Filipe, o mestre dos impossíveis. Jo 14.1-12
Introdução
Nas quatro listas dos apóstolos, o quinto nome e cada uma
delas é o de Felipe “escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos:
Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João;
Filipe e Bartolomeu (Natanael); Mateus e Tomé...”. Ao que parece, que Filipe
era o líder do segundo grupo de quatro discípulos”.
Filipe é um nome grego e significa “aquele que gosta de
cavalos”. A civilização grega havia se espalhado por toda região do
Mediterrâneo depois das conquistas de Alexandre, o grande e muitas pessoas do
Oriente Médio haviam adotado a língua, a cultura e os costumes gregos.
1)
Naturalidade
O apostolo Filipe “era de Betsaida, cidade de André e Pedro”
(Jo 1.44). É bem certo que Filipe tenha crescido frequentando a mesma Sinagoga
de Pedro e André. Em função do relacionamento existente entre eles e os filhos
de Zebedeu – Tiago e João -, é possível que Filipe tivesse crescido com os
quatro. Existe evidencia bíblica de que Filipe, Natanael e Tomé eram todos
pescadores da Galiléia, pois em João 21, depois da ressurreição de Jesus,
quando os apóstolos voltaram para a Galiléia e Pedro disse: “vou pescar”,
outros que estavam lá responderam “também nós vamos contigo”.
De acordo com João 21.2, faziam parte desse grupo “Simão
Pedro, Tomé, chamado Didimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos
de Zebedeu e mais dois dos seus discípulos”. O mais provável é que os outros
dois “dois dos seus discípulos” fossem Filipe e André, pois em outras ocasiões
são sempre vistos na companhia desses homens citados neste texto.
Se esses sete homens – Pedro, André, Tiago, João, Filipe,
Natanael e Tome – eram todos pescadores profissionais, então é possível eu fossem
todos amigos chegados e companheiros de trabalho muito antes de seguirem a
Cristo. Portanto, a metade dos apóstolos, vieram de uma pequena região, trabalhavam na mesma ocupação
e eram conhecidos e amigos uns dos outros bem antes de se tornarem discípulos.
Surge uma pergunta: Por que Jesus não escolheu pessoas
diferentes para serem seus discípulos? Afinal, seriam apóstolos, suas
testemunhas, seus representantes, com plenos poderes de falar e agir em seu
nome! Seria de pensar que ele iria percorrer toda terra em busca dos homens
mais talentosos e qualificados. Mas, em vez disso, ele separou um pequeno grupo
de pescadores, um grupo de homens diferentes, porém com pontos em comum, sem
talentos especiais, com aptidões medianas e que já se conheciam.
“Lembrem-se, irmãos, de que poucos de vocês eram sábios aos olhos do mundo ou poderosos ou ricos quando foram chamados. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas que o mundo considera loucura para envergonhar os sábios, assim como escolheu as coisas fracas para envergonhar os poderosos. Deus escolheu coisas desprezadas pelo mundo, tidas como insignificantes, e as usou para reduzir a nada aquilo que o mundo considera importante. Portanto, ninguém jamais se orgulhe na presença de Deus” (1 Co 1.26-29).
Como era Filipe? Simão, sanguinário; André, tímido; Tiago e
João, filhos do trovão...e Filipe? Todas as cenas em que Filipe aparece encontram-se
no evangelho de João. Ele era um tipo de pessoa completamente diferente. Ao juntar
as peças do que o apostolo relata sobre ele, temos a impressão de que Filipe
era a típica “pessoa de processos”. Era um sujeito ligado em fatos e números. Era
do tipo de pessoa que, dentro de qualquer setor, costuma ser considerada “estraga
prazeres, tacanha, por vezes alguém sem uma visão mais ampla. Era pragmático e cínico
– e um derrotista.
2)
Chamado
Em João 1, Jesus chamou André, João e Pedro, foram chamados no deserto onde estavam sentados, aos pés de João Batista. O apostolo João escreve: “No dia imediato, resolveu Jesus partir para a Galiléia e encontrou Filipe, a quem disse: “Segue-me” (Jo 1.43). Jesus procurou-o e convidou-o para juntar-se aos outros discípulos.
Vejam, Pedro, André e João, haviam de, certa forma, encontrado
Jesus. Eles haviam sido dirigidos por ele via João Batista. Assim, essa é a
primeira vez que o próprio Jesus de fato procurou e encontrou um dos apóstolos.
Filipe já possuía um coração que estava procurando, algo mais. Essa busca
interior dele fica evidente na maneira como que ele respondeu a Jesus: “Filipe
encontrou Natanael e disse-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei,
e a quem se referiram os profetas, Jesus, o nazareno, filho de José” (Jo 1.45).
É obvio que Filipe e Natanael, assim como os quatro primeiros
discípulos, haviam estudado e estavam buscando o Messias. Assim, quando Jesus
abordou Filipe e disse: “Segue-me”, seus ouvidos, seus olhos e seu coração já
estavam abertos e preparados para segui-lo. “Achamos”. Pela graça de Deus, ele
havia procurado fielmente em verdade. Então, ele o achou-o, na verdade, foi
encontrado por Jesus.
Filipe não apenas tinha um coração que estava buscando o
Senhor, como também possuía um coração de um evangelista. Sua primeira reação
ao se deparar com Jesus foi encontrar seu amigo Natanael e falhar-lhe do
Messias. Quando alguém se torna um verdadeiro seguidor de Cristo, o primeiro
impulso dessa pessoa é querer encontrar um amigo e apresenta-lo ao Senhor.
3)
Comida
para cinco mil
Aqui, em João 6, descobrimos como era o homem natural de
Filipe. Já sabemos que ele estudava o Antigo Testamento. Sabemos que ele havia
interpretado as escrituras literalmente e crido no Messias. Assim, quando o
Messias abordou-o e disse: “Segue-me”, ele aceitou Jesus imediatamente e
seguiu-o sem hesitar. Esse era o lado espiritual de Filipe. Seu coração tinha a
disposição correta. Era um homem de fé. NO ENTANTO, com frequência era um homem
de fé frágil
Neste capítulo, João descreve como uma grande multidão foi
atrás de Jesus e encontrou-o na encosta de uma montanha, junto com seus discípulos.
De acordo com Mateus 14.15, o fim da tarde se aproximava, as pessoas precisavam
comer. João 6.5 diz: “ONDE PODEMOS COMPRAR PÃO PARA ALIMENTAR TODA ESSA GENTE?
” Por que ele escolheu justamente Filipe para fazer-lhe essa pergunta? João
relata que “dizia isto para o experimentar; porque ele bem sabia o que estava
ara fazer” (v.6).
Ao que parece, Filipe era o administrador apostólico – aquele
que fazia as contas. Estava encarregado de providenciar as refeições e cuidar
dos aspectos logísticos. Judas era o tesoureiro (jo 13.29), mas Filipe era
responsável pela coordenação da compra e distribuição de refeições e
suprimentos. Era o tipo de pessoa que em toda reunião diz: “Não creio que seja possível
fazermos isso –o mestre dos impossíveis”.
Respondeu-lhe Filipe: “Não lhes bastariam duzentos denários
de pão, para receber cada um o seu pedaço”. Ou “Mesmo que trabalhássemos vários
meses, não teríamos dinheiro suficiente para dar alimento a todos” (NVT). Em vez
de pensar: “Que ocasião maravilhosa! Jesus vai ensinar essa multidão. Que
tremenda essa oportunidade para o Senhor! Mas, tudo o que o pessimista Filipe
pode ver foi a impossibilidade da situação.
Ora, Filipe estava presente quando o Senhor transformou água
em vinho (Jo 2.20). Já havia presenciado uma porção de vezes como Jesus havia
curado pessoas, feito atos portentosos. No entanto, quando viu a imensa
multidão, começou a sentir sobrepujado pelo impossível. E quando Jesus testou
sua fé, ele respondeu com evidente incredulidade: “Não tem jeito”.
Ele deveria ter dito: “Senhor, se você deseja alimentá-los,
então alimente-os Eu vou ficar aqui e ver o que o Senhor vai fazer. Sei que tu
podes faze-lo, Senhor! Afinal, tu és o Deus de Abraão: “Olhe para o céu e conte
as estrelas, se for capaz este é o número de descendentes que você terá” (Gn
15.5). Outrossim, é o Deus de Elias: “Não tenha medo! Pois assim diz o Senhor,
Deus de Israel: Sempre haverá farinha na vasilha e azeite no jarro, até o dia
em que o Senhor enviar chuva” (1 Rs 17.13-14).
Uma luz surgiu, André encontrou um menino com dois peixes e cinco pães e levou-o até Jesus: “aqui está um rapaz com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que adianta isso tudo para tanta gente” (NVT). Portanto, Filipe perdeu a oportunidade de ver a recompensa da fé. Conforme Jesus ensinou “se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível” (Mt 17.20).
Conclusão:
Jesus estava se despedindo dos seus discípulos no cenáculo
(João 14), disse que iria para o Pai e que não perturbasse seus corações.
Então, acrescentou: “e vós sabeis o caminho para onde vou”. Então, Tomé
perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho”? (v.5).
Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, eu sou a verdade, eu sou a vida; ninguém
vem ao Pai senão por mim” (v.6). Ou seja, o único caminho do céu é Jesus! E,
depois acrescentou: “Se vocês realmente me conhecessem, saberiam quem é o meu
Pai. Mas, de agora em diante, vão conhecer e ver o Pai” (v.7).FOI NESSE MOMENTO
QUE FILIPE FALOU: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (v.8). Jesus
perguntou: “Não cres que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras
que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz
as suas obras. Crede-me que estou no Pai e o Pai está em mim; crede ao mesmo
por causa das mesmas obras” (vs. 10-11).
A tradição conta que Filipe foi morto por apedrejamento, em Heliopolis, na Frígia, oito anos depois do martírio de Tiago. Antes de sua morte, multidões foram levadas a Cristo por intermédio de sua pregação.
Site: https://www.isaltino.com.br/
Doze Homens extraordinariamente comum 0 john Macarthur - Editora Thomas Nelson
Biblia de Estudo Swindoll - NVT
Nenhum comentário:
Postar um comentário