terça-feira, 25 de abril de 2023

 Vencendo a depressão – Sl 42 

Introdução

Depois da morte de sua esposa, um pastor conseguiu resumir as fases da vida de um cristão: “A experiencia cristã processa-se em três níveis. O primeiro, estão os dias de “cimo da montanha” em que tudo vai bem e o mundo parece cheio de Sol. Segundo “os dias comuns” são aqueles em que fazemos nossos trabalhos usuais e não nos sentimos nem exultantes nem deprimidos. Terceiro “os dias sombrios”, quando nos arrastamos pesadamente através do desanimo, desespero, duvida e confusão, que pode se depressão.

Os sinais dos dias sombrios, ou de depressão incluem tristeza, apatia, inercia, tornando difícil continuar vivendo ou tomar decisões; perda de energia e fadiga, insônia (não consegue dormir, muitos pensamentos), pessimismo, ansiedade, desesperança, medo, autocontrole negativo, sentimento de culpa, vergonha, senso de indignidade, perda de interesse no trabalho no sexo e atividades comuns, perda de espontaneidade; incapacidade de apreciar acontecimentos e atividades agradáveis. A depressão tem dois níveis: tem a depressão crônica de longa duração e a depressão aguda, de curta duração e quase sempre se corrige sozinha. 

1)     Um anseio por Deus.

O Salmo 42 foi escrito pelos filhos de Coré, músicos do templo, e retrata o anelo profundo da alma, longe do santuário e do culto congregacional. O salmista vinha enfrentando “os dias sombrios”. Ele a adversidade circunstancial e escárnio impiedoso dos adversários, que colocam em duvida a presença protetora de Deus em sua vida “Onde está o seu Deus?” (Sl 42.3). 

Por estar longe do templo, ele se assemelha a uma corça que anela por água e, no ermo do seu isolamento, ele anseia por Deus. O anseio dele é como uma gazela que, sedentamente, corre aos ribeiros para dessedentar-se, mas ele, está com sede não de prosperidade e riqueza, mas de Deus “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vido” (Sl 42.2). 

Portanto, o Salmista está com sede de Deus, do Deus vivo, e anseia pelas moradas do Altíssimo e anela pela contemplação da face de Deus. A sede é mais forte que a fome e é implacável, tanto que esmaga e mata. Ele cita os elementos mais essências da vida cristã: ar (suspira), água e alimento(Sl 42.1-3), mas, sem adoração a vida não faz sentido para ele ...

“QUANDO ME LEMBRO DESTAS COISAS CHORO ANGUSTIADO. POIS EU CONSTUMAVA IR COM A MULTIDÃO, CONDUZINDO A PROCISSÃO À CASA DE DEUS, COM CANTOS DE ALEGRIA E DE AÇÃO DE GRAÇAS ENTRE A MULTIDÃO QUE FESTEJAVA” (SL 42.2-4).

2)     Uma angustia mais do que geográfica

O que fazemos quando há alma está abatida? O que fazemos quando tudo está desmoronando? O salmista foge, como o profeta Elias fugiu de Jezabel para o deserto do Horebe (1 Rs 19). Primeiro, ele está no deserto, com muita sede de Deus, como uma gazela; está no deserto da Judéia, região cáustica, erma, pedregosa, sem vida, está com muita sede, tanta sede como uma corça, como uma gazela no deserto. Ele diz: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus” (Sl 42.1). 

Aonde fosse esse homem, as situações lhe lembravam seu estado interior: sua busca, suas perguntas, questões não resolvidas. Sai do deserto da Judéia e se dirige à região norte de Israel. Os versículos 6 e 7 diz que ele está no extremo norte da Palestina, no sopé do Monte Hermon, a mais alta montanha de Israel, e perto de Mizar, um pequeno Monte nas terras onde nasce o rio Jordão. 

O Monte Hermon é a montanha mais alta de Israel, e seu cume sempre está coberto de neve. Com o degelo, descem ali torrentes de águas, como verdadeiras cachoeiras, em catadupas, ou seja, queda de grande volume de água corrente. O salmista olha para esse cenário e imagina a sua alma sendo arrastada de abismo em abismo; ele perdeu o apoio para os pés e sente todas as ondas e vagas passando por cima dele. 


“ABISMO CHAMA OUTRO ABISMO AO RUGIR DAS TUAS CACHOEIRAS; TODAS AS TUAS ONDAS E VAGALHÕES SE ABATERAM SOBRE MIM” (SL 42.7).

As aflições espirituais e mentais de um homem podem ser ilustradas por essas cascatas e escadas escorregadias, cheias de lodo, que nos levam a um abismo cada vez maior. É por isso que ele diz: “Um abismo chama abismo” (Sl 42.7). A palavra hebraica aqui para abismo é a mesma usada em Genesis 1.2: caos – um caos, outro caos, uma depressão, outra depressão; um choro, outro choro; uma agonia, outra agonia; uma pergunta, outra pergunta; um desespero, outro desespero. 

 3)     Quando a alma está angustiada, o que acontece?

Primeiro começamos a viver no ciclo das lágrimas. Passamos a viver do choro e nos alimentar dele: é o processo de retroalimentação da agonia e da tristeza. Diz o Salmista: “Minhas lagrimas tem sido o meu alimento dia e noite” (Sl 42.3).

Segundo surge uma incapacidade de assumir um espirito de louvor e celebração com o povo de Deus. Fica difícil louvar racionalmente; você pode ter toda teologia do mundo; mas na hora em que a coisas dói na carne, se enfia nas emoções, se atravessa no peito, confunde a cabeça, agoniza a alma, mexe com as entranhas, é difícil equacionar a dor. Na hora do louvor, parece que estamos alheios e indiferentes ao povo de Deus; não conseguimos entender como as pessoas cantam, celebram, louvam, dão graças. 

Houve um tempo que eu estava no meio da adoração: “Quando me lembro destas coisas choro angustiado. Pois eu costumava ir com a multidão, conduzindo a procissão à casa de Deus, com cantos de alegria e de ação de graças entre a multidão que festejava” (Sl 42.4).

Terceiro envolvimento no mundo das sensações. Você fica todo sensação, todo emoção, todo sentimento. Voce abre mão das promessas de Deus, da fé...agora vive no mundo das sensações, de automotivações, de momentos da alma, sensação inclusive de depressão. Ele diz: “A minha alma está profundamente triste, por isso de ti me lembro” (Sl 42.6). Simples lembrança, álbum doutrinário, foto envelhecida, amarelada, da graça divina – nada de novo, nada aqui e agora...

Quarto uma desesperada atitude de devoção. O salmista diz para a sua alma perturbada: “Conceda-me o Senhor o seu fiel amor de dia; de noite esteja comigo a sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida”(Sl 42.8). Em seguida, porém, acrescenta: “Direi a Deus, minha Rocha: Por que te esqueceste de mim? Por que devo sair vagueando e pranteando oprimido pelo inimigo?” (Sl 42.9). Veja ele oscila! Ele é devoto, depois manifesta uma queixa: a misericórdia de Deus está comigo, e eu oro toda noite. E quando a gente pensa que ele está saindo do buraco, ele diz: “Ó Deus, por que te esqueceste de mim”? (Sl 42.9). 

  Conclusão: sai depressão

Primeiro precisamos inquirir quais são as razões de nossa alma. Veja o que diz o versículo 11: “Por que está abatida, ó minha alma?”. Quais são as tuas razões, ó minha alma, para estares abatida? “Por que te perturbas dentro de mim?”  O que fazer? Temos que enfrentar essa cova, essa depressão terrível e começar a questionar. Estamos muito cheios de autopiedade, achamos que pelo fato de sermos de Deus nada de mal irá acontecer conosco. Mas o que aconteceu com Abraão em Moriá? Olha o que aconteceu com Jó?

A maior benção é ser uma alma de Deus. Homem, a maior benção que tens é seres homens! Mulher a maior benção que tens é seres Mulher! Podia ser nada, podia ser não existência, mas és existência! Não somente existência, és essência, és de Deus, és filhos – mais do que isso -, és herdeiro e coerdeiro com Cristo.

Segundo é saber e afirmar que o auxilio de Deus não falha; precisamos dizer a nós mesmos que o socorre vem, não demora. “Espera em Deus, pois ainda o louvarei” (V.11). Pois, “ele é o meu auxilio e Deus meu”. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30.5) e diz ainda o Salmo 30: “Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria” (v.11). 


   

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