Fugindo de Deus – Jn.2.1-10
Introdução
No capítulo 1.17 do profeta Jonas, diz: “Deus designou que um
grande peixe engolisse Jonas”. O verbo “designar” é usado várias vezes no
livro, por exemplo, quando Deus designou que uma planta crescesse e depois
morresse, capítulo 4.
O designio de Deus é insondável, inescrutável. Situações
acontecem em nossas vidas repentinamente. Veio uma tempestade no barco aonde
estava Jonas, subitamente. Não era uma tempestade normal, mas divina.
1)
Jonas
foge
A ordem de Deus para Jonas era: “Vai a Nínive e prega a minha palavra”. Mas, ele desobedeceu e foi em direção de Társis. Agora, encontramos Jonas desesperado, afundado nas profundezas do mundo, “até os fundamentos dos montes”, longe de qualquer ajuda ou esperança.
O movimento de Jonas é descendente – descendo até Jope,
depois até um navio, logo até o porão, depois até o fundo do mar. Depois de ter
descido até o fundo, Jonas caiu em si. Como Jacó, caiu em si, no vale do Jaboque,
diante da face do Senhor (Gn 32). Como Pedro caiu em si, depois de ter negado
Jesus por três vezes, etc
Somente quando chegamos ao fundo do poço, quando tudo
desmorona, quando todos os nossos esquemas e recursos se exaurem, que viramos
os olhos para Deus. Percebemos, portanto, que Jesus é tudo o que precisamos
quando Jesus é tudo o que temos.
O caminho para cima, primeiramente, é para baixo. Quando
chegamos ao fundo do poço é que encontramos o lugar que habitualmente
qprendemos os maiores segredos sobre a graça de Deus.
Aí, Jonas começa a orar e falar da misericórdia de Deus
(Chesed), que é traduzida por amor inabalável ou graça.
a)
Encontramos
a graça quando passamos pelo deserto do mal moral.
Em nossa sociedade o lema que todo tipo de valor moral é construído
socialmente, não existe, portanto, uma moral absoluta, uma idéia Nieztchiana.
No entanto, a oração de Jonas reconheceu que “Tu (O Senhor) me lanças nas
profundezas, no coração dos mares” (v.3). JONAS SABIA QUE A JUSTIÇA DIVINA
EXISTIA E QUE ELE A MERECIA.
b)
Encontramos
a graça em nossa impotência espiritual
Devemos admitir não apenas nossos pecados, mas também o fato
de que não podemos nos livrar ou nos purificar deles. No versículo 6, Jonas diz
que está afundado até o “submundo” “cujas trancas se fecharam sobre mim para
sempre”; o v.5 expõe: “eis que as águas me cercaram até as profundezas da alma,
o abismo me cercou...”
Ele percebe que está condenado e permanentemente barrado por
seu pecado e rebelião, e não há nenhuma forma possível de abrir os portões por
si mesmo ou de pagar a dívida.
c)
Encontramos
a graça no alto custo da salvação que Deus provê.
Não apenas, uma mas duas vezes em sua oração, Jonas olha não
apenas o céu, mas para “TEU SANTO TEMPLO” (V.4). “...Poderia contemplar o teu santo templo uma vez mais” E, depois
olha para “o templo da tua santidade” (v.7).
Porquê? Jonas sabia
que era de cima do propiciatório que Deus prometera falar conosco (Ex 25.22).
Dentro da arca ficava as tabuas dos Dez mandamentos. No dia da expiação, um
sacerdote aspergia o sangue do sacrifício expiatório pelos pecados do povo
sobre o propiciatório (Lv 16.14-15).
Como nos aproximamos de Deus? A lei de Deus não nos condena?
Sim, ela nos condenaria, não fosse pelo sangue do sacrifício expiatório
aspergido sobre o propiciatório, sobre os dez mandamentos, que nos protege
dessa condenação.
Três verdades: SOMOS INCAPAZES MORALMENTE, INCAPAZES DE
SALVAR A NÓS MESMOS E PASSIVEIS DE SERMOS SALVOS. Apenas por meio de medidas
extremas e de altíssimo custo a graça é possível, quando acreditamos plenamente
em todas essas três verdades básicas.
Conclusão
Nenhum coração humano se atreverá a acreditar nessa graça tão
gratuita e de custo tão alto, a menos que ela seja sua única esperança. Um
grito de desespero: “as trancas se fecharam sobre mim para sempre”. JONAS ESTÁ
PERDIDO, CONDENADO E INCAPAZ DE DESTRANCAR AS PORTAS E SUA PRISÃO. Mas, “porém,
tu me levantas da cova, ó Senhor, meu Deus” (v.6).
A verdadeira libertação é quando uma pessoa vem a reconhecer seu pecado e o confessa diante de Deus. O relacionamento é restaurado. Ele termina dizendo: “A salvação vem somente do Senhor” (Jn 2.9).
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