terça-feira, 27 de agosto de 2024

 A igreja desejada  1 Ts 1.1-7  

Introdução

Qual é a igreja que você deseja? Hoje temos uma variedade de igrejas espalhadas por todos os cantos da nossa cidade. Tem igrejas históricas-tradicionais que pregam a cessação dos dons espirituais; tem igrejas com estilo jovem, com paredes pretas, jogo de luzes, com estilo de culto alternativos; tem igrejas pentecostais tradicionais com todo o seu uso e costume; tem seitas que ensinam a guardar dias e não comer certos alimentos e não doar sangue; tem  igrejas da teologia da prosperidade que manda você determina a sua cura, que fala que você vai comer do melhor dessa terra, etc.

Enfim, uma variedade de igrejas, de maneiras de ser de igreja, que tem trazido complexidade na cabeça de muitas pessoas. Por isso, que nos dias atuais tem crescido o numero de pessoas desigrejadas, ou seja, pessoas sem compromisso com uma igreja local. 

1)     Mas, afinal, o que é igreja?

A palavra “igreja” no Novo Testamento é “ekklesia”, uma palavra composta pela preposição Ek (para fora de ) e a raiz kaleo (chamar), que literalmente indica “chamada para fora”; dando uma idéia de uma comunidade local e dinâmica. O termo “igreja” está ligado a “agrupamento de pessoas”, e em todo o Novo Testamento, adquire o conceito de “comunidade de santos”. A palavra igreja aparece nos evangelhos em Mateus 16.18 e 18.17. Depois surge em Atos, 23 vezes, e, nas epistolas 114 vezes.

No Novo Testamento temos várias igrejas locais: a igreja em Jerusalém, a igreja de Antioquia, a igreja de Éfeso, a igreja de Corinto, a igreja de Tessalônica, a igreja de Laodiceia, etc. Igrejas, ajuntamentos locais, para cultuar, adorar, ter comunhão, crescer na palavra, desenvolver os seus dons, etc. 

Igreja é o local onde o evangelho é pregado. “...o nosso evangelho não chegou até vós tão somente em palavras, mas, sobretudo, em poder, no Espirito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós” (1 Ts 1.5). Aqui, Paulo envia aos irmãos de Tessalônica resumindo em poucas palavras o que é ser igreja, ou, uma igreja desejada. 

Ele chama de “nosso evangelho”. O que é evangelho? Escrevendo em Romanos Paulo diz que foi “separado para o evangelho de Deus” (Rm 1.1). Logo apresenta que o evangelho “foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas sagradas escrituras” (Rm 1.2). e que se refere “a seu filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi” (Rm 1.3), o qual é o filho de Deus e santo, “a saber, Jesus Cristo, Nosso Senhor” (Rm 1.4).

Paulo está expondo de forma claríssima, vivida, que o evangelho não é o apostolo, ou a igreja, mas Cristo, sim, Cristo é o evangelho, são as boas novas de salvação ao mundo. E na teologia de Paulo o evangelho é Jesus Cristo em três dimensões: Primeiro, quem ele é (sua identidade, Deus encarnado, Salvador dos que creem e Senhor de todos); o que ele fez (sua encarnação, cruz e ressurreição) e, por fim, o que ele fará (sua vinda, juízo e governo eterno). Que ele e somente ele seja alvo de nossa adoração. Em Apocalipse 5, temos essa adoração ao cordeiro de Deus.

“Digno! Recebe o livro, Abre os selos.

Imolado, pagando em sangue, tu compraste para Deus pessoas

De cada família e língua e cultura e raça.

Depois as fizeste sacerdotes do reino para nosso Deus.

Sacerdotes-reis, governarão a terra” (Ap 5.9-10).

Portanto, com o entendimento de que Cristo, e não nós, é o evangelho de Deus, devemos falar menos sobre nós e mais sobre o evangelho; apresentar menos o homem e mais as escrituras; levantar menos as nossas bandeiras e mais a bandeira do cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Evangelho é Jesus Cristo, o evangelho é apresentar o filho de Deus ao mundo, quem ele é, o que ele fez e ainda fará. Jesus nos deixou essa ordem: “Ide por todo mundo, e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).

Igreja é o local onde se manifesta o poder de Deus. Paulo diz: “...o evangelho não chegou até vós somente em palavras, mas, sobretudo, em poder, no Espirito Santo e em plena convicção”.  O poder de Deus manifesta o próprio Deus e a sua vontade. Sem o poder de Deus, não há transformação de vida, ou mudança de caráter. A melhor definição de poder veio certamente de John Knox: a manifestação de Deus sempre presente. Deus sempre está presente, tudo pode, tudo sabe, está em todo lugar, mas às vezes ele se manifesta de maneira extraordinária e portentosa. 

Só o poder de Deus transforma corações de pedra em corações de carne. Só o poder de Deus para transformar Saulo em Paulo. Só o poder de Deus para transformar Pedro em um dos discípulos mais importante do seu ministério. Só o poder de Deus para mudar o coração de Mateus, um cobrador de impostos, em um seguidor de Jesus. Só o poder de Deus muda a angustiante história de uma família. Só o poder de Deus junta em amorosa comunhão pessoas tão diferentes. Se Estamos aqui reunidos, em igreja, é por causa do poder maravilhoso, extraordinário de Deus.

Igreja é o local onde o Espirito Santo se manifesta. “...o evangelho não chegou até vós somente em palavras, mas, sobretudo, em poder, no Espirito Santo”.  Em Lucas 24, temos uma promessa de Jesus: “Eu lhes envio a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” (Lc 24.49).  Era o consolador – parakletos – literalmente significa “estar ao lado” ou ‘Chamado para acompanhar”. Em Atos 1.5 diz: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espirito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1.5). 

Então, no dia de pentecoste, o que aconteceu? “Todos estavam reunidos...de repente veio um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda casa onde estavam assentados. E começaram a falar em outras línguas, como de fogo...” (Atos 2.1-3). O Espirito Santo é Deus, ele é Co igual, Co eterno e Consusbantacial com o Pai e o Filho.  O Espirito Santo é inteligente, Ele possui emoções e vontades, Ele intercede, testifica com o nosso Espirito, proíbe Paulo de ir para Bitinia, ensina, chama e envia as pessoas, convence os pecadores, guia e orienta.

O Espirito Santo concede dons espirituais para a sua igreja. Diz-nos o texto: “Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo...Porque a um é dada, mediante o Espirito...” (1 Co 12.4-7). É o Espirito Santo que adorna sua igreja com os dons espirituais, concedendo o dom da sabedoria, o dom do conhecimento, o dom da fé; o dom de curar; operações de maravilhas, profecia, discernimento de espirito, variedade de línguas e a interpretação das línguas.  E Paulo termina afirmando: “Mas um só e o mesmo Espirito realiza todas essas coisas...” (1 Co 12.11). 

Conclusão

Mas, o apostolo Paulo, coloca mais duas características que compõem uma igreja desejada, ansiada. Ele fala: “...no Espirito Santo e em plena convicção”.  A palavra convicção no grego, apresenta duas idéias importantes. A primeira é a convicção salvífica, a fé dos remidos no Senhor Jesus, referindo-se a toda igreja. E expressamos essa convicção de várias maneiras lendo sua palavra, orando ao Senhor, e cantando canções que expressam essa salvação. 

A segunda é ter convicção em Deus, não obstante as lutas, as dificuldades, tribulações, adversidades, desemprego. O apostolo Paulo quando pregou pela primeira vez em Tessalônica foi apedrejado, quase morreu, mas sua fé resistiu e continuou a pregar.

E, por fim, no verso 6, o apostolo fala de procedimento, ou imitadores do Senhor Jesus Cristo. Esse procedimento é a maneira de se comportar em sociedade, é o seu testemunho, seu amor, sua pureza, sua perseverança. “De sorte”, diz o apostolo, “que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedonia e na Acaia” (1 Ts 1.7). 


Por fim, uma igreja desejada tem que possuir esses itens: evangelho, poder, Espirito Santo, plena convicção, procedimento. Somos?

 

 

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

 A queda de Sansão Jz 16 

Sansão, nazireu antes de nascer, consagrado para Deus, juiz de Israel, mas, sempre estava brincando com fogo. Vimos no capitulo 15 que por causa da filisteia de Timna matou mil filisteus com uma queixada de jumento (Jz 15.15). Em seguida, orou ao Senhor pedindo água, que fez com que da rocha saísse agua.  No entanto, agora, no capitulo 16, ele vai para Gaza (capital dos filisteus) e se deita com uma prostituta!

O que dizer de Sansão? A sensualidade, o sexo, falava mais alto do que a voz de Deus. E sabemos que nenhum de nós está imune do impulso sexual, que é terrivelmente forte. É muito perigoso brincar com fogo, pode se queimar. Os filisteus sabendo que Sansão estava em Gaza, armaram uma emboscada para capturá-lo pela manhã, mas Sansão “...agarrou os portões da cidade, com dois batentes...colocou-os sobre os ombros e os levou para o alto da colina que ficava em frente de Hebron” (Jz 16.3). Ou seja, Sansão, carregou esse portão pesado por 60 km!

1)     Dalila

“Algum tempo depois, Sansão se apaixonou por uma mulher chamada Dalila, que morava nos vales de Soreque” (Jz 16.4). Duas coisas importantes: primeiro, Soreque era um território filisteu. Segundo, o nome “Dalila” em hebraico, tem o mesmo som da palavra usada para noite. Nos versículos 1-3, quando fala da prostituta de Gaza, a palavra “noite” é mencionada quatro vezes, e agora Sansão estava deitado na cama “da noite”. 

Então os governadores das cinco cidades dos filisteus foram falar com ela. eles disseram assim: Dê um jeito de Sansão contar a você por que ele é tão forte e como é que o poderemos dominar, amarar e deixar sem defesa” (Jz 16.5 BLH) Em troca da informação ela ganharia “...mil e cem barras de prata”. Portanto, entregando Sansão aos filisteus, se tornaria uma heroína do povo filisteu. E, também, com o valor que ia receber, dos 5 lideres filisteus, garantiria um bom dinheiro.  

Depois de estarem juntos, Dalila começou a querer saber de onde vinha sua força descomunal. “Como você poderia ser amarrado e subjugado? (Jz 16.4)”. Certamente, diante dessa pergunta, Sansão desconfiou como um pulga atrás da orelha. Mas, entra no jogo dela, mentindo: “Se me amarrarem com sete cordas de arco, novas, que ainda não secaram, eu ficarei e serei como qualquer um”.  (Jz 16.7). Ou, “...ficarei fraco...como qualquer outro homem”. Então, amarrou Sansão, escondeu alguns homens filisteus no quarto e gritou: “...os filisteus estão chegando! Ele arrebentou cordas de arco, como se fossem fios de linha queimada...” (Jz 16.9). Novamente, ela pergunta: “...como você pode ser amarrado e subjugado?” ,ou “em que consiste a tua força”. Ele, novamente, mente para ela: “Se me amarrarem com cordas novas, que nunca foram usadas, ficarei fraco e serei como um” (Jz 16.11). Então, Dalila lhe amarrou com cordas novas que nunca foram usadas. Depois, gritou: Os filisteus estão chegando, mas Sansão, novamente, arrebentou aquelas cordas novas como se fossem fios de linha.

Então, pela terceira vez, ela lhe perguntou: Em que consiste a tua força, como você poder ser amarrado e subjugado? Ele, novamente, mente: “Se você tecer num tear as sete tranças do meu cabelo e prendê-las com um prego grande de madeira, eu ficarei fraco e serei como qualquer um” (Jz 16.13).  Então, Dalila teceu suas sete tranças e prendeu no com um prego de madeira. Depois, gritou, Sansão “os filisteus estão chegando”; e novamente ele se esquivou do prego e tirou seu cabelo do tear. 

Por fim, de tanta insistência de Dalila, ele revelou seu segredo: “O meu cabelo nunca foi cortado!” (Jz 16.17). E disse mais: “Eu fui dedicado a Deus como nazireu desde que nasci. Se o meu cabelo for cortado, perderei a minha força, ficarei fraco e serei como qualquer um” (Jz 17.17). Dalila, sabendo que ele falava a verdade, avisou os filisteus, fez ele dormir em seu colo, e um homem cortou suas sete tranças. Quando os filisteus chegaram, no entanto, diz o texto: “...Sansão não sabia que o Senhor o havia abandonado” (jz 16.20).

2)     Estágios da queda

Primeiro, flertar com o pecado. Sansão ele brinca com o perigo, com o pecado. Ele é impulsivo. Troca de olhares, vê uma filisteia, convivência, companhia errada, proximidade com o perigo, se dá mas não se dá por inteiro, vai se aproximando do perigo, de repente. “Vi uma mulher em Timna, do povo filisteu. Quero me casar com ela” (Jz 14.2). Ele não está preocupado com a opinião dos seus pais, mas o que importa é o que agrada os seus olhos e não o que agrada a Deus. Ele abriu uma porta para o pecado em sua vida.  

Segundo ilusão ou autoengano. Sansão sabe que contou a verdade pra Dalila, aliás, era a última fagulha da sua consagração, o cabelo. Havia tocado em um leão morto, ou pegado uma queixada de jumento; havia bebido na festa do seu casamento. E, por fim, seu cabelo fora cortado. Mesmo percebendo que suas tranças tinham sido cortadas, ele disse: “Sairei e me livrarei como das outras vezes”. Ele acha que está tudo certo, que era o dono da situação, como das outras vezes, mas, Deus havia se retirado de Sansão. 

Terceiro, fragilidade. O Senhor esteve com Sansão em muitos momentos: quando atacou aquele leão, O Senhor estava com ele; quando tirou a roupa dos trinta filisteus, para dar aos homens que descobriram seu enigma, o Senhor estava com ele; quando pegou uma queixada e matou mil filisteus, o Senhor estava com ele e, quando pegou o portão de Gaza, o Senhor estava com ele. Mas, agora ele está cativo, preso, sua força se foi. Não tinha mais controle sobre a situação.

Quarto, cegueira. Sansão passara a acreditar que sua fora era simplesmente sua; que não importava o que ele fizesse ou como vivesse, sempre seria forte. Ele passou a ver sua força como um direito inalienável, e não como uma dádiva da misericórdia divina. Ele ficou cego, achava que a força era dele. Tudo ficou nublado, ficou sem sentido. Ele era impulsivo, era inconsequente, era como um leão que ataca sempre de frente, sem ponderar. 


Quinto, escravo. Ele “vai dormir no seu colo”, “essa mulher faz de você o que ela quer”. São algemas de bronze, de pétalas, de cheiro, de dinheiro, de droga, pornografia, prostituição, adultério. Está preso, amarrado, subjugado no colo de Dalila.

Sexto, escárnio. “Ele é capturado, cegado e algemado” (Jz 16.20). O homem que havia queimado a seara dos filisteus, agora é obrigado a moer os cereais. Seus olhos foram cegados, literalmente. Agora, é o objeto de escárnio, de zombaria, desdém, o mundo todo está caçoando de Sansão. É motivo de comentários irônicos, línguas ferinas, gente rindo pelas costas: “família e amigos choram, inimigos dão risadas e os inimigos de verdade ironizam o nosso Deus”. 

Sétimo, escândalo. Sansão foi o motivo de riso, mas o grande derrotado foi o Deus de Sansão. O deus dagom, o deus peixe, entregou o Deus de Israel em nossas mãos! A reputação do Deus que servimos é comprometida pela nossa própria reputação. “Quando os heróis de Deus tombam e se condenam na queda, o nome de Deus é escarnecido”. Os filisteus disseram: “Nosso Deus nos entregou Sansão, nosso inimigo, nas nossas mãos” (Jz 16.23).

Conclusão

Como ser restaurado? Orando, Sansão orou: “Oh! Soberano Senhor, peço-te que te lembres de mim, e dá-me forças só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus olhos”. Ele, orou, ele reconheceu que a força vinha de Deus.

“Dá-me forças mais uma vez” (dependência de Deus). O segredo da sua força, da sua vitória vem de Deus! 


 

domingo, 18 de agosto de 2024

 O perigo da janela Atos 20.7-12 

O apostolo Paulo está em Troade, divisa da Ásia com a Europa, era “o primeiro dia da semana”. O domingo passou a ser chamado de Dia do Senhor, pois foi nesse dia que Jesus ressuscitou dentre os mortos. Também, foi no primeiro dia da semana que o Espirito Santo foi derramado sobre a igreja (Atos 2.1), ou seja, cinquenta dias após a ressureição de Jesus.

E o apostolo Paulo pregava a palavra de Deus. Essa era a paixão dele: pregar, anunciar, proclamar, evangelizar, falar do grande amor de Deus, em todos os cantos que ele passava, pregava. Em Filipos, ele pregou; em Tessalônica, ele pregou; em Corinto, ele pregou; em Atenas, ele pregou; em Efésios, ele pregou. E, agora, em Trôade, ele estava participando de um culto de domingo, era culto da ceia do Senhor e pregando o evangelho. E naquela noite, pensando em viajar no dia seguinte, ele pregou até meia noite.

1)     Um jovem na janela

O texto diz que estavam reunidos no terceiro andar. O culto estava acontecendo, a casa estava cheia, era muita gente para ouvir o apostolo Paulo. “Havia muitas tochas iluminando a grande sala” (Atos 20.7). E o culto acontecia com louvores, testemunhos, adoração e, por fim, a pregação do evangelho.

E “certo jovem chamado Eutico” (afortunado) se assentou na janela “adormeceu profundamente durante o longo sermão de Paulo. Vencido pelo sono, caiu do terceiro andar. Quando tentaram erguê-lo, já estava morto” (Atos 20.9).  

Surge uma pergunta: “Quem aqui, já não sentou em uma janela?”. Imagine uma janela no terceiro andar! A gente sabe que é errado, a gente sabe que não pode, a gente sabe que é perigoso, mas infelizmente, o ser humano namora com o perigo. Mais uma coisa, o jovem Eutico não estava conectado com o culto, estava sonolento, enquanto o culto acontecia. Hoje, Deus lhe chama para acordar, para despertar do sono está mais perto do que quando aceitamos a fé.

Ele procurou um lugar em todos os cantos, olhou em todos os bancos, em todas as cadeiras, mas todos estavam tomados pelas pessoas. O diabo sussurra em muitos ouvidos que não existe lugar para você, que esse lugar está fechado, que não tem mais espaço. No entanto, sabemos que é esse é o local que você precisa, que você necessita, aqui é a igreja, é a casa de Deus, é o local de adoração, é o local de restauração, é aqui que Deus se manifesta em sua vida. Foi Deus que lhe trouxe aqui nesta noite, e Deus tem compromisso com você.

Ele olha e vê a janela e se aproxima dela. Na janela dá pra ver a rua, ver as pessoas passando por baixo, dá pra ver as mulheres e os homens, ou seja, quem está na janela está sempre espiando do lado de fora. Ficar na janela é ter a atenção dividida e o coração distraído por muitas coisas. MAS, DO LADO DE DENTRO, tem culto, tem pregação, tem gloria, tem aleluia...o Espirito Santo está movendo a igreja.

Mas, infelizmente, ele olha pra janela do lado de fora, olhando atentamente o que acontece lá fora, olhando para as coisas deste mundo,  olhando para o celular enquanto o culto acontece. INFELIZMENTE, HOJE TEMOS UMA GERAÇÃO, que está se sentindo confortável na janela. Não está vendo o sobrenatural acontecer em sua vida, porque está na janela.

Ainda não experimentou o batismo com o Espirito Santo, porque está na janela. Não está preocupado em crescer na graça e no conhecimento, porque está na janela. Não está preocupado em evangelizar os seus amigos e parentes, porque está na janela. MAS, NÃO PODEMOS NOS ACOMODAR, não podemos ficar na janela olhando para fora e para dentro, titubeando na fé cristã, ora quer ora não quer. É hora de servir ao Senhor, buscar a sua presença poderosa. Tem que estar do lado do Senhor.

A pessoa que está na janela não tem foco. Não tem resolução. Não tem convicção, é facilmente conduzido pelo conselho dos outros. E, quando chega na igreja, tem sono, está desatento. O crente que em sono não glorifica, o crente que tem sono, não consegue captar o ambiente do culto, o crente que tem sono não acredita, o crente que tem sono não exalta ao Senhor, o crente que tem sono não adora.

Jesus lhe acordou quando te salvou, te achou perdido no pecado. Depois, Jesus lhe batizou com o seu Santo Espirito, que momento gostoso, nossa alma reviveu, sentimos sua gloria, sua presença sobre as nossas vidas. E, agora, Jesus quer novamente se manifestar em nossa vida, Jesus quer manifestar sua gloria, sua presença, fazer acontecer coisas novas e grandes em sua vida.

2)     Queda

Nenhuma queda acontece do dia para noite. O processo da queda é lento. As pessoas falam: “o fulano caiu”. Mas, já vinha caindo há algum tempo. E Eutico caiu da janela! Quem cai de uma janela cai para fora, não para dentro, ele caiu do terceiro andar e morreu!

Interessante, que ele caiu, mas o culto continuou. O culto não vai parar, a pregação não vai parar, porque você parou. A igreja não vai parar, a igreja é de Jesus, ela não para, não estacionar. Deus não parar de salvar, porque você parou. O culto é para Deus, a gloria é de Deus, o reino de Deus avança...

Mas, a grande diferença é que Paulo parou para ajudar. Paulo desceu até onde está o corpo do jovem Eutico e viu que o rapaz estava morto, sem vida. O que o apostolo Paulo fez: “...descendo Paulo, debruçou-se sobre o rapaz e o abraçou, declarando: “Não vos alarmeis, pois sua alma vive!”. O Espirito ainda está nele....Ainda tem vida, ainda tem história, ainda tem esperança....

Conclusão

Hoje é a noite de você sair da janela para ter um encontro com Deus, é a noite para você sair da janela e experimentar o milagre de Deus em sua vida; é noite de sair da janela para ser batizado com Espirito Santo; é noite de sair da janela porque Deus quer se manifestar em sua vida.  ENTENDA: O QUE ESTÁ AQUI DENTRO É MAIS IMPORTANTE DO QUE ESTÁ LÁ FORA, NADA DO QUE TEM LÁ FORA LHE SERÁ O SUFICIENTE, NADA LHE SATISFARÁ.

 

 

 

terça-feira, 13 de agosto de 2024

 Sansão, colocando fogo na seara dos filisteus – Jz 15 

Introdução

Sansão é o “pequeno sol”, é a esperança, é a luz no fundo do túnel do povo israelita; são quarenta anos de escravidão, debaixo do jugo dos filisteus (aliás, quarenta tem um simbolismo na Bíblia: Jesus jejuou quarenta dias, Moisés jejuou quarenta dias, etc). E o Anjo do Senhor apontou para o destino de Sansão: “ele iniciará o processo de livramento do povo de Israel do jugo dos filisteus” (Jz 13.5).

No entanto, Sansão se apaixona por uma filisteia em timna: “Vi uma mulher em Timna, do povo filisteu. Quero me casar com ela” (jz 14.2). Mas, um versículo ressalta essa decisão: “...seu pai e sua mãe, no entanto, desconheciam que mesmo isso era da vontade do Senhor, a fim de providenciar ocasião contra os filisteus” (Jz 14.4). Deus estava usando a situação de desobediência de Sansão para iniciar um processo de libertação do jugo inimigo.

1)     Fogo na seara

No capitulo 14, em pleno noivado, Sansão propôs um enigma aos filisteus: o que é o que é: “Do que come saiu comida; do que é forte saiu doçura” (jz 14.14). Se eles adivinhassem o enigma, ganhariam “...trinta peças de linho e trinta mudas de roupas” (Jz 14.12). Mas, se os filisteus não conseguiram achar a solução do enigma. E pressionaram para que sua noiva lhe contasse, depois dela insistir todos os dias, revelou: “O que é mais doce que o mel? O que é mais forte que o leão?” (Jz 14.18). 

 Então “O Espirito do Senhor se apossou de Sansão...desceu a Ascalom, matou trinta homens, pegou as suas roupas e as deu aos que tinham explicado o enigma” (Jz 14.19). Mas, quando retornou a Timna “passado algum tempo” (Jz 15.1). O que aconteceu? “...Sansão foi visitar a sua mulher (levando um cabrito de presente) mas o pai dela não quis deixa-lo entrar”. E lhe disse: “Eu estava tão certo que você a odiava, que dei a seu amigo. A sua irmã mais nova, não é mais bonita? Fique com esta no lugar da irmã” (Jz 14.12).

Somente para recapitular sobre a identidade de Sansão, ele é nazireu. E todo nazireu tinha especificações: não podia beber nada da fruta da videira, não podia tocar em nada impuro, nada morto e por fim, não podia raspar o cabelo.

Por causa dessa mulher, dessa filisteia ou incircuncisa Sansão fez loucura: desobedeceu a seus pais, violou seu voto de nazireu tocando na carcaça de um leão e pegando o mel e num ato desproporcional, matou trinta filisteus para tirar suas peças de roupa. E, agora, ela é de outro homem! O pai da moça tenta uma saída: “...casa com a mais nova, é mais bonita” (Jz 14.2). 

Como Sansão reagiu? Sansão era como um leão, ataca de frente, agia por impulso: “Desta vez ninguém poderá me culpar quando acertar as contas com os filisteus” (Jz 15.3). e o que ele fez? “...capturou trezentas raposas e as amarou aos pares pela cauda...prendeu uma tocha em cada par de caudas, acendeu as tochas e soltou as raposas no meio das plantações dos filisteus. Assim ele queimou os feixes, o cereal que iam colher, e também as vinhas e os olivais” (Jz 15.4-5). 

Toda plantação foi queimada! O que era novo, foi queimado; o que estava pronto para colheita, foi queimado. Queimou os cereais, as vinhas e os olivais. Toda produção fora queimada por Sansão. Imagine a angustia dos filisteus; aliás, dagon, era o deus da fertilidade. O que Sansão estava afirmando: o deus de vocês não é capaz de protege-los de mim.

Vendo o tamanho do fogo em sua seara, os filisteus perguntaram: “Quem fez isso?” responderam: “Foi Sansão, o genro do Timnita, porque a sua mulher foi dada ao seu amigo. Então os filisteus foram e queimaram a mulher e o pai” (Jz 15.6). Quando Sansão ficou sabendo da morte da sua mulher e seu pai, ele queria vingança: “Ele os atacou sem dó nem piedade e fez terrível matança. Depois desceu e ficou numa caverna da rocha de Etã” (Jz 15.8). O texto fala de violência, muitas mortes, sangue, sem dó e piedade.

2) quando somos fracos

Sansão se levantou, não se amoldou, entendeu que os filisteus eram inimigos do seu povo. Escondeu na caverna de Etã, território de Judá. “Os filisteus foram para Judá e lá acamparam, espalhando-se pelas proximidades de Leí” (Jz 15.9). A tribo de Judá era uma das maiores, fora a primeira se assentar na terra prometida, aliás, o símbolo da tribo era o leão, o rei da selva, majestoso, imponente, que ataca de frente e seu rugido assustava todos os seus inimigos. 

Mas, o povo de Judá está irreconhecível, o texto nos diz: “Voce não sabe que os filisteus dominam sobre nós” (Jz 15.11) A tribo de Judá está acostumada com a escravidão, afinal, são quarenta anos debaixo do jugo dos filisteus! Mas Sansão é a resistência, é quem se levantava como uma voz profética, é quem luta contra os inimigos do povo de Deus.   

A tribo está com medo dos filisteus: “Porque vocês vieram lutar contra nós?” Como disse o rei Salomão: “Se te mostrares fraco no dia da batalha, a tua força será pequena” (Pv 24.10). Os filisteus responderam: “Queremos levar Sansão amarrado...” (Jz 15.10). Será que Judá não poderia aproveitar esse momento para se libertar da escravidão? Por aqui percebe o declino espiritual de Judá. Quantas pessoas que estão escravizadas ao pecado e não consegue se libertar? Não tem força, perdeu toda esperança...  

“Três mil homens de Judá” vão até a caverna de Etã para convencer Sansão se entregar aos filisteus. “Viemos amarrá-lo para entrega-lo aos filisteus” (Jz 15.12). Seria uma sentença de morte! Ou seja, os seus irmãos entregariam Sansão nas mãos dos seus inimigos para ser morto. Os judeus não pensam duas vezes em ser infiéis ao Senhor, mas são firmes e submissos aos seus senhores filisteus.

Temos o hábito de orarmos o Pai Nosso, que diz: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino...”. Quando falamos “venha o teu reino” o que pedimos? Estamos pedindo a Deus que o reino de Satanás seja destruído; que o reino da graça seja adiantado; que nós sejamos guiados e protegidos por ti, ó Deus. 

Era como se Sansão através de seus atos estivesse dizendo a Judá: “Você não está vendo que eles dominam sobre nós”. Judá desistiu de Judá, se acostumou com a escravidão. Não quer lutar. A espada do espirito está encostada, não tem mais couraça da justiça, não tem mais o cinto da verdade, não tem mais capacete da salvação, não tem mais escudo da fé, não tem mais sandálias.  

Modercai falou para Ester: “Se você se calar agora, Deus levantará de outra parte livramento e socorro para o seu povo”. Deus precisou levantou um homem impulsivo, que se enamorou de uma filisteia,  que gosta de mel tirado da carcaça de um leão, que faz enigmas irresponsáveis e se esconde na caverna para libertar seu povo da escravidão.

Conclusão

“Quando ia chegando a Leí, os filisteus foram ao encontro dele aos gritos. Mas o Espirito do Senhor apossou-se dele. As cordas em seus braços se tornaram como fibra de linho queimada, e os laços caíram das suas mãos” (Jz 15.14). Novamente, temos a expressão “O Espirito do Senhor se apossou...”. Como naquele dia que veio o leão e rasgou o animal no meio, como se fosse um cabrito. Como em Ascalom e matou trinta homens tirando suas vestimentas.

“Encontrando a carcaça de um jumento, pegou a queixada e com ela matou mil homens”. Uma queixada de jumento, ou seja, uma carcaça da cabeça do jumento, conseguiu ferir mil homens! Os filisteus não consideraram o poder do Espirito Santo na vida de um homem. Aliás, homens subestimam o poder de Deus. Pensaram que haviam matado Jesus, mas no terceiro ele ressuscitou. Paulo era perseguidor da igreja, mas encontrou-se com Jesus e se tornou apostolo de Cristo. O sangue dos mártires foi a semente da igreja. 

Quando terminou de ferir os filisteus, pela primeira vez Sansão orou ao Senhor: “Deste pela mão do teu servo essa grande vitória”. Ou seja, reconheceu que Deus lhe deu vitória, que foi Deus que lhe deu força para matar o leão, foi Deus que lhe deu força para ferir os trinta homens. Tudo é Deus em nossa vida!

Em seguida faz um pedido ao Senhor: “Morrerei eu agora de sede para cair nas mãos dos incircuncisos?” Então o Senhor da rocha fez sair água e Sansão tomou da água e suas forças foram renovadas. O Deus do passado é o Deus presente, é o mesmo que fez da rocha sair agua, é o mesmo ontem, hoje e eternamente. E termina dizendo o capitulo: “Sansão liderou Israel durante vinte anos no tempo do domínio dos filisteus” (Jz 15.20).

 

 

domingo, 11 de agosto de 2024

 O tempo passa

Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos...Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Sl 90.10-12).

Ou, “ajuda-nos a entender como a vida é breve, para que vivamos com sabedoria”. Voce conta seus dias? O Salmista está afirmando se você viveu até os setenta anos pode viver até os oitenta anos! Mas, acrecenta: terá muita canseira e enfado.

1)     O tempo passa

O tempo tem se passado muito rápido. Nos dias de Jesus o mais rápido que a pessoa ia era a velocidade de um cavalo. Isso até 1830, quando desenvolveu um motor mais rápido que um cavalo. Em seguida, inventou-se o avião que tornou a viagem mais rápida ainda. E o que dizer dos tempos atuais?

Quanto tempo temos? O salmista em sua oração pede ao Senhor que se lembrasse de como o seu tempo era curto: “ajuda-nos a entender como a vida é breve”. Disse o Salmista sobre o seu tempo: “Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade. Deste aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua presença, o prazo da minha vida é nada...na verdade passa o homem como uma sombra; em vão se inquieta; amontoa tesouros e não sabe quem os levará” (Sl 39.4-6).

E nos salmos que lemos o Salmista ainda afirma sobre o tempo: “Mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que já passou e como um relógio” (Sl 90.4). E o que é o homem: “Seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor” (Is 40. 8). Sobre a duração da vida, diz o Salmista: “Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando” (Sl 102.11).

SOMOS COMO A ERVA SECA, LOGO CAEM AS FLORES. SOMOS COMO UMA SOMBRA, ESTAMOS COMO UM DECLINIO. DESDE O MOMENTO EM QUE NASCEMOS, COMEÇAMOS A MORRER, PORQUE QUANTO MAIS O TEMPO PASSA, CAMINHAMOS PARA A MORTE. DAQUI UNS NOVENTA ANOS, DOS QUE ESTÁ AQUI, NÃO HAVERÁ NINGUÉM, TODOS PARTIREMOS!

2)     E O QUE VC VAI FAZER COM ESSES ANOS?

Cada ser humano tem os mesmos dias de horas e minutos todos os dias. Você sabe quantos minutos há em um dia? 1440 minutos. Você sabe quantas horas há em uma semana? 168 horas.  Se você viver até os setenta anos seus primeiros quinze anos será entre a infância e adolescência. Voce vai passar 20 anos na cama. Os últimos cinco anos de sua vida serão de limitações físicas. Então, você terá somente trinta anos para viver verdadeiramente.

O apostolo Tiago pergunta: o que é a vida de vocês? “Sois, apenas, como uma neblina que aparece por um instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Nosso tempo está nas mãos do Eterno. Deus nos deu a vida, todo nosso dia está diante dele “...no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado” (Sl 139.16). Deus já tem o dia marcado para você ser levado desse mundo; pode ser num acidente de carro, pode ser um câncer, um infarto.

E a palavra de Deus nos diz: “Aos homens está ordenado a morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo...” (Hb 9.27). Depois dessa vida, diz a palavra virá o juízo. Você estará diante de Deus para falar o que fez da sua vida e o que fez em relação a Jesus de Nazaré. Deus enviou o seu filho não para condenar o mundo, mas para que através dele o mundo fosse salvo.

Não tem como mudar a trajetória da vida humana. As pessoas ricas não podem comprar mais horas. Os cientistas não podem inventar mais minutos. Voce nem pode economizar tempo para gastar em outro dia. Não tem como guardar tempo para o dia seguinte, há urgência no tempo.

Como podemos remir o tempo? Voce já entregou a sua vida a Cristo? Voce nasceu de novo? Jesus Cristo é o Senhor da sua vida? Não estou falando de religião, não! Estou falando de relacionamento com Jesus Cristo. Você tem experiência com ele. Sentir sua presença, anelar por sua presença, chorar em sua presença. Sentir prazer em sua presença.

Como podemos remir o tempo? Voce tem certeza de que se morresse iria para o céu? Você tem certeza de que os teus pecados estão perdoados? A Biblia diz que todos pecaram e destituídos estão da presença de Jesus. Nos precisamos dele, ele é o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por ele.

 

As escrituras dizem que temos que redimir o tempo: “...remindo o tempo porque os dias são maus” (Ef 5.16). Como podemos remir o tempo? Viver para Deus, nos dedicar a leitura da sua palavra, nos dedicar mais tempo em oração, nos dedicar mais tempo em sua casa em comunhão e adoração.

Portanto, não podemos ficar a deriva, praticando todos os tipos de prazeres e fazendo coisas erradas. O apostolo Paulo disse aos Corintios que o tempo é curto. No apocalipse o apostolo João disse que o tempo não existirá mais. Jesus e seus discípulos passaram os vinte e quatro capítulos de Mateus até o final do capitulo 25, falando sobre o fim dos tempos.

Em apocalipse 12 diz que o diabo estará freneticamente ativo porque sabe que os seus dias estão contados! O diabo sabe que o seu tempo é curto... é o inimigo da humanidade....

Paulo nos diz que “...conhecendo o tempo já é hora de despertamos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando nós aceitamos a fé...” (Rm 13.11).

A bíblia diz que o tempo está próximo. Jesus nos diz para discernirmos os sinais dos tempos. Um dos sinais é de que a iniquidade será abundante, maior, mais intensificada.

Conclusão

Há um tempo que não sabemos quando

Um lugar que não sabemos onde

Que sela o destino do homem

Para gloria ou para o desespero.

 

 

 

 

 

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terça-feira, 6 de agosto de 2024

 Sansão, o impulsivo – Jz 14.1-9 

Introdução

Estamos meditando sobre Sansão em suas etapas de vida. Iniciamos com o seu milagroso e poderoso nascimento. Diz-nos o texto: “...a mulher deu à luz um filho, a quem chamou de Sansão” (Jz 13.24). Sansão significa “pequeno sol”. Em um tempo de escravidão e servidão ao filisteus “o pequeno sol” brilha sobre o povo de Deus.  A medida que vai crescendo, ele é abençoado por Deus. 

A primeira vez que Sansão sentiu a presença do Espirito Santo foi quando estava em Mané-Dã, “...entre Zorá e Estaol...começou a sentir que o Espirito de Deus o dirigia” (Jz 13.24). Em resumo: Sansão fora concebido de modo milagroso, fora escolhido por Deus, separado para ser nazireu. Ele será o ultimo juiz de juízes, a ultima grande esperança de Israel.

1)     Sansão em Timna

Sansão já é adultos, alguns anos se passaram e o Espirito Santo começa a trabalhar nele. No entanto, no inicio do capitulo 14 – assim como por toda vida -, Sansão é movido por um impulso muito mais humano. Um dia, ele “desceu a Timna e viu ali uma jovem mulher filisteia”. E disse aos seus pais: “Vi uma mulher em Timna, do povo filisteu. Quero me casar com ela” (Jz 14.2 A mensagem). 

Vimos que a promessa de Deus para Sansão era a libertação do jugo dos filisteus, ou servidão aos filisteus. Imagine a angustia ou a decepção dos seus pais quando ele volta para casa e, em vez de lutar contra os inimigos de Israel – que eram os filisteus -, fala que quer casar com uma mulher daquele povo! Logo, os pais perguntam se não há uma mulher entre os parentes, ou pelo menos em Israel, com quem ele possa se casar “para que vás tomar mulher entre os filisteus, aqueles incircuncisos?” (Jz 14.3). 

O pai fica transtornado e lhe pergunta: “será que não há mulher entre os seus parentes ou entre o seu povo?” (Jz 14.3). Aliás, olhando para o mapa dos dias de juízes temos além da tribo de Dã, a tribo de Manassés ao norte, a tribo de Efraim e Benjamin ao leste e, a tribo de Judá ao Sul. É como o crente, tantas mulheres ou homens abençoados no meio da sua igreja, ou em outras igrejas que professa a mesma fé, e a pessoa vai procurar gente fora da igreja! 

Incircuncisos! A circuncisão começou com Abraão e era um sinal de que a família tinha uma aliança ou um relacionamento pessoal com Deus, como parte de seu povo. A grande dificuldade não era o preconceito racial (“judeu não casa com filisteu”), e sim o casamento com alguém fora da aliança com Deus, com alguém que não possui a mesma fé, a mesma crença, as mesmas convicções.

No entanto, Sansão não quer saber de conversa: “Tomai-me está”, ele insiste com grosseria e completa: “Ela agrada aos meus olhos”, em outra versão: “É esta a jovem pela qual me apaixonei!” (Jz 14.3). Ou, “Consiga a moça para mim. É ela que eu quero” (NVT). O que mais sobressai é a expressão “ela agrada aos meus olhos”. Esse verso era o padrão de comportamento nos dias de juízes e nos dias atuais: fazer o que era mau aos olhos do Senhor, porque era certo aos próprios olhos”. 

Duas coisas aprendemos com esse versículo. Primeiro, Sansão é totalmente sensual, no sentido mais básico da palavra. Ele é controlado pelos sentidos – ele reage ao que sente a partir do que vê, sem ponderações ou considerações. Ele vê – e, a seguir, ele toma. Vê e quer! Ou seja, tinha total falta de autocontrole sexual, uma pessoa levada pelos sentidos, pelos desejos, pelos prazeres.

Em segundo lugar, Sansão é indócil, desobediente aos pais. Ele desdenha dos conselhos e da autoridade dos pais. O sábio Salomão exorta: “Meu filho, se aceitares os meus conselhos e abrigares contigo os meus mandamentos” (Pv 1.1). Dentro do seu contexto de vida, sua indocilidade e desdém era anormal. Hoje, infelizmente, é mais comum os filhos contrariarem os pais.

Diante disso surge uma pergunta: Por que a Bíblia ordena que os crentes não entrem em casamentos desiguais? O texto de Exôdo 34.15-16 manda que Israel não faça aliança “com os habitantes da terra” (ou seja, com aqueles que não conhecem o Senhor) nem tomem “para os teus filhos mulheres entre as filhas deles”. Por quê? Porque essas uniões vinculativas, levariam os israelitas a se juntar às suas esposas quando elas se “prostituissem com os seus deuses” (Ex 34.16).

Em 2 Corintios 6.14-16, o apostolo reitera seu apelo aos crentes para que não se unam àqueles que não cultuam o Deus verdadeiro. Paulo chama essa união de “jugo desigual” e a tentativa de fundir “a justiça e a injustiça” ou “a luz e as trevas”, ou “harmonia entre Cristo e Belial”, etc. Portanto, em 2 Corintios, assim como em Exodo, o motivo principal é que tais casamentos fragilizam a lealdade do crente a Deus. E Paulo é irônico: “Que acordo há entre o templo de Deus e os ídolos?” (v.16). 

O primeiro juiz de Israel, Otoniel, lutou contra os inimigos de Israel e, por isso, casou-se com Acsa, filha de Cabele, uma israelita virtuosa, fiel e confiável (Jz 1.12-13). Enquanto que o ultimo juiz de Israel, Sansão, quer se casar com alguém que pertencia as inimigos do seu povo e, para piorar, com uma filisteia que não tinha temor a Deus.

2)     O leão, a carcaça e o mel.

E o nosso texto continua sua narrativa: “...Sansão foi com seu pai e sua mãe para Timna. Quando se aproximava das vinhas de Timna, de repente um grande leão partiu rugindo na direção de onde estava Sansão. Foi então que o Espirito do Senhor apoderou-se de Sansão, e ele, sem nada nas mãos, rasgou o leão ...como se fosse um cabrito...” (Jz 14.5-6). Duas coisas, os pais de Sansão não estavam nesse momento; alguém já rasgou um cabrito com a mão? 

Os leões eram comuns nesses dias. Aliás, Davi matou um leão, não com as mãos! Benaia, guerreiro de Davi, também matou um leão (2 Sm 23.20). O leão não é do tipo que espreita sua presa, ele se atira imediatamente. Um animal de quase 250 kg! Portanto, topar com um leão, enquanto andava pelo território de Israel, era um acontecimento de grande perigo, realmente.

O que dizer? O leão não é um animal que um ser humano é capaz de enfrentar. Aliás, nenhum ser humano é capaz de enfrentar um leão e rasga-lo sem nada na mão. Não temos essa força! Mas, Sansão tinha algo em sua vida: “O Espirito do Senhor se apoderou de Sansão, e ele sem nada nas mãos, rasgou o leão com se fosse um cabrito” (Jz 14.6).

O poder de Sansão não estava nos músculos dos seus braços, muito menos estava nos músculos de sua perna, muito menos na habilidade de saber lutar com um leão. Mas o poder de Sansão era o Espirito do Senhor na vida dele. Davi disse a Golias: “Você vem contra mim com espada, com lança e com dardo, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exercitos, Deus dos Exercitos de Israel, a quem você desafiou” (1 Sm 17.45). O Salmista Davi exulta nessa confiança: “alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós confiamos no nome do Senhor, o nosso Deus” (Sl 20.7).

O que dizer do rei Josafá? Quando os moabitas e amonitas e mais alguns povos se juntaram para atacar Judá? Alguém lhe disse: “Um exercito enorme vem contra ti...” (2 Cro 20.2) O que fez Josafá? Foi orar, buscar ao Senhor, aleluia! Ele disse em sua oração: “...não temos força para enfrentar esse exército imenso que vem nos atacar. Não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos se voltam para ti” (2 Cro 20.12).

Mas a narrativa não acaba de forma alvissareira, gloriosa. Diz o texto: “algum tempo depois, quando voltou a timna para o casamento, saiu do caminho para ver o cadáver do leão. Descobriu que um enxame de abelhas havia feito mel dentro da carcaça. Pegou um pouco de mel com as mãos e foi comendo pelo caminho...”. Duas coisas são importantes olhar para o texto: Primeiro, Sansão saiu do caminho para ver o cadáver do leão (curiosidade de saber como ficou “sua” presa”). Segundo, fez o que não devia fazer um nazireu, tocar na carcaça de um animal morto.

Conclusão

O nazireu não podia cortar o cabelo enquanto o voto durasse: “...não raspará a cabeça com navalha” (Nm 6.5); não podia beber nenhum produto da videira “...não tomará produto algum da videira, desde as sementes até as cascas” (Nm 6.4).  E, por ultimo, não podia tocar em nenhum cadáver “...não se aproximará de um morto” (Nm 6.6). 

Uma pergunta: e caso quebrasse o voto? Se alguém morresse perto dele ou se tocasse em algo impuro teria que raspar o cabelo e trazer uma oferta ao sacerdote pelo seu pecado. No entanto, Sansão, não fez de acordo com a lei de Moisés. No entanto, o que mais chama a atenção, além de sua insensibilidade quanto ao pecado é, arrastar seus pais com ele.  Diz-nos o texto: “Também deu um pouco a seu pai e a sua mãe, e eles comeram. Mas Sansão não lhes contou que havia tirado o mel da carcaça do leão” (Jz 14.9).

Todo pecado cometido, toda aliança quebrada, não diz respeito somente a nós, ou não trará consequências somente para quem peca. Mas, também para quem está conosco, para nossa casa, para nossa família, para o nosso casamento, para os nossos filhos. Todos são atingidos pela nossa impulsividade.