sexta-feira, 21 de abril de 2023

 Igreja Católica e as invasões barbaras e os acréscimos...

A história tem suas divisões, essas divisões ocorreram posteriormente pelos historiadores no século XX. A história antiga termina em 476 d.C, quando os bárbaros invadem Roma e a partir daqui se assinala um novo período na história do ocidente. A igreja nesse tempo,  já estava a pleno vapor, desde que Constantino oficializou o cristianismo como religião oficial do império. Agora, surge um tempo de incerteza, pois “vândalos, suevos, burgúndios, ostrogodos, lombardos, bretões, saxões, etc”, começaram a tomar todo o território que antes fazia parte do império romano. 

Nesse mapa mostra os bárbaros tomando possessões romanas

Com o cristianismo tornando-se uma religião oficial e sem perseguição, umas das coisas que surgem desde que Constantino oficializou o cristianismo é a figura do anacoreta, ou cenobitas, que são homens que vão ao deserto para fugir das vaidades do mundo. Vivem em cavernas, em desertos, meditando, orando. E nos tempos das invasões surgem as ordens religiosas, como a de São Bento, que se instala no Monte Cassino, agora com a intenção não só de orar, mas também de ler, escrever, etc. Um religioso fixado num mosteiro, tinha por dia duas horas e meia de leituras, ao ano 1265 horas e no decorrer de cinquenta anos dentro do mosteiro, teria lido mais de 8000 volumes. 

Foi nesse período de invasão bárbara que surgiram os primeiros papas (quinhentos anos depois do nascimento da igreja), os mais conhecidos são: São Leão Magno (440 – 461) e o papa São Gregório Magno (560 -604).São Gregório  foi certamente o mais notável de todo o período compreendido entre as invasões e a Idade Média, aquele em que o Papado passou definitivamente a ocupar o primeiro lugar, e que conservará até os dias de hoje. A partir de 532, o Papa passa adotar sempre o nome de um apostolo, de um santo ou de um dos seus predecessores mais gloriosos, o que assinala de maneira simbólica a sua filiação histórica e a sua projeção espiritual. 

O que surgiu nesse tempo de incerteza?

Primeiro, o culto aos santos. A admiração e reverencia para com os mártires de fé cristã, assumem nos tempos bárbaros a feição de um verdadeiro culto, de uma latria: já que Deus é tão temível, serão necessários mediadores humanos para atingi-lo e para dobrá-lo, e os santos que estão perto dEle certamente intercederão por suas necessidades. Pede-se a esses mediadores, não só que sejam intercessores junto ao Todo-Poderoso, mas também que prestem os serviços mais concretos, desde uma chuva que regue o campo até o feliz desenlace de partos difíceis. 


Segundo o culto das relíquias. Esse culto na verdade nasceu no século III, mas nesse período se amadureceu. Disputavam-se os pedaços das vestes que o santo usou e até os cabelos e pedaços das suas unhas. Um alto funcionário do governo francês passando por uma cidadezinha do interior da França soube que determinado comerciante possuía a relíquia de São Jorge; corre a casa dele, assedia-o, e obriga-o a cortar um dedo do glorioso esqueleto. 

Terceiro a confissão auricular. Havia um sentido profundo da miséria do homem e da necessidade que sente de ser perdoado. Antes, havia somente a confissão publica concedida pelo bispo, que nos primeiros tempos do cristianismo dizia respeito apenas aos pecados mais graves, ao que causavam escândalos público, fora-se transformando pouco a pouco; estabelecera nos conventos o habito de confessar todos os pecados, mesmo aqueles que se davam no mais recôndito da consciência. Assim, a confissão deixou de ser publica passou a ser auricular, privada, e feita a um sacerdote.  Nesse tempo criou-se verdadeiros manuais de direção espiritual e catálogos de pecados com as correspondentes penitencias. 

Quarto, mediação de Maria. Foi nesse tempo de invasões barbaras, tempos angustiantes, que se instaurou a devoção à Virgem Maria, que com o passar dos tempos ganha ampla projeção pelos concílios católicos. Mas, a primeira igreja edificada em homenagem a Maria, mãe de Jesus, deu-se em 431; simultaneamente, as festas marianas começam a balizar o calendário do ocidente – não só a da Purificação, mas a da Natividade de Maria.


fonte: A Igreja dos tempos Bárbaros - Daniel-Rops - Editora quadrante. 

 

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