terça-feira, 20 de agosto de 2024

 A queda de Sansão Jz 16 

Sansão, nazireu antes de nascer, consagrado para Deus, juiz de Israel, mas, sempre estava brincando com fogo. Vimos no capitulo 15 que por causa da filisteia de Timna matou mil filisteus com uma queixada de jumento (Jz 15.15). Em seguida, orou ao Senhor pedindo água, que fez com que da rocha saísse agua.  No entanto, agora, no capitulo 16, ele vai para Gaza (capital dos filisteus) e se deita com uma prostituta!

O que dizer de Sansão? A sensualidade, o sexo, falava mais alto do que a voz de Deus. E sabemos que nenhum de nós está imune do impulso sexual, que é terrivelmente forte. É muito perigoso brincar com fogo, pode se queimar. Os filisteus sabendo que Sansão estava em Gaza, armaram uma emboscada para capturá-lo pela manhã, mas Sansão “...agarrou os portões da cidade, com dois batentes...colocou-os sobre os ombros e os levou para o alto da colina que ficava em frente de Hebron” (Jz 16.3). Ou seja, Sansão, carregou esse portão pesado por 60 km!

1)     Dalila

“Algum tempo depois, Sansão se apaixonou por uma mulher chamada Dalila, que morava nos vales de Soreque” (Jz 16.4). Duas coisas importantes: primeiro, Soreque era um território filisteu. Segundo, o nome “Dalila” em hebraico, tem o mesmo som da palavra usada para noite. Nos versículos 1-3, quando fala da prostituta de Gaza, a palavra “noite” é mencionada quatro vezes, e agora Sansão estava deitado na cama “da noite”. 

Então os governadores das cinco cidades dos filisteus foram falar com ela. eles disseram assim: Dê um jeito de Sansão contar a você por que ele é tão forte e como é que o poderemos dominar, amarar e deixar sem defesa” (Jz 16.5 BLH) Em troca da informação ela ganharia “...mil e cem barras de prata”. Portanto, entregando Sansão aos filisteus, se tornaria uma heroína do povo filisteu. E, também, com o valor que ia receber, dos 5 lideres filisteus, garantiria um bom dinheiro.  

Depois de estarem juntos, Dalila começou a querer saber de onde vinha sua força descomunal. “Como você poderia ser amarrado e subjugado? (Jz 16.4)”. Certamente, diante dessa pergunta, Sansão desconfiou como um pulga atrás da orelha. Mas, entra no jogo dela, mentindo: “Se me amarrarem com sete cordas de arco, novas, que ainda não secaram, eu ficarei e serei como qualquer um”.  (Jz 16.7). Ou, “...ficarei fraco...como qualquer outro homem”. Então, amarrou Sansão, escondeu alguns homens filisteus no quarto e gritou: “...os filisteus estão chegando! Ele arrebentou cordas de arco, como se fossem fios de linha queimada...” (Jz 16.9). Novamente, ela pergunta: “...como você pode ser amarrado e subjugado?” ,ou “em que consiste a tua força”. Ele, novamente, mente para ela: “Se me amarrarem com cordas novas, que nunca foram usadas, ficarei fraco e serei como um” (Jz 16.11). Então, Dalila lhe amarrou com cordas novas que nunca foram usadas. Depois, gritou: Os filisteus estão chegando, mas Sansão, novamente, arrebentou aquelas cordas novas como se fossem fios de linha.

Então, pela terceira vez, ela lhe perguntou: Em que consiste a tua força, como você poder ser amarrado e subjugado? Ele, novamente, mente: “Se você tecer num tear as sete tranças do meu cabelo e prendê-las com um prego grande de madeira, eu ficarei fraco e serei como qualquer um” (Jz 16.13).  Então, Dalila teceu suas sete tranças e prendeu no com um prego de madeira. Depois, gritou, Sansão “os filisteus estão chegando”; e novamente ele se esquivou do prego e tirou seu cabelo do tear. 

Por fim, de tanta insistência de Dalila, ele revelou seu segredo: “O meu cabelo nunca foi cortado!” (Jz 16.17). E disse mais: “Eu fui dedicado a Deus como nazireu desde que nasci. Se o meu cabelo for cortado, perderei a minha força, ficarei fraco e serei como qualquer um” (Jz 17.17). Dalila, sabendo que ele falava a verdade, avisou os filisteus, fez ele dormir em seu colo, e um homem cortou suas sete tranças. Quando os filisteus chegaram, no entanto, diz o texto: “...Sansão não sabia que o Senhor o havia abandonado” (jz 16.20).

2)     Estágios da queda

Primeiro, flertar com o pecado. Sansão ele brinca com o perigo, com o pecado. Ele é impulsivo. Troca de olhares, vê uma filisteia, convivência, companhia errada, proximidade com o perigo, se dá mas não se dá por inteiro, vai se aproximando do perigo, de repente. “Vi uma mulher em Timna, do povo filisteu. Quero me casar com ela” (Jz 14.2). Ele não está preocupado com a opinião dos seus pais, mas o que importa é o que agrada os seus olhos e não o que agrada a Deus. Ele abriu uma porta para o pecado em sua vida.  

Segundo ilusão ou autoengano. Sansão sabe que contou a verdade pra Dalila, aliás, era a última fagulha da sua consagração, o cabelo. Havia tocado em um leão morto, ou pegado uma queixada de jumento; havia bebido na festa do seu casamento. E, por fim, seu cabelo fora cortado. Mesmo percebendo que suas tranças tinham sido cortadas, ele disse: “Sairei e me livrarei como das outras vezes”. Ele acha que está tudo certo, que era o dono da situação, como das outras vezes, mas, Deus havia se retirado de Sansão. 

Terceiro, fragilidade. O Senhor esteve com Sansão em muitos momentos: quando atacou aquele leão, O Senhor estava com ele; quando tirou a roupa dos trinta filisteus, para dar aos homens que descobriram seu enigma, o Senhor estava com ele; quando pegou uma queixada e matou mil filisteus, o Senhor estava com ele e, quando pegou o portão de Gaza, o Senhor estava com ele. Mas, agora ele está cativo, preso, sua força se foi. Não tinha mais controle sobre a situação.

Quarto, cegueira. Sansão passara a acreditar que sua fora era simplesmente sua; que não importava o que ele fizesse ou como vivesse, sempre seria forte. Ele passou a ver sua força como um direito inalienável, e não como uma dádiva da misericórdia divina. Ele ficou cego, achava que a força era dele. Tudo ficou nublado, ficou sem sentido. Ele era impulsivo, era inconsequente, era como um leão que ataca sempre de frente, sem ponderar. 


Quinto, escravo. Ele “vai dormir no seu colo”, “essa mulher faz de você o que ela quer”. São algemas de bronze, de pétalas, de cheiro, de dinheiro, de droga, pornografia, prostituição, adultério. Está preso, amarrado, subjugado no colo de Dalila.

Sexto, escárnio. “Ele é capturado, cegado e algemado” (Jz 16.20). O homem que havia queimado a seara dos filisteus, agora é obrigado a moer os cereais. Seus olhos foram cegados, literalmente. Agora, é o objeto de escárnio, de zombaria, desdém, o mundo todo está caçoando de Sansão. É motivo de comentários irônicos, línguas ferinas, gente rindo pelas costas: “família e amigos choram, inimigos dão risadas e os inimigos de verdade ironizam o nosso Deus”. 

Sétimo, escândalo. Sansão foi o motivo de riso, mas o grande derrotado foi o Deus de Sansão. O deus dagom, o deus peixe, entregou o Deus de Israel em nossas mãos! A reputação do Deus que servimos é comprometida pela nossa própria reputação. “Quando os heróis de Deus tombam e se condenam na queda, o nome de Deus é escarnecido”. Os filisteus disseram: “Nosso Deus nos entregou Sansão, nosso inimigo, nas nossas mãos” (Jz 16.23).

Conclusão

Como ser restaurado? Orando, Sansão orou: “Oh! Soberano Senhor, peço-te que te lembres de mim, e dá-me forças só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos”. Ele, orou, ele reconheceu que a força vinha de Deus.

“Dá-me forças mais uma vez” (dependência de Deus). O segredo da sua força, da sua vitória vem de Deus! 


 

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