Eu te conheço Ap. 1.1-5
Introdução
No tempo da igreja primitiva estabeleceu o culto imperial, ou seja, Cesar era adorado como deus. As sete igrejas para as quais João escreveu estavam todas na Ásia Menor onde o culto imperial teve início. Havia templos em cada uma das sete igrejas. Os cidadãos prometiam fidelidade a Cesar e o chamavam de “filho” de um deus, além de louvar por trazer paz e prosperidade ao mundo.
As pessoas pressionavam os cristãos a se ajustarem aos seus
padrões. Elas tentavam forçar os cristãos a reconhecer seus “benfeitores”,
senão seriam denunciadas as autoridades locais. Os festivais do culto ao
imperador atraiam grandes multidões para os mercados locais. A não participação
dos cristãos nos festivais era um ato de traição.
1)
A
identidade da igreja
O que é igreja? É uma comunidade de crentes em uma região geográfica, uma cidade especifica, onde seus membros estão inseridos na mesma localidade, fazem compras no mercado, falam a mesma língua, etc. Temos, por exemplo: a igreja de Éfeso, de Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.
O mais importante é que igreja se define na sua relação pessoal com Jesus Cristo. Deus cria a igreja. O Espirito Santo sopra sobre a população perdida e caótica “sem forma e vazia” e estabelece um povo, uma igreja. Um povo que se reúne, numa ekklesia (assembleia), para louvar a Deus.
Uma frase se repete, sem variação, nas sete mensagens: “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espirito diz às igrejas”. O Espirito fala, e a igreja ouve. Ouvir, muito mais do que função acústica, é ato espiritual. Infelizmente, tem muitos “ouvidos surdos” que não aceita o que está sendo falado pelo Espirito Santo. Uma pergunta: qual é a qualidade do meu ouvir?
2)
Igrejas
Éfeso. Era a porta da entrada para a Ásia Menor. Grande parte do comercio da região passava por seu porto. Jesus se identifica como aquele “...que anda entre os sete candelabros de ouro” (Ap 2.11). “Ele conhece as suas obras” (Ap 2.2). Os efésios são elogiados porque trabalham muito (v.2), rejeitam o falso ensino (2,6) e perseveraram. Foram elogiador por isso.
Contudo, a igreja de efésios é advertida (v,4,5) “...você abandonou
o primeiro amor” (v.4). Podemos nos orgulhas de não deixar nossa teologia ser
infectada por ideias mundanas, mas o tempo todo nossa vida pode ser contaminada
por prioridades mundanas. Perdemos o primeiro amor, Jesus não é mais prioridade.
O Cristo ressurreto adverte que ele fechará tais igrejas (v.5).
O que fazer? Primeiro,
olhando para trás. “Considere o quanto voce caiu” (v.5). Eles deviam se
lembrar do entusiasmo que tinham quando inicialmente se tornaram cristãos. Segundo, olhando para frente (v.7). Se
os cristãos “saíram” do sistema do mundo, para onde podem ir? Para frente, para
o céu, para Nova Jerusalém “darei de
comer da arvore da vida”.
Esmirna. A cidade competiu com êxito para ser a cidade de um novo templo para a deificação do imperador Tibério. Como resultado, tornou-se um centro de culto imperial. A cidade de Esmirna fora destruída no sexto século a.C e depois reconstruída em 280 a.C, ela havia morrido e voltado à vida. Jesus se descreve a si mesmo como aquele “que morreu e ressuscitou” (ap. 2.8).
Esmirna enfrentou uma perseguição assustadora. Os irmãos
enfrentavam as pressões da pobreza (alguns cristãos perderam suas posses por
causa da sua fé), da calunia (v.9) e da perseguição. Jesus diz: “Eu conheço as suas
obras”. Os cristãos estavam sendo perseguido por Satanás “O diabo lançara
alguns de vocês na prisão...dez dias” (v.10). A perseguição seria por um período
definido e limitado. “Para prova-los”, Deus permitiu que o diabo provasse os
cristãos, mas era por um tempo limitado.
Recompensa eterna. “Não tenha medo...seja fiel” (v.10). Ser
vitorioso, para os cristãos de Esmirna, não significava escapar da perseguição,
mas ser fiel em meio ao sofrimento. Eles seriam vitoriosos mesmo em face da
morte.
No entanto, essa morte em fidelidade resulta em vida eterna.
Policarpo, pastor de Esmirna, recusou queimar incenso ao imperador, morreu
queimado confiante de que “não seria atingido pela segunda morte”. Ou seja,
morte eterna, separação eterna de Deus.
Pérgamo. Jesus começa afirmando aos crentes de Pérgamo que sabe onde vivem. Ou seja, ele compreende as pressões (v.13) e as tentações (v.14,16) que eles enfrentam. “E onde você vive” é também “onde satanás mora” (v.13). Era o templo construído ao imperador romano. Outrossim, Pérgamo era um centro religioso, cheio de templos pagãos (Altar a Zeus, deusa Atenas, deus Dionísio, deus esculápio).
Jesus elogia a igreja por permanecer fiel ao seu nome em face da perseguição “...permaneceu leal ao meu nome” (v.13). A palavra traduzida por “mártir” tem o sentido de “testemunha”. Conforme falamos, cristão é ser testemunha de Jesus, mesmo diante da morte. Antipas, um crente de Pérgamo, foi morto por causa da sua fé em Cristo. Ele foi colocado dentro de um boi de bronze e esse foi levado ao fogo até ficar vermelho, morrendo o servo de Deus sufocado e queimado.
Além da perseguição externa, a igreja enfrentava uma ameaça interna. “Ensinos de Balaão” (v.14). O profeta Balaão foi contratado por Balaque, rei dos moabitas, para amaldiçoar o povo de Deus (Nm 23.11,12). Mas, toda vez que levantava a voz para amaldiçoar, ele abençoava, era impossível amaldiçoar o povo de Deus. Então, o profeta sugere uma outra abordagem, que usassem as moabitas para seduzir os homens de Israel. Os homens caíram no pecado da imoralidade e idolatria, diante disso 24.000 israelitas foram mortos (Nm 25.9).
Também “...há entre vocês
alguns que seguem o ensino dos nicolaítas” (v.15). Os nicolaítas vem de
Nicolau, um diácono da igreja primitiva (Atos 6) que se apostatou da fé cristã.
Começou a ensinar que o crente pode viver como quiser. Ensinava que nenhuma lei
moral de Jesus está vinculada aos cristãos.
O ataque direito aos cristãos fortaleceu à igreja, mas agora o perigo era ser corrompido por dentro. Arrependam-se, diz Jesus, “Se não, virei em breve até você e lutarei contra eles com a espada da minha boca” (v.16). A palavra de Deus aguilhoa a consciência e fere o orgulho dos pecadores. Ela rompe nossa máscara e atravessa nossas defesas. Ela desnuda nosso pecado e pobreza, e mata toda falsa doutrina com seus golpes certeiros.
Conclusão: três promessas àqueles que vencem, permanecendo
fiéis ao seu nome e à sua palavra (v.17).
O maná escondido. O maná foi o alimento que Deus deu ao seu
povo no deserto. É o grande banquete do cordeiro de Deus “Felizes os convidados
para o banquete do casamento do cordeiro” (Ap 19.9).
Uma pedra branca. Pedras eram usadas quando os júris votavam
(branco para o inocente, preto para culpado), um símbolo da nossa absolvição,
do perdão do pecado.
Um novo nome. Uma nova vida, um novo corpo, ressurreto, imortal, glorificado, incorruptível, um novo céu e uma nova terra.
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