Tomé - o incrédulo. João 20.24-31
Introdução: Quem é Jesus?
1)
Tomé
Tomé muitas vezes é chamado de “o descrente, ou, incrédulo”. O que falar de Tomé? Ele era uma pessoa um tanto negativa. Sofria de preocupação crônica. Pensava demais em tudo. Tinha a tendência de ficar ansioso e angustiado.
Tomé significa “o que honra a Deus”. Ele era chamado de
Dídimo, que significa “algo formado de duas partes”, ou gêmeo. Aparentemente,
tinha uma irmã ou irmão gêmeo que não aparece nas escrituras. Ele é mencionado
apenas uma vez nos evangelhos sinópticos, Mateus, Marcos e Lucas. Seu nome
simplesmente aparece na lista juntamente com o dos outro doze apóstolos. Tudo o
que sabemos sobre seu caráter vem do evangelho de João.
João menciona Tomé pela primeira vez no capitulo 11, versículo
16. É um único versículo, mas fala muito sobre o verdadeiro caráter de Tomé. “...Vamos
até lá também para morrer com Jesus”.
Jesus havia saído de Jerusalém, pois sua vida estava em risco
naquela cidade, e “novamente, se retirou para além do Jordão, para o lugar onde
João Batista batizava no principio; e ali permaneceu” (Jo 10.40). Grandes
multidões foram ouvir Jesus pregar. João diz que “muitos ali creram nele”
(v.42). As pessoas estavam abertas para o evangelho. As almas começaram a ser
convertidas. Jesus pode ministrar livremente, sem a oposição dos lideres
religiosos de Jerusalém.
Porém, esse tempo no deserto foi interrompido por um
acontecimento. João escreve: “Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de
Maria e de sua irmã Marta” (Jo 11.1). Betânia ficava nas cercanias de
Jerusalém. Jesus se hospedava sistematicamente com aquele família e havia
formado um relacionamento próximo e afetivo com Lazaro e suas irmãs. “Senhor,
está enfermo aquele a quem amas” (v.3).
Assim, Jesus esperou mais dois dias, de modo que, quando
chegou a Betãnia, Lázaro já havia falecido quatro dias (v.39). Jesus sabia
exatamente quando Lázaro havia morrido. “Depois disse aos seus discípulos:
vamos outra vez para Judéia” (v.7). Mas, os discípulos se assustaram: “Mestre,
ainda agora os judeus procuraram apedrejar-te, e queres voltar para lá” (v.8).
A resposta de Jesus é interessante. “Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz” (VS. 9-10). Em outras palavras, não havia necessidade de eles moverem-se furtivamente, como se fossem criminosos. Ele estava decidido a fazer seu trabalho em plena Luz do dia, pois é isso que se faz para não tropeçar.
Aqui que aparece Tomé: “Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos
seus condiscípulos: Vamos também nós para morrermos com ele”. (v.16). Ou, “...Vamos
até lá também para morrer com Jesus”. (NVT).
Trata-se de um comentário pessimista, o que é típico de Tomé.
No entanto, é um pessimismo heróico. Estava certo de que Jesus rumava diretamente
para um apedrejamento. Contudo, se era isso que o Senhor estava decidido a
fazer, Tomé estava firmemente resoluto a segui-lo e morrer com ele.
Um otimista teria dito algo como: “Vamos lá; vai dar tudo
certo. O Senhor sabe o que está fazendo. Ele diz que não vai tropeçar, vai dar
tudo certo. Mas o pessimista diz: “ele vai morrer e nós vamos morrer com ele”.
Pelo menos tinha coragem de ser leal, mesmo diante de seu pessimismo. “Tudo bem, vamos lá, vamos morrer”. Ele não se
iludia, achando que seguir Jesus seria fácil. Tudo o que podia ver eram as
garras da morte prestes a prendê-lo. Mas seguiu a Jesus com uma coragem inabalável.
3)
Tomé
e a duvida
Depois da morte de Jesus, todos os discípulos estavam em
profundo desalento. Os discípulos não creram na ressurreição até que viram
Jesus. Marcos 16.10-11 diz que depois de Maria Madalena ter visto Jesus, “partindo
ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam
tristes e choravam. Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não
acreditaram” (v.13).
O que Tomé pede é a demonstração mais pessoal e concreta que
ele podia imaginar. Precisava haver evidencia convincente de que o Jesus que
morrera estava em genuína continuidade com o pretenso Jesus ressurreto.
A crucificação era o método mais cruel de execução. Era reservado
aos escravos, aos traidores e aos inimigos públicos. A vitima era colocada numa
cruz, suas mãos e pés eram pregados. Para adiantar a morte, por causa de algum
feriado, os soldados quebravam as pernas, impossibilitando o condenado de
respirar em pouco tempo, morria.
Quando se aproximaram de Jesus, para quebrarem suas pernas, já estava morto. Um dos soldados
pressionou sua lança curta por baixo da caixa torácica, perfurando o
pericárdio, fazendo com que sangue a água fluíssem do lado de Jesus. Então, o
corpo de Jesus, tinha feridas singulares. TOMÉ SABIA DISSO. E foi a razão por
que ele exigiu ver e tocar não somente nas mãos e pés de Jesus, mas também a
ferida no seu lado.
“Passado oito dias, , estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pos-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não seja incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu!”
4)
Senhor
meu e Deus meu!
As testemunhas de Jeová acham difícil aceitar esse versículo em
seu sentido literal. Para eles, Jesus não é Deus mas um deus menor. Mas,
sabemos que Tomé chamou Jesus de Senhor e Deus!
Talvez, nessa semana, Tomé, lembrou-se, do milagre que Jesus
operou em Marcos 2. Um paralitico, carregado por quatro homens, descendo pelo
telhado, aonde estava Jesus. Jesus olhou para o paralitico e disse: “Filho, os
teus pecados está perdoados” (Mc 2.5). Os religiosos murmuravam: “Quem pode perdoar
pecados, senão um, que é Deus”. Jesus respondeu: “Qual é mais fácil? Dizer ao
paralitico: estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: levanta-te, e toma o
teu leito e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder
para perdoar pecados, a ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para
tua casa” (Mc 2.10-11).
Conclusão
“Senhor meu e Deus meu”. Ele estava com o Pai, mas se encarnou, tornou-se humano, sofreu com uma morte vicária, a morte de um cordeiro redentor. Tomé levou o evangelho até a India. Há igrejas no sul da India cujas tradições remetem ao começo da era cristã. As tradições mais fortes afirmam que ele foi martirizado por sua fé ao ser atravessado com uma lança.
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