terça-feira, 26 de novembro de 2024

 A quem você adora? Ap 12 

Introdução

Em Apocalipse 4 a 11, a pergunta chave é: “O que você vê?” Diz o texto: “Suba para cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas” (Ap. 1.1). Agora, nos capítulos 12 a 14, a pergunta é: “A quem você adora?”. O que é adoração? É a forma como você vive sua vida. Todo mundo é adorador. A pergunta é: o que estamos adorando? Poder ser Deus, pode ser dinheiro, pode ser sexo, pode ser drogas, pode ser ideologias políticas, pode ser jogo de azar, pode ser aceitação, pode ser futebol? Então, pergunta o apocalipse: “A quem você adora?”.

1)     Dragão versus mulher

Apocalipse 12 reconta a história humana como um drama envolvendo tres personagens: uma mulher, um dragão e uma criança. O texto inicia com um grande sinal no céu: “...uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça” (Ap 12.11). O apostolo João vê uma mulher, quem é essa mulher? 

O texto nos dá algumas pistas: “...vestida de sol...a lua debaixo de seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”. Essa mulher é um símbolo da nação de Israel. As expressões sol, lua e estrelas estão atreladas ao segundo sonho de José do Egito. Diz o texto: “...sonhei também que o sol, a lua e onze estrelas que se inclinavam diante de mim” (Gn 37.9). No primeiro sonho os feixes (seus irmãos) se curvavam diante do seu feixe (Gn 37.7).

Agora, no segundo sonho os elementos são: o sol (Jacó), a lua (sua mãe) e onze estrelas (seus irmãos) se curvam diante dele. Jacó repreendeu o seu filho: “Acaso a sua mãe, os seus irmãos e eu viremos a nos curvar até o chão diante de você? (Gn 37.10). Portanto, as imagens falam do povo de Israel que começou com Abraão saindo de Ur dos Caldeus, Isaque o filho da promessa e, Jacó, com seus doze filhos.

O profeta Isaias usa a imagem de uma mulher em trabalho de parto para representar o povo de Israel: “O Senhor, diante de ti fomos como a mulher grávida, que tem dores de parto e dá gritos de dor quando está para dar à luz!” (Is 26.17 A21). O verso 17 do capitulo 12 refere-se aos cristãos como “o resto dos descendentes dela...” (NTLH), ou “....ao resto da sua semente” (ARC). 

“...achou-se grávida, grita de dores de parto, sofrendo tormentos para dar a luz” (Ap 12.2). Fala da história do povo de Deus, desde a chamada de Abraão, passando pelo Egito (400 anos), pelo deserto (40 anos no deserto), chegada na terra prometida, em seguida, o exilio babilônico e o retorno do seu povo na terra prometida.  Em todo o momento havia a esperança do nascimento do Messias.

E apareceu no céu outro sinal: era um enorme dragão vermelho com sete cabeças e dez chifres e com uma coroa em cada cabeça” (NTLH). Quem é esse enorme dragão vermelho? O verso 9 responde: “Ele é a antiga serpente chamada diabo ou Satanás, que engana todo mundo...”. Lá em Genesis a serpente apareceu pela primeira vez e enganou Eva: “A serpente me enganou, e eu comi” (Gn 3.13). Em seguida Deus abre a cortina do futuro: “Porei inimizade entre ti (serpente) e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3.15). 

“Dragão vermelho” é a imagem de sangue, guerra, violência, ou de seu caráter homicida. “Ele foi homicida desde o princípio” (Jo 8.44). E mais: o dragão tinha “sete cabeças e dez chifres”. O sete e o dez é uma representação de completude, de perfeição e se refere a universalidade do seu poder, do seu domínio e de sua influencia maligna. “...ele seduz o mundo todo” (Ap. 12.9).

“...a cauda dele arrastou consigo um terço das estrelas do céu, lançando-as na terra” (Ap 12.4).  Onde passa o dragão ele arrasta consigo a maldade, a escuridão, o pavor, o medo. “...As estrelas” pode ser uma referencia aos anjos criados por Deus “Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam?” (Jó 38.7).  É uma referencia aos anjos de Deus, santos e puros. Mas foram arrastados pela sagacidade do dragão e lançado na terra e transformados em demônios, anjos caídos “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago”. (Lc 10.18).

2)     A vinda de Jesus

E o dragão se deteve diante da mulher que estava para dar à luz, a fim de devorar o filho dela quando nascesse” (Ap 12.4). Ao longo do Antigo Testamento Satanás tentou acabar com a descendência de Abraão, da qual viria o redentor. Essa matança aconteceu nos dias de Moisés, a ordem do Faraó era: “...quando ajudares as hebreias a dar à luz...se for menino, matem o bebê; se for menina, deixem que viva” (Ex 1.16). E o que dizer da matança nos dias de Jesus? “Herodes mandou matar todos os meninos de Belém...de dois anos para baixo” (Mt 2.16).

Mas os planos de Deus acontecem, querendo Satanás ou não. “Ela deu à luz um filho homem, que há de governar todas as nações com o cetro de ferro. Seu filho foi arrebatado para junto de Deus e de seu trono” Ap 12.5). Sim, o menino nasceu em Belém, cresceu em Nazaré, foi batizado no rio Jordão por João Batista. Iniciou seu ministério pregando, curando, ressuscitando, expulsando demônios. Foi humilhado, chicoteado, carregou uma cruz pesada, em seguida, crucificaram nosso Senhor e morreu. Mas no terceiro dia, ressuscitou “Seu filho foi arrebatado para junto de seu e de seu trono”. 

No momento da morte de Jesus e da sua ressureição “houve batalha no céu” (Ap 12.7). Esses versículos é como se fosse uma luz ou um refletor e pudéssemos enxergar o que acontecia no mundo espiritual. “Miguel e seus anjos batalhavam contra o dragão e seus anjos, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus” (vs. 7-8). Sim, os principados e potestades perderam. “O sedutor de todo mundo foi atirado para a terra com seus anjos” (Ap 12.9). 

O apostolo Paulo afirmou: “E, despojando os principados e potestades, os expos publicamente, e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15). E mais: “Foi lançado para a terra o acusador de nossos irmãos, aquele que dia e noite os acusa diante de Deus”. Na cruz, Jesus gritou: “tetelestai”, isto é, está consumado! Jesus riscou o escrito de divida que constava contra nós. Agora, “nenhuma condenação há para os que está em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espirito” (Rm 8.1).

Há um cântico, há uma celebração: “Então, ouvi uma alta voz dos céus, que dizia: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo...Portanto, celebrem, ó céus, e os que neles habitam!” (Ap. 12.10,12)

3)     A igreja

Agora, ele volta toda sua ira contra a mulher: “Quando o dragão percebeu que havia sido lançado na terra, perseguiu a mulher que tinha dado à luz o menino” (Ap 12.13). Satanás está “cheio de ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12.12). Ele sabe, que em princípio, está acabado, está derrotado! Mas, “foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse até o deserto, ao seu lugar”. Assim como Elias fez no episódio com Jezabel, fugiu para o deserto. Assim, como Jesus foi escondido de Herodes por sua família, no deserto. Deus disse para o seu povo lá no deserto: “Voces viram o que fiz ao Egito e como transportei vocês sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim” (Dt 32.9-12). No deserto a mulher é sustentada por Deus. 

Mas o diabo é perseverante: “Então, de sua boca a serpente lançou atrás da mulher agua como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebentada pelo rio” (Ap 12.15 ARA). Mas, Deus está com o seu povo, Deus é o general do seu povo, Deus é o guardião “Mas a terra ajudou a mulher, pois a própria terra abriu a boca e engoliu a água que tinha saído da boca do dragão” (Ap 12.16). Mesmo assim, ele não desiste, não desanima “irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência os que guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus” (Ap 12.17).

Conclusão

Como vencemos a ira de Satanás?

Primeiro, vencemos por causa do sangue do cordeiro (v.11). Sim, o sangue de Jesus nos limpa de todo o pecado. Temos que colocar os olhos no sangue do cordeiro. Se queremos nos livrar do pecado “olhai para o cordeiro de Deus”. Se estamos em tentação e em hesitação “olhai para o cordeiro de Deus.  Se estamos cansados e sem mais vigor ou se na nossa senda sombras vem cair “olhai para o cordeiro de Deus”. 


Segundo, venceram pela palavra do testemunho. Sim, é anunciando  a palavra de Deus, mesmo em perigo de morte, não vamos nos acovardar. “Pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida” (Ap 12.11).

domingo, 24 de novembro de 2024

 Davi, uma paixão por Deus  2 Sm 6.14 

Introdução

O relacionamento com Deus tem um início, um começo. Quando nascemos de novo, quando tivemos um encontro com pessoal com Deus. Vida com Deus não tem nada a ver com vida religiosa, vida com Deus é vida pulsante, vida relacional, vida de oração, de comunhão, de batismo com Espirito Santo...enfim, vida com Deus é algo vivo.

Tivemos muitos homens que se relacionaram com Deus. Abraão foi tirado de sua terra (ur dos Caldeus), de sua parentela e obedeceu a voz do Senhor. Moisés, foi chamado por Deus quando pastoreava as ovelhas do seu sogro, uma sarça que pegava fogo e não se consumia, dali Deus falou com Moisés. E, Jacó, depois de anos longe de sua casa, no vale de Jaboque encontrou-se com Deus e sua vida foi transformada.

E, por fim, nosso personagem da noite, Davi (bem amado). Davi foi escolhido por Deus para ser rei de Israel. Davi, quando tinha seus 17 anos enfrentou o gigante Golias. Ele tinha tres metros de altura, tinha na cabeça um capecete de bronze e uma armadura que pesava quase sessenta quilos! Durante quarenta dias, o gigante assolou o seu povo, ninguém teve coragem para enfrenta-lo. Até que Davi aparece no vale de Elá e enfrentou o gigante com coragem e lhe arranca sua cabeça.

O relacionamento com Deus é algo vivo e vital para a vida do cristão. Mas tem algo que incomoda Deus, sabe o que é? Indiferença! O profeta Jeremias afirma: “Voltaram as costas para mim e não o rosto”. A pior coisa que pode acontecer na vida do cristão é quando você vira as costas para Deus, é quando ele não é mais importante em sua vida. Diz novamente o profeta Jeremias: “Pois o meu povo cometeu duas maldades: abandonaram a mim, a fonte de água viva, e cavaram para si cisternas rachadas, que não podem reter água” (Jr 2.13).

Como posso saber que Deus não é mais importante em minha vida? Tenho cultuado, tenho prazer em cultuar, em louvar, em ouvir a palavra de Deus? Tenho meditado em sua palavra? Tenho buscado o Senhor em oração? Tenho Deus como prioridade, será que ele está em primeiro lugar em minha vida?

 1 ) Duas cenas

Davi ficou conhecido como o “homem segundo o coração de Deus”. Ou seja, ele era um homem que independente das circunstâncias, nunca, virou as costas para Deus. Podia estar acima, numa fase boa da vida; ou podia estar numa fase ruim da vida. Mas em todas, nunca virou as costas para Deus. Nunca abandonou a fonte de água viva que é Jesus Cristo para buscar se saciar em cisternas rachadas que não mata a sede.

Em um dos primeiros atos oficiais como rei, Davi mandou buscar a arca sagrada para leva-la para Jerusalém. Interessante que o rei Saul, em seu reinado não fez questão da arca do Senhor, desde quando foi tomada pelos filisteus. Ficou trinta anos na casa de Abinadabe! Davi sabia muito bem que não podia viver, ou não podia reinar sem a presença de Deus em sua vida, Deus era tudo para ele.

Quando a arca finalmente chegou em Jerusalém, foi recebida com musicas e gritos imensos da multidão, todos estavam felizes, alegres, regozijando, pois, a arca do Senhor havia retornado em Jerusalém. O texto bíblico diz: “Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava cingido de uma estola sacerdotal de linho”. 

Davi estava explodindo de alegria, saiu pulando pelas ruas como uma ginasta que ganhou uma medalha de ouro nas olimpiadas. A visão de um rei dançando, dando cambalhotas com uma roupa sacerdotal escandalizou sua esposa, Mical. Até que Davi a corrigiu: “Perante o Senhor celebrarei”, ele disse, “me rebaixarei ainda mais”. Davi não estava preocupado com a sua reputação real, contanto que uma única pessoa sentisse jubilo.

Davi era um homem apaixonado por Deus, Davi sentia alegria, regozijo de estar na presença de Deus. Deus era mais importante para Davi do que qualquer coisa nesse mundo. Os salmos expressam essa paixão, esse desejo de Davi por Deus: “Como a corça suspira pelas correntes das águas, minha alma suspira por ti, óh, Deus” (Sl 42). Uma das evidencias em saber se Deus é a sua paixão, é quando você suspira, é quando você deseja, anseia por Deus.... “Alegrei-me quando me disseram vamos a casa do Senhor” (Sl 122).

Mas, a segunda cena acontece anos depois, no auge do seu poder, quando tudo ia bem para Davi. Era primavera, quando os reis saem para batalha, mas Davi ficou no palácio. Quando resolve dar uma volta pelo eirado do seu palácio, ouve barulho de água caindo, e viu uma mulher muito bonita tomando banho. Davi parou, Davi olhou, Davi cobiçou, Davi a procurou, Davi perdeu o seu controle sobre a paixão. Davi deitou-se com ela. 

O profeta Natã chega em Davi e lhe conta uma parábola. Um homem rico tinha um monte de ovelha, enquanto que o outro homem pobre somente possuía uma ovelha. Um certo dia, chegou na casa do homem rico alguns visitantes, então, ele pega a única ovelha do homem pobre para matá-la e dar para os visitantes. Davi ficou enfurecido com o homem rico, então Natão lhe aponta: você cometeu pecado, você pecou, você transgrediu!

Davi não fugiu do pecado e lhe confessou “Pequei contra o Senhor!”. Não lhe veio a mente Urias, nem a amante, Bate-Seba, mas Deus. Assim como dançou para Deus. Davi também pecou contra Deus. Ele diz no Salmo 51: “Pois eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. Contra ti, somente contra ti, pequei...” (vs 3,4).

Conclusão

O que fazer?

Confessar o seu pecado, confesse, tirar a sujeira do tapete. Tem pessoas sofrendo por causa de pecado não confessado. O sangue de Jesus nos lava de todo pecado, nos purifica, nos deixa mais branco do que a neve.

Arrependimento: é mudança de vida, é deixar Deus controlar sua vida, é estar diante dele, na casa dele, em comunhão com o seu povo. Aleluia!

 


 

 

terça-feira, 19 de novembro de 2024

 O antes e o depois Tt 3.1-7 

Introdução

Habitamos um mundo visível e tangível que experimentamos por meio dos sentidos e medimos em unidades de tempo e espaço. Também habitamos. Também habitamos um mundo eterno e intangível, invisível. Portanto, para os cristãos temos duas cidadanias, a terra e a do reino de Deus. Contudo, estamos cegos pelas preocupações temporais ou escravizados pela tirania da urgência. 

recebeu a tarefa de revelar o universo invisível para nossa família, amigos, colegas, vizinhos. O mundo está cerceado pelo que vê, por aquilo que enxerga. Então, fomos comissionados, chamados, temos o “ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura (Mc 16.15)” e  levar o conhecimento da “graça que se manifestou salvadora para todas as pessoas” (Tt 2.11).

1)     E as autoridades?

O apostolo Paulo exorta os cretenses quantos as autoridades constituídas. “Lembra-lhes...” (ARA) , “Recorda-lhes”(A21), “Admoesta-os...” (ARC), e emenda “...que se sujeitem aos que governam, às autoridades...”. Os governantes em todas suas esferas são autoridades constituídas por Deus e devem ser respeitadas e obedecidas. O apostolo Paulo, escrevendo aos Romanos “...Não há autoridade que não venha de Deus” (Rm 13.1). 

Essa exortação, ou ordem, de Paulo foi dada em virtude das tensões sociais e políticas que pairavam na ilha de Creta. Políbio, historiador grego, diz que os cretenses estavam constantemente envolvidos com “insurreições, assassinatos e guerras destruidoras”. 

No entanto, a obediência civil tem limites. O Estado não é dono da consciência dos homens. Sempre que o estado se torna absolutista e opressor, invertendo e subvertendo a ordem, promovendo o mal e coibindo o bem, os cristãos tem o direito e até o dever de desobedecer. O Apostolo Pedro e João, diante das autoridades que tentavam calá-los, respondeu: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5.29).

Temos que orar pelas autoridades, mas, não aceitar passivamente atos condenáveis. O governo atual defende o aborto e nós, como cristãos, devemos pautar nossas convicções na Palavra de Deus. O governo atual defende cirurgia redesignação sexual, tudo bancado pelo imposto do brasileiro. O governo atual defende os terroristas, países com viés ideológico comunista. Como cristão, nossa mente não está aprisionada numa ideologia politica mas na Palavra de Deus.

2)     Sendo igreja

“Não promovam a calúnia de ninguém.” (Tt 3.2), “Não difamem ninguém...”, “Não destruir a reputação de ninguém”. A palavra “difamar”, “caluniar” é a tradução da palavra grega “blasphemo”, que vem da palavra “blasfêmia”. Ela significa “amaldiçoar, caluniar, ou tratar alguém com desdém”.  

A difamação é um assassinato moral. É usar a espada da língua para ferir e destruir a reputação das pessoas. O cristão não deve caluniar ninguém. O pecado da língua é um dos mais devastadores da sociedade. A língua é fogo e veneno. Ela mata e destrói.

“...que ninguém difame...”. Talvez a forte tentação que um cretense novo convertido ao cristianismo tivesse fosse ridicularizar os pagãos em sua forma de adoração. Não é sábio difamar, injuriar as coisas que as outras pessoas reputam sagradas. Conquistaremos as pessoas mediante uma vida graciosa, santa e cheia do poder do Espirito Santo.

“Não sejam contenciosos...”, “Não sejam altercadores...”, “nem ser dados a brigas...”. Altercar é criar confusão, provocar contendas, envolver em discussões que ferem as pessoas e acabam com os relacionamentos. Os cretenses eram acostumados, pela cultura da ilha em atacar os outros em seus hábitos, sempre querendo arrumar confusão com outras pessoas. 

“Mas moderados...”,ou cordatos...”. A palavra grega é “Epiekes” combina as ideias de “dignidade” e “razoabilidade”. Descreve a pessoa que não se atém somente a lei. O homem cordato está sempre pronto a temperar a justiça com a misericórdia. O espirito cordato honra o espirito da lei, em vez de se ater rigidamente à letra da lei.

mostrando genuína mansidão para com todos os homens”. A palavra grega “prautes” usada pelo apostolo vem de praus, “manso”. Essa palavra descreve uma pessoa cujo temperamento está sempre sob controle. Ser manso, não é um atributo natural, não é uma virtude mas é GRAÇA! É possível se levantar para alguém que atormenta os outros sem partir para a briga ou sem responder de forma irracional. 

3)     Antes e o depois

“Pois antigamente nós mesmos”, diz o apostolo Paulo, acentuando o antes e o depois da vida cristã. O antes da vida dos cretenses, ou vida de qualquer um de nós era sem salvação, sem esperança e sem Deus. O grande pregador do século XVIII, George Whitefield, quando via alguém caído na sarjeta, dizia: “Ali estaria eu, não fora a graça de Deus’. 

“Éramos insensatos...” ou “Éramos néscios...”, “Não tínhamos juízo”. Nossa mente estava corrompida pelo pecado. No grego a palavra “anoetos” significa “ignorante”, “sem inteligência”, “embotados”, “insensível espiritualmente”. Nossos conceitos estavam errados, nossos valores distorcidos e nossos desejos corrompidos.

“Éramos desobedientes...”. Ou “Éramos rebeldes...”. No grego é aquele “que não dá ouvidos”. Nosso coração além de insensato, néscio, sem juízo, não ouvíamos a voz de Deus, não tínhamos sensibilidade para ouvir Deus falar. Toda nossa inclinação era para o mal.

“Éramos desgarrados...”, “Éramos desencaminhados”, “Éramos extraviados”, “Vivíamos enganados”. O profeta Isaias descreve nossa situação: “todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...” (ARA).  “...cada um de nós seguia o seu próprio caminho...” (NTLH). Cada pessoa que relacionávamos nos afastava mais da presença de Deus. 

“Servíamos a várias paixões e prazeres”. “Escravos de toda sorte de paixões e prazeres”. Nós estávamos com a coleira do diabo no pescoço. Andávamos “...segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar... que agora atua nos filhos da desobediência”. (Ef 2.2).  Vivíamos presos com grossas cordas, sujeito a toda sorte de desejos pervertidos e embriagados por todas as taças dos prazeres mais aviltantes, desprezíveis. 

“Vivendo em malicia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros”. Nossa mente era cheia de maldade e sujeita. Viviamos rendidos à inveja, cobiçando o que não nos pertencia. A malicia é espirito maligno, é má vontade, é querer o mal do seu próximo. A inveja é uma atitude de desprezo pelo que o outro tem e você não tem. A inveja é o mau secreto, que nunca se conforma com a felicidade do outro.

 

Conclusão

Primeiro a salvação vem de Deus. “Ele mostrou sua bondade e seu amor por todos, ele nos salvou por que teve compaixão de nós”. Bondade, amor e compaixão são as colunas de sustentação da nossa salvação.

Segundo a salvação é pela graça. “...justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros...” (Tt 3.7).  A salvação não é resultado das nossas boas obras para Deus, mas da obra de Deus por nós em Cristo. A base da nossa salvação é a morte expiatória de Cristo. Cristo morreu em nosso lugar, agora pagou a nossa divida e satisfez as demandas da lei e da justiça de Deus por nós.

Terceiro “nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espirito Santo” (Tt 3.5). A regeneração acontece dentro de nós, em nosso coração. Pela regeneração, somos transformados e feitos filhos de Deus e somos novas criaturas (2 Co 5.17). 


 

 

sábado, 16 de novembro de 2024

 AS QUATRO TROMBETAS DO APOCALIPSE 

TEMOS PRESENCIADO MUITAS COISAS ACONTECENDO AO NOSSO REDOR. POR EXEMPLO, CHUVAS NO DESERTO DO SAARA, ENQUANTO QUE OS RIOS DO AMAZONAS TEM SECADO.  HÁ DOIS DIAS CAIU NEVE NO DESERTO DO SAARA. TUDO ESTÁ FICANDO DESORDENADO, É COMO UM TREM DESCARRILHADO, SEM RUMO, SEM DIREÇÃO. 

E NO LIVRO DE APOCALIPSE, A PARTIR DO CAPITULO 8.6, TEMOS AS 4 QUATRO PRIMEIRAS TROMBETAS DO APOCALIPSE, EVIDENCIANDO JUSTAMENTE ESSAS MUDANÇAS, TRANSFORMAÇÕES NA TERRA, NO MAR, NOS RIOS E NOS ASTROS CELESTES.

NOS DIZ O VERSO 1: EM SEGUIDA, OS SETE ANJOS COM SETE TROMBETAS SE PREPARAM PARA TOCÁ-LAS. SIM, É A ABERTURA DO SÉTIMO SELO DO APOCALIPSE E CADA ANJO REPRESENTA COM A SUA TROMBETA  UMA CALAMIDADE,  QUE ASSOLA OS ELEMENTOS DA TERRA.

NESSAS QUATRO PRIMEIRAS TROMBETAS, O EDIFICIO COSMICO ESTÁ SENDO ABALADO, NÃO TOTALMENTE ABALADO. A TERRA ESTÁ SENDO DEMOLIDA DE FORA PARA DENTRO, O TELHADO DESCOBERTO DE CIMA PARA BAIXO E CHÃO ABALADO DEBAIXO PARA CIMA.

A PRIMEIRA TROMBETA É TOCADA: “O PRIMEIRO ANJO TOCOU SUA TROMBETA, E FORAM LANÇADOS SOBRE A TERRA GRANIZO E FOGO MISTURADOS COM SANGUE. UM TERÇO DA TERRA PEGOU FOGO, E FOI QUEIMANDO UM TERÇA DAS ARVORES, ALÉM DA RELVA VERDE”

NO TEMPO DE MOISÉS, QUANDO DEUS ENVIOU AQUELAS PRAGAS NO EGITO, LEMOS QUE: “GRANDES TROVÕES E PROFUSAS QUANTIDADES DE GRANIZO, E RAIOS CAIRAM, INCENDIANDO A TERRA DOS EGIPCIOS”. E TODA VEGETAÇÃO DO EGITO FOI ATIGINDA.

A IMAGEM QUE VEM A MENTE É DE HORROR, DE CALAMIDADE, ATORDOANTE, A TERRA ESTÁ SENDO DEVASTADA, AS PESSOAS CORREM EM BUSCA DE ABRIGO POR CAUSA DO GRANIZO QUE CAI PROFUSAMENTE DO CÉU. DÁ PRA IMAGINAR UM TERÇO DAS COLHEIRAS DA TERRA AFETADA?  UM TERÇO DAS ARVORES? UM TERÇO DA RELVA VERDE?

A SEGUNDA TROMBETA É TOCADA: “E FOI LANÇADO SOBRE O MAR ALGO PARECIDO COMO UMA GRANDE MONTANHA EM CHAMAS. UM TERÇO DA ÁGUA DO MAR TRANSFORMOU EM SANGUE, MORREU UM TERÇO DE TODOS OS SERES VIVOS DO MAR, E FOI DESTRUIDO UM TERÇO DE TODOS OS NAVIOS”

TAMBÉM, COMO NOS DIAS DE MOISÉS AS AGUAS DO RIO NILO TRANSFORMOU EM SANGUE. UM VISLUMBRE DO PASSADO QUE PODE ACONTECER EM NOSSO FUTURO, OU QUE JÁ ESTÁ ACONTECENDO. ENQUANTO QUE A PRIMEIRA TROMBETA ATINGE A TERRA E UM TERÇO DA TERRA É DEVASTADO; AQUI, NA SEGUNDA O MAR É AFETADO, UM TERÇO DE TUDO QUE HÁ NO MAR É AFETADO.

AQUI NÃO HÁ SÓ DANOS NA NATUREZA: MORRENDO UM TERÇO DE TODOS OS PEIXES DO MAR. MAS TAMBÉM DANOS MATERIAIS, BARCOS E PESSOAS MORRERÃO. SÃO DESASTRES ECOLOGICOS E ECONOMICOS DE PROPORÇÕES GIGANTECAS PARA A ECONOMIA DO NOSSO MUNDO. UM CIENTISTA AFIRMOU QUE 40 POR CENTO DOS SERES VIVOS DO MAR DESAPARECERAM NOS ULTIMOS 50 ANOS.  

A TERCEIRA TROMBETA É TOCADA: “E CAIU DO CÉU UMA GRANDE ESTRELA, QUEIMANDO COMO UMA TOCHA, SOBRE UM TERÇO DOS RIOS E SOBRE AS FONTES DE AGUA. O NOME DA ESTRELA É ABSINTO, OU AMARGO, POIS TORNOU AMARGO UM TERÇO DAS AGUAS, E MUITA GENTE MORREU AO BEBER DESSAS AGUAS AMARGAS”.

O ABSINTO É UMA PLANTA AMARGA; NA TRADIÇÃO ROMANA DE CORRIDA DE BIGAS, O ATLETA TERIA QUE BEBER DESSA ÁGUA ANTES DA CORRIDA, PARA LEMBRAR AOS COMPETIDORES QUE A VITÓRIA TINHA SEU LADO AMARGO.

A PRIMEIRA TROMBETA A TERRA FOI ATINGIDA EM UM TERÇO DA SUA VEGETAÇÃO, NA SEGUNDA TROMBETA UM TERÇO DO MAR É ATINGIDO E AGORA, NA TERCEIRA TROMBETA, UM TERÇOS DOS RIOS SÃO ATINGIDOS.

E  NO SÉCULO XXI A FALTA DE AGUA DE POTAVEL SERÁ SENTIDA POR TODAS AS NAÇÕES DA TERRA,  FARÁ FALTA SUBSTANCIAL NA HUMANIDADE. AGUAS AMARGAS, AGUAS ABSINTAS, SÃO AGUAS SALGADAS...UMA PESSOA A DERIVA NO OCEANO NÃO CONSEGUE MATAR SUA SEDE COM AGUA SALGADA DO MAR.

A QUARTA TROMBETA É TOCADA: “E FOI FERIDO UM TERÇO DO SOL, DA LUA E DAS ESTRELAS, QUE ESCURECERAM. UM TERÇO DO DIA FICOU SEM LUZ, E TAMBÉM UM TERÇO DA NOITE. QUANTO MAIS O FIM SE APROXIMA MAIS O TEMPO DIMINUI. O DIA VOA E LOGO A NOITE CHEGA.

CALAMIDADES TEM VINDO SOBRE A HUMANIDADE COM RESULTADO DAS COISAS QUE ACONTECEM NO CÉU, METEOROS CAINDO SOBRE A TERRA, ECLIPSES, TEMPESTADES DE AREIA, FURACÕES, TORNADOS, ETC. ESSAS COISAS SÃO TROMBETAS DE DEUS ALERTANDO OS HOMENS A ARREPENDEREM DOS SEUS PECADOS.

POR FIM, O APOSTOLO JOÃO, VÊ UM AGUIA QUE VOAVA NO PONTO MAIS ALTO DO CÉU E  GRITAVA EM ALTA VOZ: “TERROR, TERROR, TERROR (AI, AI, AI, LAMENTO) SOBRE TODOS OS HABITANTES DA TERRA, PELO QUE ACONTECERÁ QUANDO OS TRES ULTIMOS ANJOS TOCAREM SUAS TROMBETAS.

 

 

terça-feira, 12 de novembro de 2024

A graça se manifestou Tt 2.11-14 

Introdução

Estamos estudando a carta de Tito, escrita enquanto ele pastoreava a ilha de Creta. Havia uma caricatura sobre os cretenses: “...cretenses, sempre mentirosos, feras malignas, glutões e preguiçosos” (Tt 1.12). No texto anterior vimos o apostolo Paulo exortando os “os homens mais velhos”, “as mulheres mais velhas”, “as mulheres novas” e, por fim, “os jovens”. Insistiu para que Tito pregasse a “sã doutrina” (Tt 2.1), ou seja, a doutrina verdadeira, a palavra de Deus, pura, saudável, que edifica, que dá saúde para o povo de Deus. E, agora, Paulo nos ensina que a boa doutrina produz bom comportamento, produz santidade em nosso viver.

1)     “Porque a graça de Deus se manifestou...”

Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2.11). ou “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo a salvação a todos os homens” (Tt 2.11).

O termo “manifestou” no grego é Epifania, que significa a visível aparição de alguma coisa ou de alguém que estava invisível. Essa palavra é usada no grego em relação à alvorada, ao amanhecer, quando o sol transpõe a linha do horizonte e se torna visível. A graça de Deus brilhou como o sol sobre aqueles que viviam nas regiões de sombra da morte.  

No evangelho vemos essa epifania para os habitantes da Galileia: “Terra de Zebulom e Terra de Naftali, na direção do mar, do outro lado do rio Jordão, Galileia, onde moram os pagãos! O povo que vive na escuridão verá uma forte luz! E a luz brilhará sobre os que vivem na região escura da morte!” (Mt 4.15-16). A palavra “escuridão” é “muaph” dá a ideia de penumbra, tristeza, melancolia. Essa penumbra é o descaso ou ignorância sobre Deus; mas ali brilhou a luz de Cristo. Jesus cresceu em Nazaré, região da galileia; foi ali também que Jesus chamou os seus discípulos, aliás, a maioria deles eram galileus. 

O apostolo Paulo fala dessa graça: “Mas, quando chegou o tempo certo (a plenitude do tempo), Deus enviou o seu próprio filho, que veio como filho de mãe humana e viveu debaixo da lei” (Gl 4.4, NTLH). Essa graça se manifestou quando Jesus nasceu numa estrebaria, cresceu numa carpintaria. E foi batizado no rio Jordão, por João Batista, quando disse: “Vejam é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. É sobre esse que falei: depois de mim vem um homem que está acima de mim, porque ele já existia antes de mim” (Jo 1.29-30). 

 Essa graça brilhou quando dos seus lábios se ouviam palavras de vida eterna, quando ele curava os enfermos, purificava os leprosos, lançava fora os demônios e ressuscitava os mortos. A graça se manifestou quando o Filho de Deus entregou sua vida na cruz e a reassumiu na gloriosa manhã de ressurreição. A graça se manifestou para resgatar o homem do seu maior mal e oferecer a ele o maior bem.

“Graça de Deus”. A graça tem sua origem em Deus. Ele emana de Deus “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito...” (Jo 3.16 NAA). A graça de Deus é totalmente imerecida, como disse o apostolo Paulo “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Portanto, não há nenhum merecimento em nós, a graça é um favor de Deus, é um presente de Deus. 

“A graça de Deus é salvadora”. A graça de Deus é o favor superabundante de Deus pelos pecadores indignos. A graça de Deus triunfa sobre os nossos pecados. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça de Deus” (Rm 5.20). Somos salvos pela graça, vivemos pela graça, dependemos da graça, respiramos a graça. Nada somos sem a graça. Por causa da graça, embora perdidos, fomos achados; embora mortos, recebemos vida. O Salmista Davi se expressou: “Tirou-me de um poço de destruição, de um atoleiro de lama; colocou os meus pés sobre uma rocha e firmou os meus passos”. (Sl 40.2 NAA).

A graça salvou os homens mais miseráveis. A graça salvou Saulo de Tarso, um fariseu que perseguia a igreja de Jesus e que consentiu na morte de Estevão, sim a graça salvou! A graça salvou Agostinho de Hipona, um homem cheio de desejos, prazeres mundanos, experimentou todas as filosofias do seu tempo, mas a graça lhe salvou. A graça salvou John Newton, um mercador de escravos, um homem ímpio, sem princípios, valores, mas a graça lhe salvou. A graça ainda salva, estende as mãos, não importa o que você fez! 

“Salvadora a todos os homens”. A graça de Deus não tem limite. O apostolo Paulo convida a igreja compreender, discernir, mensurar a respeito da graça de Deus “Vos seja possível compreender, juntamente com todos os santos, a largura, o comprimento, a altura e a profundidade desse amor” Ef 3.18 A21). A graça é suficientemente larga para abranger a totalidade de todos os homens; a graça é suficientemente cumprida para durar por toda eternidade; a graça é suficientemente profunda para alcançar o maior de todos os pecadores; a graça é suficientemente alta para lhe conduzir aos céus dos céus, onde tem morada para todos nós! 

O que dizer da graça de Deus?  O poeta tentou mensurá-la, ponderar:

“Se os mares todos fossem tintas, E o céu sem fim, fosse papeis,

Se as aves todas fossem penas, e os homens todos escrivães.

Nem mesmo assim, o amor ou a graça de Deus seria descritos em seu fulgor”.

2)     O efeito da graça

“Ela nos educa para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas...”(Tt 2.12). o termo traduzido por educar é paideuo que nos coloca no papel de criancinhas recebendo a instrução de pais amorosos. Somos ensinados sobre o que não fazer e sobre o que devemos fazer. Portanto, a graça de Deus nos educa, ela é pedagógica. Ela nos ensina a viver, ser cristão é ser matriculado na escola da graça. 

“Renegadas” é rejeitar, desdenhar, negar, repudiar. Sim, o homem que foi alcançado pela graça de Deus deve repudiar o caminho do pecado. A conversão é ter fé em Cristo e arrependimento é virar as costas para o pecado.  O que devemos renegar, rejeitar? 

“Impiedade” que é a rejeição de todo o que é reverente e de tudo o que tem a ver com Deus. A palavra grega é “asebeia” que aponta para o passado, para uma vida sem Deus e contra Deus. O ímpio é aquele que não leva Deus em conta e, por isso, não leva Deus a sério.

“Paixões mundanas”, são paixões sexuais, pecado de adultério (pessoas casadas tendo relacionamento com outras pessoas) e imoralidade sexual (jovens praticando sexo antes do casamento). Essas paixões são adjetivadas por “mundanas”, apontando para aquilo que era comum aos cretenses. Em suma, refere-se aos anelos desordenados de prazeres, poder e possessões, ou seja, sexo, poder e dinheiro. 

Portanto, a graça de Deus nos disciplina, nos educa a renunciar à nossa velha vida, a passar da impiedade para a piedade, do egoísmo ao autocontrole, dos caminhos desonestos a um tratamento justo com todos os demais. Quando as paixões não são renegadas, a graça se torna barata e a pessoa se evade da escola da graça.

E nos exorta “Vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente”. Como devemos viver? “Vivamos sensatamente” que traz a ideia de prudência, autocontrole e moderação, ou seja, sensatez é ter seus impulsos, instintos, ações e reações sob controle. “Vivamos, no presente século... justamente”. A justiça fala do nosso correto relacionamento com o próximo. Uma pessoa justa é aquela que não se coloca acima dos outros nem tenta diminui-los. Ela concede aos outros o que lhes é devido.

“Vivamos no presente século...piedosamente”. A piedade está ligada ao nosso correto relacionamento com Deus. É o verdadeiro fervor e reverencia com o único que é objeto da nossa adoração.

Conclusão

“Enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2.13).

O cristão olha para o passado e glorifica a Deus porque a graça o libertou da impiedade e das paixões mundanas. Ele olha para o presente e exalta a Deus porque tem uma correta com Deus, consigo e com o próximo. Ele olha para o futuro e se santifica porque vive na expectativa da epifania, do aparecimento dos seu grande Deus e Salvador Cristo Jesus. Fomos salvos pela graça, salvos de nossas mazelas, maldições e agora, estamos na ponta dos pés aguardando o glorioso aparecimento do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

 


 

domingo, 10 de novembro de 2024

 Aleluia e o julgamento de Deus – Ap.  19.1-21 

Introdução

É um termo de origem hebráica "Halleluyah", formado pela junção de Hallelu, que significa Louvar, mais Yah que significa Deus, Javé. Portanto Aleluia é louvar ao Senhor.

A palavra “aleluia” é universal em todas as línguas e aparece pela primeira vez em apocalipse 19. Esse capitulo é um cântico, uma celebração que fala da verdade e a justiça do julgamento de Deus sobre a grande prostituta. O texto começa com a voz de uma grande multidão que exclamava:

1)     aleluias

“Aleluia! A salvação, a gloria e o poder pertencem ao nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com a sua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos” (Ap 19.1-2). A grande Babilônia é um símbolo do sistema mundano, que tudo corrompe. Ela impulsiona os homens adorarem o dinheiro, o sexo, status, fama, prazeres, etc.

O segundo “aleluia” demonstra sem palavras, gratidão, enquanto a fumaça sobe e se dispersa no ar. “Aleluia! A fumaça sobe sem parar, sem parar” (v.3). O juízo é severo, e mais pra frente lemos: “E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não tem repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome”(Ap 14.11).

O terceiro “aleluia” é entoado pelos 24 anciãos e os quatro seres viventes: “Amém! Sim! Aleluia! Do trono veio um brado, uma ordem: Louvem ao nosso Deus, todos vocês seus servos. Todos que o temem, pequenos e grandes!” Sim, os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes louvam aquele que está assentado no trono.

O quarto “aleluia” é uma resposta congregacional retumbante “uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas” ao chamado à adoração que partiu do trono, convocando todos a louvarem a Deus. Com o anuncio do banquete de celebração que leva Cristo e seu povo a uma eternidade de amor compartilhado – o banquete das bodas do cordeiro.

“Aleluia! O Senhor reina, o nosso Deus o todo-poderoso. Alegremo-nos, celebremos, ofereçamos a ele a gloria. Pois chegaram as bodas do cordeiro, e sua noiva já se vestiu, o vestido que ele deu, vestido de linho, brilhante e imaculado” (vs. 6-8).  

Os linhos são atos os atos justos dos santos”. E o anjo me disse: Escreva: felizes os convidados para o banquete do casamento do cordeiro! E acrescentou: essas são as palavras verdadeiras de Deus” (v.9).

2)     reis dos reis

Em seguida, o apostolo João viu “o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se fiel e verdadeiro e peleja com justiça...seus olhos são como chamas de fogo”. Sim, ele é rei dos Reis, está assentado em um cavalo branco, ele é fiel e verdadeiro e seus olhos são como chamas de fogo. Nada ficará oculto de seu profundo julgamento, nada! Ele julgará nossas palavras, nossas obras e os segredos do coração humano. Pode ser que alguém escape do juízo dos homens, mas não escapará do juízo de Deus.

“Em sua cabeça há muitos diademas”. Coroas em sua cabeça, ele reina, ele é soberano, e o reino que não terá fim. Todos os reinos começam e terminam, mas o reino de Deus é Sempiterno. Ele é o Alfa e o Omega, é o princípio e o fim de todas as coisas.

Está vestido com um manto encharcado de sangue; ele é conhecido como Palavra de Deus” (v.13). Seu manto não está encharcado de sangue, não é o sangue da cruz, mas o sangue de seus inimigos. Ele vem para julgamento. Ele vem para colocar os seus inimigos debaixo dos seus pés. Ele vem para julgar as nações.

“E seu nome é a Palavra de Deus”. Diz João: “No prinicipio era o verbo, o verbo era Deus e o verbo estava com Deus”. No grego é: “Em Arcken ho logos, kai ho logos em pós ton theos em ho logos”. Ele é a palavra de Deus, é o criador de todas as coisas, todas as coisas foram feitas através dele, por ele e para ele.

Conclusão

De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações....ele pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus todo-poderoso. Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: Rei dos reis e Senhor dos Senhores” (v.16).

No final dos tempos, haverá outro banquete, mas será uma carnificina, em que o cordeiro trará julgamento sobre todos que não quiseram confessar Jesus como seu Senhor e Salvador e todos serão jogados no lago de fogo e enxofre. Os demais foram mortos com a espada que saía da boca daquele que está montado no cavalo. E todas as aves se fartaram com a carne deles.