domingo, 30 de junho de 2024

 Quando a culpa vem Zc 3.1-7 

Introdução

Vivemos dias de acusação, de passado sombrio, cheio de marcas, cicatrizes, e, diante disso, muita gente em estado de desespero sem saber o que fazer com diante dessas angustias. Diante disso cresce a ansiedade e a depressão e tem se tornado o mal do século.  Homens e mulheres na meia idade carregando fardo do passado; adolescentes e jovens se contorcendo, se automutilando, pois não sabem o que fazer com as dores da alma.

1)     Um tribunal

O texto de Zacarias 3, nos coloca em um tribunal de julgamento. Alguém está sendo acusado: sacerdote Josué, sumo sacerdote da casa do Senhor. Era a pessoa que tomava conta das coisas de Deus, que recebia as pessoas e oferecia sacrifícios a Deus. Ele está amuado, quieto, envergonhado, cheio de culpa.

Temos o acusador: “Satan, Satanás, o adversário estava à direita de Josué”; é o opositor: “Ele veio para matar, roubar e destruir”. Ele veio para colocar o dedo na ferida, trazer à lume o pecado, apontar nosso erros, fracassos e pecados.

No versículo 2, temos o advogado de defesa: “O anjo do Senhor”. Toda vez que a expressão aparece com o artigo definido “o” refere-se ao filho de Deus, Jesus Cristo, é uma teofania, uma aparição de Deus em forma física. E o anjo do Senhor diz ao acusador: “Que o Senhor te repreenda, Satanás! Ora, vê este homem! ... não parece um tição tirado do fogo” (v.2). Portanto, nós temos um advogado: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” ( 1 Jo 2.1).

2)     O que isso significa para nós?

Estamos constantemente nesse tribunal; a culpa tem perseguido muitas pessoas. O numero de pessoas em busca de terapia é assustador; sim, em busca de psicanalistas e psiquiatra para acalmar, abrandar os anseios da alma. O sentimento de culpa tem causado doenças psicossomáticas, como doenças na pele, nos ossos, doenças cardíacas. Tudo por conta da culpa...

Josué está quieto dias das acusações, calado, não se justifica, não fala e sem saber o que fazer, sem saber o que falar, sem saber como reagir...Meus amados, não espere piedade do diabo, ele mete a mão na ferida e aperta com muita força...

Diante disso: pessoas perdem o pico para trabalhar, para produzir, para acordar de manhã, para viver, existe um horizonte sombrio. O pai, devido a culpa, não consegue aconselhar o filho. E a memória sempre trazendo à tona o que aconteceu...

3)     O que fazer?

Primeiro: “Estar diante do anjo do Senhor”. Segundo: Não usar palavra em defesa própria, Josué não fala, deixa que sua defesa venha de Deus: “Ele é um tição tirado do fogo”.

Deus te ama, Deus lhe estende a mão, Deus lhe tira do “charco de lodo”, Deus não te decepciona, Deus não vira as costas para você. “Ele é um tição tirado do fogo”.

Ora, Josué, vestido de roupas impuras”. Roupas impuras é pecado, é mancha, iniquidade... E o anjo lhe diz: “tirem as roupas impuras dele”. E lhe diz em seguida: “Eis que eu tirei de ti o teu pecado, e te vesti com roupas novas”. Diz o profeta Isaias: “Embora os vossos pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como purpura, como a lã se tornarão” (Is 1.18).

“Coloquem um turbante limpo em sua cabeça” (v.5). enquanto que o diabo lhe diz: “Não tem mais jeito, está acabado, sua vida não tem mais sentido, você é um fracassado”. O anjo arrazoa e lhe coloca um turbante sobre a tua cabeça. Entenda: a última palavra para sua vida não é o que alguém lhe disse ou o que o diabo lhe falou, mas a última palavra vem de Deus. E de Deus tem turbante!

O sumo sacerdote para oficializar no templo usava um turbante. Turbante fala de serviço, turbante fala de promessa de Deus, turbante fala de ousadia na presença de Deus, turbante fala da presença de Deus, turbante fala de sonhos estagnados.

Conclusão: E agora, como viver?

Viver mediante a obediência. “Se você andar nos meus caminhos e obedecer aos meus preceitos, você governará a minha casa e também estará encarregado das minhas cortes, e eu lhe darei um lugar entre estes que estão aqui” (Zc 3.7).

terça-feira, 25 de junho de 2024

 Saudações e exortações – Rm 16.1-20 

Introdução

A igreja não pode se amoldar ao mundo, mas ser “sal da terra” e “luz do mundo”. A igreja deve ser como uma família, na qual as pessoas mais velhas ensinam e encorajam os mais jovens. A igreja deveria ser um lugar onde todo mundo é responsável e encontra segurança, aceitação, esperança e ajuda. A igreja deveria ser um lugar onde as palavras são confiáveis, a adoração significativa, a fé é invencível, a graça é notável e o amor é tangível, ou seja, ser um corpo acolhedor e afetuoso.

1)     Saudações

“Recomendo-vos a nossa irmã Febe...” (Rm 16.1). quem é ela? Febe significa “pura”, “brilhante” ou “radiante”. Paulo referiu-se a ela como “nossa irmã” e chamou-a de diákonos (serva). A palavra quer dizer “ministério” ou “serviço”, pode se referir a qualquer tipo de serviço oferecido em nome de Jesus Cristo. É também o ministério de “diácono”, que atua lado a lado com os oficiais da igreja, cuidando para o bom andamento do culto e a manutenção da igreja. 

O que ela fez? Ela havia sido “...o amparo de muitos...”. Ou “...protetora de muitos e de mim inclusive...” (ARA). Ela era benfeitora, isto é, uma mulher de negócios ou independente em termos financeiros, que vinha utilizando suas habilidades ou posses para dar suporte à igreja e ajudar muitos.

O que ela precisa? Primeiro, o apostolo diz: “...recebais no Senhor como convém aos santos...”. E, segundo “...e lhe prestem a ajuda de que venha a necessitar...” (Rm 16.2). Literalmente, ela pediu que a congregação ajudasse ou, que “ficasse ao lado dela”. Parece que ela estava pedindo alguma coisa a mais do que a hospitalidade rotineira.

Saudai” aparece 16 vezes nesse capitulo. Na Europa Ocidental e nas américas, apetamos as mãos. Na europa oriental e no oriente médio, as pessoas beijam nas bochechas. No Japão, a saudação é acompanhada por uma reverencia. Nos tempos de Paulo, saudar era desejar o bem , a paz de Cristo sobre a pessoa. E, havia “...beijo santo...” (Rm 16.16). Uma forma de cumprimento de apreciação e afeição.  

Depois, Paulo saúda “...Priscila e Áquila...”. O apostolo Paulo encontrou esse casal em Corinto em sua Segunda Viagem Missionária. Eles tinham saído de Roma por causa do decreto do Imperador Claudio, que expulsou os judeus de Roma. Em Corinto compartilharam com apostolo Paulo o mesmo oficio – fazedores de tendas – e, talvez os tenha levado a Cristo (Atos 18.1-3). 


Paulo devia sua vida ao casal “Arriscaram a vida por mim”, que haviam deixado de lado sua própria segurança em favor de seu amigo. Depois da morte do imperador, retornaram à Roma, e transformaram sua casa em lugar de culto e adoração: “...saudai igualmente a igreja que se reúne na casa deles” (Rm 16.5).

Saudai meu amado Epêneto, que foi o primeiro convertido a Cristo na província da Ásia” (Rm 16.5). Aqui, Epêneto se juntou a Priscila e Àquila quando eles voltaram para Roma. Paulo os chamou de “primeiros frutos da Asia”. Paulo estava muito feliz em saber que estavam juntos em Roma comungando a mesma fé e batalhando o bom combate.   

Saudai a Maria, que muito trabalhou por vós. Saudai Andrônico e Júnias, meus parentes e companheiros de prisão....e estavam em Cristo antes de mim” (Rm 16.6). Possivelmente eram “parentes de sangue” e “estiveram na prisão comigo” e “estavam em Cristo antes de mim”.

No tempo dos apóstolos, tempo de perseguição, a igreja era constituída basicamente por uma séria de igrejas domésticas ou de pequenos grupos. Paulo cumprimenta “...a igreja que está na casa deles...”  (Rm 16.5). Nos versículos 14 e 15 também alguns são saudados em conjunto “...e todos os santos que estão com eles...”. Referindo ao restante das pessoas que se reuniam em igrejas domesticas.

Saúdem Amplíato, meu amado irmão no Senhor. Saúdem Urbano, nosso cooperador em Cristo, e meu amado irmão Estáquis. Saúdem Apeles, aprovado em Cristo. Saúdem os que pertencem à casa de Aristóbulo.  Saúdem Herodião, meu parente. Saúdem os da casa de Narciso, que estão no Senhor.  Saúdem Trifena e Trifosa, mulheres que trabalham arduamente no Senhor. Saúdem a amada Pérside, outra que trabalhou arduamente no Senhor. Saúdem Rufo, eleito no Senhor, e sua mãe, que tem sido mãe também para mim.  Saúdem Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas e os irmãos que estão com eles.  Saúdem Filólogo, Júlia, Nereu e sua irmã, e também Olimpas e todos os santos que estão com eles. Saúdem uns aos outros com beijo santo. Todas as igrejas de Cristo enviam-lhes saudações” (Rm 12.8-15).

Esses vinte nomes oferecem pouca informação. Cada um dos comentários do apostolo Paulo é como a ponta de um iceberg narrativo: “irmão no Senhor”, “cooperador em Cristo”, “aprovado em Cristo”, “que trabalham arduamente no Senhor”, “eleito no Senhor”. Só é possível imaginar quais histórias cada comentário poderia iniciar; todos tiveram uma história com o apostolo Paulo.

2)     O que isso nos diz?

O corpo de Cristo possui variedade dentro de sua unidade. Os irmãos citados pelo apostolo Paulo são solteiros, casados, viúvos e viúvas. Ele saudava homens, mulheres, escravos e a elite social, cristãos novos e cristãos maduros, gregos, romanos e judeus. Vieram de todos os cantos do império romano, de várias tradições e históricos, mas todos compartilhavam de uma coisa: salvação pela graça somente, por meio da fé em Jesus Cristo. 

O corpo de Cristo é mantido unido por aqueles que servem na obscuridade. A diaconisa Febe era uma força unificadora na igreja de Corinto e é alguém que o Senhor havia chamado para levar essa carta monumental para Roma; no entanto, nada sabemos sobre ela. E o que dizer de Maria, Urbano, Trifena e Trifosa (irmãs?) e Pérside foram notados por seus trabalhos fiéis; nada mais se sabe sobre eles.

Priscila e Àquila serviram com Paulo em Corinto e em Éfeso, estabilizaram as igrejas e sem duvida fizeram o mesmo em Roma; pouco sabemos sobre eles. Os vinte e sete nomes da lista representam incontáveis outros que, de maneira profunda e silenciosa, enriqueceram o corpo de Cristo.

O corpo de Cristo é caracterizado por amor simples e realista. As saudações do apostolo Paulo são relativamente sem adornos. Febe foi crucial para a igreja em Cencreia. Ele compartilhava sua vocação de fazedor de tendas com Priscila e Áquila em Corinto. Compartilhou um calabouço com Adrônico e Júnias e trabalhou com Maria, URBANO, TRIFENA, Trifosa e Pérside.

O ABCD do corpo de Cristo: A – aceitem uns aos outros, aceitem a variedade, pensamentos diferentes, gostos diferentes. B – Bem-aventurados os que servem, os servos não são exigentes. C – Cultive estima pelos outros, mostre valor e dignidade. D – Demonstre seu amor através de atos e atitudes.

3)     Exortação

Em Romanos 16.17 tem uma advertência aos “...irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisões e colocam obstáculos aos ensinos...”. Ou seja, a igreja deveria “vascular com os olhos” em busca de pessoas que criavam dois perigos mortais: “divisões” e “obstáculos”. Como reconhece-los? Paulo nos fornece dois caminhos aqui.

Primeiro, o que eles fazem está “...em desacordo com a doutrina que aprendestes...” (v.18). “As pessoas podem ser eloquentes e lisonjeiras”, diz Paulo (v.18). Sussuros e reuniões particulares entre duas pessoas são as ferramentas que mais usam. Cuidado com essas pessoas, cuidado com conversas que “não tem nada a ver”, “é claro que pode”. Cuidado! 

Segundo o que pretendem é servir seus próprios apetites. Não querem servir ao Senhor, mas si mesmas! (Rm 16.18). São escravas de seus estômagos. Sempre procuram se beneficiar. Essas pessoas dominam o vocabulário da igreja – um dialeto chamado “cristianês”. 

Como detê-las? Paulo recomenda aos cristãos romanos para serem “...sábios em relação ao bem, mas puros em relação ao mal” (v.19). O conhecimento e o comportamento devem ser retos diante de Deus. Se você crê que algo é verdadeiro, suas escolhas devem se ajustar de acordo. Deve amar e obedecer a Deus e viver seus ensinamentos. “Mas puros em relação ao mal”, precisamos recusar terminantemente qualquer ligação com o mal, qualquer coisa que não esteja de acordo com o evangelho.

Conclusão

E o Deus da paz em breve esmagará Satanás debaixo dos vossos pés...” (Rm 16.20). Satanás é um grande mentiroso, e uma de suas armas é o ensino egocêntrico, promotor de dissensões. No entanto, ele foi, está sendo e será derrotado.

“...esmagar...” nos remete de volta à promessa de Deus depois que Adão e Eva pecaram no Éden e foram julgados, sendo expulsos do jardim. Deus disse para serpente, que um homem nascerá “...e te ferirá a cabeça...” (Gn 3.15). Jesus é quem esmaga a cabeça da serpente, na cruz e derrotará definitivamente em sua segunda vinda. Satanás é derrotado quando uma vida volta aos seus pés, quando um pecado se arrepende dos seus pecados e é conduzido a Cristo. 


  

 

 

terça-feira, 18 de junho de 2024

 Unidade e missão Rm 15.1-20 

Introdução

O apostolo Paulo, diante do que foi exposto no capitulo 14, chama-se de “forte” e diz qual deve ser a atitude do forte em relação ao fraco: “Nós que somos fortes, temos o dever de suportar os fracos, em vez de agradar a nós mesmos”. Ou seja, os “fortes” são aqueles que não se condenam em relação a comer carne sacrificada a ídolos ou não se condena na questão de guardar ou não dias.

Diz o apostolo Paulo: os fortes devem suportar as fraquezas dos fracos. A exortação é “suporte-os”. Na língua grega o verbo Bastazo pode ter dois significados: ou “aguenta” no sentido de “tolerar” ou então “carrega” ou “apoiar”, no sentido de “dar suporte”. O sentido é: a força de um pode compensar a fragilidade do outro. 

Nós, “que somos fortes”, diz o apostolo, “devemos...não agradar a nós mesmos”. Ser egocêntrico e buscar nossos próprios interesses é uma tendência natural da nossa natureza corrompida, como diz Lutero: “O homem encurvado em si mesmo”. O cristão de consciência forte não deve esmagar a consciência dos fracos. E, mais: “Cada um de nós deve agradar ao próximo, para o bem dele, a fim de edifica-lo” (Rm 15.2).

E, por fim, o apostolo Paulo, lembra-nos do exemplo de Jesus: “...também Cristo...”(Rm 15.3). O filho do Deus Eterno, merecedor de louvor e da adoração do mundo – “...não agradou a si mesmo...” (v.3). Ele veio não para ser servido, mas para servir (Mc 10.45). A fim de evidenciar esse fato, o apostolo cita o Salmo 69, que aponta a vida e o ministério de Jesus Cristo: “as ofensas dos que te ofendiam caíram sobre mim” (Sl 69.9). Ou seja, Jesus estava disposto a ser alvo de zombaria, a ser torturado e morto por aqueles que eram inimigos de Deus. 

1) o que são as escrituras

* As escrituras são aplicáveis por inteiro ao dia de hoje: “Pois tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar...” (Rm 15.4). Quando fala em “...tudo...”, está se referindo ao Antigo Testamento. Cada porção é projetada por Deus para nós, e cada porção contém lições e aplicações. A história do rei Saul e o seu pecado de orgulho, o que podemos aprender? A história de Davi e o pecado com Bate Seba, o que podemos aprender? Enfim, histórias e princípios que tem por base nos ensinar. 

* As escrituras são centradas em Cristo. Cristo está permeado no Antigo Testamento, do começo ao fim. O apostolo Paulo citou o Salmo 69 que é messiânico, quantas profecias vemos ali a respeito do ministério de Jesus: “O zelo da tua casa me consome...” (v.9), “puseram fel na minha comida...e me deram vinagre” (v.21). O apostolo Paulo usou o Salmo e aplicou a Cristo, aliás, tudo aponta para Cristo. Ele mesmo ensinou os discípulos no caminho de Emaús: “E começando por Moisés e todos os profetas...constava a respeito dele em todas as escrituras” (Lc 24.27).

* Se usadas de maneira adequada, as escrituras aumentarão a “esperança” em nós: “...por meio da perseverança e do bom animo procedentes das escrituras” (Rm 15.4). Quando lemos sua palavra, meditando constantemente nossa esperança aumenta e o nosso conhecimento se solidifica. 

2) um espirito de unidade

Os versículos 5 e 6 são uma oração em favor da unidade da igreja. Essa unidade emana do céu, é um dom sobrenatural. Trata-se de algo que provem de Deus: “O Deus que concede...dê-lhes um espirito de unidade...” (v. 5). Nenhum método é capaz de cria-lo, vem somente dele. E acontece gradativamente: Deus concede “à medida que você seguem a Cristo Jesus” (Rm 15.5). 


Infelizmente, os cristãos passivos não se empenham, não buscam, não crescem em “Cristo Jesus”, são indiferentes e ainda não experimentaram essa unidade. Só os cientes, os empenhados a seguir a Cristo, que é perseverante – experimentarão essa unidade profunda.

A unidade é associada à nossa adoração em conjunto e por ela ampliada. “Para que unânimes e a uma só voz, glorifiqueis o Deus e Pai...” Ou, “para que com um só coração e uma só boca vocês glorifiquem ao Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 15.6). A referencia à “voz” faz menção à adoração coletiva, congregacional. Esses versos mostram que Deus confere unidade espiritual a fim de que possamos adorar juntos; nosso louvor junto acentuará nossa unidade. 

Mas nossa unidade está baseada em quê? Em nossa justificação em Cristo Jesus: “...acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu...” (Rm 15.7). Só quando compreendemos que somos aceitos por Cristo e vivemos em resposta a isso, acolheremos as pessoas. Em Cristo, somos aceitos apesar de nossas deficiências e falhas, seremos capacitados a aceitar os outros apesar de suas deficiências e falhas. Na verdade, o modo de saber o quanto você compreende o evangelho é ver o quanto ama as pessoas, apesar das falhas que elas têm!

Novamente, o apostolo Paulo aponta para Jesus Cristo como exemplo. Primeiro Jesus “...se tornou servo da circuncisão” (Rm 15.8). Ele é aquele que traz bênçãos aos descendentes de Abraão; ele é aquele que quem os judeus encontram acesso ao céu. Segundo, Jesus se tornou servo: “...para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia...” (Rm 15.9). Cristo veio a fim de que Deus acolhesse tanto judeus quanto gentios e, com isso, o evangelho é capaz de derrubar “...a parede de separação” (Ef 2.14).

“Judeus e gentio, forte e fraco, rico e pobre, analfabeto e alfabetizado devem refletir isso em seu relacionamento na igreja”.

E, juntos numa só voz, com um só coração e uma só boca glorifiquem a Deus. Primeiro, o nome de Deus deve ser louvado entre os judeus e os gentios: “...os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia...eu te louvarei entre os gentios; cantarei louvores ao seu Nome” (Rm 15.9). De modo que “...todos os povos” (judeus e gentios” louvarão o Senhor (Rm 15.11). E todo louvor estará vinculado “...a raiz de Jessé, aquele que se levantará para reinar sobre os gentios...” (Rm 15.12). Nele, em Cristo, teremos “esperança” (Rm 15.12).

3) evangelismo

Para o apostolo Paulo o evangelismo era uma paixão. Ele expressa essa paixão: “...ser um ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espirito Santo” (Rm 15.16). Aqui Paulo vê os gentios convertidos como ofertas suas para Deus! Ele encara o evangelismo como um modo de dar louvor e graças a Deus. 

Em segundo lugar, o apostolo Paulo nos revela qual é o objetivo de seus esforços. Só o que importa para ele é: “...que Cristo tem feito por meu intermédio, para obediência dos gentios, em palavra e ação” (Rm 15.18). O objetivo do evangelismo não deve simplesmente ver alguém ir para frente em um apelo, não! Deve se fazer discipulo de Cristo (Mt 28.19,20). O objetivo do evangelismo é a completa transformação da vida. 

Conclusão

Por fim, o apostolo menciona os meios de evangelismo. Ele diz que ganha as pessoas por meio de “...palavra e ação” (Rm 15.18). Não somente falando de Jesus, mas também por meio de sua vida e ações. Logo em seguida ele menciona alguns de seus feitos: “pelo pode de sinais e prodígios...” (Rm 15.19).

E, finalizando: “...esforcei-me por anunciar o evangelho não onde Cristo já havia sido proclamado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15.20). a paixão de Paulo era ir a lugares onde ninguém ouvira nada do evangelho. Ele queria o solo duro para nele semear, aqueles que se encontravam mais distantes da fé. 



 

  

 

domingo, 16 de junho de 2024

 A promessa do batismo com Espirito Santo Atos 2 

 Introdução

Em 1 Corintios no capitulo 12, o apostolo Paulo afirma que “...ninguém que fala pelo Espirito Santo diz: Jesus seja amaldiçoado; e “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser pelo Espirito Santo” ( Cor 12.3).

 No Antigo Testamento fala da promessa de uma efusão espiritual, quando o Espirito Santo iria encher as pessoas com o seu poder. Então em Joel temos uma profecia sobre essa efusão: “...então derramarei do meu Espirito, sobre todos os povos! Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os idosos terão sonhos, os jovens terão visões” (Jl 2.28).

 No Novo Testamento, João Batista afirma: “Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espirito Santo e com fogo” (Mt 3.11).

 Em vários momentos vimos a profecia sobre o batismo com o Espirito Santo, em Atos corrobora: “Mas receberão poder quando o Espirito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. (Atos 1.8). a palavra poder é dinamite, um poder sobrenatural viria sobre os discípulos.

 1)     A descida do Espirito Santo

 Diz-nos o texto de Atos 2 “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar”. Ou seja, uma das festas mais importante do povo judeu, dia da pentecoste, que significa quinquagésimo dia, ou seja, cinquenta dias depois da Páscoa. Essa festa marcava o fim da colheita do trigo e ofereciam a Deus seus primeiros frutos.

 Como estava a igreja? Em oração perseverante e unânime. Havia uma promessa, a igreja esperava por ela: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espirito Santo” (Atos 1.5).

 Então, quando os discípulos estavam reunidos no cenáculo, de repente veio o derramamento do Espirito Santo. “De repente veio do céu um som...”. A palavra grega para som é “echos” e é usada para descrever o estrondo do mar. Não foi um barulho, uma algazarra desorganizada, falta de ordem, histeria, mas um som do céu. É o mesmo som que o apostolo João ouviu na ilha de Patmos, quando Jesus lhe apareceu: “a sua voz como um som de muitas águas” (Ap. 1.15).

 A descida do Espirito veio como um vento muito forte. No hebraico Ruach Kadosh, é o Espirito Santo. O vento é um símbolo do Espirito Santo. Ele veio em forma de vento para evidenciar sua soberania e liberdade. O vento é livre, o vento sopra onde quer, da forma que quer, em que quer. Em Ezequiel 37 foi através do vento do Espirito que ossos se levantaram e voltaram a viver.

 O vento sopra no vale de ossos secos, o vento sopra na minha casa, o vento sopra nos meus sonhos, o vento sopra na cozinha enquanto lava louça, o vento sopra no charco de lodo, o vento sopra na escola, na universidade, etc. Quando o vento sopra, ninguém pode detê-lo...

 O derramamento do Espirito Santo veio em forma de línguas como de fogo (Atos 2.3). O fogo também é um símbolo do Espirito Santo. Deus manifestou a Moisés na sarça em que o fogo não se consumia (Ex 3.2). Quando Salomão consagrou o templo ao Senhor, desceu fogo do céu (2 Cro 7.1). No carmelo, Elias orou, e o fogo desceu (1 Rs 18.38-39). Jesus batiza com fogo, e o Espirito Santo desceu em línguas como de fogo.

 Certa vez alguém perguntou a Moddy: “Como podermos experimentar um reavivamento na igreja?” Ele respondeu: “Acende uma fogueira no púlpito; quando os gravetos secos pegam fogo, até a lenha verde começa arder”.

 Gunnar Vingren, fundador da Assembleia de Deus , era pastor de uma igreja Batista dos Estados Unidos. Em 1909, ele foi participar de uma conferencia para receber o batismo com Espirito Santo e fogo. Naquela conferencia ele experimentou a alegria de ter recebido o batismo com Espirito Santo e fogo. Depois, Vingren, começou a ensinar a pregar essa verdade pentecostal que Jesus Batiza com Espirito Santo.

 E o que dizer de Daniel Berg? Nosso missionário, fundador da Assembleia de Deus. Também era batista, fora para os Estados Unidos da América e um grande avivamento estava acontecendo, Deus estava movendo a fé das pessoas. Ficou sabendo da doutrina do batismo do Espirito Santo através de um amigo de infância e, em 1909, no regresso para os Estados Unidos, é batizado com Espirito Santo e fogo.

 Os dois foram batizados com Espirito Santo e vieram para o Brasil para serem missionários, no estado do Pará, em novembro de 1911. Nesse tempo ficaram congregando na 1 igreja batista do Pará e moravam no sufocante porão da rua João Baby, 406. Depois dos cultos, se ajuntavam com alguns irmãos para falar que Jesus batizava com Espirito Santo, que Jesus curava, e oravam constantemente ao Senhor.

 Por causa dessas orações e reuniões foram expulsos da igreja batista e começaram a se reunir na casa da irmã Celina de Alburqueque, a primeira pessoa a receber o batismo com Espirito Santo no Brasil. Depois disso, a igreja instalou-se em outro endereço e começou a crescer e a expandir e quase todos os irmãos, eram batizados com Espirito Santo.

 Conclusão

 Enchei-vos do Espírito

Em primeiro lugar, está no modo imperativo. “Enchei-vos” não é uma proposta alternativa mas, sim, um mandamento autoritário. Ser cheio é obrigatório, não é opcional.

Em segundo lugar, está na forma do plural. Noutras palavras, é endereçado à totalidade da comunidade.

Em terceiro lugar, está na voz passiva. O sentido é: deixai o Espírito encher-vos.

Em quarto lugar, está no tempo presente. A plenitude do Espírito Santo não é uma experiência de uma vez para sempre, mas um privilegio que deve ser continuamente renovado. 

 

 

terça-feira, 11 de junho de 2024

 O crente fraco e o crente forte Rm 14 

Introdução: assuntos controvertidos

Na igreja de Roma algumas questões estavam dividindo as pessoas. Paulo chama de questões “controvertidas” (v.1). Paulo chama de questões “controvertidas”, no grego são questões de consciência. Uma questão de consciência é uma prática sobre a qual Deus não falou especificamente em sua palavra. Não proibiu com clareza nem a ordenou, ou seja, são questões moralmente neutras. 

Em Roma, a controvérsia, ou questões de consciência, tinha a ver acima de tudo com a comida: “um crê que pode comer de tudo, e outro...come só verduras e legumes” (v.2). Alguns sentiam, como cristão, que não podiam comer carne, achavam que a carne era impura (v.14). No verso 5, alguns achavam que tinha de guardar certos dias como se fossem santos. E, no verso 21, sugere que o consumo do vinho também podia estar em discussão.

1)     O fraco e o forte

Em seguida, o apostolo nos mostra o que significa ser “fraco” ou “forte”. Primeiro fala dos “fracos” No verso 3, ele diz: “Quem come não despreze quem não come, e quem não come não julgue quem come; pois Deus o acolheu”. A pessoa fraca pode perder o foco do evangelho – não somos aceitos por Deus por fazermos ou deixarmos de fazer determinadas coisas. Somos aceitos em Cristo. 

Os “fracos” costumam ser mais fervorosos e diligentes em tentar agradar a Cristo. Eles são “fracos” nos resíduos de um espirito legalista que ainda se apega a eles. Estão preocupados com leis, comidas impuras, dias regulamentos, festas, etc. São ríspidos, ignorantes (pouco conhecimento tem do que a palavra de Deus fala sobre o assunto).

Já o crente “forte” é alguém que sabe que é salvo pelo evangelho “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Diante dessa certeza, entendem que há áreas em que é livre, por exemplo, para comer carne.

Sabendo que Jesus corroborou afirmando: “Nada existe fora da pessoa que, entrando nela, a possa tornar impura” (Mc 7.14). Isto é, para os “fortes”: “somos livres para comer carne”. Em 1 Coríntios 8, tem um embate semelhante. Havia ali um conflito entre ex-adoradores de ídolos e outros crentes. A questão era: deve ou não comprar carne sacrificada aos ídolos nos açougues?  

Os “fortes” disseram: “Não há nada errado em comê-las, afinal os ídolos não são reais, não existem”. Já os “fracos” sentiam receio, dificuldades de consciência em comer essa carne sacrificada aos ídolos. Novamente Paulo vai tangenciar: “...não são os alimentos que nos fazem aceitáveis diante de Deus; não nos tornaremos piores se não comermos, nem melhores se comermos” (1 Co 8.8).

Mas, o apostolo Paulo, vai apaziguar essa questão, não tomando lado: “Aquele que come de tudo....” – o cristão “forte” – “...não deve desprezar o que não come” – o cristão “fraco”. Ou seja, ele está afirmando para o forte não se sentir superior, maduro, avançado, sábio e sofisticado em termos espirituais. Menosprezando o fraco como alguém demasiado simples e tacanho.

Em contrapartida, “aquele que não come de tudo” – o cristão “fraco” – naturalmente condenará o homem que o faz. O forte terá a tendência de se sentir superior e até indiferente em relação ao fraco, mas o fraco terá a tendência de condenar o forte. Lhe dizendo que ele corre grave perigo espiritual, de que desagrada a Deus e o afronta.

2)     De que o fraco se esqueceu

Paulo diz que o “fraco”: “ao condenar o cristão que pratica o que você considera proibido, eis que você esquece...”. Em primeiro lugar, que somos justificados pela fé, aliás em todo o livro de Romanos esse ensinamento está saturado, do começo ao fim. Por que um companheiro cristão não deve ser condenado? Porque “...Deus o acolheu” (v.3). Paulo ensina que devemos nos lembrar que, quaisquer que sejam a força ou a fraqueza do cristão quanto ao comportamento é à opinião, ele é completamente amado e aceito pelo Pai por meio de Cristo. 

Em segundo lugar, eles esqueceram que Deus é o único juiz. O verso 4 é uma forte advertência contra denunciar o cristão que difere de você em questão de consciência. O verbo “julgar” aqui não significa uma simples avaliação, mas condenação e denuncia. “Quem és tu, que julga o servo alheio?...”. Não estamos qualificados para julgar. Por quê?

·        Não somos oniscientes, de modo que nosso julgamento não contempla todos os fatos

·        Não somos objetivos, de modo que nosso julgamento está manchado pelo egoísmo.

·        Não somos perfeitos, de modo que nosso julgamento é hipócrita.

·        Não somos Deus, de modo que nosso julgamento não tem jurisdição. 

Em terceiro lugar, eles se esqueceram de ponderar com cuidado a própria posição. O fraco precisa se lembrar que poder estar errado! O versículo 5 é bastante interessante e importante: “...cada um esteja inteiramente convicto em sua mente”. Será que a Bíblia de fato ordena ou proíbe determinada prática ou se a consciência é livre. Determinar isso requer reflexão e oração!

E, por fim, o apostolo dá uma idéia de como ponderar se uma prática pode ser adotada ou não: “...e quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor deixa de comer, e dá graças a Deus” (Rm 14.6). O cristão deve olhar para qualquer prática e dizer: “Posso fazer isso diante de Cristo? Posso fazê-lo com os olhos voltados para ele? Posso fazê-lo em seu nome, agradecendo a ele por isso?

3)     Do que o forte se esqueceu

O cristão forte deve deixar de “...julgar uns aos outros” (Rm 14.13). E, continua o apostolo: “...façamos o proposito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão”. O apostolo está afirmando que, quando o forte se mostra insensível ao “fraco”, desprezando-o (Rm 14.3), pode levar o fraco a pecar. A palavra no grego para “pedra de tropeço” fala de um tombo, ou um galo na testa, uma rasteira dada e a pessoa caiu de madura de no chão. 

O cristão forte não pode prejudicar o irmão mais fraco “...aquele por quem Cristo morreu” (Rm 14.15). Paulo lembra o forte de que Jesus pagou com a própria vida por todo cristão – um preço enorme. Se Jesus morreu por um irmão fraco, devemos então trata-lo com extremo cuidado e sensibilidade, por mais fraco que ele seja.

O cristão forte está esquecendo o que de fato importa na vida do cristão. Ser membro do reino de Deus “...não consiste em comer e beber...”(v.17). Mas, muito mais do que isso “...justiça, paz e alegria no Espirito Santo” (Rm 14.17).

Conclusão: conselhos

Seja atencioso (Rm 14.21). Aquilo que você desfruta na privacidade do seu lar “comer carne”, etc, uma liberdade que você tem em sua intimidade com Deus, não pode ser exteriorizada do lado de fora, caso o teu irmão venha se escandalizar.

Tenha convicção (Rm 14.22). Verdade seja dita: muitos cristãos não têm firmeza plena em relação àquilo em que creem, de modo que vive tentando agradar a todos.

Seja consistente e humilde (Rm 14.23). Esteja certa de sua fé, de sua maturidade, mas não se esqueça que a consciência com a leitura da Biblia e os ensinamentos dados na igreja, tende a aumentar, crescer, expandir, melhorar, amadurecer, etc. 


 

terça-feira, 4 de junho de 2024

 Laços, alerta contra quedas Pv 2.1-16

Introdução

A palavra laço tem dois significados. No modo literal, o termo é positivo, e significa união, aliança, vínculo. Já no sentido figurado, o termo é negativo, significa armadilha, emboscada, tentação. No Salmo 91 diz: “Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa” (v. 3). Aqui “laço do passarinheiro” é uma expressão simbólica usada em diversos textos da Bíblia para representar armadilhas, perigos, ciladas que se apresentam na vida das pessoas. 

Por isso que temos que foi lido nessa noite temos várias exortações, como “filho meu ouve, guarda, atende, aceita, não esqueça ou meus ensinamentos, as minhas palavras, os meus mandamentos, os meus ensinos, a minha instrução”. Também em alguns versos tem o condicional “se”: “se você aceitar a minha palavra”, “se der ouvidos á sabedoria”, “se clamar por entendimento”, “se procurar a sabedoria”, então, “entender o que é temer ao senhor”.

1)     O laço do amor aos prazeres

Hoje vivemos numa sociedade liquida, onde tudo se dilui. Uma das marcas do homem é o hedonismo “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1 Co 15.32), isto é, uma cultura do prazer, cultura do sexo, de tudo que envolve os sentidos. Uma frase descreve bem esse momento: “os que não vivem tem a ilusão enquanto os que vivem estão insatisfeitos”. Mas será que vale pena imergir nessa sociedade liquida? 

O rei Salomão experimentou todos os desejos que o mundo lhe deu: “Venha, vamos experimentar o prazer. Vamos procurar as coisas boas da vida”. É o chamado do mundo, “venha”, se você quer prazer, luxuria, desejos... Salomão, infelizmente, aceitou o convite: “...resolvi me animar com o vinho” (v.3). “...procurei experimentar o que haveria de melhor para as pessoas em sua curta vida debaixo do sol” (Ec 2.3)

Parece com aquela mulher de Provérbios 7: “Ela agarrou o rapaz, beijou-o e lhe disse descaradamente: Tenho em casa a carne dos sacrifícios de comunhão, que hoje fiz para cumprir os meus votos...vim à sua procura e o encontrei! Estendi sobre o meu leito cobertas de linho fino do Egito. Perfumei a minha cama com mirra, aloés e canela. Venha, vamos embriagar-nos de caricias até o amanhecer; gozemos as delícias do amor” (v, 14-18).

Salomão continua, depois foi para a construção: “dediquei-me a projetos grandiosos, construindo casas enormes e plantando vinhedos. Fiz jardins e parques e os enchi de arvores frutíferas de toda espécie” (v.4). E vai mais adiante: “...comprei escravos e escravas...tive muito gado e rebanho...juntei grande quantidade de ouro e tesouros...contratei cantores e cantoras e tive muitas concubinas. Tive tudo que um homem pode desejar” (vs. 7-8). Mas ele termina melancolicamente: “...vi que nada fazia sentido; era como correr atrás do vento” (v.11). 

O que dizer de Davi, seu pai! Era o tempo da primavera, normalmente os reis iam para guerra, mas Davi ficou em casa. Foi dar uma volta no terraço e “avistou uma mulher que se banhava. E notou que era uma mulher muito bonita” (2 Sm 11.2). Davi ficou com os olhos cheios de desejos, de concupiscência por ela. Nessa hora Davi ficou dominado pelo desejo, perdeu toda noção da realidade e só o desejo pela criatura era real. E Davi caiu em pecado com Bate SeBa.

Conselho: cuidado com os laços, com as setas do diabo, com o segundo olhar. Os prazeres descontrolados, inconsequentes, irresponsáveis tira Deus de sua vida, ou no mínimo, tira de suas prioridades. O que fazer? HÁ UM SÓ MANDAMENTO: FUJA DA FORNICAÇÃO. FUJA DA IDOLATRIA. FUJA DAS PAIXÕES DA JUVENTUDE. FUJA DA SENSUALIDADE DO MUNDO...fuja. 

2)     O laço da irracionalidade

Nos diz o rei Salomão: “Reflete sobre tuas escolhas e sobre o caminho para onde andas, e todos os teus planos serão bem decididos” (Pv 4.26).

Paulo nos diz em romanos 10 que os israelitas tinham “...zelo mas sem conhecimento” (v.2). Durante o início da idade média a igreja viveu sob a opressão de alguns dogmas que eram inquestionáveis: surgimento do papa, o culto aos santos, o culto da relíquia, a confissão dos pecados ao padre, mediação de Maria etc. Atualmente o homem moderno vive sob o dogma da irracionalidade.

Ele não tem atração pela reflexão, pois como é senso comum “refletir não leva a lugar algum”. Nossa época é marcada pela improvisação e pela espontaneidade, pela falta de ponderação dos caminhos pelos quais anda. Isso leva as pessoas a serem como folhas jogadas ao vento. A opinião que está na moda torna-se sua religião sua Biblia, seu deus...

Esaú, filho de Isaque, agiu sem reflexão e perdeu o direito à primogenitura. Esaú chegou do campo “...esgotado e faminto...” (Gn 25.29) e disse para seu irmão Jacó: “...deixe-me comer desse cozido vermelho, pois estou com muita fome e exausto” (Gn 25.30). Jacó, então, lhe propôs: “...vende-me primeiro o teu direito de primogenitura”. Assim, Esaú concordou. Essa foi a refeição mais cara da história. 

E Sansão? Um narizeu de Deus, chamado por Deus,  com uma força descomunal. Mas dominado por suas paixões e agia impulsionado por elas. Uma força só era capaz de segurar Sansão: sua própria fraqueza – agir e falar sem ponderação. Acabou morrendo nas mãos do inimigo.

O que se ouve hoje é: “curta a vida; faça o que der na cabeça, afinal, a vida é curta. Quando agimos pelo que sentimos, sem pautar nossa vida por valores e anseios cristãos, ficamos enfraquecidos e corremos o risco um trágico fim. Sejamos como os filhos de Issacar, conhecedores da época, para saber o que devem fazer “...sabiam como Israel deveria agir em qualquer circunstância” (1 Cro 12.32).

3)     O laço das más influências

O Salmo 1 inicia “Como é feliz aquele não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores” (Sl 1.1). Portanto, evite amizades más, no seu trabalho passe longe de pessoas más, evite-as no rol de sua amizade. Identifiquem pessoas que agem desonestamente, que tem alguma atividade suspeita, que são imorais,  que falam palavrão ou palavras torpes, egoístas, gananciosas e afaste-se delas. 

Em 1 Coríntios 5, o apostolo Paulo exorta que dentro da igreja também tem pessoas com certos comportamentos, devemos nos distanciar: “...agora vos escrevo para que não vos associeis com qualquer pessoa que, afirmando-se irmão, for imoral ou ganancioso, idolatra ou caluniador, embriagado ou estelionatário. Com pessoas assim não deveis sequer sentar-se para uma refeição” (1 Co 5.11).

Evite pessoas que vive murmurando, fazendo reivindicações e brigando por nada, pessoas iracundas. São pessoas que murmuram contra tudo e todos, pessoas que não controlam sua ira e “explodem” facilmente (não conseguem contar até mil). Pessoas que vivem falando mal da liderança da igreja, etc. Em Provérbios lemos: “Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha mortal” (Pv 22.24-25).

Conclusão

Portanto, evite todo tipo de laço dos prazeres porque te leva para caminhos tortuosos e distantes de Deus. Evite o laço da irracionalidade, da não reflexão, da não ponderação, pois o salário do pecado é a morte. E, por fim, evite o laço das amizades fáceis, pois podem lhe conduzir para distante de Deus.