terça-feira, 12 de maio de 2020


Nossa leve e momentânea tribulação 2 Co 5.1-10


Introdução:
Em segunda Corintios 4, Paulo nos consola: “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia” (v16).

Corpo fraco, espírito renovado. O nosso homem exterior é o nosso corpo, a nossa carne; o nosso homem interior é o nosso espírito. O corpo fica cansado, doente e envelhecido, mas o espírito mais maduro, mais forte, mais renovado. Certa feita, um pastor foi visitar um crente piedoso no seu leito de morte, perguntou-lhe: “Como você vai irmão? ” Ele respondeu: “Estou indo muito bem. A casa onde moro está desmoronando, mas já estou de malas prontas para mudar à uma mansão, não feita por mãos humanas, eternas nos céus”.

“Porque nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso e glória, acima de toda comparação” (v.17). “Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles” (Atualizada).  No presente enfrentamos tribulação, choro, dor, mas, então, Deus enxugará dos nossos olhos toda lágrima. A tribulação por mais pesada e constante posta sob a ótica da eternidade torna-se leve e momentânea. “Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória em que nós será revelada” (Rm 8.18).

“Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (v.18). Ou seja, as coisa que agora vemos está aqui hoje, mas desaparecerão amanhã. As coisas que não vemos agora irão durar para sempre. “Foi por isso Abraão não se encantou com a planície de Sodoma; foi por isso que Moisés abandonou as glórias do Egito para receber uma recompensa superior (Hb 11.27).

1)    Olhando para cima
“Estamos certos de que esta nossa temporária habitação terrena for destruída, temos da parte de Deus, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas”. (2 Co 5.1).

Muitos pensam que a morte é o fim da existência.
Outros pensam que depois da morte a alma fica vagando em busca de luz.
Outros pensam que depois da morte a alma se reencarna em outra pessoa.
Outros que pensam que depois da morte a alma vai para o purgatório
Outros que pensam que alma fica dormindo com o corpo na sepultura
E, finalmente, os que pensam que alma dos ímpios serão aniquiladas. Todas essas teorias não têm fundamento bíblico|

Neste versículo Paulo chegou a uma perfeita compreensão sobre a temporalidade e fragilidade do nosso corpo e o equiparou a uma simples tenda nômade. Nossa habitação no céu, no entanto, é sólida e permanente.  Então, quando morrermos, mudaremos do que é temporário para o que é permanente, da tenda para casa. “Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E quando este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, o que é mortal se revestir da imortalidade então se cumprirá que está escrito: tragada foi a morte pela vitória” (1 Cor 15.53,54). 


2)    Enquanto isso, gememos
“Enquanto estivermos morando nessa tenda, gememos...”(v.2). O verbo “gemer” está no presente e isso enfatiza o contínuo gemer da vida terrena: doença, pandemia, fraqueza, dor, morte, etc. Paulo fala que a criação está gemendo aguardando a libertação do seu cativeiro (Rm 8.22). Os crentes estão gemendo aguardando a redenção do seu corpo e o Espírito Santo leva nossos gemidos à Deus (Rm 8.26). 



Para que?
“Aspirando por sermos revestidos da nossa habitação celestial ... queremos ser revestidos ... para que o mortal seja absorvido pela vida” (vs. 2-4). Paulo muda a figura da tenda para a figura das vestes. Para ele, morrer é como ficar nu, mas na segunda vinda, os que estiverem vivos serão revestidos da imortalidade. Nosso corpo será glorioso como o fulgor do firmamento, como as estrelas, sempre e eternamente (Dn 12.3).

Paul descreve seu anseio pelo novo corpo usando duas metáforas. Primeira, a metáfora do vestir um vestuário extra, que recobre o que já está usando: “os que estamos neste tabernáculo... queremos ser revestidos”. A segunda metáfora, é de uma coisa que é devorada por outra, de tal forma que a primeira cessa de existir como era antes, mas é absorvida e transformada pela outra.

“Gememos angustiados não pelo desejo de morrer, mas pelo desejo de sermos tragados pela imortalidade. Gememos não para sermos despidos do corpo mortal, mas para sermos revestidos do corpo imortal. Ansiamos não pela morte, mas pela transformação”.

3)    Temos uma garantia
“Ora, foi o próprio Deus que nos preparou para isto, outorgando-nos o penhor do Espírito” (2 Co 5.5)

O penhor do Espírito é a garantia de que a obra que Deus começou a fazer em nós será concluída (Fl 1.6). O termo “penhor” trata-se da primeira prestação com garantia de que as demais serão efetuadas. Assim o cristão pode gozar aqui o sabor da vida eterna. Ele tem um pé nesta época; e o outro na eternidade. Seu corpo está sobre a terra, mas seu coração está no céu. 



“Temos, portanto, sempre bom animo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor... preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2 Co 5.6-8). “Acham que uns buracos na estrada ou algumas pedras no caminho irão nos parar? Quando chegar a hora, estaremos prontos para trocar o exilio pelo nosso verdadeiro lar” (v.8, a mensagem).

Estamos peregrinando nesse mundo, nessa tenda frágil e temporária, estamos ainda ausentes do Senhor. Agora, nós o vemos apenas pelos olhos da fé. Mas, quando mudarmos desse tabernáculo terreno para a nossa mansão celestial, semelhante ao corpo de Cristo, haveremos de estar com ele fisicamente, vendo-o face a face.

“É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis” (vs. 9). Ou, “mas nem o exilio nem o nosso verdadeiro lar são o que mais importam. Servir a Deus com alegria é o principal e o que desejamos fazer, a despeito das circunstancias” (a mensagem).

Conclusão: O tribunal de Cristo 


“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem e o mal que tiver feito por meio do corpo” (v.10) A palavra grega para tribunal é “bema” , significa assento, plataforma, tribunal. Era em um tribunal onde se tomavam as decisões oficiais. Algumas qualidades do tribunal de Cristo:

O tribunal de Cristo será justo. Aqui os homens torcem as leis, escapam da justiça e torcem o direito do inocente. Mas quem poderá escapar do tribunal de Cristo? O que plantamos aqui, colheremos na eternidade!

O tribunal de Cristo será imparcial. Aqui a justiça está de ponta cabeça. Vemos Herodes no trono e João Batista na prisão; vemos Nero dando ordens para decapitar um homem da estatura do apostolo Paulo. Mas o tribunal de Cristo é imparcial, todos terão que comparecer diante dele para ser julgados segundo as suas obras.

O tribunal de Cristo será meticuloso e revelador. Meticuloso porque nossas palavras, ações, omissões e pensamentos serão julgados; o que nós semearmos, isso será o que colheremos (Gl 6.7-8). Será revelador, o termo traduzido por “comparecer” pode ser traduzido por “revelar”. A revelação envolverá tanto o caráter do nosso serviço (1 Co 3.13), quanto as motivações que nos impeliram (1 Co 4.5).

  

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