Quarentena e nós
Quarentena é número exato ou
aproximado de quarenta (40) dias; período de 40 dias. Na medicina é o
isolamento de certas pessoas, lugares e animais que podem acarretar perigo de
infecção, o período de quarentena é relativo e depende do tempo necessário para
proteção contra a propagação de uma doença determinada.
“Quarentena” é uma palavra bíblica básica,
centrada na esperança. Quarenta dias é um período de provação da realidade da
vida de alguém – verificação de sua autenticidade. Surgindo uma questão:
“É esta uma vida real, ou uma
imitação barata passada para mim por uma cultura traiçoeira? O que estou
fazendo e dizendo é propriamente meu ou apenas algo emprestado de pessoas que
sabem menos do que eu e por que sou? Está Deus moldando habilidosamente e
guiando sabiamente minha vida, ou deixei minha ignorância e meus pecados
infantis me reduzirem ao mínimo denominador comum? É assim que quero passar o
resto da minha vida? ”
Os quarenta dias na Arca de Noé foram
uma purgação “E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a
terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má
continuamente”, purificando séculos de poluição moral, lavando a sujeira de
gerações de gratificação impulsiva.
Os quarenta anos de Moisés no deserto
de Midiã foi uma maneira de aprender que só existe um que é portentoso “O
Senhor apareceu a Moisés numa chama de fogo do meio duma sarça”, não era Faraó,
mas o grande Eu Sou.
Os quarenta anos no deserto foram um
treinamento para viver as promessas de Deus, viver pela fé na perigosa Terra
Prometida, durante o dia havia uma coluna de nuvem guiando e a noite uma coluna
de fogo; por quarenta anos Deus mandou maná do céu ao seu povo.
Os quarenta dias de fuga de Elias o
levaram das ilusões perigosas que vinham da corte de Jezabel para o lugar de
revelação. Andou Elias pelo deserto com receio de ser morto, mas lá na caverna
Deus manifestou ao profeta, não no vento, nem no terremoto, muito menos no do
fogo, mas na brisa suave do vento, ele ouviu a voz de Deus.
Os quarenta dias que Golias atormentou
os israelitas, “ todos os homens em Israel, vendo aquele homem, fugiram diante
dele, e temiam grandemente”. Todos os dias, o exercito de Saul foi fustigado
pelo temor, até que apareceu Davi, no quadragésimo dia, para mostrar que o
gigante o era quem estivesse nas mãos de Deus.
Os quarenta dias das tentações de
Jesus foram um teste de motivação e intenção, um esclarecimento das maneiras
como Deus operava salvação em comparação com as maneiras como a idolatria
religiosa nos seduz para longe de Deus e da fé.
Os quarenta dias das aparições da
ressureição de Jesus provaram a nova realidade que agora caracterizaria a vida
no Reino de Deus.
Se os quarenta dias são bem-intencionados,
a vida começa de maneira nova. Se os quarenta dias são ignorados, a vida é
destruída: a arca naufraga e todos se afogam; os israelitas voltam para o Egito
para passar o resto da vida fazendo tijolos sem palha; Jesus aceita a oferta do
diabo, e o mundo cai sob o governo do anticristo, feliz por se livrar da cruz;
Jesus desaparece na ascensão, e o mundo volta ao normal.
Então o quer dizer da nossa
quarentena? Vamos ficar ensimesmados em confrontos políticos de esquerda ou
direita, querendo achar um bode expiatório? Vamos jogar fora esses dias com
atividades inócuas, que não acrescente, que não engrandece a vida humana? Vamos
nos empanturrar de comida, como se estivéssemos alimentando nossos temores,
ansiedades? Vamos ficar como pessoas
rabugentas reclamando de tudo e todos. Não, Não e Não!
Então, meus amados, vamos aproveitar
esses dias de quarentena para o que é mais precioso ao ser humano, que é a
comunhão nos dois sentidos, vertical e horizontal. Na primeira, é comunhão com
Deus, se aproximar com oração e leitura da sua Santa Palavra e bons livros
espirituais. Na segunda, a horizontal, que estar mais próximo da família,
conversando, assistindo bons filmes, fazendo cultos domésticos e nos
comunicando com os parentes de perto e de longe.
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