Cuidado com o fermento – Lv 23.4-8
Introdução
Hoje é a celebração da ceia do Senhor, todo primeiro sábado do
mês estamos relembrando a morte de Cristo pelos nossos pecados. No Antigo
Testamento, o povo judeu celebrava a páscoa que era imolado um cordeiro, como símbolo
da libertação no Egito. Em seguida, comemorava-se a “festa dos pães asmos”, que
durava sete dias. Era o símbolo de uma nova fase, um novo símbolo, uma nova
história de vida com Deus.
1)
A
festa dos pães asmos
A festa dos pães asmos iniciava com a seguinte ordem: “Ao primeiro
dia, tirareis o fermento das vossas casas” (Ex 12.15). Portanto, temos duas
ordens: Primeiro, Israel devia comer pão asmos todos os dias, ou seja, sete
dias. Segundo, Israel devia tirar todo o fermento da casa.
Hoje, compramos fermento no mercado, mas nos dias do povo
judeu, o fermento era produzido por meio da mistura de água e farinha de trigo
que era deixada ao ar livre e, depois de alguns dias, provocava fermentação.
Portanto, no primeiro dia da festa do pão asmo, devia tirar o fermento de sua
casa: “...pois qualquer que comer coisa
levedada, desde o primeiro dia da festa, até o sétimo dia, essa pessoa será
eliminada de Israel”.
Israel estava pronto para deixar o Egito, foram quatrocentos
anos de escravidão. Israel precisava preparar pão para a viagem, mas não havia
tempo para a fermentação. O significado é: não estavam levando nada do Egito
consigo, nenhum ídolo, agora estavam indo em direção a terra prometida.
Com o passar dos anos o “remover o fermento das casas” se transformou
numa prática familiar que transmitia o significado principal da festa, um significado
pedagógico. Na refeição pascal, um dos filhos perguntava ao Pai: “Por que esta
noite é diferente?” E o pai respondia: “asmos era remoção do lêvedo da casa”.
Nunca se esqueça disso: apesar do Egito fazer parte do passado
distante, o poder do fermento ainda está vivo e continua representar um risco
na vida nova em Canaã. Lá vocês encontrarão os baalins e adverte: “Não terás outros
deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança
alguma do que há em cima dos céus, nem embaixo na terra...” (Ex 20.3-5).
2)
Acautelai-vos
do fermento
Séculos depois, Jesus voltou a alertar sobre o fermento. “Estejam certos e tenham cuidado com o
fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes” (Mc 8.15). Ou seja, cuidado
com os ensinamentos desses religiosos que escravizam e enganam o povo.
Jesus é incisivo contra eles: “Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior
do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!
Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior
fique limpo” (Mt 23.25-26).
Paulo exorta a igreja de Corinto: “Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento,
como realmente são” (1 Co 5.7). Aqui, o apostolo Paulo está exortando os coríntios
a se livrarem do fermento da imoralidade sexual que estava acontecendo diante
dos seus olhos.
Tem muito fermento em nossas casas em nossa igreja, fermentos
espalhados por alguns cantos. Tem fermentos em nossa sala, quando assistimos a
TV; tem fermento em nosso computador ou em nosso celular, em nossas conversas
de Whatzapp, no que acessamos e nos aplicativos. Tem fermento na academia,
lugar de sedução, de sensualidade.
Tem fermento nas músicas que ouvimos; tem fermento nos
namoros, sexo antes do casamento é fermento. Tem fermentos nas amizades
erradas, amizades perigosas, a palavra de Deus admoesta: “...as más companhias corrompem os bons costumes” ( Co 15.33). Tem fermento
em nossa conversa, Paulo exorta: “Não
haja obscenidade nem conversas tolas nem gracejos imorais, que são inconvenientes”.
(Ef 5.4).
Na verdade, o fermento que corrompe não está somente do lado.
Seu poder maior está muito mais perto, está dentro de nós; Paulo vai exclamar: “Miserável homem que sou” (Rm 7.24). A
Bíblia chama de coração. Davi afirma que nascemos em pecado. O profeta Jeremias
descreve o coração do homem como sendo: “...enganoso,
mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto”.
É por isso que Jesus afirmou para um religioso chamado
Nicodemus que era preciso nascer de novo, nascer do alto, para entrar no reino
dos céus. O poder da transformação acontece de dentro para fora do novo
coração. A pessoa nasce de novo, começa do zero e entra de modo miraculoso num
novo tipo de vida originada e mantida a partir do céu pelo Espirito Santo.
Conclusão
Paulo em 1 Corintios 11 expoe a celebração da ceia do Senhor.
Primeiro, Jesus tomou o pão e, logo após haver dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei
isto em memoria de mim”. Segundo, “tomou
o cálice e declarou: Este cálice é a nova aliança no meu sangue. Fazei isto
todas as vezes que o beberdes, em memória de mim”. E, no verso 28, ele diz:
“Examine, pois, cada um a si mesmo, e
dessa maneira coma do pão e beba do cálice”.
Olhando para o v.28, temos um relato no evangelho de Mateus
que é o episodio da figueira; uma figueira cheia de folhagens, mas sem fruto. Em
seguida, Jesus vai ao templo e expulsa os cambistas com o seu azorrague. A
figueira dava primeiro seu fruto, em seguida sua folhagem. No entanto, a
figueira de Jesus tinha folhagem, mas sem fruto!
Jesus nos adverte: “Se
a vossa vida não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrarei no
reino dos céus” (Mt 5.20). Os escribas e fariseus estão preocupados com a aparência,
do que está do lado de fora, mais preocupado com a religiosidade. No entanto,
Jesus vai além da religiosidade, além do homicídio “Não matarás” (Mt 5.21).
Há mais coisas envolvidas no adultério do que trair a esposa,
ou o esposo; o hábito de tantos homens de medir uma mulher de alto a baixo com os
olhos cheios de desejo sensual e depois dizer: “só brincadeira”. Jesus afirmou:
“Qualquer que olhar para uma mulher para
deseja-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5.28).
Jesus está apontando o fermento em nossa vida. Suas palavras
não são conselhos que podemos “aceitar ou rejeitar”. Refletem seu direito como
rei. Em seu reino, não há lugar para fermento. Seu exame é exigente: “Se o seu
olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma
parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão
direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu
corpo do que ir todo ele para o inferno” (Mt 5.29-30).
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