Não vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Espirito Ef 5.18
Introdução
Por quê Paulo em sua exortação aos irmãos de Efésios é
direito, incisivo “Não vos embriagueis com vinho...”? Primeiro, o mundo antigo
era devasso, era uma característica do tempo de Paulo. Ou seja, a forma de viver
era embriaguez e libertinagem; esse era o modo de viver dos efésios. Agora, no
entanto, os cristãos haviam sido transformados.
Segundo, na mente do apostolo Paulo, havia a lembrança de
Atos 2, quando viram que os discípulos estavam tomados de grande alegria. E
falavam em outras línguas “E todos se maravilhavam e estavam assustados,
dizendos uns para os outros: que quer dizer isto dizer? E outros, zombando,
diziam: estão cheios de mosto” (Atos 2.13-14). Na NVI diz: “Eles beberam vinho
demais”. Então, o apostolo Pedro se levantou
e começou a explicar pra multidão o significado de tudo aquilo.
“Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém, deixem-me explicar-lhes isto! Ouçam com atenção: estes homens não estão bêbados, como vocês supõem. Ainda são nove horas da manhã! Pelo contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel: ‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, eles profetizarão. Mostrarei maravilhas em cima no céu e sinais em baixo, na terra, sangue, fogo e nuvens de fumaça.O sol se tornará em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e glorioso dia do Senhor. E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo’” Atos 2:14-21
Portanto, diz o apostolo Pedro, não estão tomados de vinho, mas foram cheios do Espirito Santo de Deus; embora certas pessoas imaginaram, pensaram que eles estavam bêbados, cheios de vinho. Logo, há certa semelhança entre os dois estados e condições.
1) Não vos embriagueis, mas enchei-vos do Espírito
O que significa embrigar-se? A tradução de Wyclife colocou “encher-se”, “Não vos enchai-vos de vinho, mas enchei-vos do Espirito”. A noção da palavra é a de um homem cheio de vinho, embriagado.
Utiliza-se “embriagar-se”, “encher-se” e “encharcar-se”, como “Não vos encharqueis com vinho, mas enchei-vos do Espírito”. Uma outra palavra do versículo é “excesso”, ou “contenda”. Quando o apostolo Paulo diz: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda” (ou excesso). Aqui não está simplesmente a atenção para quantidade de vinho consumida, mas está afirmando que embriagar-se com vinho leva a excesso.
Aliás, é a mesma palavra
usada com relação ao filho pródigo “desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente”.
A palavra traduzida por “dissolutamente” é exatamente a mesma do texto em questão.
O filho mais novo, o prodigo, foi para uma terra distante com os bolsos cheios
de dinheiro; mas desperdiçou “a sua fazenda” e o seu dinheiro “vivendo
dissolutamente”. Assim, podemos ler em Efésios “E não vos embriagueis com vinho,
que “causa dissolução”. A palavra traz consigo a idéia de destrutibilidade.
O apostolo Paulo nos versículos
que antecedem afirma que devemos andar “prudentemente”, “não como néscios, mas
como sábios” (Ef 5.15). Portanto, a vida de um cristão é controlada, uma vida
ordenada e é exatamente o inverso da condição do ébrio, que perdeu o controle e
está sendo controlado por alguma outra coisa, jaz num estado de completa
desordem e desarranjo.
O excesso de vinho leva a uma condição na perda do juízo, do entendimento, na perda da capacidade de julgar, na perda do equilíbrio. É o que a bebida faz. A bebida não é estimulante, é um agente de depressão. Ou seja, farmacologicamente, é antidepressivo. Primeiro, antes de tudo, deprime os núcleos mais elevados do cérebro. Estes são os primeiros a serem influenciados e afetados pela bebida. Eles controlam tudo que dá ao homem o domínio próprio, a sabedoria, o entendimento, a discriminação, o juízo, o equilibro e a capacidade de avaliar tudo.
Que é um cristão? Ele é
exatamente o oposto do filho prodigo. Vemos dois lados: o filho prodigo na
terra distante, o filho pródigo depois que voltou para casa. A bebedeira sempre
leva ao excesso, à prodigalidade, ao desregramento, ao esbanjamento e à
destruição. “Não vos embriagueis com vinho em que há excesso...” O excesso esbanja,
sim! Esbanja o nosso tempo, esbanja nossa energia, esbanja nossa pureza,
esbanja nossa capacidade de raciocionar, de calcular, de compreender e perdemos
todo o equilíbrio. Jogamos pela janela as coisas mais preciosas da vida...
A vida cristã não produz
exaustão, estamos sempre sendo renovados pelo Senhor, mesmo nos momentos mais difíceis,
de lutas, pela presença de Deus em nossas vidas. O Espirito Santo não se esgota,
aliás, é infinito, sua unção nunca termina... Já o álcool ou qualquer estimulo artificial
produzido pelo homem, sempre nos deixa exaustos e fatigados. O Espírito Santo não!
Outrossim, a embriagues sempre empobrece. O pobre bêbado vem sem nada, olha novamente para o filho pródigo. Lá estava ele, coitado: o dinheiro tinha acabado, tudo tinha desaparecido, e ele estava tentando conservar-se vivo comendo bolotas que eram dadas para alimentar os porcos “E ninguém lhe dava nada”. Ele não possuía absolutamente nada. Lembra-se do seu lar e do seu pai e diz: “Ora, os servos de meu pai está em melhor situação que eu, tem pão para dar e vender e eu não tenho nada”.
O mundo afirma que a vida
cristã é negativa, uma vida de proibições, ou seja, “não faça isso e nem aquilo”.
Certamente não há nada que faça mais dano a fé cristã do que esse modo de ver.
O cristianismo não é uma religião, mas é o encontro de Jesus com o homem,
dando-lhe vida. Então, a fé cristã é estimulante, entusiasmante, emocionante.
Por isso que Paulo afirma: “Não vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do
Espírito”.
Se fosse possível colocar o verbete “Espirito” num livro texto de farmacologia, estaria entre os estimulantes. O Espirito realmente estimula, ele é positivo, ele é ativo, ele é Deus. Ele estimula nossas faculdades mentais, nossas emoções, nossas vontades. Com ele sempre estamos caminhando para diante, virando esquinas e contemplando sempre panoramas majestosos. Veja o avivamento do século XVIII na Inglaterra com John Wesley, quantas pessoas foram estimuladas pelo Espirito Santo, mudadas, transformadas...
Por outro lado, o álcool não
toca o coração. O álcool libera o elemento instintivo da vida, e o homem confunde
com os sentimentos. Não é verdadeiro, não é consciente, as vezes vergonhoso;
vivem numa ilusão falsa, onde tudo não passa de superfície.
Conclusão:
Portanto, a vida cristã é
emocionante, feliz, repleta de alegria. Neemias exultou: “A alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8.10). Paulo também
exultou: “Regozijai-vos no Senhor; outra
vez digo, regozijai-vos” (Fl 4.4). Temos alegria, mesmo em dias difíceis
“Em que vós mesmos vos alegrais, ainda que agora importa sendo necessário,
que estejais por um pouco contristados com várias tentações” (1 Pe 1.6). O apostolo
Pedro reforça essas palavras no versículo oito do mesmo capitulo, falando de
Cristo, diz: “Ao qual, não havendo visto,
amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e
glorioso” (1 Pe 1.8).
E o apostolo Paulo em Romanos
5: “Tendo sido, pois, justificados pela
fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem
obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus. Não só isso, mas também nos gloriamos
nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a
perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a
esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações,
por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” Romanos 5:1-5
Davi exultou de alegria em Deus: “Encheste o meu coração de alegria, alegria maior do que a daqueles que têm fartura de trigo e de vinho. Em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança”. Salmos 4:7,8
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