domingo, 23 de agosto de 2020

 

Fugindo de Deus – Jn.2.1-10

 

Introdução

No capítulo 1.17 do profeta Jonas, diz: “Deus designou que um grande peixe engolisse Jonas”. O verbo “designar” é usado várias vezes no livro, por exemplo, quando Deus designou que uma planta crescesse e depois morresse, capítulo 4.

O designio de Deus é insondável, inescrutável. Situações acontecem em nossas vidas repentinamente. Veio uma tempestade no barco aonde estava Jonas, subitamente. Não era uma tempestade normal, mas divina.

1)    Jonas foge

A ordem de Deus para Jonas era: “Vai a Nínive e prega a minha palavra”. Mas, ele desobedeceu e foi em direção de Társis. Agora, encontramos Jonas desesperado, afundado nas profundezas do mundo, “até os fundamentos dos montes”, longe de qualquer ajuda ou esperança. 


O movimento de Jonas é descendente – descendo até Jope, depois até um navio, logo até o porão, depois até o fundo do mar. Depois de ter descido até o fundo, Jonas caiu em si. Como Jacó, caiu em si, no vale do Jaboque, diante da face do Senhor (Gn 32). Como Pedro caiu em si, depois de ter negado Jesus por três vezes, etc

Somente quando chegamos ao fundo do poço, quando tudo desmorona, quando todos os nossos esquemas e recursos se exaurem, que viramos os olhos para Deus. Percebemos, portanto, que Jesus é tudo o que precisamos quando Jesus é tudo o que temos.

O caminho para cima, primeiramente, é para baixo. Quando chegamos ao fundo do poço é que encontramos o lugar que habitualmente qprendemos os maiores segredos sobre a graça de Deus.

Aí, Jonas começa a orar e falar da misericórdia de Deus (Chesed), que é traduzida por amor inabalável ou graça.

 2)    Graça (chesed)


a)     Encontramos a graça quando passamos pelo deserto do mal moral.

Em nossa sociedade o lema que todo tipo de valor moral é construído socialmente, não existe, portanto, uma moral absoluta, uma idéia Nieztchiana. No entanto, a oração de Jonas reconheceu que “Tu (O Senhor) me lanças nas profundezas, no coração dos mares” (v.3). JONAS SABIA QUE A JUSTIÇA DIVINA EXISTIA E QUE ELE A MERECIA.

b)    Encontramos a graça em nossa impotência espiritual

Devemos admitir não apenas nossos pecados, mas também o fato de que não podemos nos livrar ou nos purificar deles. No versículo 6, Jonas diz que está afundado até o “submundo” “cujas trancas se fecharam sobre mim para sempre”; o v.5 expõe: “eis que as águas me cercaram até as profundezas da alma, o abismo me cercou...”

Ele percebe que está condenado e permanentemente barrado por seu pecado e rebelião, e não há nenhuma forma possível de abrir os portões por si mesmo ou de pagar a dívida.

c)     Encontramos a graça no alto custo da salvação que Deus provê.

Não apenas, uma mas duas vezes em sua oração, Jonas olha não apenas o céu, mas para “TEU SANTO TEMPLO” (V.4).   “...Poderia contemplar o teu santo templo uma vez mais” E, depois olha para “o templo da tua santidade” (v.7).

 Porquê? Jonas sabia que era de cima do propiciatório que Deus prometera falar conosco (Ex 25.22). Dentro da arca ficava as tabuas dos Dez mandamentos. No dia da expiação, um sacerdote aspergia o sangue do sacrifício expiatório pelos pecados do povo sobre o propiciatório (Lv 16.14-15).

Como nos aproximamos de Deus? A lei de Deus não nos condena? Sim, ela nos condenaria, não fosse pelo sangue do sacrifício expiatório aspergido sobre o propiciatório, sobre os dez mandamentos, que nos protege dessa condenação.

Três verdades: SOMOS INCAPAZES MORALMENTE, INCAPAZES DE SALVAR A NÓS MESMOS E PASSIVEIS DE SERMOS SALVOS. Apenas por meio de medidas extremas e de altíssimo custo a graça é possível, quando acreditamos plenamente em todas essas três verdades básicas.

Conclusão

Nenhum coração humano se atreverá a acreditar nessa graça tão gratuita e de custo tão alto, a menos que ela seja sua única esperança. Um grito de desespero: “as trancas se fecharam sobre mim para sempre”. JONAS ESTÁ PERDIDO, CONDENADO E INCAPAZ DE DESTRANCAR AS PORTAS E SUA PRISÃO. Mas, “porém, tu me levantas da cova, ó Senhor, meu Deus” (v.6).

A verdadeira libertação é quando uma pessoa vem a reconhecer seu pecado e o confessa diante de Deus. O relacionamento é restaurado. Ele termina dizendo: “A salvação vem somente do Senhor” (Jn 2.9).

 

 

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