Agostinho de Hipona
Agostinho
nasceu na cidade de Hipona, atualmente é Argélia que fica no norte da África. Sua
mãe, Mônica, era uma mulher piedosa, cristã, de personalidade muito forte e com
a firme determinação que seu filho se tornasse cristão. Ela orava por ele todos
os dias, mas embora Agostinho amasse sua mãe, não lhe dava muita atenção e não
queria saber de vida espiritual.
Agostinho
tinha teve um filho com uma amante e sempre estava tendo recaídas com mulheres.
Afirmava que tinha muita necessidade de sexo, e que não tinha forças para
resistir aos seus impulsos naturais. Ele se entregava à imoralidade,
aparentemente sem o menor aperto na consciência, mas ao mesmo tempo lamentava
profundamente a ocasião em que furtara algumas peras no quintal do vizinho.
Quando
começou a estudar de início tornou-se maniqueísta, uma seita exótica que seguia
os ensinamentos de um homem persa, Mani, o qual afirmava que todos os seres
vivos eram controlados pelos poderes da escuridão, pelos poderes do mau. Além
disso, ele abandonou também a astrologia.... havia uma inquietação, uma sede de
conhecimento, sua juventude era ávida, que queria experimentar todos os
ensinamentos de sua época...
Agostinho
acreditava somente em coisas que se podiam ver, medir e provar, se fosse atualmente,
chamaríamos de materialista ou marxista. Ele era racional e pensava sistematicamente,
ou seja, dentro de um sistema fechado. A ideia da existência de um Deus
espiritual e invisível, um Deus que se relaciona com seres humanos, parecia-lhe
contos de cachorrinha. Mas quando começou a estudar os ensinos de Platão e seus
seguidores, ficara convencido de que as coisas reais eram as invisíveis,
espirituais.
No entanto,
Agostinho ponderava: “Para seguir Platão, temos apenas que pensar como ele. Seguir
a Cristo, significa algo mais, significa que temos que colocar nisso toda nossa
vida e deixar de lado tudo que nos impede de segui-lo. Não é somente uma
questão filosófica; por exemplo, para ser budista, você não precisa renunciar a
nada, porque o budismo é uma filosofia. Já seguir a Cristo, sua vida deve estar
imergida nele, tomada por Ele, toda sua vida.
Ele continua: “É como se
Platão levasse a gente, para o alto de uma montanha muito elevada, de onde se
pode avistar à terra da paz. Mas não sabemos que fazer para chegar lá...”
Agostinho
não abrigava ilusões a respeito de si mesmo, ele se conhecia. Sabia, com que
facilidade sua mente era dominada pelos hábitos, escravizada e ficava acorrentada
a eles, principalmente a lascívia, desejo desenfreado pelo sexo. Era orgulhoso.
Sabia que era totalmente depravado, e afirmava, que a mente por si só não
consegue superar as seduções dos prazeres malignos.
Portanto,
Agostinho, sabia que seguir a Cristo exigia um compromisso com Cristo, e
compromisso com Cristo, significava transformação radical. Teria de parar de
praticar sexo erradamente. E mais que isso: teria de desistir de todos os seus
sonhos de glória e fama. Teria que passar a agradar a Deus e não ao mundo ao seu
redor. Um lado meu quer isso, pensou consigo mesmo, e o outro lado não conseguiria.
Ele diz:
“Senhor, tu me fizeste virar e olhar a mim mesmo. Tiraste-me de detrás das
minhas costas, onde me havia abrigado, pois não desejava olhar para mim. Mas,
tu me colocaste frente a frente com a minha própria pessoa, para que eu pudesse
enxergar minha malignidade, torpeza e depravação, e ver como estou cheio de
impureza e fraquezas. Olhei para mim mesmo e fiquei horrorizado, mas não podia
fugir, nem me afastar de mim mesmo”.
Durante
sua vida tentou por vários caminhos, buscou na sabedoria humana dos filósofos,
na religião dos maniqueus, na fama da oratória. Mas ainda lhe faltava algo,
havia inquirição, desassossego na alma de Agostinho...Ele diz: “Depositei
minhas esperanças em algo que era, meramente humano, e muitas vezes também na
sensualidade”.
Mas
algo lhe dizia: “Quando voce tomar está decisão, nunca mais terá permissão para
fazer isso e aquilo, nunca, nunca mais. E logo seus hábitos lhe indagaram: “acha
que poderá viver sem nós? Enquanto pensava essas coisas, havia uma tempestade
dentro dele, uma agonia interior que ia intensificando a ponto de parecer que
seu peito fosse estourar. Deixou-se cair embaixo de uma figueira, soluçando sem
parar...
E disse: “Até quando Senhor?
Será que nunca vou parar de firmar meu coração em coisas que são sombras, e de
seguir mentiras? Até quando? Até quando? É sempre amanhã? Por que não hoje? Por
que não terminar com minha impureza neste momento?”
Então...ele
ouviu uma voz. Era como uma voz infantil, uma voz de uma tonalidade aguda, que
ele não sabia dizer, se era feminina ou masculina. A voz parecia vir de uma casa
ali perto. Ela repetia incessantemente, quase como que cantando, sem melodia: “Pegue
e leia. Pegue e leia. Pegue e leia”
Agostinho
viu a Biblia aberta em Romanos 13, as palavras lhe queimava em sua mente: “Andemos
dignamente como em pleno dia, não de orgias e bebedices, não em impudicícias e
dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo,
e nada disponhais para carne, no tocante às concupiscências”.
No mesmo
instante, as sombras escuras da dúvida saíram de seu coração, como se ali
houvesse introjetado um raio de luz tranquila. E, o homem de vontade indomável
foi subjugado pelas palavras de um livro obscuro. De repente, aquelas palavras
lhe revelavam aquilo que durante todo o tempo procurara em vão. Naquele momento
sabia, com certeza, que tinha encontrado a verdade. Aquela frase: “Revesti-vos
do Senhor Jesus Cristo” soluciona tudo, custasse o que custasse, consagraria
sua vida a Cristo.

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