A igreja desejada 1 Ts 1.1-7
Introdução
Qual é a igreja que você deseja? Hoje temos uma variedade de
igrejas espalhadas por todos os cantos da nossa cidade. Tem igrejas
históricas-tradicionais que pregam a cessação dos dons espirituais; tem igrejas
com estilo jovem, com paredes pretas, jogo de luzes, com estilo de culto alternativos;
tem igrejas pentecostais tradicionais com todo o seu uso e costume; tem seitas
que ensinam a guardar dias e não comer certos alimentos e não doar sangue; tem igrejas da teologia da prosperidade que manda você
determina a sua cura, que fala que você vai comer do melhor dessa terra, etc.
Enfim, uma variedade de igrejas, de maneiras de ser de igreja, que tem trazido complexidade na cabeça de muitas pessoas. Por isso, que nos dias atuais tem crescido o numero de pessoas desigrejadas, ou seja, pessoas sem compromisso com uma igreja local.
1)
Mas,
afinal, o que é igreja?
A palavra “igreja” no Novo Testamento é “ekklesia”, uma
palavra composta pela preposição Ek (para fora de ) e a raiz kaleo (chamar),
que literalmente indica “chamada para fora”; dando uma idéia de uma comunidade
local e dinâmica. O termo “igreja” está ligado a “agrupamento de pessoas”, e em
todo o Novo Testamento, adquire o conceito de “comunidade de santos”. A palavra
igreja aparece nos evangelhos em Mateus 16.18 e 18.17. Depois surge em Atos, 23
vezes, e, nas epistolas 114 vezes.
No Novo Testamento temos várias igrejas locais: a igreja em Jerusalém, a igreja de Antioquia, a igreja de Éfeso, a igreja de Corinto, a igreja de Tessalônica, a igreja de Laodiceia, etc. Igrejas, ajuntamentos locais, para cultuar, adorar, ter comunhão, crescer na palavra, desenvolver os seus dons, etc.
Igreja é o local onde o evangelho é pregado. “...o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavras, mas, sobretudo, em poder, no Espirito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós” (1 Ts 1.5). Aqui, Paulo envia aos irmãos de Tessalônica resumindo em poucas palavras o que é ser igreja, ou, uma igreja desejada.
Ele chama de “nosso evangelho”. O que é evangelho? Escrevendo
em Romanos Paulo diz que foi “separado para
o evangelho de Deus” (Rm 1.1). Logo apresenta que o evangelho “foi por Deus, outrora, prometido por intermédio
dos seus profetas nas sagradas escrituras” (Rm 1.2). e que se refere “a seu filho, o qual, segundo a carne, veio
da descendência de Davi” (Rm 1.3), o qual é o filho de Deus e santo, “a saber, Jesus Cristo, Nosso Senhor” (Rm
1.4).
Paulo está expondo de forma claríssima, vivida, que o
evangelho não é o apostolo, ou a igreja, mas Cristo, sim, Cristo é o evangelho,
são as boas novas de salvação ao mundo. E na teologia de Paulo o evangelho é
Jesus Cristo em três dimensões: Primeiro, quem ele é (sua identidade, Deus
encarnado, Salvador dos que creem e Senhor de todos); o que ele fez (sua
encarnação, cruz e ressurreição) e, por fim, o que ele fará (sua vinda, juízo e
governo eterno). Que ele e somente ele seja alvo de nossa adoração. Em
Apocalipse 5, temos essa adoração ao cordeiro de Deus.
“Digno! Recebe o livro, Abre os
selos.
Imolado, pagando em sangue, tu
compraste para Deus pessoas
De cada família e língua e cultura e
raça.
Depois as fizeste sacerdotes do reino
para nosso Deus.
Sacerdotes-reis, governarão a terra” (Ap 5.9-10).
Portanto, com o entendimento de que Cristo, e não nós, é o
evangelho de Deus, devemos falar menos sobre nós e mais sobre o evangelho;
apresentar menos o homem e mais as escrituras; levantar menos as nossas
bandeiras e mais a bandeira do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O
Evangelho é Jesus Cristo, o evangelho é apresentar o filho de Deus ao mundo,
quem ele é, o que ele fez e ainda fará. Jesus nos deixou essa ordem: “Ide por todo mundo, e pregai o evangelho a
toda criatura” (Mc 16.15).
Igreja é o local onde se manifesta o poder de Deus. Paulo diz: “...o evangelho não chegou até vós somente em palavras, mas, sobretudo, em poder, no Espirito Santo e em plena convicção”. O poder de Deus manifesta o próprio Deus e a sua vontade. Sem o poder de Deus, não há transformação de vida, ou mudança de caráter. A melhor definição de poder veio certamente de John Knox: a manifestação de Deus sempre presente. Deus sempre está presente, tudo pode, tudo sabe, está em todo lugar, mas às vezes ele se manifesta de maneira extraordinária e portentosa.
Só o poder de Deus transforma corações de pedra em corações
de carne. Só o poder de Deus para transformar Saulo em Paulo. Só o poder de
Deus para transformar Pedro em um dos discípulos mais importante do seu ministério.
Só o poder de Deus para mudar o coração de Mateus, um cobrador de impostos, em
um seguidor de Jesus. Só o poder de Deus muda a angustiante história de uma família.
Só o poder de Deus junta em amorosa comunhão pessoas tão diferentes. Se Estamos
aqui reunidos, em igreja, é por causa do poder maravilhoso, extraordinário de
Deus.
Igreja é o local onde o Espirito Santo se manifesta. “...o evangelho não chegou até vós somente em palavras, mas, sobretudo, em poder, no Espirito Santo”. Em Lucas 24, temos uma promessa de Jesus: “Eu lhes envio a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” (Lc 24.49). Era o consolador – parakletos – literalmente significa “estar ao lado” ou ‘Chamado para acompanhar”. Em Atos 1.5 diz: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espirito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.5).
Então, no dia de pentecoste, o que aconteceu? “Todos estavam reunidos...de repente veio
um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda casa onde estavam assentados.
E começaram a falar em outras línguas, como de fogo...” (Atos 2.1-3). O
Espirito Santo é Deus, ele é Co igual, Co eterno e Consusbantacial com o Pai e
o Filho. O Espirito Santo é inteligente,
Ele possui emoções e vontades, Ele intercede, testifica com o nosso Espirito, proíbe
Paulo de ir para Bitinia, ensina, chama e envia as pessoas, convence os
pecadores, guia e orienta.
O Espirito Santo concede dons espirituais para a sua igreja. Diz-nos o texto: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo...Porque a um é dada, mediante o Espirito...” (1 Co 12.4-7). É o Espirito Santo que adorna sua igreja com os dons espirituais, concedendo o dom da sabedoria, o dom do conhecimento, o dom da fé; o dom de curar; operações de maravilhas, profecia, discernimento de espirito, variedade de línguas e a interpretação das línguas. E Paulo termina afirmando: “Mas um só e o mesmo Espirito realiza todas essas coisas...” (1 Co 12.11).
Conclusão
Mas, o apostolo Paulo, coloca mais duas características que compõem uma igreja desejada, ansiada. Ele fala: “...no Espirito Santo e em plena convicção”. A palavra convicção no grego, apresenta duas idéias importantes. A primeira é a convicção salvífica, a fé dos remidos no Senhor Jesus, referindo-se a toda igreja. E expressamos essa convicção de várias maneiras lendo sua palavra, orando ao Senhor, e cantando canções que expressam essa salvação.
A segunda é ter convicção em Deus, não obstante as lutas, as dificuldades,
tribulações, adversidades, desemprego. O apostolo Paulo quando pregou pela primeira
vez em Tessalônica foi apedrejado, quase morreu, mas sua fé resistiu e continuou
a pregar.
E, por fim, no verso 6, o apostolo fala de procedimento, ou imitadores do Senhor Jesus Cristo. Esse procedimento é a maneira de se comportar em sociedade, é o seu testemunho, seu amor, sua pureza, sua perseverança. “De sorte”, diz o apostolo, “que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedonia e na Acaia” (1 Ts 1.7).
Por fim, uma igreja desejada tem que possuir esses itens:
evangelho, poder, Espirito Santo, plena convicção, procedimento. Somos?