A tensão entre pais e filhos Ef 6.1-4 e Dt 6.4-9
Introdução
Iniciamos a exposição com Efésios 5.18: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos
do Espirito”. Essa é a chave “enchei-vos...” e tudo o que ele diz dai em
diante é apenas uma ilustração de como a vida do cristão cheio do Espirito é
vivida em vários aspectos. A vida cristã é uma vida inteiramente nova,
totalmente diferente da antiga vida, sem Deus. O mundo sem Deus é como um ébrio
cheio de vinho e o cristão é cheio do Espirito Santo.
1)
O
que está acontecendo com nossa sociedade?
Estamos alarmados com tudo que está acontecendo com a nossa sociedade. Temos visto adolescentes, viciados em internet em jogo de matar, invadindo escolas e atirando em alunos do ensino fundamental. No final do ano vimos o menino de Coqueiral (ES) que atirou em professores e alunos (o menino atirador era filho de policial). Esses dias vimos um menino de treze que entrou numa escola com uma faca, aonde esfaqueou alunos e matou uma professora de 71 anos. Hoje, vimos no estado de Goiás, um menino de treze anos, esfaqueando colegas e professores.
Há um generalizado espirito de insubmissão nas famílias, e as
coisas que antes se tomavam mais ou menos como liquidas e certas, atualmente
não só estão sendo postas em duvida e questionadas, mas também está sendo
ridicularizadas e repudiadas. É fora de duvida que estamos vivendo numa época em
que há um fermento do mal agindo ativamente na sociedade toda. Ou, em outras
palavras, estamos face a face com um total colapso, um total esfacelamento
daquilo que se chama “civilização” e sociedade.
A Bíblia afirma que essas evidencias sempre acontece nas épocas de falta de Deus, nas épocas em que não há temor de Deus. O apostolo Paulo em sua carta aos Romanos expressou vividamente essa sociedade, que aliás tem a cara da nossa: “Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém” (v.28). Em seguida ele expõe todas as mazelas dessa sociedade: Estando cheios de toda a iniquidade, prostituição, malicia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobediente aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural...”
2)
E
a igreja, como que fica?
Temos uma preciosidade de texto no Antigo Testamento que nos dá uma luz a respeito desse assunto. É um dos textos mais importantes do judeu, é o Shemá, a confissão de fé de todo judeu, desde a mais tenra idade. “Ouça, ó Israel, o Nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4)
Primeiro, o texto nos diz: “Ouça Israel”. O imperativo aponta para uma atitude não apenas de
escutar um discurso, mas de acolher no mais profundo do coração tudo quanto é
dito. Por quê? “O Senhor, o nosso Deus,
é o único Senhor”. Quem é o Senhor da sua vida? Tem muitos, infelizmente,
que é guiado, orientado pelos deuses ou pela cultura mundana. Aqui há um convite
a submetermos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes à autoridade da
Palavra de Deus, fazendo dele o Nosso Senhor.
Segundo o texto ainda diz: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças” (Dt 6.5). Deus demanda amor de seus filhos, de todo o seu coração (centralidade), de toda a sua alma (profundidade) e com todas as suas forças (empenho). ESTE desafio é direcionado, prioritariamente, aos pais. Consequentemente eles deverão ensinar seus filhos não a “obedecerem a Deus”, mas a “amarem a Deus”. Não está ensinando religiosidade, mas espiritualidade.
A obediência baseada no medo não conduz ao amor, mas o amor conduz à obediência. O apostolo João afirma: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele... Se alguém me ama, guardará a minha Palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos nele morada” (Jo 14.21-24). Quando exigimos dos nossos filhos apenas obediência, duas são as consequências: 1) eles mudam quando estão diante de nós, mas continuam os mesmos longe de nossos olhos; 2) eles passam achar que podem se relacionar com Deus como se relacionam conosco, como se pudessem esconder alguma coisa de Deus.
Um pai certa feita foi surpreendido pelo filho. Correndo até
o sofá, se colocou em pé sobre ele, de forma que ficou um pouco acima da altura
do pai. Então, o menino lhe disse: “Pai, você acha que quando eu tiver este
tamanho ainda vou te obedecer? Num grande lampejo de sabedoria, o pai
respondeu: “Se você ainda me amar, você vai me obedecer”
O autor de Proverbio insiste em dizer “Dá-me o teu coração”
(Pv 23.26). Neste livro, a palavra coração aparece em 70 de seus versos. O
apelo é constante para que o filho guarde as palavras do pai em “seu coração”. “Apegue-se às minhas palavras de todo o
coração; obedeça aos meus mandamentos e você terá vida”. “Meu
filho, obedeça às minhas palavras e no íntimo (coração) guarde os meus
mandamentos” (Pv 7.1).
Pais devem educar seus filhos através do ensino, fazendo uso de algumas coisas: 1) PERSISTENCIA. A palavra traduzida aqui como “persistência” manifesta a idéia de dedicação intencional. A grande questão é: “Pais tem se dedicado intencionalmente à formação espiritual de seus filhos?”. Você é capaz de mostrar-lhes onde se encontra o princípio que diz que eles não devem mentir ou agredir com palavras outra pessoa?
Que você crie situações de convivência e dialogo com seus
filhos. Até os cinco anos de idade, se dá a formação da personalidade de uma
criança. Dos 6 aos 11 anos você ainda consegue, com certa dificuldade, fazer
pequenos ajustes nos valores e atitudes. No entanto, após os doze anos, a porta
do coração de seu filho para a sua influencia se fecha e abre-se para o grupo
de amigos. 2) SÍMBOLOS. Porções das Escrituras que eram fixadas em pequenas
tábuas e colocadas sobre as portas e os portões de uma casa.
Conclusão: discipline seus filhos
Enquanto o ensino é o esforço preventivo na formação de uma criança, a disciplina é o reforço corretivo no processo. No entanto, em nossa sociedade, a cada dia torna-se mais nítida a dificuldade dos pais em estabelecer limites aos seus filhos. Os noticiários estão repletos de exemplos de jovens que pertencem a uma geração de crianças criadas sem limites. (Pv 13:24; Pv 19:18; Pv 29:15; Pv 29:17).
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