construção: “dediquei-me a projetos grandiosos, construindo casas enormes e plantando vinhedos. Fiz jardins e parques e os enchi de arvores frutíferas de toda espécie” (v.4). E vai mais adiante: “...comprei escravos e escravas...tive muito gado e rebanho...juntei grande quantidade de ouro e tesouros...contratei cantores e cantoras e tive muitas concubinas. Tive tudo que um homem pode desejar” (vs. 7-8). Mas ele termina melancolicamente: “...vi que nada fazia sentido; era como correr atrás do vento” (v.11). 

O que dizer de Davi, seu pai! Era o tempo da primavera, normalmente os reis iam para guerra, mas Davi ficou em casa. Foi dar uma volta no terraço e “avistou uma mulher que se banhava. E notou que era uma mulher muito bonita” (2 Sm 11.2). Davi ficou com os olhos cheios de desejos, de concupiscência por ela. Nessa hora Davi ficou dominado pelo desejo, perdeu toda noção da realidade e só o desejo pela criatura era real. E Davi caiu em pecado com Bate SeBa.

Conselho: cuidado com os laços, com as setas do diabo, com o segundo olhar. Os prazeres descontrolados, inconsequentes, irresponsáveis tira Deus de sua vida, ou no mínimo, tira de suas prioridades. O que fazer? HÁ UM SÓ MANDAMENTO: FUJA DA FORNICAÇÃO. FUJA DA IDOLATRIA. FUJA DAS PAIXÕES DA JUVENTUDE. FUJA DA SENSUALIDADE DO MUNDO...fuja. 

2)     O laço da irracionalidade

Nos diz o rei Salomão: “Reflete sobre tuas escolhas e sobre o caminho para onde andas, e todos os teus planos serão bem decididos” (Pv 4.26).

Paulo nos diz em romanos 10 que os israelitas tinham “...zelo mas sem conhecimento” (v.2). Durante o início da idade média a igreja viveu sob a opressão de alguns dogmas que eram inquestionáveis: surgimento do papa, o culto aos santos, o culto da relíquia, a confissão dos pecados ao padre, mediação de Maria etc. Atualmente o homem moderno vive sob o dogma da irracionalidade.

Ele não tem atração pela reflexão, pois como é senso comum “refletir não leva a lugar algum”. Nossa época é marcada pela improvisação e pela espontaneidade, pela falta de ponderação dos caminhos pelos quais anda. Isso leva as pessoas a serem como folhas jogadas ao vento. A opinião que está na moda torna-se sua religião sua Biblia, seu deus...

Esaú, filho de Isaque, agiu sem reflexão e perdeu o direito à primogenitura. Esaú chegou do campo “...esgotado e faminto...” (Gn 25.29) e disse para seu irmão Jacó: “...deixe-me comer desse cozido vermelho, pois estou com muita fome e exausto” (Gn 25.30). Jacó, então, lhe propôs: “...vende-me primeiro o teu direito de primogenitura”. Assim, Esaú concordou. Essa foi a refeição mais cara da história. 

E Sansão? Um narizeu de Deus, chamado por Deus,  com uma força descomunal. Mas dominado por suas paixões e agia impulsionado por elas. Uma força só era capaz de segurar Sansão: sua própria fraqueza – agir e falar sem ponderação. Acabou morrendo nas mãos do inimigo.

O que se ouve hoje é: “curta a vida; faça o que der na cabeça, afinal, a vida é curta. Quando agimos pelo que sentimos, sem pautar nossa vida por valores e anseios cristãos, ficamos enfraquecidos e corremos o risco um trágico fim. Sejamos como os filhos de Issacar, conhecedores da época, para saber o que devem fazer “...sabiam como Israel deveria agir em qualquer circunstância” (1 Cro 12.32).

3)     O laço das más influências

O Salmo 1 inicia “Como é feliz aquele não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores” (Sl 1.1). Portanto, evite amizades más, no seu trabalho passe longe de pessoas más, evite-as no rol de sua amizade. Identifiquem pessoas que agem desonestamente, que tem alguma atividade suspeita, que são imorais,  que falam palavrão ou palavras torpes, egoístas, gananciosas e afaste-se delas. 

Em 1 Coríntios 5, o apostolo Paulo exorta que dentro da igreja também tem pessoas com certos comportamentos, devemos nos distanciar: “...agora vos escrevo para que não vos associeis com qualquer pessoa que, afirmando-se irmão, for imoral ou ganancioso, idolatra ou caluniador, embriagado ou estelionatário. Com pessoas assim não deveis sequer sentar-se para uma refeição” (1 Co 5.11).

Evite pessoas que vive murmurando, fazendo reivindicações e brigando por nada, pessoas iracundas. São pessoas que murmuram contra tudo e todos, pessoas que não controlam sua ira e “explodem” facilmente (não conseguem contar até mil). Pessoas que vivem falando mal da liderança da igreja, etc. Em Provérbios lemos: “Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha mortal” (Pv 22.24-25).

Conclusão

Portanto, evite todo tipo de laço dos prazeres porque te leva para caminhos tortuosos e distantes de Deus. Evite o laço da irracionalidade, da não reflexão, da não ponderação, pois o salário do pecado é a morte. E, por fim, evite o laço das amizades fáceis, pois podem lhe conduzir para distante de Deus. 



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário