Mateus, o publicano. Lucas 5.27-32.
Introdução
Como vimos nessa série sobre os apóstolos de Cristo, mais da
metade dos discípulos eram pescadores da Galiléia, ou, homens comuns. Portanto,
eles não faziam parte da elite religiosa, nem eram conhecidos por terem um alto
grau de instrução. Jesus intencionalmente ignorou os estudados e influentes, e
escolheu homens que, na maioria, eram considerados da ralé!
É assim a logica divina. “...ele chama as coisas que não são
como se já fossem” (Rm 4). “Da boca de pequeninos e crianças de peito (Deus
suscitou) força” (Sl 8.2). “Ele humilha os orgulhosos; rebaixa a cidade
arrogante e a lança ao pó. Os pobres a pisoteiam, e os necessitados caminham
sobre ela” (Is 26.5-6). Deus disse a Israel: “Deixarei no meio de ti, um povo
modesto e humilde, que confia em o Nome do Senhor” (Sf 3.12). Em Ezequiel, Deus
diz: “Assim diz o Senhor Soberano: Tire sua coroa coberta de joias, pois o
antigo sistema está pra mudar. Os humildes serão exaltados, e os orgulhosos,
humilhados” (Ez 21.26).
Os líderes religiosos do tempo de Jesus eram lideres cegos
guiando outros cegos (Mt 15.14); quando Jesus veio e fez milagres diante dos
seus olhos, ainda assim não o consideraram Jesus como Messias. Em vez disso,
viu-o como inimigo. E desde o começo, desde a primeira vez que Jesus pregou em
Nazaré, na Sinagoga, procuraram um modo de mata-lo (Lc 4.28-29).
Por quê essa perseguição ao ministério de Jesus? Eles acreditaram
nos milagres de Jesus. Cada ato de Jesus saltava diante dos seus olhos; e, mais
ainda, eram milagres feitos diante da multidão, diante dos olhos do povo.
Alguns lideres invejosos, tentaram atribuir os milagres de Jesus ao poder de
Satanás (Mt 12.24). Portanto, o que irritava os lideres religiosos não eram os
milagres. Mas, não toleravam serem chamados de PECADORES. Não iriam reconhecer
que eram pobres, cegos, cativos e oprimidos (Lc 4.18).
Em Marcos 2.14, ele é chamado por seu nome judeu, “Levi,
filho de Alfeu”. Lucas refere-se a ele como “Levi” em Lucas 5.27-29, e como
Mateus quando apresenta a lista dos doze em Lucas 6.15 e Atos 1.13. Então, é
provável que Levi (o significado de Levi é ligado, unido, vinculado a alguma
coisa ou alguém) tinha sido seu nome antes de receber seu chamado, e que Mateus
tenha sido seu nome como discípulo – assim, o novo nome passou a ser um símbolo
e uma lembrança da mais importante mudança ocorrida em seu coração e em sua
vida.
Pouco sabe sobre a personalidade de Mateus. A única coisa da
qual temos certeza é que ele era um homem muito tímido e retraído. Em todo o
seu evangelho, ele menciona seu próprio nome em apenas duas ocasiões (quando
relata seu chamado, e quando apresenta a lista dos doze apóstolos).
Sua profissão era coletor de impostos, ou publicano. Os coletores de impostos eram as pessoas mais desprezadas de Israel. Eram odiados e rejeitados por toda sociedade judaica. Eram mais odiados que os Herodianos e mais digno de desprezo do que os soldados romanos que haviam ocupado israel. Em essência, os publicanos eram homens que compravam do Imperador romano o direito de cobrar impostos e que depois extorquiam do povo de Israel o dinheiro para encher os cofres romanos e seus próprios bolsos.
Havia dois tipos de coletores de impostos, os GABBAI E OS
MOKHES. Os gabbais eram coletores de impostos gerais; impostos sobre propriedades,
rendas e o imposto censitário que todo adulto deveria pagar, conforme sua
renda. Os mokhes, porém, coletavam impostos sobre importação e exportação;
colocavam cabines de pedágio nas estradas e pontes e taxavam animais de carga e
eixos dos carros de transporte. Suas tributações, com frequência eram,
autoritária e injustificadas.
Enfim, o publicano era aquele que as pessoas viam e do qual
mais se ressentiam. Era pior dentre os piores. Qualquer judeu de bem, em sã consciência,
jamais escolheria ser um coletor de impostos. Ele havia, sem duvida alguma, se
afastado não apenas do seu próprio povo, mas também de seu Deus. Afinal, tendo
em vista que não podia frequentar a Sinagoga e era proibido de oferecer sacrifícios
e adoração no templo, na realidade, encontrava-se em pior situação do que um
gentio, sem Deus.
2)
Chamado
“Partido Jesus dali (Cafarnaum), viu um homem chamado Mateus na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu” (Mt 9. 9) Porque Mateus – um publicano – deixou tudo para seguir Jesus?
Qualquer que fossem as experiências de sua alma atormentada
por causa da profissão que havia escolhido, bem no fundo de seu ser, Mateus era
um judeu que conhecia o Antigo Testamento. Era um homem espiritualmente faminto,
assim ele foi afligido por uma fome espiritual que o estava corroendo por
dentro e, assim, Mateus inicia sua busca.
Então, conhecendo
profundamente o Antigo Testamento, porquanto no seu evangelho tem 99 citações.
São mais vezes do que Marcos, Lucas e João juntos. Ele cita trechos da lei, dos
salmos e dos profetas, ou seja, de todas as partes do Antigo Testamento.
Também, Mateus acreditava no verdadeiro Deus. Ele residindo
em Cafarnaum – torna absolutamente certo que ele conhecia Jesus antes de ser
chamado. O céu havia sido aberto (conforme Jesus falou pra Natanael) sobre
Cafarnaum aos olhos de todos, e os anjos “subiam e desciam” sobre o Filho do
homem.
3)
Um
banquete
“Mais tarde, Levi ofereceu um banquete em sua casa, em honra de Jesus. Muitos cobradores de impostos e outros convidados comeram com eles” (v.29).
Mateus convidou muitos de seus colegas publicanos e vários
outros párias da sociedade para conhecerem Jesus. Ele estava tão empolgado de
ter encontrado o Messias que desejava apresentar Jesus para todos que conhecia.
Assim, ele organizou um grande banquete em homenagem a Jesus e convidou todas
essas pessoas. Mas, “os fariseus e seus
escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: Porque comeis e
bebeis com publicanos e pecadores? Respondeu-lhes Jesus: os são não precisam de
médicos e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores ao
arrependimento”.
Por que Mateus convidou coletores de impostos e pessoas
marginalizadas? Pois eram o único tipo de gente que ele conhecia. Eram os únicos
que se relacionavam com um homem como Mateus. Assim, os seus únicos amigos eram
criminosos, vagabundos, prostitutas e gente dessa laia. De acordo com o relato
de Mateus, Jesus e seus discípulos foram de bom grado e comeram com eles.
Conclusão:
A tradição diz que Mateus pregou aos judeus tanto em Israel
como em outros lugares durante muitos anos antes de ser martirizado por sua fé.
Ele foi queimado numa fogueira.
Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Nenhum comentário:
Postar um comentário