terça-feira, 11 de novembro de 2025

 Uma igreja poderosa Atos 2.42-47 

O que uma igreja? Diante de tantas “igrejas” da atualidade, igrejas “modernas”, pregação “psicológica”; igrejas escuras, luzes apagadas, enfim, temos um cardápio variado. Mas, como que podemos definir uma igreja verdadeira? Uma pessoa desigrejada definiu o que para ele seria uma igreja ideal. Primeiro, uma igreja que tem pregação bíblica, pregação cristocêntrica; segundo uma igreja que tenha comunhão real, verdadeira, onde os membros se cuidassem mutuamente e se apoiassem; em terceiro, uma igreja que adorasse, que buscasse a presença de Deus; quarto, uma igreja que tivesse preocupação em evangelizar os perdidos. Por fim, esses quatros pontos desse desigrejado é um retrato da igreja do Novo Testamento.

1)     Sendo igreja

“Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos...” (At 2.42). A igreja nasceu sob o bastão da verdade. A igreja começa com derramamento do Espirito Santo no pentecostes, onde os discípulos falam em outras línguas. Em seguida temos a pregação cristocentrica do apostolo Pedro e a conversão de três mil pessoas e a permanência dos novos crentes na doutrina dos apóstolos. Os discípulos se assentavam aos pés dos apóstolos para aprenderem a verdade. 

“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina” (Ef 2.20). Devemos ressaltar que Deus tem compromisso com a verdade. Ele tem zelo pela verdade. Uma igreja fiel não pode mercadejar a Palavra de Deus. Não há poder espiritual à parte da verdade. Não há avivamento genuíno sem a Palavra de Deus. Não há crescimento saudável sem apego à sã doutrina. A igreja precisa da Palavra de Deus. “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e luz para os meus caminhos” (Sl 119).

“Perseveravam nas orações...” (Atos 2.42). A igreja de Jerusalém não apenas possuía um interesse genuíno pela Palavra, mas também era um igreja que orava. Era uma igreja totalmente dependente de Deus, era uma igreja que vivia a oração. Em quase todos os capítulos de Atos, a igreja ora, busca, intensivamente a presença de Deus. Em Atos 1.14, todos perseveravam em oração. Em Atos 2, a igreja estava esperando o Pentecoste em oração; em Atos 3, os lideres da igreja vão às três horas da tarde no templo para orar; em Atos 4, depois da perseguição religiosa, a igreja ora com intensidade e o lugar é sacudido e a gloria desce. 

Em Atos, capitulo 5, através da oração, Deus deu discernimento a Pedro sobre a falsidade de Ananias e Safira; em Atos capitulo 6, a liderança da igreja entende3 que a sua maior prioridade é a oração e a pregação da Palavra; em Atos 9, o primeiro sinal que Deus deu a Ananias sobre a conversão de Paulo é que ele estava orando; em atos 12, Pedro estava preso, mas a igreja orava em seu favor, e ele é libertado miraculosamente. Em atos 13, a igreja de Antioquia ora, e Deus abre as portas das missões mundiais; em atos 16, Paulo e Silas oram na prisão, e Deus abre as portas da prisão. Em Atos 20.36, Paulo ora com os presbíteros da igreja de Éfeso na praia.

A igreja de hoje fala de oração, mas não ora. Sem oração não tem poder, sem oração não tem discernimento, sem oração não tem dependência de Deus,  sem oração não tem batismo com Espirito Santo, sem oração não tem vida nos cultos. Sem oração a pregação é vazia e sem vida; sem oração a muralha de Jericó não vai cair; sem oração não tem comunhão, sem oração não tem perdão; sem oração não tem poder para expulsar demônios, sem oração não tem poder para impor sobre os enfermos. 

Havia temor de Deus na igreja. Em cada alma havia temor....”(Atos 2.43). temor a Deus é respeito, reverencia pela presença de Deus. Hoje, infelizmente, as pessoas vêm à igreja sem temor, há uma banalização do sagrado, uma falta de respeito. Há saturação, há comercialização das coisas de Deus. Quem conhece a santidade de Deus não brinca com as coisas de Deus. Falta temor a Deus no seio da igreja; falta temor a Deus nos púlpitos; falta temor a Deus nas músicas; falta temor a Deus nas conversas.

Havia manifestação sobrenatural da presença de Deus. “...e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos” (Atos 2.43). O milagre acontecia diariamente nos cultos. Em atos 3, o paralitico é curado; em atos 4, o lugar onde a igreja ora, é sacudido pelo poder de Deus. Em atos 5, muito sinais e prodígios são feitos. Em atos 8, o diácono Filipe prega, e Deus realiza sinais e maravilhas no meio dos samaritanos. Em atos 9, o homem mais temido da igreja – Saulo de Tarso – é convertido na estrada de Damasco. Em Atos 19, pelas mãos de Deus, o milagre acontecia, os demônios eram expulsos. 

Havia prazer de estar na casa de Deus. “Diariamente perseveravam unânimes no templo...” (Atos 2.46). O culto era um deleite. Eles amavam a casa de Deus. Diz o salmista: “Com amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exercitos”, (Sl 84.1), e depois compara: “Um dia nos teus átrios vale mais que mil dias nas tendas da perversidade”. (Sl 84.10).  Felizes são aqueles que podem habitar na casa do Senhor e meditar no seu santo templo. 

Era uma igreja que “louvando a Deus...” (Atos 2.47). uma igreja alegre, que canta, que engrandece. Os muçulmanos é a segunda maior religião do mundo, mas eles não cantam! Uma igreja viva tem um louvor fervoroso, contagiante, sincero, verdadeiro. A origem do louvor que agrada a Deus está no próprio Deus; tem o proposito de exaltar a Deus e como resultado produzir quebrantamento nos corações. Hoje vemos cultos se transformando em shows e cantores sendo trados como artistas, pagando altos valores para cantar nas igrejas e praças.

Os cristãos tinham prazer de estar juntos. “.... e perseveravam na comunhão... todos os que creram estavam juntos...partiam o pão...” (Atos 2.42,44,46). Todos estavam juntos, eles se reuniam no templo e também nos lares, e isso com frequência. Onde desce o óleo do Espirito, aí há união entre os irmãos; aí ordena o Senhor a sua benção e a vida para sempre” (Sl 133.1-3). Onde tem união, cessam as contendas; onde tem união, comunhão, tem perdão, tem cura, tem participação na ceia do Senhor. E consegue discernir o corpo do Senhor. 

Eles eram sensíveis à condição dos necessitados “.... tinham tudo em comum...vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, a medida que alguém tinha necessidade” (At 2.44,45). Os crentes converteram o coração e o bolso. Havia desapego nos bens e apego às pessoas. Aqueles que foram alcançados pela graça salvadora de Deus encarnaram a graça da contribuição. “Aquilo era uma comunidade angelical, não consideravam exclusivamente deles nem uma das coisas que possuíam...ninguém acusava, ninguém invejava, ninguém tinha ressentimentos, não havia orgulho e nem desprezo. O pobre não sabia o que era desprezo, o rico não conhecia arrogância” (João Crisóstomo).

Portanto, a igreja era comprometida com a verdade, mas não legalista. Era uma igreja que orava, que acreditava nos dons espirituais, nos milagres de Deus. Uma igreja cheia do temor de Deus, que tinha reverencia pelas coisas de Deus. Uma igreja que congregava, adorava constantemente no templo, nas casas. E, uma igreja que vivia em comunhão, havia koinonia nos corações dos irmãos; uma igreja contagiante e contagiavam as pessoas de fora. Pela graça de Deus, eles se tornavam melhores maridos, melhores esposas, melhores filhos, melhores pais, melhores estudantes, melhores profissionais.

Conclusão

“...enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor dia a dia, os que iam sendo salvos” (Atos 2.47). Com respeito ao crescimento da igreja, temos dois extremos: numerolatria e numerofobia. Buscar o numero a qualquer preço é cair nas malhas do pragmatismo e abandonar o verdadeiro evangelho. Criar mecanismo para justificar a preguiça, a falta de novos convertidos, é abandonar o compromisso com o evangelho. A verdade dos fatos é qualidade gera quantidade. A igreja de Jerusalém vivia com Deus e fazer a obra de Deus. Por isso, crescia em numero. A igreja crescia diariamente. A igreja crescia por adição de vidas salvas. A igreja crescia por ação divina. Vejamos o crescimento da igreja:

Atos 1.15 – 120 membros

Atos 2.41 – 3 mil membros

Atos 4.4 – 5 mil membros

Atos 5.14 – uma multidão é agregada à igreja

Atos 6.17 – o numero dos discípulos é multiplicado

Atos 9.31 – a igreja se expande para Judéia, Galileia e Samaria

Atos 16.5 – igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro

 


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