Em Deus espero – Sl 62
Introdução: felicidade segundo o mundo, e segundo Deus.
Qual é a felicidade segundo o mundo? Ser feliz é quando eu
ganho, quando meu time ganha, quando sou promovido no trabalho, quando exploro
livremente minhas opções de sexualidade, quando fico horas no salão de beleza,
quando compro um carro novo, etc. Qual é a felicidade segundo Deus? Quando não
conformamos com este século, mas busca a renovação da mente de Cristo, quando
não aceitamos os modelos atuais de prazeres de pecado e defendemos a bandeira
do evangelho de Jesus Cristo.
1)
Espera
silenciosa
“A minha alma espera somente em Deus”. Oração é comunhão com
Deus, exclusiva e centralizadora. A oração ela tem um único alvo: somente Deus.
Há outra vontade maior, mais sábia e mais inteligente que a
minha. Enquanto espero, descubro a existência de mais realidade fora do que
dentro de mim; há um tipo de espera que nada tem a ver com a oração, é a
postura do gato que espreita o pássaro, ou da cobra que espera para dar o bote,
quando decidimos agir por nós mesmos. No entanto, ao orar tenho consciência da ação
de Deus e sei que quando as circunstancias estiverem preparadas, os outros no
lugar certo e meu o coração pronto, Ele me convocará para entrar em ação.
“A minha alma espera silenciosa”. Tantas palavras parecem
urgentes, mas depois de dizê-las, me afasto para prosseguir minha rotina
diária, depois de despejar em Deus um montão de palavras. Mas, na oração falar
é essencial, mas também parcial, o silencio se constitui na liturgia da oração.
Elias, em 1 Rs 19, quando estava sozinho na caverna, ouviu o som do vento, do
terremoto e do fogo, no entanto, Deus se manifestou no sussurro de uma brisa.
Há barulhos demais neste mundo. Conversamos demais, somos
cercados por torrentes de lixo verbal: youtube, instagram, televisão, rádio,
etc. Raramente desligamos a gritaria das mídias para aproveitar o silencio. O
silencio é o pré-requisito para ouvir. Na ausência de som humano torna-se possível
ouvir o logos, a Palavra de Deus que confere forma e sentido à nossa existência.
Por quê espera silenciosamente? Primeiro, Porque em Deus vem
a minha salvação (v.1). Segundo, deve vem a minha esperança (.5). A primeira “vem
a minha salvação” entende que o passado dá conteúdo ao presente. A segunda,
está convencida de que o futuro (esperança) molda o presente. Por outro lado, a
felicidade segundo o mundo, se equilibra numa corda bamba. Enquanto que a
oração alarga essa linha do tempo e no espaço e desenvolve familiaridade com o
passado e convicção com o futuro.
“Não serei abalado”. “Somente ele é a minha rocha que me
salva; ele é a minha torre segura! Jamais serei abalado” (v.2). Os três elementos,
ou metáforas: rocha, torre segura e salvação – termina afirmando: “jamais
sereis abalado”. É a mesma palavra usado no Salmo 46 como atributo da cidade de
Deus, que nunca será abalada. “Nada temeremos, ainda que a terra trema e os
montes afundem no coração do mar, ainda que encrespem as águas e se lancem com fúria
contra os rochedos. Há um rio cujos canais alegram a cidade de Deus, o santo
lugar onde habita o Altíssimo. Nela habita o Eterno e, por isso, não poderá ser
abalada” (Sl 46.2-5).
A felicidade segundo o mundo, ao contrário, acaba sendo um
impulso e, de forma nenhuma, resulta em afirmação. O ego procura excitamento,
gratificação, divertimento, liberdade, mimos, elogios, recompensas e satisfação
própria. A motivação segundo o mundo oscila entre emoções e hormônios e modas e
tendências. A MEDIDA QUE NOS ACOSTUMAMOS
A ORAR, DEIXAMOS DE SER LEVADOS POR TAIS BAGATELAS.
2)
SOBRIEDADE
E SAGACIDADE
“Até quando todos vocês atacarão um homem que está como um
muro inclinado, como uma cerca prestes a cair? Todo proposito deles é
derrubá-lo de sua posição de sua posição elevada; eles se deliciam com
mentiras. Com a boca abençoam, mas no íntimo amaldiçoam” (vs. 3 e 4)
Essas pessoas repetem o tempo todo que precisamos desenvolver
nosso potencial e aproveitar ao máximo as oportunidades. Na verdade, estão
mentindo “com a boca abençoam, mas no íntimo amaldiçoam”. “Vocês recitam
versos, mas cada “benção” exala uma maldição” (A mensagem).
“Os homens de origem humilde não passam de um sopro, os de
origem importante não passam de mentira; pesados na balança, juntos não chegam
ao peso de um sopro. Não confiem na extorsão, nem ponham a esperança em bens
roubados; se as suas riquezas aumentam, não ponham nelas o coração”.
As pessoas se dividem em vencedoras e perdedoras. Alguns enriquecem,
outros empobrecem. Uns recebem todos os prêmios e outros ficam com todas as
obrigações. Ou, sentiremos inveja dos ricos ou pena dos pobres. Mas a balança
do mundo é ilusória...
Coloquemos de um lado da balança um “ser humano, perfeito,
imagem de Deus. No outro, a pessoa mais rica o mundo, com a carteira repleta de
dinheiro e o cofre cheio de ações. Mas pelo texto tem um contraponto: “os de
origem importante não passam de mentira”, não tem peso para Deus!
Agora, tome o individuo mais desgraçado, que sofre todo tipo
de discriminação e desprezo. Por certo, privados de todas as recompensas e bens
terrenos e coloque na balança, outro contraponto: “os de origem humilde não
passam de um sopro”! Em qualquer situação, tudo é mentira, tudo é um sopro!
Somente somos autênticos, verdadeiros, quando nos entregamos
ao relacionamento de confiança com Deus definido e ordenado em sua palavra,
participando do seu poder: “Confie nEle em todos os momentos, ó povo; derrame
diante dele o coração” (v.8).
Conclusão:
“Uma vez Deus falou,
Duas vezes eu ouvi,
Que o poder pertence a Deus
Contigo também, ó Senhor,
Está a fidelidade
É certo que retribuirás
A cada um conforme o seu procedimento”
Por duas vezes, ouvi: “que o poder pertence a Deus”. Diante desse
salmo, o que fazer? Incentivar milhões de indivíduos a viverem segundo a
felicidade do mundo, ou acreditar que Deus está realizando uma vontade muito
melhor, mais duradora, mais prazerosa, que tanto está no mundo visível quanto
no mundo invisível, cuja recompensa é eterna.
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