terça-feira, 28 de março de 2023

 Maridos amai vossas esposas. Ef. 5.25-27 

Introdução

Na série “The Chosen” (tosen) no episódio “Trovão”, temporada 2, quando Abner (o empresário responsável pelo vinho nas festas de casamento, ele interpreta como sogro de Tomé, discipulo de Cristo) foi procurar Jesus, a única coisa que ele quis com Jesus foi agradecê-lo por ter transformado água em vinho “seja lá o que tenha feito no casamento”, só isso, depois foi embora. Então, Jesus lhe disse algo: “Eu peço muito daqueles que me seguem, mas pouco peço daquele que não me segue”.

1)     Sujeição e amor

Na semana passada olhamos os versículos os versículos 22,23 e 24 que em suma fala da sujeição ou submissão da mulher ao homem: “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor” (Ef 5.22). Como base demos alguns princípios, por exemplo, o principio da criação e o principio da liderança. Agora, nos versículos posteriores 25, 26 e 27 o que Cristo fez pela igreja, e por que o fez. E nos versículos 28 e 29, fala sobre o dever do marido para com a sua esposa, especialmente da união que subsiste entre Cristo e a igreja, e o marido e a esposa.  E nos versículos 29, 30 e 32 desenvolve a doutrina da união entre a igreja e Cristo, e nos versículos 31 a 33, tira suas conclusões práticas. 

“Vós maridos, amai vossas mulheres”. É o que ele deseja acentuar acima de tudo. A idéia determinante com respeito ao marido deve ser o amor. Enquanto que a idéia determinante com respeito às esposas era a sujeição: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos”. Ou seja, duas palavras: sujeição da parte da mulher e amor da parte do marido! Ambos tem sua responsabilidade no casamento. Para o casamento se manter de pé, a mulher deve estar atenta e vigilante e o esposo deve vela pelo amor.

Temos um texto em primeiro Timoteo que consegue resumir essa dialética conjugal, marido e mulher: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7). Primeiro, “Deus não nos deu o espirito de temor”. Bem , o que é que Ele deu? “O espírito de fortaleza” (ou “de poder”); mas para que ninguém pense que isso é algo tirânico, ele acrescenta: “de amor”. É o poder do amor. Não é um poder nu e cru, não é o poder de um ditador, ou de alguém tirânico e que pisa nos sentimentos da esposa, e se assenta no lar como um ditador. 

Portanto, o poder deve ser temperado pelo amor, deve ser controlado pelo amor, é o poder do amor. Nenhum marido tem direito de dizer que é a cabeça da esposa, se não ama a sua esposa. Se não for assim, ele não está cumprindo o mandamento bíblico.

2)     Que amor é esse?

“Marido, amai vossas mulheres”. Afortunadamente para nós, o apostolo nos diz: “Vós maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja” (Ef 5.25). Na língua grega, como era falada nos dias do apostolo Paulo, havia três palavras que podem ser traduzidas pela palavra “amor”. Não é como na língua portuguesa que uma palavra só palavra pode definir algo para vários modos. Por exemplo, tem gente que diz eu “amo” macarrão, eu “amo” meu pai, eu “amo” carro, etc.

A primeira palavra que define “amor” na língua grega é “eros”, todavia, ela não ocorre no Novo Testamento. Descreve um amor ligado à carne, ao prazer sexual. O adjetivo “erótico”, comumente empregado hoje, lembra-nos do conteúdo da palavra. É uma espécie de amor, que tem a ver com aparência e prazer. É um amor ligado à carne, é desejo, é algo carnal, e, portanto, egoísta. Nasce do desejo, ele deseja algo, e nisto coloca o seu maior interesse. É a parte animal do homem, instinto do homem. 

A segunda palavra que define “amor” na língua grega é “phileo”, que significar “gostar de”. Dai deriva algumas palavras como “filantrópico” (aquele que tem preocupações humanitárias) e “Filadélfia” (amor fraternal). A ilustração do seu emprego acha-se no ultimo capitulo do evangelho de João, no incidente em que narra Pedro e os outros foram pescar de noite e, voltando-se, de repente viram o Senhor Jesus na praia. 

Lá pelas tantas Jesus olha para Pedro e lhe pergunta: “... disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: apascenta os meus cordeiros”. Pois bem, o ponto interessante aí e que quando Pedro diz, “Tu sabes que te amo (phileo)”, emprega a expressão: “Tu sabes que gosto de ti”. O Senhor, empregando a terceira palavra, que não estudamos ainda, pergunta-lhe se ele de fato O ama, mas Pedro responde: “Tu sabes que gosto de ti”. “Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: sim, Senhor; tu sabes que gosto de ti” -“Disse-lhe: apascenta as minhas ovelhas”.

Então chegamos ao versículo 17: “Disse- lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?” Aqui o Senhor Jesus faz uma coisa muito interessante, não emprega a mesma palavra que empregara; agora utilizava a palavra empregada por Pedro. “Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, realmente gostas de mim?” Baixou o nível da Sua idéia. “Realmente gostas de mim?” “Simão entristeceu-se por lhe ter dito pela terceira vez: amas-me? e disse- lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Pedro entristeceu-se porque o Senhor parecia duvidar de que gostava dEle; assim, tendo em vista o seu recente fracasso, só podia confiar-se ao conhecimento do Senhor e dizer-lhe: “Tu sabes que eu te amo”.

A terceira palavra que define “amor” na língua grega é “agapao”. E é a palavra sempre empregada na Bíblia para expressar o amor de Deus por nós. “Deus amou o mundo de tal maneira...” (Jo 3.16). Ora, esta é a palavra empregada no texto que estamos considerando: “Maridos, amai vossas mulheres” neste sentido, amar como Deus ama. Por exemplo, em Gálatas 5.22 descreve o fruto do Espirito que faz contraste entre as obras da carne e o fruto do Espirito, e diz: “O fruto do Espirito é amor”, não é uma desejo erótico, nem meramente gostar de, mas o amor que se assemelha ao amor de Deus ...amor, gozo, paz, etc. Logo, uma das maneiras pelas quais demonstro que estou cheio do Espirito, não é tanto que eu experimente extases e cambalhotas, mas sim, é a maneira como me porto com minha esposa quando estou em casa... 

3)     Colocando os “pingos nos is”

Um fato, o sexo foi feito por Deus para ser desfrutado numa relação conjugal. Agora, o inimigo que não tem poder para criar nada, simplesmente, distorce e deturpa o prazer do sexo; por isso vemos que a indústria pornográfica é que arrecada mais dinheiro no mundo. O amor “eros” é legitimo quando acontece dentro do que está determinado na Palavra de Deus. Existe uma atração natural entre um homem e uma mulher, uma atração mutua, quando dizemos que estão “apaixonados”. O amor eros não é suficiente.

É bom que os cônjuges tenham a mesma afinidade, tenham sonhos idênticos, os mesmos interesses, sintam-se atraídos pelas mesmas coisas. Não importa quanto se amem, quanto estão apaixonados carnalmente, se houver diferenças fundamentais neste sentido, isto levará a ter dificuldades no casamento. Principalmente quando não professam a mesma fé... ... O que dizer do grande evangelista John Wesley e sua esposa Molly? Ele era um pregador, ela uma mulher que queria que ele ficasse em casa o tempo todo com ela. O casamento não deu certo... por tinham objetivos distintos...


Talvez o apostolo Paulo esteja pensando em algum casal especifico da igreja de Éfeso. Se casaram ainda no mundo pagão, sem Deus e que seu casamento incluísse tanto amor “eros” como o amor “phileo”. É ai que entra o cristianismo, agora que vocês são cristão entra o elemento adicional, o amor “agapê”. Este eleva os outros dois, santifica-os, dá-lhes glórias, dá-lhes esplendor. Essa é a diferença que Cristo produz no casamento. Somente o cristão pode subir a esse nível. Uma pergunta: estão presente em vocês estes três elementos? 


Conclusão: “...maridos, amai vossas mulheres, como também” - “como também Cristo amou a igreja”.

“Como também Cristo amou a igreja”, ele tem que prosseguir e dizer, “e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo, igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”. Ele diz tudo isso para ajudar o marido a amar sua esposa como deve.

Primeiro, observe o que Ele fez por ela. Ela foi lavada e purificada. Ele não amou, não por alguma coisa que visse em nós; amou-nos a despeito do que havia em nós “sendo nós ainda pecadores”. O marido depara com deficiências e dificuldades, coisas que ele acha que pode criticar em sua esposa, mas deve amá-la “como Cristo amou a igreja”.

Segundo, estava pronto para sacrificar-Se por ela. Sacrificou-se de fato por ela. Tal é o amor de Cristo pela Igreja! Ele só poderia salvá-la dando a Sua vida por ela; e a deu. Essa é a característica do Seu amor. E o marido da mesma forma, deve se sacrificar, se esforçar por sua esposa.

Terceiro, Ele olha por ela. Preocupa-Se com ela. Ele vê as possibilidades dela, por assim dizer. Deseja que ela seja perfeita. Por isso Paulo prossegue: “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”. Vocês vêem como Ele Se interessa por ela, como a ama, como Se orgulha dela. 


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